domingo, 5 de março de 2017

Reforma trabalhista: um ataque aos direitos históricos conquistados no Brasil

A proposta da Reforma Trabalhista é de interesse do presidente não eleito Michel Temer e altera as leis que garantem os direitos dos trabalhadores nas relações com os patrões. A reforma tem como espinha dorsal o Projeto de Lei 6787, que determina a prevalência do negociado sobre o legislado. 
Isso significa que patrões e empregados poderão assinar acordos coletivos que ignorem o que está escrito na Consolidação das Leis do Trabalho, a chamada CLT. Ou seja, se uma categoria não possui um sindicato forte e não se mobiliza no período de negociação do acordo coletivo, o resultado é que podem ser aprovadas medidas que desrespeitam o mínimo de direitos, que é o que a CLT garante hoje.
O projeto torna menos rígidos 13 pontos específicos dos contratos de trabalho. Entre eles, a divisão das férias em até três períodos, participação nos lucros da empresa, intervalo de trabalho com mínimo de 30 minutos, banco de horas; trabalho remoto, remuneração por produtividade e jornada de 220 horas mensais, o que pode levar o trabalhador a uma jornada de até 12 horas por dia.
Enquanto o governo chama isso de “modernização das leis trabalhistas”, movimentos populares e centrais sindicais definem como um ataque aos direitos históricos conquistados pela classe trabalhadora. Eles apontam que as novas regras tendem a fragilizar ainda mais as relações de trabalho porque, como todos nós sabemos, o trabalhador é sempre o lado mais frágil dessas relações.
disso, esses setores também criticam o discurso de que essas alterações tendem a oxigenar o mercado de trabalho, diminuindo o desemprego, como os governistas têm defendido. Para os movimentos, o discurso seria nada mais, nada menos que uma armadilha pra criar o ambiente de aceitação da proposta.
projeto de lei é, junto com a Reforma da Previdência, uma das principais ameaças que ronda o trabalhador brasileiro no atual governo do PMDB. A reforma trabalhista tramita na Câmara Federal em regime de urgência. O governo tem dito que pretende garantir a aprovação da medida até julho deste ano, o que não deve acontecer sem muito barulho. A reforma trabalhista certamente será motivo de um dos maiores embates entre governo e oposição neste primeiro semestre do ano. É bom ficarmos todos atentos. Por Cristiane Sampaio/Brasil de Fato.
Créditos: Brasil de Fato

PMDB ameaça Bolsa Família

O PMDB lançou, na sexta-feira 3, uma agressiva campanha em defesa do projeto do governo para alterar as regras da aposentadoria. “Se a reforma da Previdência não sair, tchau Bolsa Família, adeus Fies, sem novas estradas, acabam programas sociais”, ameaça um post publicado pelo partido de Michel Temer no Facebook.
Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, o material foi produzido pela agência Benjamim Digital, do marqueteiro Lula Guimarães. Ele liderou a comunicação da campanha do tucano João Doria em São Paulo, nas eleições de 2016, e depois foi contratado pelo PMDB.
A iniciativa foi tomada após o Palácio do Planalto detectar forte resistência à reforma no Congresso. Além disso, uma pesquisa encomendada pelo governo revelou que a ampla maioria dos entrevistados manifestou-se contra a exigência de 49 anos de contribuição para o trabalhador ter direito à aposentadoria integral, noticiou recentemente a coluna Painel, da Folha de S.Paulo.
De acordo com um levantamento divulgado pelo Serviço de Proteção ao Crédito e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas  em janeiro, 53,8% dos brasileiros são contrários às mudanças propostas pela equipe de Temer para a aposentadoria. A rejeição às mudanças vem principalmente das mulheres, que correspondem a 60,1% dos insatisfeitos com a reforma.
A pesquisa ouviu 606 pessoas residentes em todas as capitais do Brasil, com idade igual ou superior a 18 anos, de ambos os sexos e todas as classes sociais. A margem de erro é de 4 pontos percentuais e a margem de confiança de 95%.Confira a postagem do PMDB no Facebook:
Créditos: Carta Capital

Cresce o número de cidades sem agências Bancárias

A rede de de agências bancárias está encolhendo no Brasil e deixando cidades do interior sem atendimento presencial. Com foco na expansão de canais digitais, os bancos vêm fechando agências em diversos municípios. Nos últimos 2 anos, mais de 100 cidades deixaram de ter qualquer dependência bancária, segundo dados do Banco Central.
Dos 5.588 mil municípios brasileiros, 352 não tinham canais de acesso direto aos bancos no final de 2016 – maior número desde 2010. O volume vem crescendo desde 2013. Em 2014, eram 241 cidades sem estruturas bancárias; em 2015, eram 300.
Em geral, são cidades bem pequenas, com menos de 5 mil habitantes e pouca circulação de dinheiro. Nestes municípios, os únicos canais de acesso aos serviços financeiros são as lotéricas, os Correios, cooperativas de crédito ou estabelecimentos comerciais que atuam como correspondentes bancários. Porém, há limite para saques e pagamentos de boletos. Isolados, os moradores são obrigados a viajar quilômetros até cidades vizinhas para sacar salários e aposentadorias ou fazer depósitos.
Entre os principais motivos para o movimento de encolhimento da presença bancária no país está a reestruturação dos bancos, que entraram na onda de corte de custos e perderam o interesse em manter agências pouco rentáveis. Em vez de abrir uma agência em cada esquina, agora os bancos focam seu crescimento na expansão dos canais digitais.
Mas o fechamento de agências também foi motivado pela ocorrência de assaltos violentos que se propagou também pelo interior do país. Levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostra que foram ao menos 393 assaltos e tentativas de assaltos no Brasil em 2015 e 385 em 2014.
Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), se forem somados todos os tipos de ocorrências, incluindo também os arrombamentos, o número de ataques por ano passou de 3 mil.
Entre os estados com o maior número de cidades sem bancos ou que deixaram de ter dependência bancária nos últimos anos destacam-se Piauí, Paraíba e Rio Grande do Norte. De acordo com o Banco Central, 18 dos 27 estados da federação possuem cidades sem qualquer tipo de dependência bancária.
Uma delas é São Pedro do Paraná (PR), de 2.491 habitantes, que está sem banco desde outubro de 2016. Depois de uma onda de arrombamentos, a única agência que atendia o município nunca mais reabriu e o pagamento dos servidores públicos foi transferido para a cidade vizinha, localizada a 20 km de distância.
Já a pequena Jardim Olinda (PR), com uma população de 1.409 pessoas, está sem dependência bancária há cerca de um ano e os moradores precisam percorrer até 75 km para pagar contas e realizar saques. Antes havia um posto de atendimento, mas o local foi fechado por falta de segurança e baixo movimento. E conforme a prefeitura, nenhum banco se interessou em reabrir uma instalação no município.(G1).
Créditos: Focando a Notícia

sábado, 4 de março de 2017

Brasil cai quatro posições em ranking de passageiros do transporte aéreo

Levantamento da IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) mostra que o Brasil caiu quatro posições (da 5ª para a 9ª) em 2016, em comparação com o ano anterior, no número de passageiros que embarcaram no transporte aéreo. 
O País registrou no ano passado 100 milhões de embarques, segundo a associação: 10,4% a menos do que em 2015. O relatório, divulgado na sexta-feira (3), destaca a "severa recessão econômica", além do cenário político e social "tumultuado", que impactou na demanda por passageiros. 

A fatia de embarques internacionais foi a menor entre os dez países com maior volume de passageiros, perdendo, inclusive, para Indonésia e Índia. Os Estados Unidos, país com maior número de passageiros no setor aéreo, registrou 815 milhões de embarques no ano passado. Em segundo lugar, aparece a China, com 490 milhões e um crescimento de 10,3%. Em todo o planeta, a IATA registrou 3,8 bilhões de embarques. (R7).
Créditos: Paraíba Total

Desmonte do SUS: vamos ter uma volta ao passado

A partir de 2018, quando os gastos federais passarão a ser corrigidos apenas pela inflação, conforme definido pela Emenda Constitucional 55 – anteriormente conhecida como PEC do Teto – os gastos públicos com saúde entrarão em trajetória declinante, o que coloca em risco a sustentação do Sistema Único de Saúde (SUS). O "subfinanciamento", que já é uma realidade atualmente, deve se agravar, colocando em xeque todo o modelo de saúde pública conhecido até então.
Essa é a avaliação dos especialistas que trataram dos desafios para o setor a partir da gestão Temer, no debate "SUS em desmonte?" realizado na noite de ontem (2) e promovido pelo portal Saúde Popular e pela Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares. O evento contou com a participação do economista e consultor da comissão de financiamento e orçamento do Conselho Nacional de Saúde (Cofin-CNS), Francisco Funcia, e da professora Laura Feuerwerker, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP).
"Estamos vendo, a passos largos, um processo de perda de direitos. No caso da saúde, a partir de 2018 vamos ter uma volta ao passado. Hoje, estamos aplicando, em valores consolidados, 3,9% do PIB em saúde. Daqui a 20 anos vamos estar na faixa de 3% do PIB", destaca Funcia. 
Segundo o economista, qualquer aumento populacional, ou até mesmo mudanças no perfil demográfico, como, por exemplo, o envelhecimento da população, implicariam na necessidade de incremento das receitas para a saúde, possibilidade vedada pelo congelamento de gastos. Até mesmo a incorporação de avanços tecnológicos, em equipamentos ou medicamentos, fica completamente comprometida, contribuindo para ampliar a defasagem do sistema público de saúde em relação ao atendimento oferecido pela iniciativa privada.
"A saúde deveria ter recursos crescentes proporcionais a, no mínimo, o crescimento da receita. Num segundo momento, que se fizesse a receita crescer mediante políticas de tributação que onerassem mais os de cima", diz Francisco Funcia, criticando o congelamento.
Ele lembra que, ainda durante o governo provisório de Temer, o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou que o tamanho do SUS deveria ser revisto, deixando claro que, para o atual governo, "a Constituição não cabe no orçamento". "Qual é a solução? Aumentar o orçamento ou retirar direitos? A solução deles (do governo) é tirar direitos."
Segundo Funcia, durante reunião do Conselho Nacional de Saúde, o ministro teria afirmado que não pleitearia por mais recursos enquanto não houvesse melhora na gestão. O economista afirma que, para um país de dimensão continental como o Brasil, até mesmo a gestão acarreta gastos, dando por exemplo municípios do interior, muitos dos quais não contam ainda com infraestrutura de controle de gastos, como computadores e sistemas específicos. 
O economista diz ainda que, com um custo per capita de R$ 3,00 por dia, é legítimo sim brigar por mais recursos. "Uma condução é mais cara do que isso, e ainda conta com subsídio", comparou, citando gastos públicos com transporte e mobilidade. 
Para a professora Laura Feuerwerker, é preciso disputar o imaginário coletivo em torno do SUS. Segundo ela, a saída para garantir a legitimidade do sistema e, por consequência, fortalecer a luta pelo financiamento, seria tornar o atendimento básico realmente universal.
"A gente fez uma atenção básica focalizada nos mais pobres. Isso, do ponto de vista da construção da legitimidade política do sistema, é dramático. Diferentemente do Reino Unido, Cuba ou França, em que todo mundo tem acesso à atenção básica", diz Laura. 
A professora diz que o SUS vai muito além da atenção básica, e lembra que a maior parte dos transplantes de órgãos, e tratamentos de alta complexidade, como quimioterapias, são realizados pelo sistema público. "Mas é naquele hospital especializado, que a pessoa acha que nem é SUS. Para a maioria das pessoas, o SUS é o postinho de saúde."
Para ela, falta ainda maior participação popular na construção das políticas públicas, que envolvam gestores, trabalhadores e usuários. "Num sistema em que os próprios trabalhadores reivindicam saúde suplementar, temos um problema."
A professora de Saúde Pública da USP criticou também as isenções fiscais a setores empresariais, que retiram dinheiro da saúde; a falta de cobrança mais incisiva dos ressarcimentos devidos ao SUS pelas operadoras de planos de saúde; e até mesmo as deduções dos gastos com os planos nas declarações de imposto de renda, que, segundo ela, agrava distorções. "Na educação, alguém que paga escola particular pode descontar ínfima parte (no imposto de renda). Na saúde, o desconto é integral. No fundo, a população inteira paga para aqueles que têm planos de saúde." 
Créditos: RBA

Venda de veículos tem forte queda no primeiro bimestre de 2017, diz Fenabrave

Mercado automotivo recua 15% no primeiro bimestre. Na comparação dos acumulados de 2016 e 2017, o setor vendeu 429 mil unidades nesse ano, contra 504 mil, no ano passado. Na avaliação de fevereiro com fevereiro, a queda é de 15%. Com quatro dias úteis a menos que janeiro, o segundo mês de 2017 encerrou com queda de 8,5% em todo o setor. Automóveis e Comerciais leves, somados, fecharam fevereiro com vendas 7,7% menores que janeiro, porém, a média diária de vendas foi 12,7%.
O levantamento da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), engloba as vendas em todos os segmentos; automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros veículos. Ao todo, foram emplacadas 204 mil unidades contra 224 mil em janeiro.
Automóveis e comerciais leves apresentaram queda no acumulado do ano, com uma redução de 5,5% sobre o ano passado. O presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, ressaltou que além dos dias úteis a menos em fevereiro, o resultado do mês ainda é efeito da sazonalidade de início de ano, onde as vendas, historicamente, são mais baixas.
Mas ele lembra que houve uma melhora na média de vendas diárias, que cresceram 12,7% em fevereiro, chegando a 7.356 automóveis e comerciais leves emplacados todos os dias. A retomada será gradual ao longo do ano, com a expectativa de maior crescimento a partir do segundo semestre.A Fenabrave avalia que o setor deverá apresentar crescimento de 3% em 2017, automóveis e comerciais leves, alta de 2%, caminhões e ônibus, 3%.
Créditos: Focando a Notícia

Pão de Açúcar registra prejuízo de R$ 29 milhões no 4º trimestre

O Grupo Pão de Açúcar (GPA) reportou prejuízo consolidado de R$ 29 milhões no quarto trimestre de 2016, uma redução de 92,5% ante um resultado negativo de R$ 384 milhões no quarto trimestre de 2015. No acumulado do ano, a companhia registrou prejuízo de R$ 1,077 bilhão, ante os R$ 276 milhões de 2015.
O Grupo Pão de Açúcar destacou que as demonstrações financeiras de 2016 foram ajustadas de forma retrospectiva a partir de 1º de janeiro de 2015, em consequência do processo atualmente em curso de alienação da participação do GPA no capital da Via Varejo. Dessa forma, as atividades da Via Varejo estão tratadas como atividades descontinuadas.
O prejuízo consolidado do segmento alimentar foi de R$ 24 milhões, ante um lucro de R$ 242 milhões no mesmo período do ano anterior. No ano, o prejuízo somou R$ 133 milhões, ante lucro de R$ 541 milhões em 2015.
De outubro a dezembro de 2016, o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 467 milhões, queda de 40,2% contra igual intervalo de 2015, que somou R$ 781 milhões.
No critério ajustado, o Ebitda ajustado foi de R$ 726 milhões, um decréscimo de 17% ante ps R$ 875 milhões. No total do ano de 2016, o Ebitda atingiu R$ 1,618 bilhão, queda de 30% ante os R$ 2,319 bilhões de 2015 e o Ebitda ajustado foi R$ 2,185 bilhões, recuo de 13,4% ante os R$ 2,524 bilhões do ano anterior.
A receita líquida no quarto trimestre de 2016 totalizou R$ 11,740 bilhões, alta de 12,1% ante os R$ 10,477 bilhões de 2015 e no acumulado de janeiro a dezembro do ano passado foi de R$ 41,454 bilhões, aumento de 11,4% ante os R$ 37,198 bilhões de 2015.
O GPA já publicou antecipadamente o resultado de vendas do trimestre. As operações de varejo de alimentos atingiram receita líquida de R$ 11,740 bilhões no quarto trimestre de 2016, montante 12,1% superior ao apurado no mesmo período do ano anterior.(IG)
Créditos: Paraíba Total