domingo, 12 de março de 2017

Mundo vive maior crise humanitária por causa da fome

O mundo vive atualmente a maior crise humana desde 1945, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), que lançou um apelo por ajuda para se evitar uma "catástrofe".O chefe humanitário da organização, Stephen O'Brien, afirmou que isso se dá porque mais de 20 milhões de pessoas já enfrentam ou correm o risco de passar fome no Iêmen, Somália, Sudão e Nigéria.
Segundo ele, seria necessária uma injeção de US$ 4,4 bilhões (R$ 13,83 bilhões) até julho para evitar um desastre. "Estamos em um ponto crítico da história. Logo no começo do ano estamos enfrentando a maior crise humana desde a criação das Nações Unidas", disse ele ao Conselho de Segurança.
"Atualmente, 20 milhões de pessoas em quatro países estão passando fome. Sem um esforço coletivo, global e coordenado, as pessoas simplesmente vão morrer de fome. Muitas vão sofrer e morrer por causa de doenças atreladas a essa situação".
Para a ONU, a crise de fome é categorizada por altos índices de mortalidade, desnutrição e fome. Nos últimos 30 anos, a instituição só identificou o problema em cerca de dez casos.
As declarações de O'Brien seguem a mesma linha de um apelo feito pelo próprio secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, no mês passado, quando revelou que as Nações Unidas haviam recebido apenas US$ 90 milhões (R$ 282 milhões) em 2017.
Assim como O'Brien, ele também alertou para a necessidade de mais apoio financeiro aos quatro países. A BBC Brasil esclarece o que está acontecendo no Iêmen, na Somália, no Sudão e na Nigéria e por que esses países estão precisando de tanta ajuda e o que impede a chegada de auxílio. Foto: Getty Image
Créditos: UOL

Correios anunciam fechamento de 250 agências

 Os Correios anunciaram que vão fechar 250 agências no país para reduzir custos e tentar melhorar a situação financeira da empresa. Por meio de nota, a estatal informou que as unidades estão espalhadas por municípios com população acima de 50 mil habitantes nas cinco regiões do país.
 Ainda segundo o texto, a medida faz parte de um esforço “para reverter o cenário financeiro da empresa, visando garantir a manutenção e a qualidade dos serviços à sociedade”. De acordo com os Correios, 60 agências já foram incorporadas a outras unidades, mas não haverá qualquer problema no atendimento aos cidadãos.
 “O projeto para fusão de agências dos Correios em todo o país vai tornar a rede de atendimento mais eficiente e melhorar a prestação de serviços à população. A implantação das mudanças será gradual para minimizar os impactos aos clientes com as adequações”, afirma a nota.
A estatal já começou um Plano de Demissão Voluntária (PDV) que já recebeu a adesão de 3 mil funcionários. A expectativa da empresa é que o número chegue a 5 mil. O Correios fecharam 2016 com prejuízo em torno de R$ 2 bilhões.
Créditos: WSCOM

Federações empresariais financiaram o Impeachment de Dilma

Empresários de todos os cantos do país desembarcaram em Brasília nos meses de março e abril com uma missão definida: visitar deputados de seus estados e convencê-los a votar pela abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Eles se espalharam discretamente pelos corredores do Congresso em busca de votos, principalmente os dos parlamentares indecisos. E, na avaliação dos representantes dos empresários, o lobby, liderado pelos sindicatos patronais, surtiu efeito.

“Foi uma viagem muito produtiva não só pelos resultados como pela mobilização em si. Fizemos um trabalho de corpo a corpo com os parlamentares paranaenses e chegamos a ir à casa de um deles, que estava indeciso”, relatou Elaine Rodrigues de Paula Reis, diretora do Sindicato das Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado do Paraná (Sinqfar). Ela integrou a comitiva da Fiep, formada por 50 lideranças empresariais, à capital federal no dia 17 de abril, quando a votação na Câmara abriu caminho para o processo de impeachment. De acordo com o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, pelo menos seis votos foram revertidos “graças à mobilização da população e ao trabalho dos empresários”.
Os sindicatos dos patrões também foram para o front nas ruas. Enquanto a Central Única dos Trabalhadores (CUT) liderava o movimento contrário ao impeachment, os empresários usaram diversos recursos para incentivar as manifestações pela saída de Dilma da Presidência. A Pública foi atrás dessas histórias para mostrar como o setor empresarial atuou no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, previsto para terminar no próximo dia 30. O levantamento foi feito nas dez principais federações de indústrias do país. As entidades de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e Rio de Janeiro declararam apoio formal. No Espírito Santo, apesar de o presidente Marcos Guerra ser favorável ao impeachment, a entidade não se manifestou. A Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) informou que “a grande maioria dos sindicatos presentes na casa apoiou o movimento”, no entanto a instituição não se posicionou. As federações de Minas e da Bahia se mantiveram neutras.
Insatisfeitos com os rumos que a economia vinha tomando no governo petista, o setor produtivo viu-se contemplado pelo discurso do vice-presidente, Michel Temer (PMDB): “O governo por si só não pode ser populista apenas para inchar a máquina do Estado, mas deve ser participativo, e essa participação vem precisamente da iniciativa privada que hoje, convenhamos, está muito decepcionada. Eu compreendo as decepções dos empresários”, defendeu Temer durante evento de lançamento da Caravana da Unidade do PMDB, em Curitiba, no dia 28 de janeiro. E seguiu repetindo bordões que soaram como música no ouvido do empresariado: “A iniciativa privada tem que ser prestigiada porque ela garante o emprego do nosso país”; “A iniciativa privada que é a força motriz do próprio governo”. No mesmo encontro, com a presença de diversos setores da sociedade civil, Temer divulgou o que se tornaria a plataforma de seu governo, o documento “Ponte para o futuro”. Lançado oficialmente como programa do PMDB para a crise econômica, ele tem como principal proposta uma política de desenvolvimento centrada na iniciativa privada.
O primeiro representante dos empresários a defender o impeachment foi um aliado de Temer, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo, Paulo Skaf, em declaração feita no dia 14 de dezembro do ano passado. Desde então, tornou-se um militante da causa e articulador do processo junto ao empresariado. A sede da Fiesp se transformou em ponto de manifestações favoráveis ao impeachment, e o famoso pato inflável, criado para a campanha contra aumento de impostos, virou símbolo contra o governo da petista.
A Fiesp foi além. Montou uma infraestrutura na frente da sua sede, na avenida Paulista, para receber manifestantes favoráveis ao processo e publicou um anúncio de 14 páginas do primeiro caderno dos principais jornais do país defendendo “Impeachment Já”. Outra rodada publicitária foi feita em 21 estados com a divulgação de foto, telefone e páginas do Facebook dos parlamentares para pressioná-los durante a votação. Centenas de entidades patronais também apoiaram a campanha, liderada pela Fiesp. Fonte: A Pública.
Créditos: Falando Verdades

Hortas urbanas produzem 20% dos alimentos consumidos no mundo

Horta das Corujas
 Uns acham que é "modinha", outros que é "coisa de hippie". O que a maioria desconhece, entretanto, é que as hortas urbanas são responsáveis por entre 15% e 20% de todo o alimento produzido no mundo e reúnem, atualmente, em torno de 800 milhões de agricultores urbanos no mundo, boa parte deles profissionais, segundo o estudo Estado do Mundo - Inovações que Nutrem o Planeta, da Worldwatch Institute (WWI), instituto de pesquisa sobre questões ambientais, publicado em 2011.
Em São Paulo, as hortas urbanas começaram a ter alguma visibilidade no meio acadêmico e despertar interessa da mídia – e de parte da população – a partir de 2004, época em que a ONG Cidades sem Fome começou a atuar na cidade e incentivar tal prática. O movimento de agricultura urbana na maior metrópole do país cresceu ainda mais em 2011, com a criação do grupo Hortelões Urbanos, que nasceu com o objetivo de "reunir pessoas interessadas em trocar experiências pessoais sobre plantio orgânico doméstico de alimentos e inspirar a formação de hortas comunitárias". Atualmente, o grupo tem quase 65 mil membros no Facebook.
No ano seguinte, em 2012, nascia a Horta das Corujas, na praça Dolores Ibarruri, Vila Madalena, zona oeste da capital paulista, a primeira horta urbana feita em praça pública na cidade, criada por um público predominantemente de classe média e sem ligação anterior com a lida do campo. Apesar da novidade, Claudia Visoni, uma das fundadoras da horta, salienta que a prática da agricultura urbana é tão antiga quanto à própria civilização. "A gente não consegue um ponto inicial porque esse ponto inicial tem 10 mil anos", afirma, destacando ser um conceito errado associar agricultura apenas ao ambiente do campo.
"A gente aprende errado na escola, porque a agricultura é irmã gêmea da urbanidade, as duas nasceram no mesmo dia. O dia em que o homem resolveu criar a primeira aldeia foi também o dia em que ele fez a primeira semeadura. Não existe uma coisa sem a outra, antes disso éramos caçadores-coletores, há dez mil anos. Não existe cidade sem agricultura, nem agricultura sem cidade, essa dicotomia é falsa, é inclusive ideológica e conveniente para o sistema agroindustrial", explica Claudia Visoni, jornalista, ambientalista e agricultora urbana.
Segundo ela, existem entre 15 e 20 hortas urbanas ativas na cidade de São Paulo, algumas bem antigas, como a horta comunitária da Vila Nanci, na zona leste, há 30 anos. "Horta é uma coisa viva. Se deixar de ir 15 dias ou um mês, acabou a horta", diz, explicando ser esse um fator da dificuldade de se mapear as hortas urbanas de São Paulo. Entre as hortas ativas da cidade, além das Corujas, ela cita a horta da Saúde, a horta do Centro Cultural São Paulo, a da City Lapa, da Faculdade de Medicina da USP, a Hora da Horta, entre outras.

Saúde e economia

A Horta das Corujas, assim como outras hortas urbanas de São Paulo, tem como característica a presença de pessoas nascidas e criadas em meio ao asfalto da cidade grande, sem ligação anterior com o trabalho na terra. Um movimento invertido de cidadãos que decidem adotar, nem que seja por algumas horas da semana, hábitos e práticas associadas ao meio rural, ao contrário do tradicional fluxo de pessoas que saem do campo e migram para a cidade.
"Temos pessoas que não têm experiência camponesa de infância, que cresceram no asfalto e hoje estão se tornando agricultores, isso é novidade, pois antigamente todo mundo que era agricultor vinha de família de agricultores", explica Claudia Visoni, ela mesma tendo crescido sem contato com a terra. "Fui conhecer como é a folha de um tomateiro há oito anos."
Na Horta das Corujas, um espaço de 800 m², Claudia diz que os voluntários frequentes são poucos, mas que não consegue dimensionar quantos já passaram por lá e "deram uma trabalhadinha". Os visitantes, por sua vez, veem de todas as partes da cidade e podem colher livremente os alimentos ali cultivados. "Aparece desde vizinho até gente que cruzou a cidade pra conhecer ou que vai levar o filho pra passear. A gente planta pra cidade, não precisa ter trabalhado na horta. É espaço público, qualquer um pode colher o que quiser", afirma.
Ao contrário da ideia padrão de haver alface, tomate e cenoura, a ambientalista explica que, em plena Vila Madalena, plantas raras e não-convencionais também são cultivadas na horta, como taioba, ora-pro-nobis, almeirão roxo, bertalha, serralha, sabugueiro e caruru. "Fomos colonizados pelo varejo e o agronegócio pra comer o que interessa pra eles, então um dos problemas que temos é que as pessoas não reconhecem esses alimentos como comida", enfatiza. Como consequência, ela brinca, há pessoas que chegam para conhecer a horta e exclamam que tem "muito mato".
A prática da agricultura urbana é hoje uma atividade incentivada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (ONU/FAO) como estratégia de aumento da resiliência das cidades e adaptação às mudanças climáticas, além de ser um importante elemento na segurança alimentar da população. O estudo Estado do Mundo – Inovações que Nutrem o Planeta, publicado pela Worldwatch Institute (WWI), estima que dentre as 800 milhões de pessoas no mundo que se dedicam à agricultura urbana, 200 milhões produzem alimentos para vender nos mercados e empregam até 150 milhões de pessoas. Segundo o estudo, calcula-se que até 2020, entre 35 e 40 milhões de africanos que vivem nas cidades "dependerão da agricultura urbana para suprir suas necessidades alimentares". Na prática, isso pode representar até 40% da ingestão diária recomendada de calorias e 30% das necessidades de proteínas.
"O cultivo de alimentos em cidades tem algumas vantagens em relação à agricultura rural, como proximidade dos mercados, baixo custo do transporte e redução de perdas pós-colheita, graças ao menor tempo entre as colheitas. Em períodos de turbulência ou instabilidade, a agricultura urbana sempre mantém as pessoas alimentadas quando o fornecimento de alimentos do campo é interrompido", afirma o estudo publicado em 2011.
A história da agricultura urbana é longa e sempre esteve relacionada ao aumento da segurança alimentar e o combate à fome, principalmente em épocas de guerras e conflitos. A publicação da WWI mostra que pesquisas realizadas em 24 cidades da África e da Ásia, no final dos anos de 1990, revelaram que "famílias pobres que praticavam a agricultura urbana faziam mais refeições e tinham uma dieta mais balanceada do que as outras pessoas". Em Kampala, capital de Uganda, dados da década de 1990 indicam que as crianças de famílias agricultoras eram mais bem nutridas do que aquelas que não pertenciam a famílias agricultoras.
"As cidades estão se tornando centros de intervenções de desenvolvimento e estratégias de planejamento destinadas a combater a fome, a pobreza e a desigualdade para promover a sustentabilidade. A agricultura urbana na África subsaariana é uma parte importantíssima desse movimento, pois oferece maneiras de atender às necessidades prementes da região, como segurança alimentar, geração de renda, fortalecimento de comunidades, descarte de resíduos e a condição das mulheres", afirma trecho do estudo Estado do Mundo – Inovações que Nutrem o Planeta.

Guerrilha verde

As hortas urbanas acabaram virando dissertação de mestrado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP) pelas mãos do geógrafo Gustavo Nagib, sob o título Agricultura urbana como ativismo na cidade de São Paulo: o caso da Horta das Corujas. Para o autor, o exemplo na Vila Madalena tem as características de uma horta ativista, cuja origem conceitual remete a contracultura nascida nos Estados Unidos no final dos anos de 1960 e começo de 1970, e que se batizou de guerrilla gardening ou, numa tradução livre, horticultura de guerrilha ou guerrilha verde.
"São iniciativas que não têm nada a ver com violência, mas ocupam o espaço público ou privado sem prévia permissão. Existia já naquele tempo todo um discurso de reapropriação do espaço público, de se livrar da ‘comida de plástico’, do fast-food, cheia de agrotóxicos, algo ligado ao movimento de produtos orgânicos nos Estados Unidos e o discurso de aproximar produção e consumo, autoprodução, trabalho comunitário, isso seria algo revolucionário para os ativistas da contracultura", explica Gustavo Nagib.
Para ele, embora os processos de criação das hortas urbanas de São Paulo sejam próprios, as conexões com o movimento da contracultura estão presentes, mesmo que não ocupem, necessariamente, espaços públicos ou privados sem autorização. Entre as características da horta ativista, Nagib enfatiza a ausência de interesse comercial e a não existência de preocupação de subsistência.
"As hortas que se manifestam em espaço público você não pode comercializar o que está ali. No caso da Horta das Corujas, pelo contrário, está aberto pra quem quiser frequentar e pertence ao espaço público. A finalidade dela é muito mais de educação, de reeducação com o espaço público, de educação ambiental e de discutir uma série de temas que são propostos em oficinas e mutirões do que qualquer coisa que passe pela via de comercializar. Também não tem a preocupação da subsistência. Ninguém está sobrevivendo ou retirando uma parte considerável da sua sobrevivência daquela horta, então essa expressão de agricultura urbana ativista surge daí", explica.
Apesar de muitas vezes seus frequentadores não terem a consciência dessa ocupação do espaço público, Gustavo Nagib diz que muitas hortas urbanas da cidade são iniciativas que, por não terem como base a subsistência ou a geração de renda, visam "propor uma nova visão de cidade, de como se pensar e usar seus espaços".
Ao longo da pesquisa de mestrado, o geógrafo disse ter descoberto relações que vão muito além do gesto de plantar e colher um alimento livre de agrotóxico em plena área urbana. "Descobri uma séria de coisas relacionadas a uma horta comunitária que não esperava encontrar. Porque você fala: ‘ah...mas é só uma horta’, só que nessa hortinha tem milhares de coisas acontecendo, como o cultivo de plantas não-convencionais, abelhas sem ferrão fazendo a polinização, toda a relação das águas urbanas, já que o tratamento que demos aos nossos córregos urbanos é vergonhoso", afirma, lembrando que a parte aberta do córrego das Corujas é um dos poucos contemplados pelo programa Córrego Limpo, parceria entre a Prefeitura de São Paulo e o Governo do Estado. "É raríssimo encontrar córregos abertos em áreas urbanizadas e limpos, com peixinhos e toda a segurança ambiental necessária", destaca.
Para ele, a partir de um gesto que pode parecer tão inocente, como o de produzir uma horta urbana, surgem outras questões que enriquecem todo o processo. Ou, como disse Claudia Visoni, muita mais do que só "modinha" ou "coisa de hippie".  
Créditos: Rede Brasil Atual

sábado, 11 de março de 2017

Empresas deixaram de pagar mais da metade do valor total do FGTS que será sacado

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) informou que mais de 7 milhões de trabalhadores não receberam corretamente os depósitos a que teriam direito em contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), ativas ou inativas. O valor total devido pelas empresas chega a mais de R$ 24,5 bilhões. Isso representa mais da metade do que será sacado pelos trabalhadores com a nova medida - R$ 43,6 bilhões.
Para evitar a surpresa de descobrir que o empregador não depositou o dinheiro do FGTS, o Ministério do Trabalho recomenda que o empregado acompanhe o depósito todo mês, pelo extrato da conta disponível na Caixa Econômica Federal, inclusive por meio do aplicativo FGTS, para celulares e tablets.
O chefe de Fiscalização do FGTS do Ministério do Trabalho, Joel Darcie, diz que é alto o número de denúncias de recursos não depositados. “A gente recebe bastante denúncia de trabalhador. Às vezes, é denúncia de um sindicato, consta para nós como uma denúncia, mas refere-se a uma empresa enorme. que tem mil ou 2 mil funcionários e consta aqui como uma denúncia simplesmente”, relata.
O fiscal do trabalho informou que somente este ano já foram registradas 3.081 denúncias no ministério. Em 2016, foram 68.289 denúncias e, em 2015, o número chegou a 86.541.
A recomendação do  é que o empregado, ao perceber que o recurso não está sendo depositado, denuncie ao sindicato, em uma das superintendências regionais do Ministério do Trabalho ou na Justiça do trabalho. É preciso apresentar um comprovante de vínculo empregatício, como Carteira de Trabalho ou contrato, e o extrato da conta do FGTS.
A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional diz que os 24,5 bilhões inscritos em dívida ativa referem-se a créditos dos trabalhadores e do fundo que foram objeto de fiscalização, apuração e constituição por parte dos auditores fiscais do ministério.
Após a notificação fiscal e a abertura de processo administrativo, com direito do empregador a defesa e recurso, e persistindo o débito, os créditos são encaminhados pelo Ministério do Trabalho à PGFN para controle de legalidade, inscrição em dívida ativa e cobrança administrativa e/ou judicial. (EBC).
Créditos: Paraíba Total

Mais de um milhão de professores preparam greve contra a reforma da Previdência

A paralisação vai durar inicialmente 10 dias e, no dia 25 de março, o movimento vai avaliar a continuidade das mobilizações - Créditos: CNTE
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) espera a adesão de mais de um milhão de professores e profissionais da rede pública de ensino na greve nacional que será deflagrada na quarta-feira (15). A paralisação, que vai atingir todos os estados do país, inaugura um calendário intenso de mobilizações envolvendo centrais sindicais e movimentos populares contra a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 287/2016, que muda as regras da aposentadoria no país.

Apresentada ao Congresso Nacional pelo governo Temer, a medida estabelece idade mínima de 65 anos para homens e mulheres poderem se aposentar e ainda exige contribuição de 49 anos para que o trabalhador possa receber o valor integral do salário. Alguns benefícios também poderão ser desvinculados do salário mínimo, diminuindo o valor da aposentadoria ao longo do tempo.

Todas as 48 entidades filiadas à CNTE, que incluem sindicatos municipais e estaduais de professores, aprovaram a convocação da greve geral da categoria. A paralisação vai durar inicialmente 10 dias e, no dia 25 de março, o movimento vai avaliar a continuidade das mobilizações.

Segundo Heleno Araújo, presidente da confederação, o movimento sindical e social como um todo, incluindo as maiores centrais e as frentes Brasil Popular (FBP) e Povo Sem Medo (FPSM), também promoverão atos contra a reforma da Previdência no dia 15.
“A meta é barrar essa reforma. Existe escola pública em cada bairro de cada município desse país. Vamos dialogar diretamente com a comunidade explicando a gravidade das mudanças que estão sendo propostas. Não tem final de semana nem feriado, estamos em uma verdadeira campanha, mas, dessa vez, para evitar um grave retrocesso”, explica.

Uma das principais ações locais durante a greve é pressionar as bases eleitorais de deputados que são a favor da reforma. A tática já tem surtido efeito, explica Heleno Araújo. Na semana passada, uma liminar obtida pelo deputado federal Heitor Schuch (PSB-RS) chegou a proibir a CUT do Rio Grande do Sul de distribuir um jornal especial sobre a reforma da Previdência. Uma das matérias estampava fotos de parlamentares do estado que apoiavam a medida. A censura acabou sendo derrubada posteriormente na Justiça.

“Esse caso mostra que os deputados, quando têm sua posição política contra o povo exposta na mídia, entram em pânico. Nós vamos expor todos eles”, promete Heleno Araújo, que acredita que o governo não terá os 308 votos necessários na Câmara dos Deputados para aprovar a PEC. A proposta, se passar na Câmara, ainda depende do voto de 49 senadores, em dois turnos. O governo Temer sonha em ver a medida aprovada até julho.
Créditos: Brasil de Fato

Após aumento da velocidade, marginais têm 60% mais acidentes

via
Após o aumento da velocidade nas vias marginais Pinheiros e Tietê, determinada pelo prefeito da capital paulista, João Doria (PSDB), a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou 102 acidentes no trecho entre 25 de janeiro – dia que a medida entrou em vigor – e 23 de fevereiro. A média de 2016, com as velocidades implementadas na gestão de Fernando Haddad (PT), era de 64 acidentes por mês. O aumento de 60% foi justificado pela gestão Doria pelo aumento do número de agentes de trânsito atuando na região, de 45 para 75, o que teria aumentado o registro de ocorrências.
Dentre os acidentes ocorridos, quatro foram atropelamentos. Uma morte foi registrada. No entanto, esses dados são preliminares e não compilam informações dos serviços de saúde nem boletins de ocorrência da Polícia Civil. O Programa Marginal Segura, criado por Doria, definiu o aumento da velocidade nas marginais Pinheiros e Tietê, de 50 km/h para 60 km/h, na via local, de 60 km/h para 70 km/h, na via central, e de 70 km/h para 90 km/h, na via expressa.
Promessa de campanha de Doria, o aumento da velocidade das marginais ignorou apelos de organizações que trabalham por segurança no trânsito, associações de ciclistas e pedestres e urbanistas. A Associação Ciclocidade entrou na Justiça contra o aumento da velocidade e teve um vitória temporária, mas a liminar foi derrubada dois dias antes da mudança. Para mitigar os problemas causados pelo aumento da velocidade, a gestão Doria disse que deixaria quatro ambulâncias e dez veículos operacionais para atender exclusivamente as marginais.
A gestão Haddad reduziu a velocidade das marginais em 20 de julho de 2015. Um ano depois, a queda no número de acidentes foi acentuada. As vias tiveram 608 acidentes no primeiro semestre de 2015, contra 380 nos primeiros seis meses de 2016, segundo dados da CET. O número de atropelamentos também caiu, indo de 27 para nove no mesmo período. Além disso, o índice de congestionamentos teve redução de 6%, em linha com a análise de especialistas em mobilidade urbana.
Créditos: Revista Forum