sábado, 6 de maio de 2017

Centrais confirmam ocupação em Brasília e, se necessário, nova greve geral

As centrais sindicais confirmaram que irão promover uma ocupação em Brasília, neste mês, contra as "reformas" da Previdência e trabalhista. E, a depender do andamento das propostas no Congresso, sinalizam com nova greve geral, "mais forte" do que a realizada na última sexta-feira (28). "O momento decisivo é o mês de maio", disse o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre. "É o momento de a sociedade brasileira ocupar Brasília", acrescentou, durante reunião na sede da entidade, no bairro do Brás, região central de São Paulo, com dirigentes de outras oito centrais e representantes de movimentos sociais.


Todos afirmaram que é preciso dar "continuidade" ao movimento de 28 de abril. "O país se envolveu. Essas propostas estão sendo impostas à sociedade. Eles estão tomando decisões contra a vontade do povo", disse o secretário-geral. Por unanimidade, as nove centrais aprovaram calendário que prevê atividades na capital federal já na próxima semana, com sindicalistas procurando os parlamentares. A ocupação deverá ocorrer entre os dias 15 e 19, conforme a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, da Previdência, na Câmara, e do Projeto de Lei (PLC) 38, trabalhista, no Senado. "Se a marcha das reformas continuar como está, o passo seguinte é uma nova grande greve", afirmou Sérgio Nobre.
"Sempre defendemos o aperfeiçoamento (da legislação)", observou o presidente da CUT, Vagner Freitas. "O que está se fazendo agora é acabar com a CLT e com os direitos, e sem nenhuma contrapartida. Estão destruindo e não colocando absolutamente nada no lugar. Não existe nenhuma proposta modernizante."
O presidente da UGT, Ricardo Patah, aposta em novo cenário após as mobilizações da greve geral. "Diferente do que o governo achava que iria ocorrer, não só foi muito forte como a sociedade apoiou", avaliou. "No Senado, a impressão que eu tenho é de que o ambiente está muito diferente do da Câmara."
"Nosso foco agora é Brasília", reforçou o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna. "Esse trabalho que estamos fazendo aqui está em consonância com nossos parlamentares", afirmou, acreditando em resultado favorável, apesar da minoria oposicionista no Congresso. Ele também enfatizou a importância da greve geral, "nacional, com participação da maioria das categorias e unitária".
"Essa unidade, que é a coisa mais importante da classe operária, está nos permitindo virar jogo", comentou o presidente da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira, o Bira. "Nunca vi uma unidade dessa natureza", acrescentou, resumindo os objetivos das centrais: "Retirar essas propostas, ocupar Brasília e jogar duro". Integrante da executiva da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha, concordou. "Temos de exigir que (o governo) retire os projetos. Não tem como melhorar."
Esse é um ponto com certa divergência entre as centrais – algumas querem simplesmente a retirada da PEC e do projeto de lei, enquanto outras acreditam ser mais realista brigar por emendas nos textos. "O que nos unifica é 'nenhum direito a menos'", disse o secretário-geral da CUT.
Da mesma forma, parte dos dirigentes defende mais ênfase no indicativo de greve geral, que deve ser discutido e anunciado em Brasília. "O movimento sindical passa a acumular força. A agenda regressiva em curso vai exigir muita cautela e organização de nossa parte. A greve geral não será obra do acaso, precisa ser construída", ponderou o presidente da CTB, Adilson Araújo. Ele observou que, apesar dos avanços na mobilização, o cenário ainda é de dificuldade. "O governo tem baixa popularidade, mas ainda tem voto."
Para o secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro, o Índio, o andamento das votações no Congresso tende a aumentar o grau de descontentamento da população. "A questão da aposentadoria pesou, as pessoas compreendem", afirmou. Agora, é preciso informar a sociedade sobre os efeitos do projeto que mexe com a CLT. "Se eles aprovarem a reforma trabalhista, nem precisa fazer a da Previdência. A imensa maioria não vai atingir as condições de aposentar, nas regras atuais."
"Não podemos deixar arrefecer", acrescentou o presidente da Nova Central em São Paulo, Luiz Gonçalves, o Luizinho. Segundo ele, a greve do dia 28 também mostrou força fora dos grandes centros urbanos. "A luta se interiorizou, mostrou a grande capilaridade que o movimento sindical conquistou com essa mobilização."
Créditos: Rede Brasil Atual

Cientistas criam método mais rápido e barato para detectar zika

Uma equipe internacional de pesquisadores conseguiu desenvolver um teste mais rápido e barato capaz de detectar o vírus da zika em mosquitos e em amostras humanas. Além de ser uma alternativa para diagnosticar pacientes no futuro, o método pode desempenhar um papel importante no monitoramento da chegada do vírus a novas regiões do mundo.

A pesquisa, liderada por pesquisadores do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Patologia da Universidade do Estado do Colorado, nos Estados Unidos, usou um método chamado LAMP (sigla para amplificação isotérmica mediada por loop, em inglês). 

A brasileira Tereza Magalhães, pesquisadora da Universidade do Estado do Colorado e uma das autoras do estudo, explica que o teste desenvolvido é parecido com um outro método atualmente utilizado na detecção de zika chamado RT-PCR (sigla para reação de transcrição reversa seguida por reação em cadeia da polimerase). Esse teste amplifica o material genético do vírus presente na amostra para que ele se torne detectável. Trata-se de um teste caro, de alta complexidade que exige profissionais treinados e laboratórios especiais.

“É possível, após esses estudos, que tenhamos uma ideia melhor da sua utilidade prática em áreas endêmicas e que seja possível implementá-lo em serviços de saúde e vigilância”
O método LAMP também detecta o material genético do vírus, porém sem a necessidade de equipamentos sofisticados, materiais purificados e temperaturas distintas. Além disso, os resultados podem ser visualizados a olho nu por mudanças de cor. “Tudo isso facilita imensamente a realização do teste e minimiza bastante o custo e o tempo em comparação à PCR”, afirma Tereza.

“Com o LAMP, você não precisa da sofisticação de uma máquina”, diz o professor Joel Rovnak, um dos autores do estudo. Isso tornaria o método mais viável em países em desenvolvimento atingidos pelo vírus. Segundo os pesquisadores, o teste seria importante para determinar políticas públicas de prevenção em locais onde fossem identificados mosquitos infectados, mesmo antes de surgirem casos em humanos.

De acordo com Tereza, o teste teve resultados excelentes em amostras de mosquitos e em amostras biológicas humanas artificialmente inoculadas com zika. O método também teve sucesso em testes de amostras de pacientes do Brasil e da Nicarágua. Porém neste caso, segundo Tereza, os resultados foram melhores quando foi utilizado o RNA purificado do vírus, em vez de amostras sem purificação. É possível que o teste tenha de ser aprimorado especificamente para cada tipo de amostra, como de sangue, sêmen, saliva ou urina.

Hoje, o teste está sendo aplicado em amostras de mosquito coletados em campo e também em novos pacientes infectados com o vírus da zika. “É possível, após esses estudos, que tenhamos uma ideia melhor da sua utilidade prática em áreas endêmicas e que seja possível implementá-lo em serviços de saúde e vigilância, se houver interesse” afirma Tereza. (G1).
Créditos: Focando a Notícia

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Reforma trabalhista é retrocesso da proteção social, afirma Dieese

 O projeto de "reforma" da legislação trabalhista, aprovado na Câmara e agora no Senado, representa um "retrocesso da proteção social ao trabalho aos primórdios do processo de industrialização no país", afirma o Dieese em análise sobre o texto. Para o instituto, na prática o projeto de lei, se implementado, resultará em "drástica redução de direitos e no desmantelamento do sistema de relações de trabalho" em vigor desde o surgimento da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 1943.
Segundo a análise do instituto, divulgada nesta semana, a proposta governista trará "substancial redução do papel do Estado em relação à proteção ao trabalhador, o que deve piorar as condições de vida e trabalho", além de reduzir a capacidade de negociação dos sindicatos, em um cenário econômico extremamente adverso. "O projeto, portanto, reverte de forma cabal, os fundamentos legais, políticos e ideológicos que orientaram, até agora, as relações entre Estado, capital e trabalho no país."
Em resumo, para o Dieese, o projeto institui um marco regulatório "altamente favorável aos interesses das empresas". Com isso, reverte a lógica que inspirou a criação da legislação trabalhista, de caráter mais protetivo ao trabalhador, "ainda que permeada por uma visão conservadora a respeito dos direitos coletivos de organização e representação".
O instituto destaca cinco fundamentos do projeto: revogação do princípio de proteção ao trabalhador perante o empregador; redução do poder de negociação e de contratação coletiva dos sindicatos; autorização para o rebaixamento de direitos previstos em lei; ampliação de possibilidade de contratos atípicos e de trabalho autônomo; e restrição à atuação do Poder Judiciário e também do acesso dos trabalhadores à Justiça.
Além disso, o texto estabelece uma forma de "blindagem patrimonial", como define o Dieese, ao limitar o conceito de grupo econômico – de forma a restringir a cobrança de passivos trabalhistas. "Com isso, favorece a criação de empresas com 'sócios laranja' e dificulta a recuperação de débitos trabalhistas e previdenciários."
A Câmara aprovou o substitutivo ao Projeto de Lei 6.787, elaborado pelo deputado Rogério Marinho (PSDB-RN). O texto, agora como PLC 38, começou a tramitar no Senado.
Créditos: Rede Brasil Atual

CNBB vê democracia ameaçada

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota na quarta-feira, 3, em que manda um recado direto para Michel Temer, que chegou ao poder por meio de um golpe parlamentar, arquitetado por políticos corruptos, e que conduz uma agenda rejeita pela quase totalidade da população brasileira.
"O Estado democrático de direito, reconquistado com intensa participação popular após o regime de exceção, corre riscos na medida em que crescem o descrédito e o desencanto com a política e com os Poderes da República cuja prática tem demonstrado enorme distanciamento das aspirações de grande parte da população", diz texto lido nesta quinta-feira, 4, pelo secretário-geral da CNBB, Leonardo Ulrich Steiner, durante encerramento da 55.ª Assembleia Geral da CNBB, em Aparecida (SP).
A CNBB também fez um alerta contra o neofascismo brasileiro. "Desconsiderar os partidos e desinteressar-se da política favorece a ascensão de 'salvadores da pátria' e o surgimento de regimes autocráticos", diz o texto. Fonte: Brasil 247.
Créditos: WSCOM

OMS alerta que nova epidemia de Ebola é 'inevitável'

Resultado de imagem para OMS alerta que nova epidemia de Ebola é “inevitável”
O mundo não está a salvo de uma nova epidemia de Ebola, mas estará “melhor preparado” quando isso voltar a ocorrer, afirmou nesta quinta-feira em Conacri, na Guiné, a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan A Guiné é um dos três países mais afetados pelo Ebola na África Ocidental entre 2013 e 2016, ao lado da Libéria e de Serra Leoa.

O fim da epidemia foi declarado na região em junho de 2016, depois de ter deixado mais de 11.300 mortos, 99% deles nesses três países. Durante a epidemia, a OMS foi criticada pela sua falta de discernimento sobre a gravidade da crise e por levar vários meses para declarar guerra ao vírus.

“Os cientistas não sabem ainda com exatidão onde na natureza os focos do vírus do Ebola se escondem, mas quase todos os especialistas concordam que uma nova epidemia é inevitável”, declarou Chan, após uma reunião de um dia sobre as vacinas contra o Ebola.

No entanto, “quando isto ocorrer, o mundo estará mais preparado” para enfrentá-la, afirmou Chan, ao lado do presidente guineense, Alpha Condé, da responsável da OMS na África, Matshidiso Moeti, assim como de outros especialistas e autoridades sanitárias da Libéria e Serra Leoa.

Segundo a diretora-geral da OMS, a esperança de uma reação melhor ante uma possível nova epidemia se baseia nas “medidas de controle estabelecidas”, como a quarentena ou o isolamento, além de uma “nova abordagem para o controle do Ebola, a vacinação em anel”.

Este método consiste em vacinar os círculos ou grupos de pessoas em contato com um doente, primeiro os mais próximos e depois os indivíduos que tiveram contato com ele, e foi utilizado para erradicar a varíola. 

“A estratégia pode ter um impacto significativo, embora o estoque de vacinas seja limitado no início”, acrescentou Margaret Chan. Em dezembro, a OMS anunciou que uma primeira vacina – entre as cerca de 15 em desenvolvimento nos Estados Unidos, Europa, Rússia e China – era “até 100% eficaz” contra o vírus do Ebola.
Trata-se da rVSV-ZEBOV, desenvolvida pela Agência de Saúde Pública do Canadá, graças a financiamentos diversos. Os testes foram realizados principalmente na Guiné.
Créditos: AFP/EXAME.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Eleição de 2018 poderá não acontecer

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mandou instalar, na tarde desta quinta-feira, uma comissão especial para analisar uma proposta de emenda constitucional, apresentada pelo deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), que estabelece a simultaneidade nas eleições para todos os cargos majoritários.
Com isso, abre-se o caminho para a anulação das eleições presidenciais de 2018 e a disputa poderia ocorrer apenas em 2020, quando haverá eleição para as prefeituras.
No último domingo, o Datafolha revelou que o ex-presidente Lula lidera em todos os cenários, com 29% a 31% das intenções de voto, e que 85% dos brasileiros exigem a saída imediata de Michel Temer e a convocação de diretas já.
No entanto, o adiamento das eleições ajudaria a direita, que já derrubou a presidente Dilma Rousseff por meio de um golpe parlamentar, a tentar inabilitar Lula no tapetão.
Esta proposta de emenda constitucional estava parada desde 2003, mas acaba de ganhar tramitação urgente na Câmara. Em suas falas posteriores ao golpe, a presidente deposta Dilma Rousseff sempre alertou para o risco de anulação das eleições de 2018.
Com manobras como o golpe parlamentar de 2016 e a emenda constitucional agora em tramitação, a direita vem levando adiante seu plano de destruição da democracia brasileira.
Créditos: Revista Forum 

Comissão especial da Câmara aprova relatório de reforma da Previdência

Por 23 votos a 14, a comissão especial da Câmara dos Deputados que discute a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, de "reforma" da Previdência, aprovou o parecer do relator, Arthur Maia (PPS-BA). O texto agora irá a votação em Plenário. O presidente do colegiado, Carlos Marun (PMDB/MS), conduziu a sessão. Ao final da votação, deputados da oposição cantaram um refrão aos apoiadores do texto: “Ô traidor, pode esperar, a sua hora vai chegar”.
O PMDB de Michel Temer anunciou voto a favor do relatório. Encaminharam contra PT, PSB, PDT, SD, PCdoB, PHS, Psol, Pros e Rede. 
O relator manteve a idade mínima de 65 anos para obter a aposentadoria, no caso dos homens, e reduziu a das mulheres para 62 anos. O tempo mínimo de contribuição seria de 25 anos. Quem se aposentar receberá 70% do valor integral e terá acréscimo para cada ano trabalho, além dos 25 anos. 
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) disse que o resultado da votação na comissão não significa nada, já que o governo só precisava de 19 votos para ganhar. "Mas no Plenário são 308 e o governo não tem estes votos." Segundo a parlamentar, a greve geral da última sexta-feira pressionou ainda mais os deputados da base do governo. Com 23 a 14, a votação da PEC da Previdência em comissão especial foi mais apertada para o governo do que a trabalhista há duas semanas, quando os governistas venceram por 27 votos a 10.
“Prefiro a solução da CNBB, da OAB e de 80% do povo: manter a Previdência e cobrar dos mais ricos”, disse o deputado Henrique Fontana (PT-RS).
Marcus Pestana (PSDB-MG), aliado histórico do senador Aécio Neves (PSDB) em Minas Geais, reafirmou que seu partido vai votar a favor do relatório, mas ainda quer negociar questões como a aposentadoria por invalidez.
Antes de anunciar a posição do partido, Paulinho da Força (SD-SP) disse que “não pode o governo imaginar que vai tirar o país da crise nas costas dos trabalhadores”.
Maia Filho (PP-PI) reconheceu a impopularidade da PEC 287. “Temos recebido uma pressão tremenda nos nossos estados. Não vou dizer que o povo brasileiro é a favor da reforma da Previdência”, disse. Mas “de forma tranquila, com convicção”, votou a favor da proposta. “Mesmo com as pesquisas e pressão, queria dizer uma frase de Rui Barbosa: ‘a todos os elogios do mundo, prefiro os elogios da minha consciência’".
“Estamos vendo um verdadeiro desfile de cara de pau para iludir o povo brasileiro”, discursou o deputado Bebeto (PSB-BA). “Esse projeto tem um viés, é para beneficiar a banca, para beneficiar banqueiros. É isso que o governo não tem coragem de dizer”, acrescentou, ao anunciar a posição do PSB, que já fechou questão contra as reformas da Previdência e trabalhista.
Créditos: Rede Brasil Atual