terça-feira, 9 de maio de 2017

Produção industrial cai na maioria das regiões pesquisadas pelo IBGE

Dados divulgados hoje (9), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), relativos à Pesquisa Industrial Mensal Produção Física Regional (PIM-PF), detalhando o comportamento do setor por regiões, indicam que a retração a nível nacional foi puxada por Santa Catarina, onde a queda de 4% na comparação de fevereiro para março (série com ajuste sazonal) interrompeu quatro meses consecutivos de taxas positivas, quando o estado teve crescimento de 7%.
Logo em seguida, vem o Ceará com retração de 3,1%; Paraná (-2,9%); Minas Gerais (-2,8%) e Pará (-2,7%). Em todos eles, as quedas foram mais intensas do que a média nacional de 1,8% detectada em março pelo IBGE.
Ainda com resultados negativos, mas de magnitude inferior à média nacional de março, aparecem São Paulo (-1,7%), Rio Grande do Sul (-1,2%) e Espírito Santo (-0,7%). Em Pernambuco, o resultado ficou estagnado (0,0%) repetindo fevereiro.
Com resultado positivo no parque fabril aparece o Amazonas, que, ao crescer de fevereiro para março 5,7%, apontou o resultado positivo mais acentuado do mês, eliminando o recuo de 2,5% observado no mês anterior; assim como a Bahia (2%), Rio de Janeiro (0,7%), Goiás (0,5%) e Região Nordeste que cresceu 0,1%.
Já o 0,6% relativo ao crescimento acumulado pela indústria brasileira no primeiro trimestre do ano mostra expansão em 12 dos 15 locais pesquisados frente a igual período de 2016.
O resultado tem como destaque os avanços em Goiás, onde a indústria cresceu nos três primeiros meses do ano 6,6%; Santa Catarina (5,2%), Rio de Janeiro (4,8%), Paraná (4,6%), Pernambuco (4,2%), Espírito Santo (4%) e Minas Gerais (3,6%).
Embora com expansões de menor expressão, completam as 12 regiões com crescimento o Rio Grande do Sul ( 1,9%); Amazonas (1,3%), Pará (0,6%), Mato Grosso (0,4%) e São Paulo (0,1%), estes dois últimos com crescimento inferior à média nacional de 0,6%.
Entre as três regiões onde houve queda na produção trimestral da indústria, o destaque negativo ficou com a Bahia (- 8,3%), pressionada pelo comportamento negativo dos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis. Os demais resultados negativos ficaram com a Região Nordeste (-2,5%). O Ceará teve queda de 2,2%.
Segundo o IBGE, nos locais onde houve crescimento da produção no primeiro trimestre o maior dinamismo foi influenciado por fatores relacionados à expansão na fabricação de bens de capital (em especial, os voltados para o setor agrícola e para a construção); de bens intermediários (minérios de ferro, petróleo, celulose, siderurgia, autopeças e derivados da extração da soja); e outros.
A Pesquisa Industrial Mensal Produção Física Regional, ao comparar março com março de 2016, indica crescimento em oito dos 15 locais pesquisados pelo IBGE.
O crescimento a nível nacional de 1,1% aponta como destaques Goiás (expansão de 8% no parque fabril), e Rio Grande do Sul (7,4%.
Rio de Janeiro (6,1%), Santa Catarina (5,9%) e Paraná (4,9%) também tiveram crescimento bem superior à média nacional. O Espírito Santo fechou com incremento de 2,4%. Embora com crescimento abaixo da média nacional, São Paulo avançou 0,9%.
Amazonas (-7,3%) acusou o recuo mais acentuado em março de 2017, pressionado, segundo o IBGE, pelo comportamento negativo de setores de bebidas (preparações em pó para elaboração de bebidas), entre outros. Os demais resultados negativos ocorreram na Bahia (-4,3%), Ceará (-3,8%), Pará (-2,6%), Região Nordeste (-2,5%), Pernambuco (-0,8%) e Mato Grosso (-0,3%).
Créditos: Agência Brasil

Temer libera 1,9 bilhão para deputados

Para obter o apoio de deputados para sua reforma da Previdência, que acaba com a aposentadoria dos brasileiros, Michel Temer planeja acelerar a liberação de verbas para pagar emendas dos parlamentares que se comprometerem a votar a favor das mudanças.
Em reunião ontem(8), Temer determinou que seus ministros privilegiem cerca de 330 parlamentares na distribuição dos recursos, usados para bancar obras e projetos nas bases eleitorais dos congressistas.
As informações são de reportagem de Bruno Boghossian, Gustavo Uribe e Daniel Carvalho da Folha de S.Paulo. "O governo estima que os projetos indicados por esses parlamentares ainda têm R$ 1,9 bilhão a receber até o fim do ano —média de quase R$ 6 milhões para cada um.
A ideia é pagar parte agora para reduzir a resistência dos deputados na votação. As liberações devem ser feitas nas próximas três semanas.
Parlamentares de oposição e aqueles que traíram o governo em votações recentes ficarão fora da distribuição, e suas emendas devem ficar represadas até o fim do ano.
A estratégia do Palácio do Planalto é dar conforto aos integrantes mais fiéis da base aliada, que poderão levar o dinheiro para os projetos em seus municípios e, assim, compensar a carga negativa que terão em suas bases eleitorais ao votar pela reforma.
Temer tem enfrentado dificuldades para conquistar os 308 votos necessários para aprovar a proposta, que modifica vários artigos da Constituição e por isso precisa de 60% dos votos para ser aprovada. Temer distribuiu cargos e demitiu funcionários indicados por integrantes da base que votaram contra propostas de interesse do governo." Fonte: Brasil 247.
Créditos: WSCOM

MST é o maior produtor de arroz orgânico da América Latina

BBC - Para a safra do arroz orgânico de 2016-17, o MST estima a colheita de mais de 27 mil toneladas, produzidas em 22 assentamentos diferentes, envolvendo 616 famílias gaúchas. Também serão produzidas 22.260 sacas de sementes, que não são transgênicas. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), órgão do governo federal, não diferencia a produção orgânica da convencional (com agrotóxicos e outros aditivos químicos) na sua estimativa atual de safra. 

Mas o Irga (Instituto Riograndense do Arroz), do governo gaúcho, confirma que o MST é, no momento, o maior produtor orgânico do grão da América Latina.
O movimento exporta 30% de sua produção, segundo Emerson Giacomelli, coordenador do Grupo Gestor do Arroz Agroecológico do MST. 

Um dos responsáveis pela exportação é o zootécnico Anderson Bortoli, 41, da empresa Solstbio, da cidade de Santa Maria.
A empresa - sem relação institucional com o MST - compra o arroz orgânico de três assentamentos gaúchos e exporta-o para Estados Unidos, Alemanha, Espanha, Nova Zelândia, Noruega, Chile e México.

Bortoli coleta amostras do arroz nos silos e envia para a Bélgica para análises que garantem que não contenha nenhum agrotóxico e, assim, obtém as certificações de produto orgânico. Apenas no município gaúcho de Nova Santa Rita, a produção do MST faz circular R$ 7 milhões por ano, movimentando a economia local, diz a prefeita Margarete Simon Ferretti (PT).

Os 4 mil alunos das 16 escolas municipais consomem alimentos orgânicos adquiridos pela prefeitura diretamente dos agricultores. E os produtores de arroz orgânico trabalham no sistema de cooperativa e recebem, de acordo com Giacomelli, 15% a mais do que agricultores convencionais.

"Essa valorização é possível porque colocamos um produto de qualidade no mercado, com preço maior. Isso ajuda a manter os trabalhadores no campo", explica o gestor. 

No início do MST, durante a crise da década de 1980, a meta principal do movimento era terra para trabalhar e criar as famílias. Naquele âmbito a visão era até um pouco ingênua: terra para quem nela trabalha. É um princípio justo, porém insuficiente para resolver os problemas da produção de alimentos. Na medida em que o MST foi evoluindo, fomos adequando nosso programa, fomos incorporando a agroecologia", diz João Pedro Stédile, coordenador nacional do Movimento Sem Terra, em entrevista à BBC Brasil

Estudos acadêmicos mostram que o discurso da agroecologia foi incorporado pelo MST a partir dos anos 2000. "A agroecologia passa a ser o principal discurso (do MST) para a viabilidade da reforma agrária e para dialogar com a sociedade civil - urbana ou rural", opina Caetano De'Carli Viana Costa, professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) que estudou essa mudança do MST.

O modelo agroecológico, segundo Stédile, é antagônico ao do agronegócio porque este último "visa o lucro a qualquer custo, usando agrotóxicos, transgênicos e maquinário, o que afasta os trabalhadores rurais do campo". De um lado, essa nova fase do movimento gera críticas de quem acha que ele deixou de lado sua pauta original para sucumbir às demandas do mercado consumidor.

"O MST abandonou sua pauta de luta para absorver um modelo de produção liberal - e por que não dizer capitalista - para lograr sucesso", critica Adriano Paranaiba, mestre em Agronegócios pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e diretor de ensino e pesquisa do Instituto Liberdade e Justiça (ILJ) 
De outro, há quem critique as táticas tradicionais de invasão de terras, mas veja com bons olhos o avanço na produção de orgânicos. Por Paula Sperb . De Nova Santa Rita (RS) para a BBC Brasil
Créditos: BBC Brasil

Preço da cesta básica aumenta nas 27 capitais em abril

 O custo da cesta básica, calculado pelo Dieese, aumentou em abril nas 27 capitais brasileiras, com destaque para Porto Alegre (6,17%), Cuiabá (5,51%), Palmas (5,16%), Salvador (4,85%) e Boa Vista (4,71%). As menores variações foram apuradas em Goiânia (0,13%) e São Luís (0,35%).
Nos quatro primeiros meses do ano, o Dieese apurou elevação em 16 capitais e queda em 11. No primeiro caso, as principais altas foram registradas em capitais nordestinas: Fortaleza (7,33%), Recife (5,97%) e Teresina (4,84%). E as quedas mais expressivas também foram no Norte/Nordeste: Rio Branco (-13,33%), Manaus (-5,34%) e Maceió (-4,32%). Em 12 meses, 20 têm aumento.
A cesta mais cara, em abril, foi a de Porto Alegre (R$ 464,19), enquanto a de menor valor médio foi a de Rio Branco (R$ 333,18). Com base na mais cara, o instituto calculou em R$ 3.899,66 o salário mínimo necessário para as despesas básicas de um trabalhador e sua família – 4,16 vezes o mínimo oficial (R$ 937). A proporção aumentou em relação a março (3,92 vezes) e caiu ante abril de 2016 (4,22).
O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta foi estimado em 93 horas e 17 minutos. Era de 90 horas e 33 minutos em março e de 96 horas e 26 minutos em abril do ano passado. 
Segundo o Dieese, houve predominância de alta nos preços do tomate, batata (pesquisada nas regiões Centro-Sul), café em pó, leite e manteiga. Houve redução, na maior parte das cidades, dos preços de óleo de soja e arroz.
Créditos: Rede Brasil Atual

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Pesquisadores anunciam ter eliminado HIV em animais

 Ilustração mostra atividade da CRISPR alterando a sequencia genética de molécula de DNA (Foto: S. Dixon/F. Zhang/Divulgação)
Uma equipe de pesquisadores da Universidade Temple, na Filadélfia, anunciou que conseguiu reeditar os genes do HIV presentes em animais vivos infectados. Essa reformulação do DNA evita que o vírus continue a se replicar e elimina a doença. A pesquisa foi publicada na revista “Molecular Therapy”.

Essa técnica de edição de DNA é recente, mais divulgada durante o ano de 2016, e é uma das maiores promessas para combate às doenças. O Crispr, como é chamada, é uma ferramenta usada pelas bactérias quando são atacadas pelos vírus: elas reescrevem os genes inseridos pelos “inimigos”, o que chamou a atenção dos pesquisadores.

Usar o Crispr para curar o HIV é uma das principais metas de pesquisadores. Neste estudo, os cientistas Wenhui Hu, Kamel Khalili, Laura H. Carnell e Won-Bin Young ampliaram os resultados obtidos em 2016, em artigo publicado pela revista “Nature” (leia em inglês). No ano passado, eles conseguiram eliminar fragmentos do HIV do genoma da maioria dos tecidos dos animais do experimento, também com a ajuda do Crispr.

“Nosso novo estudo é mais abrangente”, disse Hu. “Confirmamos os resultados do nosso trabalho anterior e melhoramos a eficiência da nossa estratégia de edição de genes. Nós também demonstramos como é eficaz a estratégia em dois modelos de ratos diferentes e adicionais, um com uma infecção aguda nas próprias células e outro representando a infecção latente em células humanas”.

Desta vez, neste novo artigo, a equipe conseguiu inativar o HIV geneticamente em camundongos, reduzindo a expressão do RNA viral em cerca de 60 a 90%, confirmando a descoberta anterior. Em seguida, eles conseguiram usar o Crispr em roedores infectados com um tipo de HIV equivalente ao humano. Os cientistas também usaram o Crispr em um terceiro modelo de células infectadas, com enxerto em nas células T, ou linfócitos T, tipo importante para a defesa do seres humanos.

“Durante a infecção aguda, o HIV se replica ativamente”, disse Khalili. “Com os camundongos com EcoHIV (similar ao humano), nós pudemos investigar a capacidade estratégica do Crispr em bloquear a replicação do vírus e potencialmente prevenir um sistema de infecção. A eficiência da edição chegou a 96%. De acordo com os pesquisadores, é a primeira evidência para erradicação do HIV. (G1).
Créditos: Alagoas 24h 

domingo, 7 de maio de 2017

Deputados e senadores devem 3 bilhões de impostos

O presidente do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz), Achilles Frias, denunciou que os parlamentares legislam em causa própria para terem suas dívidas com a União perdoadas, em audiência pública na CPI da Previdência da Câmara, na última quinta-feira (4). 

De forma relâmpago, uma Comissão Mista do Congresso Nacional aprovou na quinta (4), a Medida Provisória (MP) 766/17, sobre o Programa de Regularização Tributária (PRT), conhecido como Refis. A MP foi alterada e incluiu vários benefícios para as empresas, como o perdão de até 90% nas multas de débitos tributários.

“Em um país sério, um grande devedor, sendo parlamentar, nem sequer votaria uma Medida dessas. No Brasil, um deputado que é grande devedor, que deve mais de R$ 67 milhões à União e que é da base do Governo, foi designado para relatar a MP 766, que prestigia o mau pagador em detrimento do bom. Newton Cardoso autoconcedeu 99% de descontos para suas próprias dívidas com a União”, disse Achilles Frias.

O deputado Newton Cardoso Júnior (PMDB-MG) é o relator da MP e acumula débitos de R$ 67,8 milhões em nome de suas empresas. José Perrela (PMDB-MG), senador e empresário, por exemplo, deve R$ 1,7 bilhão. Fernando Collor de Mello (PTC-AL), R$ 142,5 milhões. O deputado federal Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), R$ 107 milhões.

“A aprovação da MP, que segue para deliberação em plenário, e o sucateamento da Procuradoria da Fazenda Nacional demonstram que o Governo Federal não tem interesse na cobrança dos grandes devedores. Em contrapartida, quer submeter a população a uma reforma da Previdência que extingue direitos dos trabalhadores”, diz o Sinprofaz.

Assista ao vídeo abaixo com a denúncia e confira aqui nota da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional sobre as dívidas.
Créditos: Revista Forum

Nordeste vive a pior seca dos últimos cem anos

Desde 2012, os estados do nordeste brasileiro vivem o que já é considerada a pior seca dos últimos cem anos. O período de estiagem afeta a vida de 23 milhões de pessoas que vivem no semiárido nordestino. São 600 mil animais perdidos só em Pernambuco e mais de 600 cidades em estado de emergência por causa da falta de água.

Jusci Cleide dos Santos mora em um sítio de Petrolina, em Pernambuco, onde o caminhão pipa não consegue chegar pela estrada de areia. Ela anda por 8km a cada dois dias para buscar água direto do rio São Francisco. São sete horas de caminhada.“Ô meu Deus, bota uma nuvem nesse céu”, reza ela no caminho.  Há quatro anos, Jusci vive no sítio com o marido e quatro filhos. Eles vivem da venda de carvão e dos R$220 que recebem do Bolsa Família.

Por conta da seca, os animais do sitiante Manoel Ferreira estão magros, quase morrendo. Ainda assim, ele tenta vender dois bois em Tabira, interior de Pernambuco, na segunda maior feira de animais do estado. “Eu não tenho o que dar de comer aos bichos. Tem gente que deixa, mas eu não deixo morrer, não”, relata Manoel. Depois de cinco horas tentando vender os animais, ele consegue um comprador. Mas ele não pretende ficar com os bois. “(Vou) trocar eles. Porque o dono mesmo vai trocar nos miudinhos. Trocar os grandes por uns pequenos porque come menos. Gado aqui nessa região virou canibal. É vendendo um para dar de comer aos outros.”

Montadas, cidade de 5 mil habitantes do agreste da Paraíba, vive uma situação de colapso. A água é distribuída gratuitamente três vezes por semana pelo exército em um programa antigo do governo federal no combate à seca. Há quatro anos a água não chega na cidade. Mas há quem lucre. César Costa, vendedor de água, vende o tambor de mil litros por R$ 40 e o de 250 litros por R$ 10. Ele ganha R$ 12 mil por mês. Se voltar a chover, César perde a renda. “Aí eu procuro outro meio de vida. Estou torcendo para que chova. Para Deus mandar água para todo mundo.”(G1).
Créditos: Focando a Notícia