sábado, 1 de julho de 2017

Governo estuda fim do abono salarial (PIS/PASEP)

Mais uma vez, a conta do arrocho de Michel Temer chegará para os mais pobres. Neste caso, os 22 milhões de trabalhadores que ganham até dois salários mínimos e estão inscritos no PIS/PASEP há mais de cinco anos, tendo assim direito ao abono salarial.
Se a votação da reforma da Previdência naufragar no Congresso Nacional, a equipe econômica já trabalha com uma. A ideia é acabar com o pagamento do abono salarial. O benefício, que é pago anualmente, custará R$ 17 bilhões neste ano.
O benefício também passou a ser pago proporcionalmente ao tempo de serviço, de maneira semelhante ao 13.º salário – ou seja, atualmente varia de R$ 78 a R$ 937. O custo político do fim do abono salarial, porém, seria bem alto, uma vez que seus beneficiários são a camada mais pobre da população.
Embora o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, considere ainda viável a aprovação das novas regras para aposentadorias e pensões no segundo semestre, depois da votação da reforma trabalhista, sua equipe tem em mãos uma série de medidas que poderão ser adotadas no caso de a proposta de reforma previdenciária ser desidratada ou mesmo não for aprovada.As informações são de reportagem de Adriana Fernandes no Estado de S.Paulo.
Créditos: Brasil 247

Repressão marca dia de protestos em vários pontos do país

violência em SJC policia civil.jpgA repressão policial foi destaque na sexta-feira (30), dia nacional de greves e paralisações contra a reforma trabalhista e da Previdência propostas pelo governo de Michel Temer (PMDB). Em várias cidades do país houve repressão, uso de balas de borracha, bombas de efeito moral, spray de pimenta e detenções.
À tarde, na Avenida Paulista, nove pessoas foram detidas e levadas para o 78º DP. Houve pancadaria. Pela manhã, quando o comitê contra as reformas da M´Boi Mirim fazia ato no Largo do Jardim Angela, zona sul da capital, um assistente social foi detido e levado para o 100º DP.
Em São José dos Campos (SP), mais de 20 ativistas que participaram da mobilização pela manhã foram detidos e levados para o 1º Distrito Policial. Pouco tempo depois, em um ato diante da Embraer, policiais agiram com truculência, usando gás de pimenta e cassetetes. Um ativista foi detido. 
Em Fortaleza, policiais usaram balas de borracha e spray de pimenta. Dois militantes da União da Juventude Socialista (UJS) foram detidos. Há relato de que um jovem negro, com spray na mão enquanto pichava "Fora Temer", foi agredido, imobilizado e algemado, tendo spray de pimenta lançado em seu rosto. Quando outros manifestantes foram tentar libertá-lo das agressões, a polícia sacou armas para intimidá-los.
No Rio de Janeiro, logo pela manhã, ato na Linha Vermelha foi reprimido pela Polícia Militar. Um estudante ficou ferido e teve que sair carregado do local. Mesmo deixando o bloqueio e seguindo em direção à universidade, a polícia continuou atirando com balas de borracha.
A gerência de operações da empresa Barcas S.A., do Grupo CCR, que presta o serviço de travessia entre o Rio e Niterói, reforçou a segurança privada e contou com a presença de policiais com escudos, cassetetes e armaduras. Segundo a União Nacional dos Estudantes (UNE), a integração entre empresas privadas e forças de segurança para repressão dos trabalhadores tem aumentado com a escalada da luta política desde o ano passado.
Santa Catarina foi palco de forte repressão. Na BR 101, perto do acesso para Navegantes, foram presos dois militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A polícia usou balas de borracha e bombas de efeito moral. Em Porto Velho (RO), um dirigente do Sindicato dos Bancários foi preso em ação da Polícia Militar, chamada pela gerência do banco Itaú em uma operação fura-greve.
Em Porto Alegre, durante piquete na Carris, zona leste, dezenas de pessoas que apoiavam a mobilização dos trabalhadores foram detidas pela Brigada Militar. O ex-vice presidente do Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (CPERS) Altemir Cozer foi detido pela manhã e enquadrado na lei antiterrorismo.
Houve repressão em toda a cidade, com desmonte de piquetes pela Brigada Militar e uso de bombas de gás lacrimogêneo sobre estudantes e trabalhadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) nos campus do Vale e Central.
Créditos: Rede Brasil Atual

Excesso de produtos químicos prejudica e agricultura, diz ONU

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, está chamando a atenção da comunidade internacional para o problema da poluição dos solos, causada principalmente pelo excesso de produtos químicos usados na agricultura. Cerca de um terço dos solos do mundo está degradado devido a problemas de manejo, diz a FAO. As informações são da ONU News.

A agência da ONU organizou recentemente em sua sede em Roma, na Itália, uma conferência sobre o assunto, onde foi ressaltado que dezenas de bilhões de toneladas de solos são perdidas por ano devido a poluição. A FAO explica que o excesso de nitrogênio e traços de chumbo, de mercúrio e de outras substâncias na terra prejudicam o metabolismo das plantações e as colheitas.

Quando esses poluentes entram na cadeia alimentar, existem riscos para a segurança dos alimentos, para fontes de água e para a saúde humana e animal.  A FAO destaca que combater a poluição dos solos é essencial para tratar o problema da mudança climática. Na reunião sobre o assunto, foram propostas iniciativas para facilitar a troca de informações entre especialistas e países, incluindo a criação de uma rede global de laboratórios de solos. (ONU).
Créditos: Focando a Notícia

sexta-feira, 30 de junho de 2017

Governo pretende tirar recursos da Educação para normalizar emissão de passaportes

O governo enviou quinta-feira (29) à Câmara dos Deputados um projeto que pretende retirar recursos da pasta da Educação para suprir o rombo orçamentário na Polícia Federal e normalizar a emissão de passaportes, suspensa na última terça-feira (27).
O projeto, elaborado pelo Ministério do Planejamento, propõe destinar R$102,3 milhões, que fazia parte do orçamento para capacitação e formação inicial e continuada para educação básica, de programas de alfabetização de jovens e adultos, de ações de graduação, pesquisa e extensão e de iniciativas de valorização da diversidade e promoção de direitos humanos, para a Polícia Federal, que também teve seu orçamento reduzido desde que Temer assumiu o poder.
O projeto foi recebido com críticas pela Comissão de Orçamento do Congresso e, de acordo com o presidente da Comissão, senador Dário Berger (PMDB-SC), ele pediu ao Ministério do Planejamento uma outra fonte de receita.
O relator do projeto, deputado Fernando Francischini (SD-PR), por sua vez, deve dar seu parecer sobre o texto nesta sexta-feira (30). Não há previsão ainda de quando a matéria vai a Plenário. Fonte: Jornal O Globo.
Créditos: Revista Forum

PT atinge maior popularidade desde a posse de Dilma em 2015

Após registrar forte queda durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff, a popularidade do Partido dos Trabalhadores (PT) voltou a atingir o mesmo patamar registrado quando a ex-presidente tomou posse para o seu segundo mandato, em janeiro de 2015, é o que aponta pesquisa Datafolha divulgada neste domingo pelo jornal Folha de S. Paulo
Segundo o levantamento, o PT é o partido preferido de 18% dos brasileiros, um crescimento de nove pontos percentuais em relação dezembro de 2016. Em segundo lugar, ficaram o PSDB e PMDB, ambos com 5%. A maioria da população, 59%, diz não ter preferência por partidos.
Na série histórica, o PT foi isoladamente o partido preferido dos brasileiros entre 2000 e junho de 2015, quando sua popularidade chegou a 11%, empatando tecnicamente com o PSDB, que tinha 9% de preferência do eleitorado. O auge da popularidade do partido foi registrado em março de 2013, 29%, e o ponto mais baixo justamente em dezembro passado, 9%. No entanto, desde o início do ano, o quadro começou a se reverter. Em maio, 15% da população dizia ter o PT como partido preferido.
O Datafolha ouviu 2.771 pessoas entre os dias 21 e 23 de junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Apenas três outros partidos chegaram a pontuar na pesquisa, PSOL, PV e PDT, todos com 1%.
No sábado, o mesmo instituto divulgou pesquisa revelando que o presidente Michel Temer está no seu nível mais baixo de popularidade, com apenas 7% da população considerando o seu governo ótimo/bom. com informação do jornal Folha de S. Paulo.
Créditos: Sul 21

Centrais querem ocupar Congresso para enfrentar reforma trabalhista

Trabalhadores de diversas categorias, ligados a nove centrais sindicais, e movimentos sociais voltam às ruas nesta sexta-feira (30) para protestar contra o governo Temer, as reformas previdenciária e trabalhista e a lei da terceirização. 
Haverá manifestações por todo o país e paralisações em algumas cidades – no transporte coletivo, metroviários e ferroviários fazem assembleia nesta noite em São Paulo. Mas as centrais já planejam as atividades da próxima semana, quando o projeto de "reforma" trabalhista (PLC 38) deverá ser votado pelo plenário do Senado, depois da aprovação do relatório, ontem, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
"Para a CUT, a única saída para impedir que o plenário do Senado aprove a reforma é parar o Brasil, ocupar as ruas e o Congresso Nacional", afirma o presidente da central, Vagner Freitas. Segundo ele, a aprovação do parecer ao PLC 38, uma reforma "que promoverá um retrocesso de mais de 80 anos na legislação trabalhista brasileira, vai mobilizar ainda mais categorias".
Ele considera "inadmissível" um presidente tentar se manter no poder aprovando uma pauta patronal que prevê retirada de direitos. "Mais grave ainda é que esse presidente não tem legitimidade nem moral e é o primeiro da história do Brasil a ser oficialmente denunciado por corrupção", acrescenta.
Para o presidente da CTB, Adilson Araújo, a aprovação do relatório de Romero Jucá (PMDB-RR) na CCJ "atiçou ainda mais a greve" prevista para amanhã. "Vai acontecer muita coisa. A classe trabalhadora tem ciência de que o país chegou ao colapso. Eu tenho dito que o governo se reduz a lama e pó", afirma. 
O dirigente avalia que, passando a reforma trabalhista, a da Previdência pode nem se tornar necessária do ponto de vista do governo. "Eles jogam toda a carga na reforma trabalhista, que por tabela desmonta a Previdência. É garantir a possibilidade da subcontratação e perder o direito à aposentadoria."
Araújo considera possível evitar a derrota no plenário do Senado, em data ainda a ser marcada. E acredita que "o primeiro passo foi dado" com o adiamento da votação do requerimento de urgência para o PLC 38, que seria feita hoje, mas terminou cancelada por decisão do presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), diante do baixo quórum e depois de a oposição pedir leitura nominal.
"O governo não se sustenta", diz o presidente da CTB. "Diante desse colapso, a economia está perdida como GPS que indica endereço errado." Ele considera o dia de protesto das centrais, amanhã, como "importante termômetro" para a resistência. O próximo passo será intensificar a vigília em Brasília. "É um dever cívico, dos que creditam confiança na democracia e lutam pelo Estado democrático de direito."
Na visão do sindicalista, não se pode confiar na carta endereçada por Michel Temer aos senadores da CCJ, ontem, se comprometendo a vetar pontos da reforma trabalhista. "Seria uma incoerência da parte do movimento sindical creditar confiança a um governo golpista", afirma.
Já o presidente da UGT, Ricardo Patah, avalia que neste momento é preciso ser pragmático, referindo-se a uma possível medida provisória sobre questões trabalhistas, que poderia melhorar um projeto que segundo ele "foi desfigurado" originalmente pela Câmara em relação ao texto original, do Ministério do Trabalho. "Do ponto de vista político, (a votação na CCJ) foi uma derrota extraordinária para nós. A nossa expectativa é 2018, votar num Congresso que não esteja na Lava Jato e que, cirurgicamente, tenta eliminar a estrutura sindical."
Para Patah, Temer "está sendo usado pelos neoliberais de carteirinha" e a resposta terá de ser eleitoral, por um parlamento "mais afinado com as demandas sociais". 
Sobre a mobilização desta sexta, ele avalia que a ação será diferente – "Não significa melhor ou pior" – daquela realizada em 28 de abril, quando categorias vinculadas à UGT aderiram ao chamado de greve geral, como motoristas urbanos, motoboys, ferroviários e trabalhadores em asseio e conservação de São Paulo. Desta vez, não haverá greve, mas manifestações ao longo do dia.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) informou que estão sendo organizadas atividades em todos os estados, incluindo passeatas, atos culturais, manifestações "em locais estratégicos", incluindo Assembleias Legislativas. 
"Somos contra a 'reforma' trabalhista que vai promover o fim da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e da própria Justiça do Trabalho, aprofundando a desigualdade social. Cruzamos os braços para a ‘reforma’ da Previdência, pois ela só interessa ao mercado financeiro e, não à toa, é rejeitada pela população brasileira. Nos somamos às várias organizações e movimentos para reivindicar a saída imediata de Temer", afirma o presidente da entidade, Aristides Santos. 

Metrô e trem

O Sindicato dos Metroviários de São Paulo fará assembleia hoje à noite para decidir sobre sua participação no movimento desta sexta-feira. Há um indicativo de paralisação, que precisa ser ratificado. O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região, como costuma fazer em véspera de possíveis greves, concedeu liminar parcial à Companhia do Metropolitano (Metrô) e determinou que o sindicato mantenha 80% dos trabalhadores em horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e 60% nos demais, sob pena de aplicação de multa de R$ 100 mil. A empresa havia pedido 100%, 70% e R$ 500 mil.
Os ferroviários de São Paulo também farão assembleia à noite para decidir se param. Já os motoristas de ônibus de São Paulo comunicaram que não haverá greve nesta sexta, lembrando que interromperam atividades em 15 de março e 28 de abril. O sindicato da categoria participará de protesto pela manhã na região central, saindo da Praça Ramos de Azevedo em direção à Superintendência Regional do Trabalho (representação local do Ministério do Trabalho), na Rua Martins Fontes.

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Projeto de reforma trabalhista chega à reta final no Senado

Depois de seis meses de tramitação, incluindo a Câmara, o projeto de lei de "reforma" trabalhista (PL 6.787 naquela Casa e agora PLC 38) chega à reta final no Senado, cuja Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) se reúne hoje (28) para votação do texto – a sessão está marcada para as 10h. O governo tenta apressar a aprovação, mesmo com o presidente da República acuado. Com apoio do líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), a oposição busca adiar a votação. Desde cedo, representantes das centrais sindicais estão em vigília em Brasília, para tentar convencer senadores a não apoiar o projeto.
Na sessão de ontem, Renan defendeu que a data mude para a semana que vem. Ele afirmou que o governo não pode obrigar o Senado a votar "da noite para o dia", criticando o conteúdo do projeto e criticando Michel Temer. Para o líder, o PMDB não pode continuar dando sustentação a um governo "que não tem credibilidade".
"O governo que está aí não tem condições de propor reformas para o país. O erro de Temer foi achar que poderia governar o Brasil influenciado por um presidiário de Curitiba", declarou, referindo-se ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ainda no plenário, o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que efetivar a votação seria "apequenar o papel do Senado". Durante audiência pública na CCJ, repetiu que o governo Temer "acabou".
Já o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), declarou que o Planalto fará "ajustes" no projeto, por meio de veto ou medida provisória, conforme discutido com parte dos senadores. "Temos um acordo. Vamos votar amanhã (hoje). A partir daí, é com o presidente Eunício", disse, citando o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), responsável pela definição da pauta. 
Ao mesmo tempo em que considera a reforma de interesse do país, o relator do projeto nas comissões de Assuntos Econômicos e Assuntos Sociais, Ricardo Ferraço (PSDB-ES), disse considerar "insustentável" a posição do governo. Mas o líder de seu partido, Paulo Bauer (SC), reafirmou apoio a Temer e acrescentou que o projeto ajudará a criar empregos. "Não podemos esperar."
Créditos: Rede Brasil Atual