sábado, 14 de outubro de 2017

Sem corrupção, PIB per capita subiria 30% no Brasil

Estudo realizado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) afirma que o Brasil teria um PIB per capita até 30% maior se suas instituições fossem menos corruptas.  
De acordo com o economista Carlos Eduardo Gonçalves, um dos autores do estudo que ainda não foi publicado, o PIB per capita do país cresceria US$ 3 mil nessas circunstâncias. Em 2016, o PIB per capita do país foi R$ 30.407, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os pesquisadores do FMI estimaram como seria se o Brasil tivesse condições mais próximas às do Chile, Costa Rica e Uruguai, considerados os países menos corruptos da América Latina. Para ajudar a entender a relação entre corrupção e renda, o estudo incluiu a medida da "heterogeneidade étnico-religiosa" de cada país, partindo da premissa de que, quanto maior a diversidade da população, maior a corrupção.
"Se um país é muito heterogêneo em várias dimensões, ele geralmente apresenta uma taxa mais alta de corrupção. Quando todo mundo é parecido entre si, é menos provável que um grupo tente roubar para favorecer os seus", afirma Gonçalves.
Segundo os pesquisadores do FMI, a "heterogeneidade étnico-religiosa" de cada país é uma medida correlacionada com a corrupção, mas que não afeta diretamente o PIB, o que, segundo eles, faz com que seja uma variável instrumental ideal. Fonte: Folha de S. Paulo.
Créditos: Brasil 247

SP: Fila da creche chega a 132 mil crianças e já é o dobro da meta de Doria

A demanda por vaga nas creches da capital paulista cresceu em mais 28 mil crianças nos últimos três meses e superou 132 mil meninos e meninas na fila de espera. O número é mais que o dobro das 65,5 mil vagas que o prefeito da capital paulista, João Doria (PSDB), pretende criar até março do ano que vem, para “zerar a fila da creche”. Os dados foram publicados no portal da Secretaria Municipal de Educação. 
Para ampliar o número de vagas na educação infantil, a gestão municipal vem propondo e realizando medidas como fechar salas de atividades pedagógicas, permitir o aumento do número de crianças por sala – conforme a portaria SME 7858/2017 – e reduzir o atendimento integral de algumas unidades para abrir dois turnos de aula. Essas medidas foram alvo de manifestações de mães de alunos, que já bloquearam a Avenida Prestes Maia contra as mudanças e ontem realizaram um piquenique em frente à casa do prefeito.
A redução do atendimento integral atingiu escolas na região central da cidade, geridas pelas Diretorias Regionais de Educação (DRE) do Ipiranga e de Pirituba. No próximo ano, as crianças de 4 e 5 anos serão divididas em dois turnos, das 7h às 13h ou das 13h às 19h. E não mais das 8h às 17h.
As Escolas Municipais de Ensino Infantil (Emei) Antonio Raposo Tavares, Paulo VI e Rodolfo Trevisan, na DRE Pirituba; e Antonio Figueiredo Amaral e Alceu Maynard, na DRE Ipiranga já comunicaram os pais. Já os Centros Municipais de Ensino Infantil (Cemei) Dom Gastão e Coração de Maria vão deixar de atender crianças no ensino infantil integral.
A meta proposta por Doria é relativa à demanda no dia 31 de dezembro de 2016. Esse número desconsidera o crescimento da procura ao longo do ano, com a inscrição de novas crianças. O número atual ainda deve aumentar até o final do ano, já que a qualquer momento crianças poderão ser inscritas no sistema. Os distritos com as maiores demandas estão todos na zona sul: Jardim Ângela, com 7.212; Grajaú, com 6.997; e Capão Redondo, com 6.211. Já no caso da pré-escola a fila segue zerada. 
Também na zona sul ocorre outro problema grave na educação municipal. Crianças estão sendo dispensadas das aulas por falta de professor. Professores contratados sem concurso foram dispensados pela prefeitura a pretexto de que serão efetivados os chamados do último concurso. Porém, esse processo só deve ser concluído em novembro. Até lá muitos pais estão passando apuros nos dias em que as crianças ficam sem aula.
No início do ano, o prefeito dizia que a meta era criar 103 mil vagas para zerar o déficit. Ainda em janeiro, o secretário Municipal da Educação, Alexandre Schneider, anunciou que seriam 66 mil. Doria disse ainda que criaria 96 mil vagas até o final da gestão, mas a promessa acabou alterada no Programa de Metas, que propõe o aumento, até 2020, de 30% das 284.217 vagas que haviam no início da gestão. O que totaliza aproximadamente 85 mil vagas, já incluídas as 65,5 mil previstas para 2018.
A Secretaria Municipal da Educação informou que a situação melhorou no comparativo com o mesmo período do ano passado:
"Os dados da demanda da Educação Infantil na rede municipal de São Paulo atualizados em 30 de setembro de 2017 mostram que em nove meses de gestão foram criadas 7.762 novas vagas em creche, o que é 21 vezes mais do que o realizado no primeiro ano da gestão anterior (foram apenas 365). Com este feito, o atendimento de alunos de 0 a 3 anos chegou ao recorde de 291.979 matrículas em Centros de Educação Infantil (CEI).
"É possível constatar também que houve redução do número de pedidos em espera na comparação entre setembro de 2016 e o mesmo mês este ano são 640 pedidos a menos. A comparação com o mesmo período no ano anterior é fundamental porque há um fluxo sazonal da procura por vaga.
"A demanda de creche apresenta sempre a mesma dinâmica desde seu primeiro registro, em 2006: aumento ao longo do ano até novembro, quando a fila chega ao pico, e queda ao final de cada ano, quando é realizado o período de matrículas e é feita a transição dos alunos que completam quatro anos para a pré-escola. Assim, o saldo de dezembro é sempre o dado utilizado como referência para criação de vagas.
"A estratégia de atendimento em creche prevê a criação de mais 23 mil vagas ainda este ano por meio de ampliação de convênios, totalizando 30 mil vagas, com um aporte de R$ 49 milhões, o equivalente à criação e manutenção de cerca de 185 CEIs conveniadas.
"Além disso, já estão em andamento 25 obras de creches. O principal recurso, cerca de R$ 38,5 milhões, foi captado junto ao setor privado e à sociedade civil por meio do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Fumcad) para retomar 13 obras. O aporte total de R$ 57,2 milhões é completado por verbas do Estado (R$ 5 milhões em três escolas), do MEC (R$ 3,4 milhões em três escolas) e do Tesouro (Deutsche Bank , R$ 10,3 milhões em seis escolas).

"A demanda por vagas na pré-escola segue zerada. Em uma ação histórica, a atual gestão conseguiu zerar a fila por vagas para crianças entre 4 e 5 anos, que chegou a 10,5 mil em fevereiro. Isso foi possível graças a melhorias na gestão de oferta de vagas, no melhor aproveitamento de ambientes nas escolas e com transporte escolar gratuito para crianças residentes a mais de 2 quilômetros da unidade de ensino mais próxima.
"Com isso, a capital atingiu a meta nacional, passando à frente de muitos estados e municípios. Em todo o Brasil, cerca de 515 mil crianças entre 4 a 5 anos estão fora da escola. Foto: Rogério Padula/Folhapress.
Créditos: Rede Brasil Atual

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Reforma trabalhista é incompatível com normas da OIT

Uma das teses aprovadas em encontro promovido pela Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamara) aponta incompatibilidade entre a lei da "reforma" trabalhista(Lei 13.467, que entrará em vigor daqui a um mês) e convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT), "além da ausência de consulta tripartite prévia com relação a diversos institutos previstos na nova norma". A conclusão é da maioria da plenária no encerramento da 2ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho,  em Brasília. 
Segundo a Anamatra, que teve parceria de outras entidades no encontro, também houve reprovação ao item previsto na lei segundo o qual a jornada 12x36 (12 horas de trabalho por 36 de descanso) pode ser oficializada mediante acordo individual. Os magistrados afirmam que há necessidade de que essa modalidade de jornada "exige previsão em acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho", conforme previsto no artigo 7º da Constituição.
Outro tema de debate no encontro foi o da terceirização. Uma tese aprovada defendeu a proibição da prática na atividade-fim das empresas, diferentemente do que possibilitava outra lei aprovada este ano, que torna a terceirização irrestrita. Os magistrados também defenderam que a medida não pode ser aplicada na administração pública direta e indireta, apenas no setor privado. Além disso, trabalhadores terceirizados devem receber o mesmo salário das tomadoras de serviços, além de ter direito a iguais serviços de alimentação e atendimento médico.
O presidente da associação, Guilherme Feliciano, rebateu a acusação de que o Judiciário sofre de "autismo institucional". "A 2ª Jornada é a prova viva de que a entidade rompe essas barreiras, chamando para o debate toda sociedade civil organizada no mundo do trabalho: auditores fiscais do trabalho, advogados trabalhistas, o Ministério Público do Trabalho, todos, conjuntamente com a Magistratura do Trabalho, discutindo as interpretações possíveis do texto da Lei 13.467/17. O debate foi absolutamente democrático", afirmou.
O evento, que reuniu mais de 600 juízes, procuradores, auditores e advogados, aprovou 125 enunciados a respeito da nova lei. Após revisão, a íntegra dos textos deverá estar disponível na semana que vem.
Créditos: 

Municípios brasileiros têm R$ 10 bilhões desviados em 3 anos

É praticamente impossível dimensionar o total de recursos públicos desviados em fraudes e corrupção em todos os 5.570 municípios do país. Somente o que foi descoberto e investigado pelas autoridades nos últimos três anos ultrapassa R$ 10 bilhões. São crimes que não tiveram a mesma visibilidade que a Operação Lava Jato, mas cujo impacto é ainda mais devastador. Algumas dessas cidades ostentam os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil.

De 370 operações contra fraudes e corrupção realizadas pela PF (Polícia Federal), pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pelo Ministério Público (MP), entre março de 2014 e março de 2017, o maior número ocorreu no Nordeste, seguido pelas regiões Norte e Centro-Oeste.

O rombo nos cofres públicos poderia ser ainda maior nesse período se as autoridades não conseguissem estancar outras fraudes, que produziriam um prejuízo estimado em R$ 12,7 bilhões. Mesmo assim, ocorreram desde desfalques milionários até de pequenos valores. No Norte, por exemplo, de 64 licitações realizadas na pequena cidade de Pauini (AM), 44 estavam fraudadas. Em Mirante da Serra (RO), o desvio do dinheiro público foi quase o valor total da arrecadação do município.

A maior parte desses municípios depende majoritariamente de repasses federais e estaduais. De acordo com o último Balanço do Setor Público Nacional, feito pela Secretaria do Tesouro Nacional em agosto, 82% deles dependem de pelo menos 75% desses recurso. O Norte e o Nordeste, segundo o estudo, são os que mais precisam de outras fontes de recursos em comparação com as demais regiões. Fonte: UOL.
Créditos: Focando a Notícia

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Assassinatos de adolescentes batem recorde no Brasil, diz Unicef

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Estudo coordenado pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) aponta que o Brasil alcançou a marca de 3,65 adolescentes entre 12 e 18 anos assassinados para cada grupo de mil jovens.
O número é o mais alto desde que começou a ser medido, em 2005. O IHA (Índice de Homicídios na Adolescência) engloba os 300 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes e se baseia nos dados do ano de 2014 do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde.
O trabalho é uma parceria com o Ministério dos Direitos Humanos do Brasil, o Observatório de Favelas e o Laboratório de Análise da Violência, da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).
"Este valor é elevado. Uma sociedade não violenta deveria apresentar valores não muito distantes de zero e, certamente, inferiores a 1", explicam os autores.
Conforme a pesquisa, os assassinatos dos adolescentes no Brasil vêm subindo de forma contínua desde 2012. Em 2011, registrou 2,8; em 2012, 3,3; em 2013, 3,4, até alcançar o nível atual. No início da série, em 2005, o IHA era de 2,8. Seu valor mais baixo foi de 2,6, nos anos de 2007 e 2009.
O futuro do Brasil, representado por esses jovens, está em risco, alertam: "Essa alta incidência de violência letal significa que, se as circunstâncias que prevaleciam em 2014 não mudarem, aproximadamente 43 mil adolescentes serão vítimas de homicídio no Brasil entre 2015 e 2021, apenas nos municípios com mais de 100 mil habitantes".
Créditos: Brasil 247

Senado aprova foro especial para militar que cometer crime doloso contra civil

Julgamento de crimes de militares contra civis poderá ser transferido à Justiça Militar
 O Senado aprovou nesta terça-feira, 10, projeto que transfere à Justiça Militar o julgamento de crimes dolosos, como homicídios, praticados por militares contra civis, desde que durante missões. Atualmente, a lei prevê que a Justiça comum seja responsável por esse tipo de caso. Agora, o projeto segue para sanção presidencial.

A medida tem como pano de fundo o aumento da utilização das Forças Armadas em ações de segurança pública, como o policiamento em comunidades do Rio de Janeiro ou durante a greve de policiais no Espírito Santo, no início do ano.


"O tribunal do júri visa permitir que cidadãos julguem seus pares, ou seja, outros cidadãos. Militares das Forças Armadas no exercício de sua missão não estão agindo como cidadãos, mas, sim, como o próprio Estado. A força máxima deste deve ser julgada por Justiça Militar especializada, que entende e conhece as nuances da sua atuação", defendeu o senador Pedro Chaves (PSC-MS), relator do projeto no Senado.

A proposta é uma antiga reivindicação dos militares e foi apresentada para que pudesse valer especificamente durante a Copa do Mundo de 2014 e na Olimpíada do Rio, em 2016, quando o governo utilizou o Exército para fazer a segurança. Mesmo após os eventos, o projeto foi mantido e, segundo o relator, há um acordo para que o presidente Michel Temer retire do texto a validade da medida, tornando-a uma regra permanente.

Embora o PT tenha se posicionado contra o projeto, o foro especial para militares foi defendida até por integrantes da oposição, como o senador Jorge Viana (PT-AC). "Vejam o absurdo que nós vivemos. Se um civil atingir um membro das Forças Armadas, ele vai para o júri militar, mas o contrário não vale", disse Viana.  Foto: Wilton Júnior
Créditos: Estadão

Temer liberou R$ 1 bilhão em emendas nos últimos 30 dias

 O relatório sobre a denúncia contra o presidente Michel Temer por organização criminosa e obstrução de justiça  na Comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara. Os oposicionistas reclamaram muito, dos recursos que já começam a ser negociados para posterior liberação em troca da votação dos deputados favorável ao governo. 
Dados divulgados por deputados do PT, PCdoB e até do PMDB são de que foram empenhados nos últimos 30 dias R$ 1 bilhão em emendas parlamentares, para liberação após a votação da matéria no plenário da Câmara.
“É a velha prática em ação. Não tem jeito, o governo está lançando mão de todos os subterfúgios que dispõe para tentar salvar a pele desse presidente que além de ilegítimo, possui a maior taxa de impopularidade da história”, disse Chico Alencar (Psol-RJ).
Créditos: Rede Brasil Atual