terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Estudo mostra que produtos brasileiros têm alto nível de veneno

O atlas "Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia" traz como foco as relações comerciais entre as diversas nações e mostra que, apesar da legislação rígida sobre o uso de veneno, grande parte dos países europeus compram produtos do Brasil que possuem altos índices de defensivos químicos.
De acordo com atlas, o Brasil é o grande exportador de açúcar, etanol, soja, milho e café, e tem países da União Europeia como os principais compradores. Fruto de uma pesquisa da geógrafa Larissa Bombardi, professora do departamento de geografia da Universidade de São Paulo, o documento destaca ainda que essa relação entre Brasil e União Europeia possui diversas facetas.
Uma delas diz respeito a quantidade de agrotóxicos usada nos alimentos exportados. De acordo com dados de 2008 da European Environment Agency, os países europeus usam de 0 a 2 kg de agrotóxicos por hectare na agricultura. Já no Brasil, a média é de 8,33kg de veneno por hectare, podendo chegar a 19 kg por hectare em estados como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Mato Grosso. 
Somente no cultivo da soja brasileira, se permite o uso de um dos agrotóxicos mais nocivos, o glifosato, cerca de 200 vezes mais do que é permitido na Europa.
O Brasil consome 20% de todo agrotóxico comercializado no mundo e, segundo dados de 2016 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em menos de 15 anos o país aumentou em 135% o consumo de venenos na agricultura, passando de 170 mil toneladas nos anos 2000 para 500 mil toneladas em 2014.
Além disso, a autora do estudo analisa o modelo da agricultura brasileira, regida pela lógica da mundialização. A prática tem se consolidado por meio da ampliação das monoculturas, que é quando se produz apenas um tipo de produto agrícola em grandes áreas. A técnica é danosa ao solo e, de acordo com o estudo, tem por consequência o uso excessivo de venenos.
Os impactos do uso de agrotóxicos na saúde dos trabalhadores do campo também são explorados no atlas. Os índices de intoxicação estão concentrados no Centro Sul do país. O Ministério da Saúde afirma que há cerca 8 intoxicações por dia por agrotóxicos no Brasil. 
O estudo chama atenção ainda para as notificações sobre o uso dos defensivos para tentativas de suicídios. Em 2013, segundo o Ministério da Saúde, foram 1.796 casos. Em São Paulo, por exemplo, das 2.055 notificações de intoxicação por agrotóxicos, 844 referiam-se à tentativa de suicídio. O atlas "Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia" esta disponível para download no blog da autoraEdição: Camila Salmazio.
Créditos: Brasil de fato

Com aumento de 8,9%, gás de cozinha acumula alta de 68% desde junho

O preço do gás de cozinha vai subir 8,9% a partir desta terça-feira, 5, conforme anunciou a Petrobrás. Com uma série de aumentos desde junho, o botijão já acumula alta de 68%. Segundo a estatal, o reajuste foi causado principalmente pela alta das cotações do produto nos mercados internacionais, que acompanharam a alta do barril de petróleo do tipo Brent.

O ajuste anunciado foi aplicado sobre os preços praticados sem incidência de tributos. Se for integralmente repassado aos preços ao consumidor, a companhia estima que o preço do botijão de gás de cozinha pode ser reajustado, em média, em 4,0% ou cerca de R$ 2,53 por botijão - isso se forem mantidas as margens de distribuição e de revenda e as alíquotas de tributos.

"Como a lei brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, as revisões feitas nas refinarias podem ou não se refletir no preço final ao consumidor. Isso dependerá de repasses feitos especialmente por distribuidoras e revendedores", diz a estatal, assim como havia feito na ocasião do último reajuste, em 5 de novembro.

Naquela data, a Petrobrás elevou o preço do gás liquefeito de petróleo (GLP) em 4,5%, aumento que se seguiu a uma alta de 12,90% em outubro. A alteração atual não se aplica ao GLP destinado a uso industrial e comercial. Fonte: Reuters.
Créditos: Estadão

domingo, 3 de dezembro de 2017

Área do MST emprega 80% mais que fazenda de café

A ocupação da área começou em 1998 e passou por muitas complicações - Créditos: Marcelo Di Carli / SeGov MG
Usina Ariadnópolis: a maior área organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Minas Gerais. O caso jurídico mais complexo do país. A ocupação da área começou em 1998 e passou por muitas complicações. Ocupação, organização, reocupação. Hoje, os 3.600 hectares são ocupados por mais de 500 famílias agricultoras.
O terreno da antiga Usina Ariadnópolis encontra-se no município de Campo do Meio, Sul de Minas Gerais, margeado pela represa da Hidrelétrica de Furnas. Durante muitas décadas, a usina de açúcar e álcool foi um dos motores econômicos da cidade e promoveu a plantação contínua de 3.600 hectares de cana de açúcar. A empresa ficou famosa por contratar trabalhadores rurais da região para as épocas de colheitas, mas em 1970 começou a se familiarizar com a palavra “falência”.
Mesmo em tempos de “canas gordas” a situação era ruim para os funcionários, conta Olivério de Carvalho, conhecido como Seu Ném. Nascido em Campo do Meio, ele trabalhou na usina desde os 12 anos e passou por falta de calçado e roupas para entrar no canavial, transporte que oferecia risco de vida e problemas salariais. “Se você saísse dali não conseguia emprego em outro lugar”, explica. Seu Ném lembra com tristeza das condições ainda piores que passavam os trabalhadores rurais trazidos de outros estados por “gatos” - pessoa também chamada de “turmeiro”, que contrata turmas de funcionários para fazendas.
“Aquele povo apavorado, com aquela miséria, entrava no caminhão e vinha trabalhar na usina. Lá era uma proposta, chegando aqui era outra. Dormiam de qualquer jeito, tomavam banho de qualquer jeito, alimentação péssima, péssima mesmo, uma exploração fora do normal”, descreve. “Os peões não trabalhavam junto com o pessoal de Campo do Meio. Para nós era um preço e pra peãozada pagavam menos da metade”.
Lembrança ainda mais dolorida ficou do falecimento do pai. Por 35 anos o pai de Seu Ném foi homem de confiança da usina para coordenar turmas e gerenciar dinheiro. “Quando ele morreu a empresa não acertou nada com a gente. Simplesmente deu a urna funerária pra ele. A indenização do meu pai foi o caixão”, conta.  Por Rafaella Dotta. Foto: Marcelo Di Carli.
Créditos: Brasil de Fato

sábado, 2 de dezembro de 2017

Empresas substituem trabalhador formal por autônomo

A taxa nacional de desemprego foi a 12,2% no trimestre encerrado em outubro, abaixo de julho (12,8%) e acima de igual período do ano passado (11,8%), segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, divulgada no último dia de novembro deste ano. Mas a ligeira melhora no período recente segue mostrando outro fenômeno no mercado de trabalho, que independentemente da nova lei trabalhista está "trocando" empregados com carteira assinada por informais, de menor remuneração.
Nos três últimos meses, o número de desempregados caiu em 586 mil (-4,4%), para estimados 12,740 milhões. Em 12 meses, esse total aumenta em 698 mil (crescimento de 5,8%).
A ocupação cresce nas duas comparações: em relação a outubro de 2016, por exemplo, são 1,662 milhão de vagas a mais (1,8%), para um total de 91,545 milhões. Ante julho, são mais 868 mil (alta de 1% no trimestre). O desemprego cai nesse caso porque foram criadas vagas em número superior ao de pessoas que entraram no mercado. O movimento é contrário quando se faz a comparação anual.
Mas os empregos que vêm sendo criados não incluem os empregados com carteira no setor privado, cujo número diminui tanto ante julho como na comparação com outubro do ano passado (-2,2%, ou menos 738 mil). Também nesses períodos, aumentou em 5,9% o número de trabalhadores sem carteira (615 mil) e em 5,6% o de trabalhadores por conta própria (1,208 milhão).
Das 868 mil ocupações criadas em três meses, o emprego sem carteira respondeu por 254 mil. O trabalho por conta própria, por 326 mil. Assim, o trabalho informal responde pela pequena redução do desemprego no país.
Os empregados formais, que representavam 38% dos ocupados há um ano, agora são 36%. Os sem carteira passaram de 11,5% para 12% e aqueles por conta própria, passaram de 24% para 25%.
Entre os setores de atividade, de julho para outubro o emprego cresceu na construção e em serviços de informações, atividades financeiras, imobiliárias e administrativas, mantendo-se estável nos demais. Em 12 meses, cresce na indústria, no comércio/reparação de veículos e parte dos serviços, caindo na agropecuária.
Estimado em R$ 2.127, o rendimento médio ficou estável na comparação com julho deste ano e com outubro do ano passado. A massa de rendimentos (calculada em R$ 189,8 bilhões) cresceu 1,4% e 4,2%, respectivamente. O empregado com carteira recebe, em média, R$ 2.048. O sem carteira ganha R$ 1.253 (39% a menos) e o por conta própria, R$ 1.540 (-25%).
Créditos: Rede Brasil Atual

Petrobras volta a aumentar o gás, que está 41% acima do preço internacional

A Petrobras reajustou em 5,3%, na média, preços de comercialização às distribuidoras do gás liquefeito de petróleo (GLP) destinado aos usos industrial e comercial. O aumento entra em vigor neste sábado (2).
De acordo com a Petrobras, a alteração é necessária por causa do aumento das cotações internacionais do produto, que acompanharam a alta do petróleo do tipo Brent, comercializado na Bolsa de Londres e que tem referência óleo extraído no Mar do Norte e no Oriente Médio. Esse é o valor de referência do petróleo no mercado europeu.
O reajuste, no entanto, não se aplica aos preços de GLP destinado ao uso residencial, comercializado pelas distribuidoras em botijões de até 13 quilos conhecido por P13 ou por gás de cozinha.
As mudanças nos preços do GLP voltado aos segmentos industrial e comercial nas refinarias estão sendo informadas também por meio da na página da companhia na internet.
O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) calculou, que acompanhando as informações passadas pela Petrobras às distribuidoras, o aumento de preço será entre 5,1% a 5,5%, dependendo do polo de suprimento das refinarias.
Para o Sindigás, o sobrepreço do GLP destinado a embalagens acima de 13 quilos, e a granel, adquiridas prioritariamente pelo segmento empresarial, "tem impactado de forma crucial os negócios que operam com uso intensivo de GLP".
O sindicato acrescentou, que considerando o reajuste de amanhã, "o preço praticado pela Petrobras é 41,8% mais alto do que o praticado no mercado internacional". Segundo o Sindigás, o percentual causa impactos nos consumidores. "Esse ágio vem pressionando ainda mais os custos de negócios que têm o GLP entre seus principais insumos", diz a entidade.
Créditos: Brasil 247

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Governo reduz todos os programas sociais do campo

Além do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), outros programas sociais e políticas públicas do campo também estão sofrendo cortes bruscos no governo de Michel Temer.  Entre eles, o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), a Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), Habitação Rural e a obtenção de terras para reforma agrária. Com base no orçamento apresentado para 2018, estima-se que essas políticas tenham investimento de menos de 10% do que foi destinado a elas em 2015.

O Pronera, que tem como objetivo propor e apoiar projetos de educação voltados aos moradores de áreas de reforma agrária, teve até 2016 recursos que chegavam a R$ 30 milhões. Em 2017, o investimento atingiu pouco mais de R$ 11 milhões. Em 2018, a previsão é de que tenha apenas R$ 3 milhões, o que representa um corte de cerca de 78%.

Já no Ater, programa destinado a assistência técnica dos assentamentos para organizar suas produções, o investimento passou de R$ 14 milhões em 2017, para R$ 2 milhões no próximo ano, deixando várias prestadoras de serviços com contratos assinados sem condições de continuar a atuar junto aos produtores. As verbas destinadas à obtenção de terras para reforma agrária, por sua vez, somarão cerca de R$ 34 milhões em 2018, contra 800 milhões em 2015, uma diminuição de mais de 80%.


“Essas são medidas coercitivas para tentar barrar a luta pela terra. Nos poucos assentamentos que saíram nos últimos anos na região do Pontal, as pessoas vivem nas mesmas condições de acampadas, sem infraestrutura de água, moradia, esgoto. A luta pela terra extrapola a luta da terra, nós lutamos também para que as pessoas tenham condições de sobreviver. O esvaziamento das políticas políticas é muito impactante. O Estado está tirando o corpo fora”, acrescenta Zelitro da Silva, da direção regional do MST.
Para resistir aos cortes anunciados por Temer para 2018 e exigir a liberação do orçamento destinado à reforma agrária neste ano, o MST realizou a Jornada Nacional de Lutas durante o mês de outubro.  Foram 17 estados mobilizados com ações variadas nas principais cidades do país. Entre elas, aconteceram ocupações de superintendências regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), do Ministério da Fazenda, das secretarias regionais de agriculturas, bloqueios de rodovias, ocupações de terras, além de marchas e acampamentos.
De acordo com Kelli Mafort, da direção nacional do MST, pressionado pelas mobilizações, o governo Temer teve que dialogar sobre a pauta do descontigenciamento de R$ 200 milhões que estavam bloqueados no orçamento do Incra para a reforma agrária e a agricultura familiar. Isso quer dizer que contratos e desembolsos que estavam atrasados serão liberados e pagos aos projetos deste ano.
“Conseguimos destravar essa verba, isso foi uma conquista importante. Além disso, o objetivo foi mostrar que só quem luta muda a vida e que é fundamental resistir para enfrentar o processo conservador e avassalador do golpe”, explica.
Regiane Menezes de Souza, da direção regional do MST, complementa que apesar do momento pessimista, as pessoas estão atentas aos ataques e mobilizadas para mudar essa realidade. “Não podemos deixar que  apaguem nosso sonho de construir uma sociedade melhor de se viver. A nossa organização tem força maior quando a gente não deixa de acreditar nisso. Não podemos perder de vista nossa capacidade de organizar e de nos mobilizar  juntos. Nós, trabalhadores, não estamos alheios a tudo o que está acontecendo. As pessoas estão indignadas e é isso que eles tanto temem”, conclui. Por Mariana Pitasse.
Créditos: Brasil de Fato

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Desemprego fica em 12,2% e atinge 12,7 mi de brasileiros

A taxa de desemprego no Brasil ficou em 12,2% no trimestre até outubro, atingindo 12,7 milhões de brasileiros.
O índice aponta uma leve queda em relação aos 12,4% do trimestre até setembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira 30.
Créditos: Brasil 247