sábado, 12 de dezembro de 2020

Brasil ultrapassa 180 mil mortes por covid-19. Aglomerações de fim de ano preocupam

Na sexta-feira (11) o Brasil ultrapassou as 180 mil mortes por covid-19. Nas últimas 24 horas foram registradas 672 mortos, totalizando 180.437 vítimas. Já o número de infectados chegou a 6.836.227, após um salto de 54.428 mil novos casos no último período. As informações são do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), em boletim divulgado hoje (11). É o maior número oficial de novas infecções desde o dia 12 de agosto, quando o país vivia seu pior período do surto, que começou em março.

As curvas médias de sete dias seguem em acentuada elevação. Em relação aos casos, o cenário já se equivale ao período de maior pico. Já em relação às mortes, os números se aproximam dos do início de outubro, quando as taxas começaram a apresentar tendência de queda e estabilização, apesar de patamares elevados.

A semana que se encerra neste sábado (12) tende a ser a de maior número de vítimas oficiais desde a primeira de outubro, quando foram registrados 4.213 mortes nos sete dias. Sem os números de amanhã, já são 3.809 vítimas. A semana passada registrou 4.067 mortes, e pode ser batida caso o sábado registre número acima de 258. Isso, sem contar a ampla subnotificação, já que o Brasil é um país que aplica poucos testes de covid-19 em relação à população.

Diante deste cenário crítico de crescimento da propagação do vírus, especialistas temem o pior para o futuro próximo. Isso, porque o fim de ano é marcado, tradicionalmente, por aglomerações. Férias escolares, compras de Natal, os festejos entre famílias e amigos e as comemorações de ano novo devem agravar a situação da covid-19 no Brasil. 

Créditos: Rede Brasil Atual

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

China detecta novo coronavírus nas embalagens de carnes importadas do Brasil e Uruguai

De acordo com a Comissão Municipal de Saúde da cidade de Wuhan, na China, no sábado (5), o Departamento Municipal de Controle e Prevenção de Doenças de Wuhan, realizou testes de rotina nos alimentos de frios importados do Centro de Armazenamento de Cadeias Frias de Changjing, no distrito de Hongshan.

Durante o teste de monitoramento de ácido nucléico, uma amostra de lombo de porco congelado importado do Brasil e uma amostra de carne bovina desossada congelada importada do Uruguai testaram positivo.

A sede da cidade de Wuhan adotou imediatamente medidas de emergência, como armazenamento de carga, triagem e isolamento de pessoal e desinfecção do local, amostragem e teste de ácido nucléico do ambiente e da equipe fora do armazenamento refrigerado, e simultaneamente conduzindo investigações epidemiológicas. Imagem: EBC. Mais informações no site: http://portuguese.people.com.cn/ .
Créditos: Diário do Povo 

sábado, 5 de dezembro de 2020

Desigualdade no Brasil se perpetua mesmo nos municípios mais ricos

Mais da metade dos 5,5 mil municípios brasileiros têm índices de privação da população considerados altos ou muito altos. São milhares de cidades em que os percentuais de pessoas que vivem com menos de meio salário mínimo, são analfabetas e/ou vivem em moradias inapropriadas, sem água ou esgoto, atingem uma parte considerável da população. Mas mesmo nas regiões em que a privação é considerada média, baixa ou muito baixa é possível notar aspectos cruais de desigualdade.

As conclusões são possíveis ao se analisar o Índice Brasileiro de Privação (IBP), calculado pela primeira vez e que reúne dados referentes a todo o território nacional. Além de proporcionar um retrato de todas as cidades brasileiras, a partir de dados do Censo, ele permite análises em áreas específicas dentro dos próprios municípios. Com isso, é possível observar as discrepâncias locais de desenvolvimento.

O panorama foi construído por pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), na Bahia. "A gente fez uma ampla revisão sobre o uso de indicadores no Brasil, se existia algum indicador de privação que tornasse desnecessária a nossa construção", relata Maria Yury, Ichihara Vice-coordenadora do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fiocruz.

Ela conta que, após a revisão, constatou-se que nenhum índice realizava uma análise tão específica em pequenas áreas. "Isso reforçou, era uma lacuna no Brasil, a gente precisaria fazer esse índice. Então, todo o nosso esforço foi trabalhar com isso.", afirma a pesquisadora;

Maria Yuri diz ainda que o processo foi "árduo" e envolveu análise de dados que originalmente não foram construídos para esse fim. Ainda assim, as informações do Censo foram consideradas ideais por englobarem toda a diversidade do país. Entre os exemplos estão áreas indígenas, regiões de moradias improvisadas, presídios, comunidades tradicionais e muitas outras configurações. Nas palavras dela "revelar as desigualdades pode orientar políticas públicas".

Uma plataforma online para consulta será disponibilizada, com possibilidade de acesso para toda a população. Gestores públicos, estudiosos e organizações sociais poderão ter uma visão em lupa das condições específicas dos setores das cidades.

"Nós somos pesquisadores, construímos esse índice, mas a gente tem um compromisso com as políticas públicas. Nossa ideia é oferecer uma medida que possa ser utilizada. Hoje a gente tem uma dificuldade muito grande de ter informação sobre a situação socioeconômica da população. São muitas possibilidades de uso, que eu gostaria que tivessem um impacto importante em todas essas áreas."

A desigualdade mora ao lado

Embora o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), medido pela Organização das Nações Unidas, mostre um avanço considerável entre os anos de 1991 e 2010, o IBP aproxima a fotografia e expõe que ainda há muito o que fazer. Esse trabalho que o Brasil tem pela frente guarda origem em aspectos estruturais e na diversidade de realidades que compõem o país. O objetivo do dado levantado pela Fiocruz é justamente oferecer informações mais localizadas e precisas sobre esses cenários tão diferentes.

O IBP reafirma algumas realidades já conhecidas sobre o Brasil. A maior parte das cidades em que a população enfrenta índices altos de privação estão nas regiões Norte e Nordeste. As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste abrigam as que estão na outra ponta. A reportagem do Brasil de Fato analisou os mil municípios em que a escassez material é menos expressiva. Apenas três estão na região Nordeste: Fernando de Noronha (PE), Salvador (BA) e Aracaju (SE). O Norte do país não aparece.

Se o índice joga mais luz ao que já é consenso, ele também traz à tona as diferenças sociais presentes nas cidades mais ricas do Brasil. É possível perceber que nem mesmo as regiões com condições sociais mais desenvolvidas conseguiram solucionar a desigualdade. Em São Caetano do Sul (SP), por exemplo, cidade que tem o melhor IDH do Brasil, há setores em que mais de 20% da população ganha menos de meio salário mínimo e locais com mais de 5% de analfabetismo.

O Índice Brasileiro de Privação (IBP) será apresentado na próxima quarta-feira (9) em um evento online. Na ocasião, além dos pesquisadores da Fiocruz, estarão reunidos representantes da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), do Conselho Nacional de Secretarias Municipais (Conasems) e da Universidade de Glasgow, na Escócia, parceira da inciativa pelo projeto Social Policy & Health Inequalities (SPHI).

A pesquisadora Maria Yuri finaliza com um relato contundente sobre a importância da valorização da pesquisa e da produção de conhecimento no Brasil, "a gente vai naquela lacuna, a gente faz com que a ciência atenda à sociedade. Ela precisa estar dando resposta para os problemas da sociedade. Ela é fundamental para responder os problemas da sociedade." Imagem: Web. Por Nara Lacerda/Edição: Rebeca Cavalcante. 

Créditos: Brasil de Fato

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Contágio por covid-19 dispara no Brasil

A covid-19 segue em trajetória de crescimento em grande parte do Brasil. São 174.515 mortos e 6.436.650 infectados desde o início da pandemia, em março. Nas últimas 24 horas, 698 vítimas e 49.863 contaminados registrados, de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Enquanto o vírus se alastra sem controle, cidades e estados passam a viver situações dramáticas.

É o caso do Rio de Janeiro. A rede pública está com 90% de leitos de UTI esgotados e a privada, 98%. A situação é próxima a de colapso do sistema de saúde. O cenário se repete, com intensidades diferentes, em outros estados.

Santa Catarina, por exemplo, vive o pior momento da pandemia desde o início do surto. O estado superou o número de casos oficiais do Rio de Janeiro, com 378.621, contra 361.397 dos fluminenses. Com mais de 33 mil casos ativos da doença, os catarinenses acumularam ontem (em 24 horas) o maior número de novos casos, 2.469, além de 47 mortes. Todo o estado está em estado de alerta máximo.

Embora ultrapassado por Santa Catarina no número de casos, o Rio de Janeiro segue com o segundo maior número de mortos: são 22.764, frente a 42.456 de São Paulo, que lidera. A conjuntura fluminense preocupa especialmente pelo esgotamento do sistema de saúde.

De acordo com dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgados ontem no boletim MonitoraCovid19, a capital fluminense vivencia um aumento preocupante de mortos em casa pro falta de assistência médica. De abril até a primeira quinzena de novembro, foram 14 mil vítimas em domicílio, frente à média de 10 mil nos últimos cinco anos.

A ausência de leitos impacta também o tratamento de outras doenças, o que provoca um grande número de mortos indiretos pela covid-19. Desde abril, a cidade registrou 27 mil mortes consideradas “em excesso”, ou seja, a mais do que a média esperada. Destes, 13 mil foram confirmados como em razão da covid-19 e 14 mil vítimas de outras doenças, como cardíacas. Os dados revelam o déficit do sistema de saúde frente ao momento de grande exigência.

Os dados obtidos pelos estudos revelam “um quadro de desassistência geral, que não se restringe aos hospitais, mas também à rede de atenção básica e ao sistema de vigilância em saúde”, afirma em nota a entidade.

Diante do fraco plano de vacinação do governo federal, que assume a impossibilidade de vacinação em massa em 2021, seriam necessárias medidas práticas de contenção do vírus. Especialmente as que envolvem distanciamento social e controle sanitário, através de testagem em massa.

Na segunda-feira (30) a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) divulgou uma nota técnica para pedir medidas de isolamento social no Rio de Janeiro. O Grupo de Trabalho Multidisciplinar para o Enfrentamento da Covid-19 da UFRJ pediu, entre outras ações, o fechamento de praias e suspensão de eventos de massa, como culturais, sociais e esportivos.

A universidade alerta para o “risco elevadíssimo” de colapso no sistema de saúde, e que “muitos, especialmente os mais jovens, têm se aglomerado em festas, bares, praias e outros eventos sociais. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil Por Gabriel Valery, da RBA.

Créditos: Brasil 247

sábado, 28 de novembro de 2020

Mortes por Covid-19 disparam no Brasil e casos graves lotam UTIs

A segunda onda de Covid-19 já esta deixando um rastro de mortes na Europa e Estados Unidos. No Brasil não é diferente: as mortes pela doença dispararam no Brasil e o número de infectados está aumentando, mesmo que alguns especialistas afirmam que o país ainda vive a primeira onda.

O Brasil no momento tem mais de 6,2milhões de infectados e mais de 171 mil mortes pela doença . O Sistema Único de Saúde (SUS) do Rio de Janeiro atingiu, na sexta-feira (27/11), mais de 94% de ocupação de leitos  de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) com pacientes infectados pela Covid-19. A rede engloba unidades municipais, estaduais e federais. No setor privado, mais de 90% das vagas já estão ocupadas.

Isso significa que a rede pública tem apenas 6% de vagas na UTI para outras doenças e a privada apenas 10%. A fila por um leito de Covid-19 no estado do Rio de Janeiro tinha, até a manhã desta sexta-feira (27), 276 pessoas infectadas com o novo coronavírus ou com suspeita da doença. Entre elas, 123 apresentavam estado de saúde grave e precisavam de uma vaga na UTI.

Em São Paulo não é diferente, as taxas de ocupação dos leitos de UTI são de 57,2 % na Grande São Paulo e 50% no Estado. O número de pacientes internados é de 9.432, sendo 5.401 em enfermaria e 4.031 em unidades de terapia intensiva, conforme dados coletados em 26/11.

Mesmo com a alta de mortes e infectados, o presidente Jair Bolsonaro se mostrou contra o uso de máscara, e disse em uma live que “esse tabu ainda vai cair”. O presidente também já se mostrou contra o isolamento social, medida adotada mundialmente. Até o momento, o governo brasileiro não apresentou nenhum planejamento estratégico para o combate da doença no país. Fontes: G1/SECOM. Foto: EBC. Créditos: Observatório do Terceiro Setor

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

País registra criação de 394,9 mil empregos em outubro

Em outubro foram criadas 394.989 vagas com carteira assinada, resultado de 1.548.628 admissões e de 1.153.639 demissões. É o quarto mês consecutivo em que o saldo de geração de empregos ficou positivo.  O resultado recorde na série histórica iniciada em 1992 está no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado na quinta-feira (26) pelo Ministério da Economia.

O estoque, que é a quantidade total de vínculos ativos, em outubro chegou a 38.638.484, variação de 1,03% em relação ao mês anterior. No acumulado do ano, o saldo é negativo em 171.139, decorrentes de 12.231.462 admissões e de 12.402.601 desligamentos.

Dos cinco grandes grupamentos de atividades econômicas, quatro tiveram saldo positivo no emprego em outubro. O principal foi o setor de serviços, que abriu 156.766 novas vagas. No comércio foram criados 115.647 postos; na indústria, 86.426; na construção, 36.296. 

O mês foi positivo nas cinco regiões do país: no Sudeste, o saldo ficou em 186.884 postos; no Sul, resultado de 92.932; no Nordeste foram criados 69.519 empregos formais; no Centro-Oeste, 25.024; e no Norte, 20.658 vagas. Créditos: InfoMoney

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Taxa de transmissão do coronavírus no Brasil é a maior desde maio

   
Segundo os especialistas, entre as principais causas do descontrole da circulação do vírus estão: falta de testagem em massa e de rastreio de casos; falta de política central clara e eficaz do Ministério da Saúde; e afrouxamento de medidas de isolamento e distanciamento social sem evidências do recuo da pandemia.

A taxa de transmissão (Rt) do Coronavírus no Brasil é a maior desde maio. De acordo com monitoramento do Imperial College de Londres, instituição do Reino Unido, o índice responsável por medir a taxa de transmissão (Rt) do coronavírus ficou em 1,30 no Brasil. O período é referente à semana que começou na segunda-feira (23). Os números  indicaram que cada 100 pessoas contaminadas transmitem o vírus para outras 130 em território brasileiro. Na margem de erro das estatísticas, essa taxa pode ser maior (Rt de até 1,45) ou menor (Rt de 0,86), cenários em que 100 pessoas com o vírus infectariam outras 145 ou 86, respectivamente.

O Brasil havia atingido um alto índice na semana de 24 de maio (1,31). A taxa ficou abaixo de 1 por cinco semanas seguidas, entre o final de setembro e o final de outubro, mas voltou a ficar acima de 1 no começo de novembro. Atualmente, o País ocupa o segundo lugar no ranking global de mortes por coronavírus (169 mil), atrás dos Estados Unidos (263 mil). O governo brasileiro também contabiliza 6,0 milhões de casos – em primeiro lugar estão os EUA (12,7 milhões) e em segundo a Índia (9,1 milhões).

Na segunda-feira (23), pesquisadores brasileiros divulgaram uma nota técnica na qual afirmando que o País vive o “início de uma 2ª onda”. Foram apontados três fatores para o “aumento explosivo” ou “manutenção da grande circulação do vírus”: falta de “testagem sistemática com rastreamento de casos”, falta de uma “política central coordenada, clara e eficaz de enfrentamento da situação”, e  “afrouxamento das medidas de isolamento sem evidências empíricas, sem uma análise cuidadosa por especialistas”. Fonte:Brasil 247/RBA. Créditos: WSCOM