segunda-feira, 1 de março de 2021

País fecha 7 milhões de vagas de emprego em 2020

A taxa de desemprego no Brasil fechou 2020 com média de 13,5%, a maior da série histórica do IBGE, iniciada em 2012 (7,4%). No ano, o país ficou com 13,415 milhões de desempregados, a 840 mil a mais do que em 2019, e fechou 7,336 milhões de postos de trabalho (-7,9%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada na semana passada. Desta vez, nem o setor informal se salvou. Massa de rendimentos diminui em R$ 8 bilhões. É a maior da série histórica do IBGE, iniciada em 2012 (7,4%).

Com a perda acima de 7 milhões de vagas, o total de ocupados caiu para 86,053 milhões, menor quantidade da série. Foi uma queda disseminada, segundo o IBGE. Por exemplo, o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado caiu 7,8%: menos 2,6 milhões, para 30,625 milhões de pessoas. Entre os trabalhadores domésticos, a retração foi ainda maior, recorde de 19,2%, para 5,050 milhões – perda de 1,2 milhão. 

Desta vez, nem o setor informal foi capaz de segurar a deterioração do mercado de trabalho. Houve redução de 1,5 milhão (-6,2%) entre os trabalhadores por conta própria, que passaram a somar 22,720 milhões. E o universo de empregados sem carteira no setor privado caiu bem mais, 16,5% (menos 1,9 milhão), para 9,665 milhões. Até o total de empregadores recuou (8,5%, menos 373 mil), caindo para 4,030 milhões. A taxa de informalidade passou de 41,1%, em 2019, para 38,7%: são 33,3 milhões pessoas sem carteira assinada.

Outro recorde negativo foi o de desalentados, pessoas que que desistiram de procurar trabalho devido às condições do mercado. Esse contingente cresceu 16,1% em 2020 e chegou a 5,527 milhões, maior número da série histórica da Pnad. O total de subutilizados, que inclui desempregados ou pessoas que gostariam de trabalhar mais, também atingiu seu maior número: 31,194 milhões. Aumento de 13,1% em relação a 2019, ou mais 3,6 milhões no ano.

Entre os setores de atividade, a ocupação na construção, por exemplo, caiu 12,5%, fechando 840 mil vagas. Com retração de 8%, a indústria perdeu 952 mil postos de trabalho. As áreas de comércio/reparação de veículos teve queda de 9,6%: 1,702 milhão a menos. Nos serviços, o segmento que inclui alojamento perdeu 1,172 milhão (-21,3%). Apenas a administração pública cresceu: 1%, acréscimo de 172 mil pessoas, com destaque para as áreas de saúde e de educação.

“No ano passado, houve uma piora nas condições do mercado de trabalho em decorrência da pandemia de covid-19. A necessidade de medidas de distanciamento social para o controle da propagação do vírus paralisaram temporariamente algumas atividades econômicas, o que também influenciou na decisão das pessoas de procurarem trabalho”, diz a analista Adriana Beringuy. “Com o relaxamento dessas medidas ao longo do ano, um maior contingente de pessoas voltou a buscar uma ocupação, pressionando o mercado de trabalho.

”A ocupação teve queda acentuada e em período muito curto, com impactos em toda a pesquisa, lembra a especialista do IBGE. “Pela primeira vez na série anual, menos da metade da população em idade para trabalhar estava ocupada no país. Em 2020, o nível de ocupação foi de 49,4%”, destaca.

Estimado em R$ 2.543, o rendimento médio cresceu 4,7% no ano passado, o que indica eliminação, principalmente, de vagas de menor remuneração. Por outro lado, a massa de rendimentos caiu 3,6%, para R$ 213,412 bilhões. Ou menos R$ 8 bilhões em 2020.Apenas no último trimestre de 2020, a taxa de desemprego foi para 13,9%, ante o recorde de 14,6% no terceiro trimestre, bem acima de igualo período de 2019 (11%). O total de desempregados foi calculado em 13,925 milhões. “O recuo da taxa no fim do ano é um comportamento sazonal por conta do tradicional aumento das contratações temporárias e aumento das vendas do comércio”, observa a analista. Créditos: pt.org.br

domingo, 28 de fevereiro de 2021

Covid-19: 20 capitais estão a beira do colapso

Segundo uma pesquisa divulgada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Brasil vive seu pior momento desde o início da pandemia do novo coronavírus. A Fundação fez um levantamento das capitais com as taxas mais altas de ocupação das UTI do país voltados para a covid-19. As informações foram apuradas pelo Exame. 

"É a situação mais crítica desde o registro dos primeiros casos, há um ano", declara Margareth Portela, pesquisadora do Observatório Fiocruz Covid-19. Em torno de 12 estados mais o Distrito Federal, já atingiu cerca de 96% de sua capacidade em unidade de tratamento intensivo na sexta-feira (26), entrando em um estado de alerta máximo.

Em relação as capitais, 17 se encontram na mesma situação, com taxas de ocupação nos leitos de UTi acima dos 80%. "Quando chega a esse nível, é considerado algo muito preocupante, à beira do colapso, de acordo com diretrizes da Organização Mundial de Saúde. Para passar de 80% a 90% ou até mais não é muito difícil, ainda mais se tratando da Covid, que pode ser uma doença de rápida evolução", ressalta Portela. Foto: Edilson Dantas/G1. Créditos: IG

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Disputas políticas levaram Brasil a fracassar no combate à Covid-19

Um estudo conduzido por pesquisadores de 16 países apontou que as disputas políticas em torno da pandemia de Covid-19 levaram o Brasil a fracassar no combate à emergência sanitária.

O projeto Comparative Covid Response: Crisis, Knowledge, Politics (Comparativo das Respostas à Covid: crise, conhecimento e política) tinha como ponto de partida entender por que a evolução da Covid-19 foi diferente entre esses países. O primeiro caso confirmado da doença no Brasil foi em 25 de fevereiro do ano passado. De lá para cá, o país concentrou 9,1% dos diagnósticos positivos de Covid-19 e praticamente 10% (9,95%) das mortes. Isso apesar de ter 2,7% da população mundial.

O relatório do estudo mostra que as tensões políticas levaram a polêmicas sobre isolamento social e uso de medicamentos que causaram danos extensos no combate à doença. Como se não bastasse, elas agora também prejudicam o planejamento da vacinação.

“Aproveitando a postura pública de Donald Trump, o presidente Jair Bolsonaro zombou do vírus e pressionou por uma inviável política de ‘isolamento vertical’, visando atingir aqueles que estão em maior risco para manter a economia aberta”, apontou o relatório. Ainda de acordo com o documento, houve mais controvérsias, como a demissão de um ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, avaliado como “confiável” pelos pesquisadores, por apoiar medidas de quarentena impostas por governadores e prefeitos, que o presidente denunciou como “economicamente ruinosos”.

Integrante do grupo de pesquisadores brasileiros, Gabriela di Giulio,  professora do Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública da USP, disseca esses efeitos na condução da pandemia e até mesmo na percepção da gravidade da doença pela população.

Entre as polêmicas que levaram a essa confusão, que culminou no resultado atual, ela cita a promoção de medicamentos comprovadamente ineficazes para tratar a Covid-19 – como a cloroquina e a ivermectina. Também ganharam relevância as falas de Bolsonaro privilegiando a economia, contrapondo-se às quarentenas sanitárias decretadas por governadores e prefeitos. E, segundo a professora, ele inflou o apoio às suas teses, dentro desse ambiente de divisão política, o que contribuiu ainda mais para a confusão. “A ideologização da pandemia teve um resultado perverso na prática”, apontou. Foto: Agencia Brasil. Por Fabíola Salani Créditos: Revista Forum

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

1 em cada 4 pacientes intubados com covid que recebem alta morre

Em um período de seis meses, especialistas observaram que, a cada quatro pacientes intubados com Covid-19 que chegam a receber alta, um morre.

Os resultados preliminares são do estudo Coalizão, conduzido por oito hospitais de excelência do Brasil e institutos de pesquisa, que avalia a qualidade de vida e os desfechos de sobreviventes de hospitalizações por Covid-19. Os participantes são pacientes internados nessas instituições. São monitorados por ligações telefônicas a cada três, seis, nove e 12 meses após a alta hospitalar.

“Trabalho em UTI, estou envolvido com vários estudos e fiquei muito surpreso com esses resultados. Mesmo nos casos mais leves, a doença não tem uma evolução tão benigna quanto pensávamos”, diz Alexandre Biasi, diretor de pesquisa do HCor (Hospital do Coração) e membro da Coalizão Covid-19 Brasil.

A rede é formada pelos hospitais Albert Einstein, HCor, Sírio-Libanês, Moinhos de Vento, Oswaldo Cruz, Beneficência Portuguesa e os institutos Brazilian Clinical Research Institute (BCRI) e Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet). Embora a intubação esteja associada a uma maior taxa de mortalidade e complicações na internação e após a alta, é a gravidade da doença, e não o procedimento em si, a responsável pelos desfechos ruins.

O estudo Coalizão ainda está compilando as causas das mortes e das reinternações dos sequelados pela Covid, mas os dados preliminares já servem de alerta para a importância do acompanhamento desses pacientes após a alta. O trabalho mostra que 20% dos pacientes que foram intubados ainda não tinham voltado a trabalhar seis meses após deixarem o hospital. fonte: Folha de São Paulo. Créditos: Observatório do Terceiro Setor

Petrobras perde quase R$ 75 bilhões em valor de mercado após intervenção de Bolsonaro

Com enorme desvalorização das ações na segunda-feira (22), a Petrobras perdeu bilhões em valor de mercado. Segundo levantamento da provedora de informações financeiras Economatica, a estatal encolheu R$ 74,2 bilhões apenas no pregão de ontem. Foi a segunda maior queda diária em valor da mercado da Petrobras desde o início do plano Real.

Na sexta-feira (19), antes mesmo do anúncio do presidente Jair Bolsonaro da indicação de um novo presidente-executivo para a Petrobras, a estatal já tinha visto o seu valor na Bolsa encolher R$ 28 bilhões.

Na noite de sexta, Bolsonaro anunciou a indicação do general Joaquim Silva e Luna, atual diretor da Itaipu Binacional, para a presidência da Petrobras, no lugar de Roberto Castello Branco, gerando muitas críticas. Para que a troca na presidência da Petrobras seja concretizada, a indicação ainda precisa do aval do Conselho de Administração da Petrobras, que tem reunião prevista para esta terça-feira (23).
O levantamento da Economatica desta segunda considera o valor de fechamento dos papéis. As ações ordinárias (PETR3) recuaram 20,48% (R$ 21,55), e as preferenciais (PETR4) registraram queda de 21,51% (R$ 21,45).

A Petrobras foi avaliada nesta segunda na bolsa em R$ 280,5 bilhões, contra R$ 382,9 bilhões no fechamento da última quinta-feira (18), retrocedendo para o menor patamar desde novembro de 2020. No início do governo Bolsonaro, valia na bolsa R$ 316 bilhões. Em maio de 2008, chegou a valer R$ 510 bilhões. Créditos: G1

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Ministério ignorou oferta de 160 milhões de doses da CoronaVac, diz Butantan


O Ministério da Saúde ignorou uma oferta feita em julho do ano passado para o fornecimento de 160 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra Covid-19 do laboratório chinês Sinovac, disse na sexta-feira o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.

Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo, ao qual o Butantan é vinculado, Covas disse que a oferta foi reiterada nos meses de agosto, outubro e dezembro novamente sem resposta por parte da pasta.

“Vamos colocar a responsabilidade em quem tem responsabilidade. Estão aqui os ofícios que foram encaminhados ao Ministério da Saúde ofertando vacinas. O primeiro em 30 de julho de 2020. Ofertamos nessa oportunidade 60 milhões de doses de vacinas prontas para entrega ainda em 2020 e 100 milhões para serem entregues em 2021. Não tivemos resposta”, disse Covas enquanto mostrava uma apresentação com a imagem dos ofícios.

“Fizemos novos ofícios com o mesmo teor em agosto, em outubro e em dezembro. Não tivemos resposta. A resposta saiu com a assinatura do contrato no dia 7 de janeiro”, acrescentou.

O contrato assinado entre o Butantan e o Ministério em janeiro prevê a entrega de 46 milhões de doses da CoronaVac até abril, com a opção, exercida pela pasta em fevereiro, de mais 54 milhões de doses da vacina.

Na manhã desta sexta, o ministério disse que manifestou ao Butantan a intenção de comprar mais 30 milhões de doses entre outubro e dezembro. Procurado, o Butantan disse que está analisando a manifestação.

A declaração de Covas foi uma resposta à manifestação na véspera do secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, que atribuiu ao Butantan o atraso na entrega de doses da vacina aos Estados e municípios.

Covas reiterou que o Butantan já entregou 9,8 milhões de doses da CoronaVac ao Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde e que, além da CoronaVac, há apenas 2 milhões de doses importadas prontas da vacina da AstraZeneca com a Universidade de Oxford no PNI.

Ele disse que o envase da vacina pelo Butantan foi atrasado pela demora na chegada do insumo farmacêutico ativo (IFA) vindo da China, que deveria ter chegado em janeiro, mas acabou chegando somente no início de fevereiro, o que impactou as entregas previstas para este mês.

O atraso na chegada do IFA, de acordo com Covas, aconteceu devido aos problemas diplomáticos do governo do presidente Jair Bolsonaro com a China e à demora na decisão do ministério de adquirir doses da CoronaVac. Créditos: InfoMoney

Brasil completa um mês com média móvel de mortes por covid-19 acima de mil

A média móvel de mortes por conta da covid-19 no Brasil está acima de 1 mil desde o dia 21 de janeiro. Em nenhum outro momento da pandemia o país havia completado o período de um mês em um patamar tão alto.

No domingo (21), segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), a média ficou em 1.037. O resultado é calculado a partir da soma de todos os óbitos dos últimos sete dias, dividida por sete. Considerado o mais negativo do Brasil até agora, o mês de julho de 2020 registrou uma média acima de mil entre os dias 3 e 28.

Ainda segundo o Conass, foram confirmados 29.026 novos casos da doença no país nas últimas 24h, com um total de 10.168.174 infectados pela covid-19 desde o início da pandemia. Ao todo, 246.504 óbitos já foram registrados no país em decorrência da doença. Nas últimas 24h, o Brasil registrou 527 mortes pelo vírus. Foto: SECOM. Créditos: Brasil de Fato