segunda-feira, 29 de março de 2021

8 a cada 10 pacientes intubados com COVID morreram nas UTIs

A partir de dados do Ministério da Saúde, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelaram que, apenas entre novembro de 2020 e março deste ano, oito a cada dez pacientes intubados com COVID morreram nas UTIs dos hospitais brasileiros.

O país tem uma das maiores taxas de mortalidade do mundo de pacientes internados: 83,5%. Recentemente uma pesquisa já havia analisado dados do ano inteiro de 2020 e o resultado não foi menos estarrecedor: 2 a cada 3 pacientes intubados com COVID faleceram em 2020 nas UTIs do país.

Ainda, um levantamento feito pelo O GLOBO mostrou que quatro a cada dez mortes por COVID-19 no Brasil acontecem sem que sequer o paciente chegue à UTI. Isso porque ou as UTIs estão superlotadas ou há falta de profissionais da saúde nos hospitais. Estes trabalhadores se veem sobrecarregados em meio à pandemia, sem que o governo federal, o Congresso ou os governos estaduais tomem providências para garantir mais contratação de trabalhadores da saúde e aumento dos leitos de UTI, medidas essenciais frente ao colapso dos sistemas de saúde. Foto: Arquivo SECOM. Créditos: Esquerda Diario

sábado, 27 de março de 2021

Mais de 1.300 cidades podem ficar sem medicamentos para intubação

Com  avanço acelerado da pandemia e a falta de ações do governo, vários municípios já estão com escassez desses itens indispensáveis para intubação de pacientes.

Uma pesquisa feita pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostra que 1.316 cidades no Brasil correm risco de ficar sem medicamentos que integram o chamado kit intubação. Essas cidades representam 50,4% da amostra, segundo a CNM. 97 cidades, ou 3,7% das cidades consultadas, não responderam.

Além do risco de faltarem medicamentos, 709 dos 2.611 municípios (27,2%) alegaram que podem ficar também sem oxigênio em seus hospitais e centros clínicos voltados para o tratamento de pacientes com Covid-19.

São 2.142 os municípios que dizem não ter recebido oxigênio dos seus respectivos governos estaduais, ou 82% das cidades que participaram da pesquisa. Não responderam à pergunta 9,1% dos municípios consultados.

A pesquisa também perguntou aos gestores locais se os municípios estão adotando o fechamento total de atividades não essenciais como medida para conter o espalhamento do novo coronavírus; 983 (37,6%) disseram que adotaram essas restrições, enquanto 1.596, ou 61,1% da amostra, afirmaram que não não aderiram à medida. Foram 32 as cidades que não responderam à questão. Feriados municipais foram antecipados em só 10,6% (278) das cidades, mostra o levantamento. Foto: EBC. Fonte: CNN Brasil. Créditos: Observatório do terceiro Setor

Sem mortes por Covid-19 desde dezembro, Austrália realiza jogos e shows para milhares de pessoas

247-Mesmo na pandemia global, parte da Austrália já realiza eventos de grande porte para milhares de pessoas. O país não registrou morte alguma por Covid-19 desde dezembro de 2020.

Na quinta-feira (25), um evento esportivo teve um público estimado em até 70 mil pessoas assistindo ao vivo a partida de rugbi entre Carlton Blues e Collingwood Magpies no Melbourne Cricket Ground, um estádio com capacidade para 100 mil pessoas. Também em Melbourne já são realizados shows musicais para públicos de milhares de pessoas.

A banda Midnight Oil tocou para 13 mil pessoas no domingo (21), e um festival em homenagem ao recém-falecido produtor australiano Michael Gudinski reuniu artistas como Kylie Minogue e Ed Sheeran.

As fronteiras da Austrália estão fechadas. Podem entrar no país cidadãos australianos ou residentes, membros imediatos da família ou viajantes que estiveram na Nova Zelândia nos 14 dias anteriores. Quem chegar em território australiano precisa cumprir uma quarentena de duas semanas. Navios de cruzeiro podem entrar em águas australianas. Passageiros e a tripulação não podem desembarcar.

A Austrália registrou 29.2 mil casos de Covid-19 e 909 mortes pela doença até esta sexta-feira (26), de acordo com a Universidade Johns Hopkins. Foto: Reprodução Facebook. Créditos: Brasil 247

sexta-feira, 26 de março de 2021

Butantan cria primeira vacina 100% brasileira contra Covid

O Butanvac á primeira vacina brasileira. O Instituto Butantan criou uma vacina contra a Covid-19, e pedirá autorização para ensaios clínicos com seres humanos à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) nesta sexta (26).

O Butantan é o maior produtor de vacinas do país e já fornece a Coronavac, fármaco de origem chinesa mais disponível hoje no Brasil. O imunizante se chama Butanvac e foi desenvolvido pelo instituto, que lidera um consórcio internacional do qual ele é o principal produtor — 85% da capacidade total de fornecimento da vacina, se ela funcionar, sairá do órgão do governo paulista.

O diretor do Butantan, Dimas Covas, diz ser possível encerrar todos os testes da vacina e ter 40 milhões de doses prontas antes do fim do ano. Há pelo menos outros sete estudos de imunizantes no Brasil, todos na fase anterior aos ensaios clínicos. "É uma segunda geração de vacina contra a Covid-19, pode haver uma análise mais rápida", afirmou.

O pedido de autorização se refere às fases 1 e 2 de testes da vacina, nas quais serão avaliadas segurança e capacidade de promover resposta imune com 1.800 voluntários. Na fase 3, com até 9.000 indivíduos, é estipulada sua eficácia. A Butanvac já passou pelos testes pré-clínicos, nos quais são avaliados em animais efeitos positivos e toxicidade.

Como a Butanvac utiliza uma tecnologia já usada amplamente no próprio Butantan para fabricar a vacina anual contra a gripe comum, Covas crê que isso será um fator a mais para acelerar seu desenvolvimento. As vacinas que foram desenvolvidas mais rapidamente contra a Covid-19 no mundo demoraram menos de seis meses para completar suas fases 1 e 2. "Mas elas eram totalmente novas", pondera Covas. A vacina será testada nos dois outros países participantes do consórcio, Vietnã e Tailândia – neste último, a fase 1 já começou.

A tecnologia em questão utiliza o vírus inativado de uma gripe aviária, chamada doença de Newcastle, como vetor para transportar para o corpo do paciente a proteína S (de spike, espícula) integral do Sars-CoV-2.

A proteína é responsável pela ligação entre o vírus e as células humanas, e ao ser inserida sozinha no corpo estimula a resposta imune. Segundo Covas, ela já utilizará a proteína da variante amazônica, a P.1, mais transmissível e possivelmente mais letal.

Outra vantagem prevista, se o fármaco funcionar, é de escala e de independência. O seu vetor é criado dentro de ovos embrionados, o que aumenta bastante a rapidez de sua produção, e não há necessidade de nenhum insumo importado.

Hoje, tanto a Coronavac (Butantan) quanto a vacina de Oxford (Fiocruz) são formuladas e envasadas no Brasil com insumos vindo da China. A partir do segundo semestre, o órgão paulista prevê a fabricação nacional da vacina.

Na Butanvac, o vírus é inativado com produtos químicos e, como a doença de Newcastle não afeta humanos, é uma alternativa ainda mais segura do ponto de vista de efeitos colaterais.

A Coronavac, cujos estudos da fase 3 foram coordenados no Brasil pelo Butantan, utiliza o próprio Sars-CoV-2 inativado como vetor. A vacina de Oxford/AstraZeneca, que também está sendo usada no Brasil, utiliza um adenovírus causador de gripe em macacos para inserir a proteína S.

Outras vacinas usam tecnologias mais recentes, como é o caso dos fármacos da Moderna e da Pfizer, que utilizam material genético (RNA mensageiro). Foto: Reuters. Fonte: Folha de S. Paulo. Créditos: ClickPB.

quinta-feira, 25 de março de 2021

Governadores defendem Auxílio Emergencial de R$ 600

Neste momento em que o país atravessa catástrofe sanitária com colapso no sistema de saúde e recorde de mortes por Covid-19, 16 governadores lançaram uma carta aos senadores e deputados federais solicitando que sejam tomadas providências necessárias para garantir segurança de renda à população, associada às medidas de distanciamento social.

A carta sugere que o Congresso Nacional disponibilize os recursos necessários para que o valor do Auxílio supere os valores noticiados de R$ 150,00, R$ 250,00 e R$ 375,00.

“Exatamente há um ano, no início da pandemia, os governadores manifestaram-se favoráveis à implantação de uma renda básica no país. Hoje, mais do que nunca, é comprovada a sua necessidade, urgência e o impacto que se pode alcançar. Por isso, neste momento, defendemos auxílio emergencial de R$ 600,00, com os mesmos critérios de acesso de 2020”, diz a carta. Leia a íntegra da carta aqui. Créditos: WSCOM.

Governo reduz em 10 milhões doses de vacinas prometidas para abril

Ministério da Saúde reduziu a previsão de vacinas contra a Covid-19 que serão entregues pelos fabricantes no próximo mês, de acordo com novo cronograma disponível na plataforma ‘Localiza SUS’. 

O governo previa na versão anterior do documento, de 15 de março, que seriam repassadas 57.179.258 doses em abril. Agora, em arquivo de 19 de março, a previsão caiu para 47.329.258.

Com a mudança, o ministério indica que o Brasil receberá 9,85 milhões de doses a menos no próximo mês. Para maio, o novo cronograma também apresenta uma redução de 690 mil doses. Enquanto a previsão de entrega feita pela Fiocruz passa de 25 milhões para 26.810.000 – 1.810.000 doses a mais -, as 2,5 milhões de doses previstas para a Pfizer foram retiradas e não estão mais datadas.

O governo continuou com a previsão total de entrega de 38.097.600 para março, com prazo até a quarta-feira (31/03), daqui a uma semana. Entre essas doses, 8 milhões são da vacina da Bharat Biotech, a Covaxin, que ainda não apresentou pedido de uso emergencial à Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O prazo está bastante apertado, já que a reguladora exige 10 dias para a avaliação dos documentos.

Enquanto isso, o Brasil registrou mais de 300 mil mortes e continua em primeiro lugar no mundo no ranking de mortes por covid-19. O país está no seu pior momento da pandemia. Fonte: O Globo. Créditos: Observatório do Terceiro Setor.

quarta-feira, 24 de março de 2021

Governo corta R$ 36 bi da saúde

A proposta de orçamento do governo de Jair Bolsonaro para este ano traz cortes profundos na área de saúde que vão impactar em até R$ 36 bilhões a menos de recursos que poderiam ser utilizadas no combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), na compra de vacinas, na abertura de novos leitos de UTIs e na contratação de mais médicos e enfermeiros.

O Orçamento da União de 2021 retira recursos da educação, dos programas de crédito para as micro e pequenas empresas, e não prevê recursos para um novo programa de redução de salários  e suspensão de contratos, que o próprio governo diz ter preservado mais de 10 milhões de empregos durante o seu período de validade. Também não inclui uma nova rodada de auxílio emergencial, cujo pagamento a partir de abril só será possível porque foram destinados R$ 44 bilhões de créditos extraordinários que ficam fora do orçamento deste ano.

Por outro lado, o aumento com gasto com soldos (salários) dos militares sobe R$ 7,1 bilhões, enquanto os demais servidores públicos estão com salários congelados até o final do ano,  e ainda poderão continuar sem receber reajustes após a aprovação a PEC Emergencial.

Na proposta orçamentária original do governo federal, apresentada no final do ano passado, os investimentos previstos para as Forças Armadas eram de R$ 8,17 bilhões, e agora subiu R$ 8,32 bilhões de um total de R$ 37,6 bilhões. O orçamento das Forças Armadas representa 22% para todo o governo federal.

O aumento dos gastos militares foi possível graças ao relator do Orçamento, o deputado bolsonarista, Márcio Bittar (MDB-AC) que apresentou o novo texto com apenas alguns ajustes para contemplar as emendas dos parlamentares. Créditos: CUT