Mesmo durante a pandemia a destruição da floresta amazônica se intensificou. Os alertas de desmatamento na Amazônia em março deste ano foram os maiores já registrados para o mês desde o começo da série histórica, segundo dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe).
sábado, 10 de abril de 2021
Desmatamento na Amazônia bate recorde em março
OMS apela por medidas sociais no Brasil
A Organização Mundial de Saúde (OMS), voltou a alertar sobre a crise sanitária no Brasil. A organização deixou claro que, no curto e médio prazo, não há como depender apenas de vacinas para reduzir o número de mortes.
"É muito preocupante o que ocorre no Brasil", disse Bruce Aylward, conselheiro de vacinas da OMS e que explicou que o próprio diretor-geral da agência, Tedros Ghebreyesus, está em busca de soluções para o Brasil.
"Mas em termos de vacinas, simplesmente não existem vacinas para reduzir riscos para trabalhadores e mais idoso", disse. "Enquanto isso, outras medidas precisam ser tomadas", apontou.
Para a cúpula da OMS, o momento é garantir a ação de líderes políticos e da população e o recado vem em uma semana em que o governo de Jair Bolsonaro insistiu que lockdowns não serão adotados.
"O que temos de fazer hoje é usar as medidas cruciais que sabemos que funcionam, como identificar casos, isolar e rastrear contatos. Isso é o que funciona", insistiu. De acordo com ele, pequenos volumes de doses de vacinas terão efeitos limitados para reduzir o risco a grupos da população.
"Mas o que temos de lidar aqui é com um inferno furioso de um surto", alertou. "Isso exige uma ação no nível da população para rapidamente testar, isolar e rastrear", repetiu. "Precisamos lidar dessa forma para desacelerar essa coisa", afirmou Aylward.
De acordo com ele, pedir mais vacinas ao Brasil neste momento é um "ponto mudo". "Mas o crítico é adotar medidas que possam ser usadas de forma ampla para desacelerar a crise", defendeu.
Maria van Kerkhove, diretora técnica da OMS, também insiste sobre a necessidade de que governos não dependam apenas de imunizantes. "A vacina é poderosa. Mas ela não vai parar sozinha a pandemia. Todos terão de fazer sua parte", disse.
"A trajetória da pandemia vai na direção errada", alertou. "São seis semanas de aumento no número de casos e três semanas de aumento em mortos", afirmou. Por Jamil Chade. Créditos: UOL
sexta-feira, 9 de abril de 2021
Anistia Internacional denuncia alta da violência no Brasil em meio à pandemia
RFI-A gestão da pandemia foi um desafio para todos os países do mundo, mas a crise no Brasil “foi exacerbada pelas tensões persistentes entre Brasília e os governos estaduais, a ausência de um programa de ação claro e baseado em informações científicas sérias e falta de transparência das políticas públicas”, escreve a Anistia na abertura do capítulo dedicado à situação brasileira.
O Brasil se transformou em um dos epicentros da epidemia e a Covid-19 ampliou as desigualdades “históricas, estruturais e persistentes no país, agravando as crises econômica, política, sanitária e de saúde pública”. Entre os mais atingidos, estão as populações marginalizadas: moradores de favelas, povos indígenas, quilombolas, mulheres e pessoas LGBTI, ressalta relatório. Nem todos puderam se beneficiar da ajuda emergencial do governo, que se revelou “insuficiente e mal concebida”.
Os profissionais de saúde não receberam, segundo a ONG, a assistência necessária, e trabalharam “em condições difíceis e com contratos precários de trabalho”. Nas prisões, que vivem uma superpopulação sistémica, os presos não tiveram o direito à saúde garantido, e os estabelecimentos de vários estados registraram uma explosão de casos de Covid.
Uma das consequências indiretas das medidas restritivas adotadas para frear a propagação da epidemia foi o aumento da violência doméstica em vários países e o Brasil é um deles. Nos primeiros meses de 2020, os feminicídios tiveram alta em 14 dos 26 estados brasileiros em relação ao mesmo período de 2019, com destaque para o Acre, que registrou 400% a mais de crimes contra as mulheres.
A violência policial se intensificou no Brasil durante a pandemia de Covid-19, denuncia a Anistia. Ao menos 3.181 pessoas foram mortas no país entre janeiro e junho do ano passado por policiais, o que significa uma média de 17 pessoas por dia. Isso representa um aumento de 7,1% em relação ao mesmo período de 2019.
“Enquanto a população seguia a orientação de ficar em casa, as forças de ordem continuavam suas operações nas favelas, matando várias pessoas”, majoritariamente negras, informa o texto. “Muitos desses homicídios não foram investigados”. No Rio de Janeiro, essa violência policial atingiu um nível sem precedentes, com 741 assassinatos. Muitos governantes brasileiros continuam defendendo publicamente que “bandido bom, é bandido morto”, aponta o relatório.
Os ataques contra jornalistas e a mídia reduziram a liberdade de expressão no país. Entre janeiro e setembro do ano passado, 449 declarações contra o trabalho da imprensa foram feitas por integrantes do governo federal. “Esses ataques contribuem para intimidar e deslegitimar o trabalho jornalístico.
A hostilidade do governo, que visa também movimentos sociais e ONGs, reduz a participação da sociedade civil no debate público sobre políticas governamentais. O discurso do presidente Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU, acusando “as instituições internacionais de fazerem uma campanha de desinformação sobre as queimadas na Amazônia”, é considerado um exemplo emblemático dessa atitude.
Por fim, o texto lembra a perigosa situação dos ativistas no Brasil, que está na terceira posição da lista dos países com o maior número de assassinatos de defensores do meio ambiente e dos direitos humanos. Entre outros casos, a Anistia aponta o assassinato há dois anos de Marielle Franco, até hoje não elucidado. Por Adriana Brandão. Créditos: RFI
quarta-feira, 7 de abril de 2021
O preço da irresponsabilidade
Um ano de pandemia, mais de 13 milhões de casos de Covid-19, mais de 340 mil mortes e mais de 4.200 mortes registradas em 24h, o Brasil vive uma tragédia sanitária sem precedentes.
terça-feira, 6 de abril de 2021
Insegurança alimentar dispara no Brasil
A fome voltou a crescer no Brasil, depois de recuar significativamente até meados da década passada, mas com aumento significativo a insegurança alimentar disparou nos dois últimos anos. São quase 117 milhões de pessoas nessa situação, sem acesso pleno e permanente a alimentos. Além deles, há ainda 19,1 milhões de brasileiros que efetivamente passam fome, em um quadro de insegurança alimentar grave.
Os dados fazem parte do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, desenvolvido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede Penssan). Pela pesquisa, mais da metade da população está em situação de insegurança alimentar, seja leve, moderada ou grave. Dessa forma, o total passou de 36,7% dos domicílios, em 2018, para 55,2% no final do ano passado.
Segundo o levantamento, o retrocesso mais acentuado ocorreu nos dois últimos anos. De 2013 a 2018, a insegurança alimentar teve aumento de 8% ao ano, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), ambas do IBGE. Mas de 2018 a 2010, esse crescimento acelerou, sobretudo na modalidade severa, e o total de pessoas com fome saltou de 10,3 milhões para 19,1 milhões.
Em 2013, a proporção de pessoas em segurança alimentar chegou a 77,1%. Em 2020, despencou para 44,8% (confira quadro abaixo). O levantamento demonstra a relação direta entre renda e fome: nos domicílios com renda familiar per capita acima de um salário mínimo, não foi constatada insegurança alimentar grave.
Em residências habitadas por pessoas brancas, a fome atingia 7,5% do total. Já naquelas cujos moradores eram pretos e pardos (classificação usada pelo IBGE), esse percentual sobe para 10,7%. Nos domicílios chefiados por homens, eram 7,7%, subindo para 11,1% no caso das mulheres.Assim, em números absolutos, em 2020 havia 94,9 milhões de brasileiras em situação de segurança alimentar. Eram 116,8 milhões em situação de insegurança, entre leve (73,4 milhões), moderada (24,3 milhões) e grave (19,1 milhões).
“A fome no Brasil é um problema histórico, mas houve um momento em que fomos capazes de combatê-la”, afirmam os responsáveis pela pesquisa (aqui, a íntegra). Entre 2004 e 2013, os resultados da estratégia Fome Zero aliados a políticas públicas de combate à pobreza e à miséria se tornaram visíveis. (…) Mas esse sucesso na garantia do direito humano à alimentação adequada e saudável foi anulado. Os números atuais são mais do que o dobro dos observados em 2009.” Créditos: Rede Brasil Atual.
segunda-feira, 5 de abril de 2021
Petrobras eleva o preço do gás natural em 39%
Brasil registra mil violações de direitos humanos por dia
No total, foram cerca de 350 mil denúncias relacionadas aos direitos humanos. É válido ressaltar que uma denúncia pode conter várias violações, como maus tratos, tráfico de pessoas ou exploração sexual.
O Disque 100 e o Ligue 180 registraram cerca de 1 mil denúncias de violações de direitos humanos por dia, em 2020. As informações foram divulgadas pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH).
As mulheres foram as principais vítimas. A violência contra mulher e a violência doméstica somaram mais de 105 mil denúncias em 2020. Em seguida, aparece a violência contra a criança e o adolescente, com 95 mil registros, e a violência contra a população idosa, com quase 88 mil casos. Saiba mais aqui. Créditos: Observatório do Terceiro Setor