sábado, 22 de maio de 2021

Metade dos internados em UTI por covid-19 tem menos de 60 anos

As notificações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) aumentaram, informa o Boletim Observatório Covid-19, divulgado na sexta-feira (21) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os casos de SRAG são responsáveis por incidências graves de doenças respiratórias, que demandam hospitalização ou levam a óbito. São atualmente, em grande parte, devido a infecções por Sars-CoV-2. 

Conforme o boletim, outro dado preocupante é que, pela primeira vez no Brasil, a mediana da idade de internações em unidades de terapia intensiva (UTIs) de todo o país ficou abaixo de 60 anos. 

O ano de 2021 vem, a cada semana, apresentando rejuvenescimento da pandemia, alertam os pesquisadores. “Diferentemente das últimas semanas, mais da metade dos casos de internação hospitalar e internação em UTI ocorreram entre pessoas não idosas. Em relação aos óbitos, embora a mediana ainda seja superior a 60 anos, ao longo deste ano, houve queda num patamar de 10 anos. Os valores de mediana de idade dos óbitos foram, respectivamente, 73 e 63 anos”, diz o boletim.

A análise comparou a Semana Epidemiológica 1 (3 a 9 de janeiro) e a 18 (2 a 8 de maio) de 2021 e verificou que a mediana da idade das internações hospitalares (idade que delimita a concentração de 50% dos casos) foi de 66 anos na SE 1 para 55 anos na SE 18. Já a mediana de idade de internações em UTI foi de 68 anos na SE 1 para 58 anos na SE 18. 

A comparação da incidência das semanas epidemiológicas 8 e 9 e 18 e 19 mostra que poucos estados estão em patamar significativamente menor, como: Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Amapá, sendo que Mato Grosso, Paraná e as capitais dos estados da região Sul apresentam sinais de aumento.   

Segundo os pesquisadores da Fiocruz, os demais estados estão em níveis próximos ao observado em meados de março, ou mesmo acima, como é o caso de Mato Grosso do Sul, Maranhão, Pernambuco, do Rio de Janeiro e Espírito Santo. “O aumento ou estabilidade em níveis muito altos e com taxas altas de ocupação são cenários altamente indesejados”, destacaram. Créditos: Agencia Brasil

sexta-feira, 21 de maio de 2021

Sputnik fabricada no Brasil será exportada para países vizinhos

O primeiro lote de 100 mil doses da vacina contra o coronavírus Sputnik V, que foi vetada pela Anvisa, foi embalado para o envio na planta da farmacêutica brasileira União Química em Guarulhos (SP). Instituto Gamaleya de Moscou informou que as doses serão exportadas para países vizinhos da América do Sul.

A empresa farmacêutica brasileira União Química completou o primeiro lote da vacina contra o coronavírus Sputnik V, com ingredientes ativos e tecnologia fornecidos pela Rússia. De acordo com executivos do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), o primeiro lote de 100 mil doses da fábrica foi embalado em caixas rotuladas em espanhol, apesar de não ter sido decidido quais países as receberão. Segundo o Instituto Gamaleya de Moscou, que desenvolveu a vacina, o imunizante foi embalado para envio na planta da União Química em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.

A companhia informou nesta quinta-feira (20) que as doses serão exportadas para países vizinhos da América do Sul, pois o Brasil não aprovou o imunizante russo para uso doméstico. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não recomendou a aplicação da Sputnik V sob o argumento de que a vacina contém vírus replicante (adenovírus capaz de reprodução, ou RCA), mas não chegou a fazer os testes necessários para barrar a importação do imunizante. Em consequência o órgão foi ameaçado de processo pelo fundo soberano da Rússia por difamação.

Executivo-chefe da União Química, Fernando Marques disse que Paraguai, Uruguai e Argentina estão interessados em comprar a vacina. A União Química poderá produzir oito milhões de doses por mês quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar seu uso no Brasil, disse ele à Reuters. O dirigente espera que a aprovação saia em junho, e sua empresa começará a produzir o ingrediente ativo em seu laboratório biomédico de Brasília, ao invés de importá-lo da Rússia.
O fundo russo disse que assinou contratos de produção da Sputnik V com 20 instalações de fabricação da Índia, Argentina, Coreia do Sul, China, Itália, Sérvia, Egito, Turquia, Belarus e Cazaquistão.

Por ora, a vacina já é produzida na Rússia, Sérvia, Egito, Turquia e Argentina, onde o primeiro lote de teste foi produzido no dia 20 de abril pelos Laboratórios Richmond, disse o fundo russo. Com informações da Reuters. Créditos: Brasil 247 .

quarta-feira, 19 de maio de 2021

Novo tratamento contra a Covid-19 reduz carga viral em 99,9%

Cientistas da Universidade de Griffith, na Austrália, e do centro de pesquisas americano City of Hope desenvolveu uma terapia antiviral experimental para tratar a Covid-19. Em testes com camundongos, o tratamento reduziu em 99,9% a carga viral nos pulmões dos animais. A pesquisa foi publicada na revista científica Molecular Therapy.

Os pesquisadores utilizaram uma tecnologia chamada de siRNA, ou RNA de pequena interferência, para atacar o genoma do vírus diretamente, impedindo sua replicação.

Em vídeo, o pesquisador Nigel McMillan, professor e diretor do Programa de Doenças Infecciosas e Imunologia da Universidade de Griffith, explica que essa é uma tecnologia que funciona com pequenos pedaços de RNA que podem se ligar especificamente ao genoma do vírus e essa ligação faz com que o genoma "não funcione mais" e as células o destruam.

Os medicamentos de RNA precisam ser entregues em algo chamado de nanopartículas. Então nós injetamos na corrente sanguínea e as nanopartículas vão para os pulmões e se fundem nas células, entregando o RNA. O RNA busca o vírus e destrói seu genoma, então o vírus não pode mais se replicar — explica o pesquisador no vídeo de divulgação.

Ele acrescenta que o processo é "incrivelmente específico" apenas para o vírus, então as células normais não sofrem nenhum efeito colateral com o tratamento.

"O tratamento com siRNA específico para vírus reduz a carga viral em 99,9%. Essas nanopartículas furtivas podem ser entregues a uma ampla gama de células pulmonares e silenciar genes virais", afirmou McMillan, em nota.

Segundo o pesquisador, o uso da terapia em camundongos infectados com SARS-Cov-2 aumentou a sobrevivência dos animais. "Notavelmente, em sobreviventes tratados, nenhum vírus foi detectado nos pulmões", destacou McMillan.

Segundo os pesquisadores, os resultados sugerem que formulações de nanopartículas de siRNA podem ser desenvolvidas como uma terapia para tratar pacientes humanos com a Covid-19 e também poderiam ser utilizadas contra outros tipos de coronavírus. Créditos: O Globo

segunda-feira, 17 de maio de 2021

Universidade do Ceará desenvolve nova vacina contra a Covid-19 e pede para testar em humanos

Pesquisadores da UECE e o governador do Ceará
A Universidade Estadual do Ceará pediu oficialmente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a  autorização para iniciar testes em humanos de uma nova vacina contra a covid-19 desenvolvida pela instituição.

O imunizante, que apresentou eficácia superior a 90% em testes realizados em camundongos, foi batizado como 2H120 Defense e tem valor estimado de R$ 0,04 por dose, o que representaria a vacina mais barata a ser usada no Brasil.

Caso a autorização seja dada, a universidade conduzirá o estudo clínico em três fases, sendo que na primeira recrutaria 100 pessoas adultas, com idade entre 18 e 60 anos, que não apresentem comorbidades. Para a segunda, a escolha seria por pessoas acima de 60 anos com comorbidades. Para a última fase, não há um número específico de pessoas.

A 2H120 Defense utiliza um modelo de coronavírus aviário e que, enfraquecido, não causa contaminação em humanos. A imunização completa também seria em duas doses.

Por meio das redes sociais, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), que trava uma disputa para a Anvisa liberar o uso emergencial da Sputnik V,  apoiou a vacina da universidade estadual. Foto: UECE. Créditos: IGSaúde

Estudo mostra redução de 90% em mortes pela Covid-19 após a 1ª dose da vacina

As infecções pela COVID-19 em adultos de todas as idades caíram 80% e as mortes pelo vírus caíram 90% cinco semanas após a primeira dose das vacinas da Pfizer/BioNTech, Moderna ou AstraZeneca na Itália, de acordo com um estudo italiano.

O primeiro estudo deste tipo feito por um país da União Europeia sobre o impacto real de sua campanha de vacinação foi realizado pelo Instituto Nacional de Saúde (ISS, na sigla em italiano) e Ministério da Saúde da Itália em 13,7 milhões de vacinados em todo o país.

Cientistas estudaram os dados desde o dia em que se iniciou a campanha de imunização na Itália, em 27 de dezembro de 2020, até 3 de maio de 2021. A análise mostrou que o risco de infecção, hospitalização e morte pela SARS-CoV-2 diminuiu progressivamente após as duas primeiras semanas desde o início da vacinação no país.

Entre os quase 15 milhões de pessoas estudadas, 95% tomaram duas doses das vacinas da Pfizer e Moderna, enquanto ninguém dos que receberam o imunizante da AstraZeneca tomou segunda injeção.

Até agora, a Itália segue as recomendações dos fabricantes, dando a segunda dose da Pfizer três semanas após a primeira injeção, a segunda da Moderna após um intervalo de quatro semanas e uma segunda dose da AstraZeneca após 12 semanas. Até sábado (15), cerca de 8,3 milhões de italianos, ou 14% da população, foram completamente vacinados, enquanto cerca de 10 milhões de pessoas receberam a primeira dose de imunizante. Fonte : Reuters. Créditos: Sputnik

sábado, 15 de maio de 2021

Falta a segunda dose da vacina em mais de mil municípios brasileiros

 

Segundo dados divulgados pela Confederação Nacional dos Municípios, em 322 municípios faltam a primeira dose da vacina para Covid-19, enquanto 1142 municípios têm carência da segunda dose do imunizante.

A falta de vacinas afeta cerca de 41,6% dos 3.051 municípios consultados pela entidade. 92% das cidades consultadas apontam a falta da CoronaVac, vacina produzida pelo instituto Butantã, que suspendeu a produção do imunizante por falta do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), o que reduziu para menos de 50% a quantidade de vacinas a serem entregues.

A possibilidade de falta de kit entubação também é apontada por 18,3% das 559 cidades consultadas sobre o assunto. Créditos: Esquerda Diário

quinta-feira, 13 de maio de 2021

Negacionismo e omissão do governo tornaram covid-19 mais letal no Brasil

O negacionismo e as medidas inadequadas, durante o combate à pandemia de covid-19 por parte do Brasil, resultaram em consequências mortais, de acordo com relatório do Painel Independente criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Na avaliação internacional, o Brasil governado por Bolsonaro é citado entre os países que criaram mortes e um número elevado de contaminados, por não seguir as recomendações científicas. 

Ao lado de Reino Unido e Nicarágua, o Brasil é criticado por permitir, por meio da omissão e negacionismo de seu governo, uma rápida escalada e altas taxas de mortalidade. “Os impactos sobre o direito à vida e à saúde foram exacerbados em alguns países pelo fracasso em adotar medidas de controle eficazes, através do distanciamento social, isolamento e quarentena”, aponta um dos documentos.

A avaliação é conduzida por respeitadas lideranças globais para examinar a resposta do mundo à pandemia do coronavírus, além de sugerir uma reforma ampla da estrutura internacional com o objetivo de que uma nova crise sanitária assole o mundo.

Sem citar o Brasil, a presidente do processo, Helen Clark, disse que líderes nacionais “desvalorizaram e rejeitaram a ciência, negaram severidade, demoraram para responder e venderam desconfiança a seus cidadãos”. “As consequências foram mortais”, disse a ex-primeira-ministra da Nova Zelândia.

O documento também indica entre os 28 países avaliados, incluindo o Brasil, os que já viveram surtos recentes e estavam mais dispostos a agir. Porém, alguns governantes se recusaram a tomar medidas. “Os países com resultados mais pobres tinham abordagens descoordenadas que desvalorizavam a ciência, negavam o impacto potencial da pandemia, atrasavam a ação abrangente e permitiam que a desconfiança minasse os esforços”, acusou.

“A negação de evidências científicas foi agravada pela falha da liderança em assumir a responsabilidade ou desenvolver estratégias coerentes destinadas a impedir a transmissão comunitária. Os líderes que pareciam céticos ou desdenhosos das evidências científicas emergentes corroíam a confiança pública, a cooperação e o cumprimento das intervenções de saúde pública”, completou. Com informações do jornalista Jamil Chade, do UOL. Foto: Bruno Kelly/ Reuters. Créditos: Rede Brasil Atual