sábado, 8 de janeiro de 2022

Variante ômicron é mortal, diz OMS

BBC-A Organização Mundial da (OMS) alertou que a variante ômicron não deve ser descrita como branda, já que ela está matando pessoas em todo o mundo. 

Estudos recentes sugerem que a ômicron tem menos probabilidade de deixar as pessoas gravemente doentes do que as variantes anteriores de covid. Mas o número recorde de pessoas infectadas vem deixando os sistemas de saúde sobrecarregados, disse o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Nesta semana, os EUA registraram mais de um milhão de casos de covid em 24 horas.

A OMS disse que o número de casos globais aumentou em 71% na última semana - e, nas Américas, subiu 100%. A entidade afirma que, entre os casos graves em todo o mundo, 90% são em pessoas que não foram vacinadas.

"Embora a ômicron pareça ser menos grave em comparação com a delta, especialmente entre os vacinados, isso não significa que ela deva ser classificada como branda", disse Tedros em entrevista coletiva na quinta-feira (6/1).

"Assim como as variantes anteriores, a ômicron está hospitalizando e matando pessoas. Na verdade, o tsunami de casos é tão grande e rápido que está sobrecarregando os sistemas de saúde em todo o mundo."

A ômicron é altamente contagiosa e pode infectar pessoas, mesmo as que estão totalmente vacinadas. No entanto, as vacinas são essenciais, pois ajudam a proteger contra casos graves que podem levar a hospitalização ou até morte.

O número de casos segue alto, sobretudo na Europa. Na quinta-feira (6/1), o Reino Unido relatou 179.756 novos casos e 231 mortes relacionadas à covid. Vários hospitais declararam ter chegado a pontos críticos devido à ausência de funcionários e pressões crescentes.

Na França, o ministro da Saúde, Olivier Veran, alertou esta semana que janeiro seria difícil para os hospitais. Ele acrescentou que os pacientes com ômicron ocupavam leitos "convencionais" em hospitais, enquanto a delta colocava pressão nos departamentos de UTI. A França relatou na quinta-feira 261 mil novos casos.

O presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, disse que o sistema de saúde do país está atualmente sob grande pressão. O país registrou mais de 9 mil casos na quinta-feira, segundo a imprensa local.

Em seus comentários mais recentes, o diretor da OMS repetiu seus apelos por uma melhor distribuição de vacinas para ajudar os países mais pobres a vacinarem suas populações.

Ele disse que, com base no quadro atual, 109 países não cumprirão a meta da OMS de que 70% do mundo esteja totalmente vacinado até julho.

No ano passado, o chefe da OMS havia dito que o mundo teria doses suficientes da vacina em 2022 para vacinar toda a população adulta global, se os países ocidentais não acumulassem vacinas para usar em seus programas de reforço. Imagem: Shutterstock. Créditos: BBC Brasil.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Produção industrial recua pelo 6° mês seguido

 A produção industrial brasileira fechou novembro em queda de 0,2% na comparação com outubro, quando chegou a recuar 0,6%. São seis meses consecutivos de queda, período que acumula perda de 4%.

Em relação a novembro de 2020, houve recuo de 4,4%. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada na quinta-feira (6) pelo IBGE.

Considerando o ano de 2021, até novembro, a indústria acumula alta de 4,7%. Porém, o resultado do mês para o setor industrial brasileiro ainda está 4,3% abaixo do patamar pré-pandemia. 

As influências negativas mais importantes no mês de novembro foram das categorias de produtos de borracha e de material plástico (-4,8%), que perderam toda a alta acumulada (3,5%) nos meses de setembro e outubro.

A metalurgia (-3%) também se destacou, com a terceira queda consecutiva acumulando perda de 7,7% no período.

Outras contribuições negativas de grande impacto foram em produtos de metal (-2,7%), de bebidas (-2,2%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,6%), de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-4,5%).

Na direção oposta, 13 atividades apontaram crescimento na produção. As mais relevantes foram de produtos alimentícios (6,8%), indústrias extrativas (5%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (2,9%).

As categorias de produtos alimentícios e indústrias extrativas voltaram a crescer após dois meses consecutivos de queda na produção, em que acumularam perdas de 7,3% e de 10,2%, respectivamente; e a última marcou o primeiro resultado positivo desde abril de 2021 (2,2%). Foto: Arquivo/Google. Créditos: Sputnik Brasil.

terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Fome aumenta 40% e bilionários lucraram US$ 1 trilhão em 2021

 Segundo o índice de bilionários da agência Bloomberg, a fortuna somada das 500 pessoas mais ricas do mundo aumentou em mais de US$1 trilhão (R$ 5,57 trilhões) em 2021. O patrimônio líquido somado desse clube agora ultrapassa US$ 8,4 trilhões (R$ 46,9 trilhões), mais do que um PIB individual de todos os países, exceto China e Estados Unidos.

Enquanto isso, a insegurança alimentar aguda aumentou 40% este ano (2021) no mundo, com a alta recente dos preços dos alimentos, exacerbada por pressões existentes de conflitos, mudanças climáticas e a pandemia da Covid-19, revelou, em relatório recente sobre a fome, o Programa Mundial de Alimentos da ONU (Organização das Nações Unidas).

Agora, é importante deixar claro que a fome não cresceu à despeito do enriquecimento estrondoso deles. Na realidade, esses 500 superbilionários só enriqueceram porque a fome crescia galopantemente no mundo. Essa é a lógica do sistema capitalista, um sistema que gera muita riqueza, mas não a distribui, muito pelo contrário, a concentra.

É justamente essa lógica perversa que explica como Jeff Bezos, a segunda pessoa mais rica do mundo, ganhou mais US$ 2 bilhões em 2021. O fundador da Amazon fechou o ano com US$ 192 bilhões em caixa, ao mesmo tempo em que impedia seus trabalhadores, que geraram todos as riquezas que agora concentra e usa para financiar suas viagens espaciais, de se sindicalizarem (um direito mínimo de organização da classe frente à exploração capitalista).

No Brasil, país celeiro do mundo, um dos maiores produtores de alimentos do planeta, é vergonhoso e revoltante ver as filas do osso e do lixo que marcaram, como uma ferida aberta, o ano de 2021. Pessoas tendo de se submeter a se alimentar das sobras, por outro, toneladas de comida são desperdiçadas uma vez que não vão gerar retorno lucrativo. Ou seja, não se produz para que as pessoas comam, mas sim para enriquecer.

Todos esses sinais só reforçam a necessidade de superação desse sistema de miséria. O capitalismo não consegue dar conta das demandas mais básicas e elementares da humanidade. (Editado). Foto: André Queiroz. Créditos: Brasil de Fato

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Desemprego atinge 12,9 milhões, informalidade cresce e renda cai

A taxa de desocupação do trimestre agosto-outubro caiu 2,5 pontos percentuais em relação ao mesmo período no ano passado. Desse modo, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego atingiu o índice de 12,1%. A situação afeta uma população de 12,9 milhões de pessoas. Entretanto, o trabalho informal representa 40,7% da população ocupada, uma piora de 2,4 pontos percentuais em relação ao trimestre agosto-outubro de 2020. Isso significa, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad Contínua) divulgada nesta terça (28), 38,2 milhões de pessoas desempenhando ocupações sem direitos e nenhum tipo de proteção.

Além disso, a sutil “recuperação” no índice de emprego não representou melhora na renda do trabalho. De acordo com a Pnad Contínua, o rendimento real habitual caiu 11,1% em um ano. A renda média dos ocupados, de R$ 2.756 em outubro de 2020, ficou em R$ 2.449, o pior nível desde 2012. Entre os trabalhadores com carteira assinada, a redução no ganho mensal foi de 8% e entre os informais foi de 11,9%. Em todas as demais formas de ocupação consideradas pelo IBGE os rendimentos também caíram: trabalhador doméstico (-5,1%), do setor público (-10,6%), empregador (-15%) e trabalhadores por conta própria (-4%).

Na comparação anual, também não houve crescimento no rendimento em nenhum grupamento de atividade verificado pelo IBGE. Ao contrário, em seis deles houve reduções: Indústria (-16,1%), Construção (-7,4%), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (- 10%), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (-9,3%), Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-11,6%) e Serviços domésticos (-5,1%).

Os empregos com carteira seguem crescendo muito menos do que os sem carteira. Em outubro, segundo o IBGE, enquanto o primeiro grupo aumentou 8,1% em um ano, o segundo cresceu 19,8%. O cenário acaba refletindo – além da queda na renda do trabalho – na qualidade dos empregos. O país tem ainda 7,7 milhões de pessoas trabalhando menos horas do que precisariam, a chamada subocupação de mão de obra. Isso representa um aumento de 17,7% dessa taxa em um ano – pois em outubro de 2020 eram 6,5 milhões.

Já a população subutilizada ainda apresenta números alarmantes. São 29,9 milhões de pessoas nessa condição, apesar da redução de 3,2 milhões de pessoas em relação ao ano anterior. O desalento – quando a pessoa desiste de procurar trabalho por falta de condições – também segue afetando 5,1 milhões de pessoas. Com informações da Agência IBGE. Créditos: Rede Brasil Atual

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Vacina é insuficiente contra ômicron


(AFP) - Uma "ação forte" é "urgente" diante do rápido avanço da variante ômicron, e "a vacinação sozinha não será suficiente" - alertou o Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês), nesta quarta-feira (15).

"Na atual situação, a vacinação sozinha não permitirá impedir o impacto da variante ômicron, porque não há tempo para cobrir os déficits de vacinação existentes", declarou a diretora do (ECDC), Andrea Ammon, em um comunicado.

A agência europeia também elevou em um grau sua avaliação de risco dessa variante, para um nível "muito alto", e recomendou uma série de medidas. Entre elas, estão o retorno ao trabalho remoto e uma maior cautela nas comemorações e viagens de fim de ano.

Segundo o ECDC, é "muito provável" que a nova variante cause internações e mortes, para além das já previstas nas projeções anteriores concentradas na delta, até então dominante.

Para que a carga sobre o sistema de saúde continue sendo "administrável", o ECDC reiterou seu apelo à "reintrodução rápida e do fortalecimento" das chamadas medidas "não farmacêuticas" contra a covid-19, um termo que engloba restrições em geral.

"É urgente que se adotem medidas enérgicas para reduzir a transmissão, reduzir a pesada carga sobre os sistemas de saúde e proteger os mais vulneráveis nos próximos meses", acrescentou o ECDC, que abrange todos os 27 países da UE, Noruega e Islândia.

Para a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, este relatório evidencia que "os próximos meses serão difíceis".

"A ômicron pode chegar por meio de uma grande onda, o que significará novas pressões sobre os sistemas de saúde", destacou em uma declaração à AFP.

"Precisamos que haja o maior respeito possível das medidas de saúde pública, junto a um rápido aumento da vacinação de reforço para enfrentar a ômicron", disse Kyriakides, acrescentando que é "muito preocupante" que alguns países estejam atrasados na vacinação.

A variante ômicron se propaga "a uma taxa jamais vista com qualquer outra variante", advertiu ontem a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Diante desse quadro, a agência pediu que se usem todas as ferramentas anticovid disponíveis para evitar que os sistemas de saúde entrem em colapso.

Para o ECDC, usar máscaras, teletrabalho, evitar locais lotados e transporte público, ficar em casa quando doente, manter espaços arejados e um alto nível de higiene "continuam sendo uma prioridade".

O Reino Unido, onde a variante ômicron do coronavírus avança com muita velocidade, registrou nesta quarta-feira seu recorde de casos diários de covid-19 desde que começou a pandemia, segundo dados oficiais.

Um dos países mais castigados da Europa, com 146.791 mortos até o momento, registrou 78.610 novos casos em 24 horas. O recorde diário anterior era de 68.053 em 8 de janeiro, em pleno avanço da variante alfa. Da agência AFP. Créditos: UOL

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Metais pesados e agrotóxicos proibidos no nosso alimento

Divulgado discretamente, passou praticamente despercebida a publicação de resultados do Programa Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes em alimentos (PNCRC) por meio da Portaria do Ministério da Agricultura SDA 448, em 17 de novembro. O programa analisa a presença de metais pesados, micotoxinas, MDT (Morfolina, Dietanolamina e Trietanolamina), salmonella, e resíduos de agrotóxicos em uma ampla gama de alimentos consumidos diariamente pelos brasileiros, inclusive alguns produzidos no exterior.

Entre os alimentos analisados estão abacaxi, alface, alho, amêndoa, amêndoa de cacau, amendoim, arroz, avelã, banana, batata, beterraba, café, castanha de caju, castanha do Brasil, cebola, cenoura, cevada malteada, cítricos, farinha de trigo, feijão, goiaba, kiwi, maçã, mamão, manga, melão, milho, morango, pera, pimenta do reino, pimentão, soja, tomate, trigo e uva.

Os resultados da análise, preliminar, aponta para um grave problema de contaminação – o que muito provavelmente explica a tentativa do Ministério da Agricultura de escondê-los. Foram detectados contaminantes em praticamente todos os alimentos analisados.

E mais do que isso: contaminantes combinados entre si. Ou seja, agrotóxicos misturados com outros agrotóxicos e com metais pesados. E a mistura de tudo com tudo o mais.

Essas combinações, aliás, incluem metais pesados acima do limite estipulado pela legislação – ou sem conformidade com ela. É o caso do alho, tanto o nacional, como o importado – da China e da Espanha –, cujas amostras analisadas apresentaram contaminação por chumbo. Ou mesmo do arroz, com 74 das 75 amostras apresentando contaminação por arsênio.

O chumbo afeta o sistema nervoso central, os rins, o fígado, o sangue, o aparelho digestivo e os órgãos sexuais. Nas crianças, causa dano maior no sistema nervoso, ainda em processo de desenvolvimento. A exposição a longo prazo pode causar déficit intelectual.

Já o arsênio, dependendo do tempo de exposição, causa diferentes efeitos tóxicos. A exposição de curto prazo está associada à conjuntivite, hiperqueratose, hiperpigmentaç´ão, doenças cardiovasculares, distúrbios no sistema nervoso central e vascular periférico. E a exposição prolongada pode levar ao aparecimento de diversos tipos de câncer, como de pele, pulmão, próstata, bexiga, rim e fígado.

“Mas se observarmos os resultados para os resíduos de agrotóxicos, a situação parece ser ainda mais dramática, pois a presença de substâncias altamente tóxicas além do limite permitido está disseminada em toda a gama de produtos analisados. Um detalhe a mais é que os resultados do PNCRC detectaram algo que já é sabido, mas nem sempre facilmente documentável, que é o uso de agrotóxicos que não são permitidos para determinadas culturas”, disse o professor e pesquisador da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) Marcos Pedlowski.

Exemplo, segundo ele, é o “famigerado Fipronil” que foi encontrado no tomate. “Mas além do Fipronil, muitos outros agrotóxicos foram aplicados em culturas para as quais não possuem aprovação, demonstrando que essa prática está disseminada, representando não apenas uma violação da lei, mas também grave risco à saúde humana. Temos substâncias que são potencialmente causadoras de doenças graves, como o inseticida Acefato, banido na União Europeia por causar, entre outras coisas, a perda da fertilidade masculina, e por causar a morte de aves e espécies marinhas, como anfíbios e peixes". Foto: Arquivo EBC. Por Cida Oliveira. Créditos: Rede Brasil Atual

domingo, 5 de dezembro de 2021

80 dos mortos pela covid-19 não tomaram vacina

A importância da vacinação no combate ao covid-19 ficou evidente no mais recente estudo divulgado pelo portal UOL 

79,7% das pessoas que morreram de Covid-19 no Brasil entre 1º março e 15 de novembro deste ano não receberam nenhuma dose da vacina, aponta levantamento feito a pedido do UOL pela Info Tracker, plataforma de dados da USP (Universidade de São Paulo) e da Unesp (Universidade Estadual Paulista).

Das 306.050 pessoas que morreram no período, 243 mil não haviam recebido nenhuma dose. 32 mil morreram após completar o ciclo vacinal e 29 mil entre os que tomaram apenas uma dose. 

Desde março, quando a segunda dose passou a ser aplicada no país, as mortes caíram 94%. Com informações de UOL. Créditos: Brasil 247