terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Um salário de deputado é a renda de 20 anos para 15 milhões de brasileiros

Uma triste realidade foi divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): 15,2 milhões de brasileiros estavam em situação de extrema pobreza no ano passado. Isso significa que eles viviam em 2017 com renda inferior a US$ 1,90 por dia, o equivalente a cerca de R$ 140 por mês.
Enquanto isso, os parlamentares no Brasil (deputados e senadores) têm um salário de R$ 33.763 (35 vezes o salário mínimo atual), auxílio-moradia de R$ 4.253 ou apartamento de graça para morar, verba de R$ 92 mil para contratar até 25 funcionários, e verba de R$ 30.416,80 a R$ 45.240,67 por mês para gastar com alimentação, aluguel de veículo e escritório, divulgação do mandato e outras despesas.
Considerando apenas o salário, sem os benefícios, um parlamentar recebe por mês o equivalente a toda a renda de um brasileiro em situação de extrema pobreza em 20 anos. A desigualdade é tão grande no Brasil que o país ocupa agora o 9º lugar no ranking global de desigualdade de renda, segundo o relatório ‘País Estagnado: um retrato das desigualdades brasileiras’, . Oxfam.

domingo, 16 de dezembro de 2018

A extrema pobreza voltou aos níveis de 12 anos atrás

Ao deixar em 2014 a relação de países que têm mais de 5% da população ingerindo menos calorias do que o recomendável, o Brasil atingiu um feito inédito: saiu do Mapa da Fome da ONU. Mas, após três anos do feito, um relatórios de 20 entidades da sociedade civil, publicado em julho do ano passado, alertava sobre os riscos de o país retornar ao mapa indesejado.

O economista Francisco Menezes, pesquisador do Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas) e da ActionAid Brasil, fez parte da equipe que elaborou o relatório. Nesta entrevista à Pública, o também especialista em segurança alimentar conta que no final deste mês um novo documento atualizado da sociedade civil será lançado. E alerta: “A nossa nova advertência já leva a quase uma certeza”. Essa quase certeza, ele diz, é de que o Brasil voltará ao Mapa da Fome. “Toda a experiência sempre mostrou que os números da extrema pobreza com os números da fome são muito próximos.”

Em relação à pobreza e extrema pobreza, por exemplo, levantamento da ActionAid Brasil indica que nos últimos três anos — 2015-2017 — o país voltou ao patamar de 12 anos atrás no número de pessoas em situação de extrema pobreza. Ou seja, mais de 10 milhões de brasileiros estão nessa condição (veja o gráfico abaixo). “Isso nos leva a crer que aquela correlação pobreza versus fome sugere fortemente que a gente já está, neste momento, numa situação ruim, que deve aparecer com os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares — POF — do final de 2018.” Leia mais aqui
Créditos: El País

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Brasil tem 5,2 milhões de crianças e jovens na extrema pobreza

As crianças e os adolescente são os mais afetados pela pobreza no Brasil. De acordo com o estudo ‘Síntese de Indicadores Sociais – Uma Análise das Condições de Vida’, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2017, 12,5% da população brasileira de 0
a 14 anos vivia na extrema pobreza e 43,4% na pobreza. Em números absolutos, são 5,2 milhões de brasileiros de 0 a 14 anos na extrema pobreza e 18,2 milhões na pobreza.
São considerados em situação de extrema pobreza as pessoas que vivem com menos de US$ 1,90 por dia, o que equivale a aproximadamente R$ 140 por mês. Já a linha de pobreza é de rendimento inferior a US$ 5,5 por dia, o que corresponde a cerca de R$ 406 por mês.
Historicamente, o Brasil sempre foi um país com pobreza concentrada em crianças e jovens, embora a condição destes grupos tenha melhorado nas últimas décadas com a implementação de programas sociais, como o Bolsa Escola, nos anos 90, depois incorporado ao Bolsa Família.
Em 2017, o Brasil tinha 54,8 milhões de pessoas que viviam com menos de R$ 406 por mês, dois milhões de pessoas a mais que em 2016. Portanto, a proporção da população em situação da pobreza subiu de 25,7% para 26,5%.
A região Nordeste concentra o maior percentual de pessoas em situação de pobreza, com 44,8%, o que equivale a 25,5 milhões de pessoas. Entre os estados, o Maranhão tem a maior proporção de pessoas em situação de pobreza, com 54,1%, seguindo de Alagoas, com 48,9%.
Porto Velho (RO) e Cuiabá (MT) foram as duas únicas capitais onde o contingente de pessoas que ganham menos de R$ 406 por mês superava a dos respectivos estados: em Porto Velho era 27%, contra 26,1% em Rondônia; em Cuiabá, 19,2%, contra 17,1% no Mato Grosso. Por: Isabela Alves.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

23% dos jovens brasileiros não trabalham nem estudam

Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que 23% dos jovens brasileiros não trabalham e nem estudam (jovens nem-nem), na maioria mulheres e de baixa renda, um dos maiores percentuais de jovens nessa situação entre nove países da América Latina e Caribe. Enquanto isso, 49% se dedicam exclusivamente ao estudo ou capacitação, 13% só trabalham e 15% trabalham e estudam ao mesmo tempo.
As razões para esse cenário, de acordo com o estudo, são problemas com habilidades cognitivas e socioemocionais, falta de políticas públicas, obrigações familiares com parentes e filhos, entre outros. No mesmo grupo estão o México, com 25% de jovens que não estudam nem trabalham, e El Salvador, com 24%. No outro extremo está o Chile, onde apenas 14% dos jovens pesquisados estão nessa situação. A média para a região é de 21% dos jovens, o equivalente a 20 milhões de pessoas, que não estudam nem trabalham.

O estudo Millennials na América e no Caribe: trabalhar ou estudar? sobre jovens latino-americanos foi lançado este mês, durante um seminário no Ipea, em Brasília. Os dados envolvem mais de 15 mil jovens entre 15 e 24 anos de nove países: Brasil, Chile, Colômbia, El Salvador, Haiti, México, Paraguai, Peru e Uruguai.
De acordo com a pesquisa, embora o termo nem-nem possa induzir à ideia de que os jovens são ociosos e improdutivos, 31% dos deles estão procurando trabalho, principalmente os homens, e mais da metade, 64%, dedicam-se a trabalhos de cuidado doméstico e familiar, principalmente as mulheres. “Ou seja, ao contrário das convenções estabelecidas, este estudo comprova que a maioria dos nem-nem não são jovens sem obrigações, e sim realizam outras atividades produtivas”, diz a pesquisa.
Apenas 3% deles não realizam nenhuma dessas tarefas nem têm uma deficiência que os impede de estudar ou trabalhar. No entanto, as taxas são mais altas no Brasil e no Chile, com aproximadamente 10% de jovens aparentemente inativos.
Créditos: Agência Brasil.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Após impeachment, Brasil perdeu mais de 2,3 milhões de postos de trabalho formal

A crise no mercado de trabalho fez o Brasil perder mais de 2,3 milhões de postos de trabalho formal em dois anos. É o que aponta o levantamento divulgado ontem (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o levantamento, o país encerrou 2017 com 54,2 milhões de trabalhadores formais. Em 2015, eram 56,5 milhões de trabalhadores formais.

Já o trabalho informal aumentou em 1,2 milhão o seu contingente neste mesmo período. Em 2015, havia no Brasil 36,1 milhões de trabalhadores informais. Esse número chegou a 37,3 milhões em 2017. Editado.
Créditos: G1

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Vida na periferia de São Paulo é 23 anos mais curta

 O capitalismo que faz com que milhares de trabalhadores tenham que viver com baixos salários e sem ter todos os meios necessários para que a grande maioria dos indivíduos da sociedade tenham que sobreviver, é um dos motivos que faz com que a expectativa de vida diminua em relação a periferia. São várias consequências que este sistema que visa buscar o lucro para a minoria trás para o trabalhador, consequências estas como estresse, depressão, não ter dinheiro para comprar o remédio, saúde precária, longa jornada de trabalho em condição insalubre e além disso ter que conviver com a repressão policial.
Em São Paulo, a desigualdade fruto do sistema capitalista mostra muito bem esta faceta cruel que é reservada para os trabalhadores e demais setores populares da sociedade. De acordo com o mapa da Desigualdade, Paulistanos da periferia morrem até 23 anos mais cedo do que moradores de áreas nobres. No extremo leste da cidade, a idade média ao morrer é menor que a expectativa no Congo.
O absurdo é imenso, que os poucos 37 quilômetros de distância entre o Shopping Iguatemi, que fica na rica região do Jardins, e o coração do bairro periférico da Cidade Tiradentes mostram bem esta cruel faceta. Enquanto na região rica citada, os moradores viveram em média 81,58 anos, idade média de vida comparado a um país como á Áustria, um morador da Cidade Tiradentes vive 58,4 anos de vida, 1,4 anos menos do que se vive na República Popular do Congo.
A periferia de São Paulo e a Cidade de Tirandentes pertencem ao Brasil de meio século atrás, quando a idade com que se morria no país era equivalente á media de 58,4 anos que os moradores do bairro periférico morram hoje. Isto só mostra que o capitalismo, consegue trazer atraso para aqueles que não possui uma condição de vida digna para poder manter a sua existência.
Os números escandalosos e alarmantes não param por ai. Na região de Artur Alvin, na Zona Leste de São Paulo, a mortalidade infantil chega a 21,34 de cada mil bebês nascidos. Em relação ao bairro do Socorro, localizado na Zona Sul de São Paulo, este número despenca para 2,54, algo que pode ser comparado com o que foi registrado na Noruega, de acordo com as Nações Unidas. As Inúmeras mortes de bebês talvez possam ser explicadas pelo alto número de mulheres que não realizam o pré natal de forma adequada nos bairros periféricos. Já em Moema, bairro nobre de São Paulo, apenas 4,17% de mães de bebês nascidos 2017 não fizeram ao menos sete consulta com um obstetra da região. No Itaim Paulista, Zona Leste da cidade de São Paulo, esse número cresce para 31,2%
Como colocado, enquanto o trabalhador é obrigado a viver uma condição de vida precária que o capitalismo impõe, a população mais rica da cidade tem a disposição todo aparato para poder ter uma alta expectativa de vida, os trabalhadores que vivem apenas de um salário para poder sobreviver, não possui as condições necessária para manter a sua existência. Isso é escandaloso, se formos pensar que são os trabalhadores que tudo produzem e fazem a sociedade se movimentar, mas não ficam com o seu trabalho porque são explorados pelos grandes capitalistas
O golpe institucional em 2016 que teve só existiu para implementar medidas muito mais duras do que o PT já vinha implementando durante o seu governo, conseguiu implementar medidas como a Pec do Teto que limita o investimento em áreas como a Saúde Pública. O governo do reacionário Jair Bolsonaro apenas tende a aprofundar este caos expresso em números preocupantes, porque pretende aprofundar com as medidas contra os trabalhadores e demais setores populares da sociedade que Temer já estava implementando.
Créditos: Esquerda Diário

sábado, 24 de novembro de 2018

Brasileiros trabalham 5 meses só para pagar impostos

A cada 12 meses de trabalho, os brasileiros gastam em média o salário de cinco meses e dois dias pagando impostos, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). São 153 dias de trabalho.
O tempo representa o dobro do que se trabalhava na década de 1970 (dois meses e 16 dias em média) para pagar a tributação, segundo o IBPT.
Entre os impostos que mais pesam sobre os contribuintes, o campeão é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)responsável por 21% do total. Em seguida vêm o INSS, com 18%, e o Imposto de Renda (IR), com 17%.
Dependendo da faixa de renda, as pessoas pagam proporcionalmente mais ou menos impostos. Quem ganha até R$ 3 mil compromete em média com 39,62% do salário com impostos. De R$ 3 mil a R$ 10 mil (classe média), são 44,54%. Na faixa mais alta, com rendimento mensal acima de R$ 10 mil, são 42,62%.
Esse sistema contribui para a desigualdade no país. Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH), elaborado pelas Nações Unidas, o país é o 10° mais desigual do mundo. Além disso, de acordo com a ONG Oxfam, apenas seis brasileiros acumulam a mesma riqueza que 50% da população mais pobre do país.
E pior do que ter uma carga tributária alta é ter pouco retorno.  Nas últimas cinco edições do Índice de Retorno de Bem Estar à Sociedade (IRBES), o Brasil aparece como o último colocado quando o assunto é retorno do valor arrecadado em impostos na forma de serviços públicos.