A taxa de desocupação do trimestre agosto-outubro caiu 2,5 pontos percentuais em relação ao mesmo período no ano passado. Desse modo, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego atingiu o índice de 12,1%. A situação afeta uma população de 12,9 milhões de pessoas. Entretanto, o trabalho informal representa 40,7% da população ocupada, uma piora de 2,4 pontos percentuais em relação ao trimestre agosto-outubro de 2020. Isso significa, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad Contínua) divulgada nesta terça (28), 38,2 milhões de pessoas desempenhando ocupações sem direitos e nenhum tipo de proteção.
Além disso, a sutil “recuperação” no índice de emprego não representou melhora na renda do trabalho. De acordo com a Pnad Contínua, o rendimento real habitual caiu 11,1% em um ano. A renda média dos ocupados, de R$ 2.756 em outubro de 2020, ficou em R$ 2.449, o pior nível desde 2012. Entre os trabalhadores com carteira assinada, a redução no ganho mensal foi de 8% e entre os informais foi de 11,9%. Em todas as demais formas de ocupação consideradas pelo IBGE os rendimentos também caíram: trabalhador doméstico (-5,1%), do setor público (-10,6%), empregador (-15%) e trabalhadores por conta própria (-4%).
Na comparação anual, também não houve crescimento no rendimento em nenhum grupamento de atividade verificado pelo IBGE. Ao contrário, em seis deles houve reduções: Indústria (-16,1%), Construção (-7,4%), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (- 10%), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (-9,3%), Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-11,6%) e Serviços domésticos (-5,1%).
Os empregos com carteira seguem crescendo muito menos do que os sem carteira. Em outubro, segundo o IBGE, enquanto o primeiro grupo aumentou 8,1% em um ano, o segundo cresceu 19,8%. O cenário acaba refletindo – além da queda na renda do trabalho – na qualidade dos empregos. O país tem ainda 7,7 milhões de pessoas trabalhando menos horas do que precisariam, a chamada subocupação de mão de obra. Isso representa um aumento de 17,7% dessa taxa em um ano – pois em outubro de 2020 eram 6,5 milhões.
Já a população subutilizada ainda apresenta números alarmantes. São 29,9 milhões de pessoas nessa condição, apesar da redução de 3,2 milhões de pessoas em relação ao ano anterior. O desalento – quando a pessoa desiste de procurar trabalho por falta de condições – também segue afetando 5,1 milhões de pessoas. Com informações da Agência IBGE. Créditos: Rede Brasil Atual