domingo, 22 de setembro de 2013

Baleias encalham no litoral do RN; cinco morrem


Animais são da espécie piloto e encalharam em Areia Branca, litoral Norte
Cerca de 30 baleias-piloto encalharam na praia de Upanema, em Areia Branca, na manhã deste domingo (22). A maioria dos animais foi recolocada no mar pela população local, mas cinco delas já morreram, de acordo com a Polícia Militar. Biólogos consultados pelo G1 ainda não sabem informar o que ocasionou o encalhe dos animais. Areia Branca fica na Costa Branca do Rio Grande do Norte, distante 327 quilômetros de Natal.

De acordo com o tenente João Almeida, do Pelotão Ambiental da Policia Militar de Mossoró, os policiais foram avisados do encalhe por volta das 5h. "De imediato acionamos a equipe do pelotão ambiental e ainda o projeto Cetáceos, mantido pela Petrobras e pela Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN). Eles coordenaram a população na tentativa de resgatar os animais, reinserindo-os ao mar", falou o oficial.
Até as 9h40 deste domingo, ainda havia baleias vivas encalhadas na praia. A PM tentava com a Marinha do Brasil um rebocador para puxar os animais para o mar. Mesmo com o salvamento da maioria das baleias, cinco delas morreram - inclusive uma filhote, segundo a PM. Os animais mortos serão levados para estudo na universidade.
De acordo com biólogos, a baleia piloto não é costeira. Esses animais chegam a medir até 8,5 metros de comprimento, de coloração negra, cabeça em forma de globo sem bico definido e dentes presentes.
G1
Créditos: WSCOM Online

Álcool na adolescência: Díálogo com pais é forma de combater


Bem aceito por boa parte da sociedade, legalizado e promovido pela publicidade, o consumo de álcool deve ser tema de conversa entre pais e filhos, defendem especialistas. Eles acreditam que é a melhor forma de combater o uso durante a adolescência. O tempo certo para a conversa, no entanto, é variável e depende de cada família.
"É bom que não seja depois dos 12 anos, que é a idade em que muitos têm o primeiro contato com o álcool, mas é claro que a necessidade de aconselhar a criança depende do grau de exposição à bebida. Tudo depende do contexto. Se a criança começa a ser exposta ao álcool mais cedo, vendo as pessoas e os próprios pais beberem, isso tem que ser conversado", argumenta a professora do departamento de medicina preventiva da Universidade Federal de São Paulo Zila Sanchez, integrante do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas.
No 6º Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio das Redes Pública e Privada, nas 27 capitais brasileiras, com dados de 2010, os pesquisadores do centro de pesquisa constataram que a idade média do primeiro contato com as bebidas alcoólicas é 13 anos.
Foram ouvidos 50.890 estudantes, e 15,4% dos que tinham entre 10 e 12 anos declaram que tinham consumido álcool no ano da pesquisa. A proporção sobe para 43,6% entre 13 e 15 anos, e para 65,3% entre 16 e 18 anos. De todo o universo pesquisado, 60,5% dos estudantes declararam ter consumido álcool. A taxa foi maior entre os alunos das escolas privadas (65%) do que entre os das públicas (59,3%). Mais que um quinto dos estudantes (21,1%) tinha consumido álcool no mês da pesquisa.
Outro estudo, divulgado pela companhia cervejeira Ambev mostra que 33% dos pais brasileiros não conversam com os filhos sobre o consumo de álcool, apesar de 98% dizerem que consideram importante. Entre os 11 países pesquisados, o Brasil só fica na frente da Ucrânia (34%) e da China (53%). Na Alemanha, apenas 15% dos pais disseram não ter falado.
Quase metade dos pais brasileiros, que disseram não ter tocado no assunto, consideram que o filho é muito novo para isso (48%), apesar de a idade média que os entrevistados consideraram a ideal para a conversa ser 9 anos. Vinte e dois por cento disseram não saber como tocar no assunto, 15% afirmaram confiar nos filhos e 9% alegaram que acham estranho ou têm vergonha de conversar sobre isso.
"Geralmente eles mesmos consomem e até de forma exagerada. É difícil falar de uma coisa que você faz, às vezes, na frente dos filhos. Os pais que não consomem de maneira abusiva na frente dos filhos, os protegem do consumo. É uma questão de avaliar o quanto você está expondo seu filho. O ideal é que não consuma, mas, se consumir, é importante deixar claro que é bebida de adulto", diz Zila.
A professora chama a atenção para o fato de a porcentagem de jovens que consomem bebida alcoólica ter caído entre as duas pesquisas do centro de informações sobre drogas. Em 2004, eram 41,2% os estudantes de 10 a 12 anos que tinham consumido álcool, percentual que caiu para 27,9%. Para Zila, a queda é resultado de políticas públicas e conscientização, mas é preciso maior convencimento sobre o problema, uma vez que o consumo excessivo tem crescido.
"A queda é uma questão de políticas públicas e maior controle, mas o aumento do consumo em grande quantidade tem mais a ver com uma cultura que tolera a embriaguez, e que a favorece. Ela é estimulada de várias formas, como em músicas e festas", diz a pesquisadora. Ela recomenda que os pais sejam presentes na vida dos filhos para acompanhar essa questão. "A melhor forma que os pais têm de conhecer os hábitos e os ambientes que o filho frequenta é levando-o a festas e casa dos amigos e buscando-os. Assim ele sabe se o local vai ter álcool, quem está lá, e em que estado o adolescente volta para casa".
Créditos: Agência Brasil

Assad diz que será necessário um ano para destruir armas químicas

Presidente sírio Bashar al-Assad (foto: Reuters)

O presidente da Síria Bashar al-Assad afirmou estar comprometido com um plano para destruir as armas químicas do país, mas afirmou que o processo pode levar cerca de um ano.
Em entrevista à televisão americana Fox News, Assad voltou a afirmar que suas forças não foram responsáveis por um ataque químico ocorrido na periferia de Damasco em 21 de agosto.
O plano de desarmamento da Síria foi delineado pelos Estados Unidos e pela Rússia na semana passada.
O Ocidente deseja que o acordo seja sacramentado em uma resolução da ONU apoiada pela ameaça de uso de força militar, mas a Rússia se opõe.

"E será preciso muito dinheiro, algo como cerca de um bilhão".Referindo-se à questão da destruição dos estoques de armas químicas da Síria, Assad disse que ela seria "uma operação muito complicada, tecnicamente".
"Então depende, é preciso perguntar aos especialistas o que eles entendem por (processo) rápido. Ele tem uma agenda. É necessário um ano, ou talvez um pouco mais".
As declarações de Assad ocorrem logo depois de um diplomata russo ter dito que Damasco cumprirá seu compromisso de eliminar suas armas químicas até a metade de 2014.
Após negociações na Síria, o vice-chanceler russo Sergei Ryabkov disse que o presidente Assad estava "muito sério" sobre o plano de desarmamento.
Ryabkov disse ainda que autoridades sírias lhe entregaram "evidência material" mostrando que os rebeldes estavam envolvidos no ataque com gás sarin ocorrido no mês passado. A informação contradiz alegações feitas pelos Estados Unidos de que o regime foi responsável pelo ataque.
O diplomata russo criticou a ONU por ter sido "parcial" em seu relatório recente sobre o ataque – uma alegação que a ONU negou.
Mais de 100.000 pessoas foram mortas desde que a guerra civil começou na Síria no início de 2011, segundo as Nações Unidas.
Milhares de pessoas deixaram seus lares e até o país desde o início do conflito.
Foto:Reuters
Créditos:BBC Brasil

sábado, 21 de setembro de 2013

'Cantadas' na rua ampliam debate sobre assédio sexual e direitos da mulher


Pesquisa divulgada na semana passada revela que grande parte das mulheres já sofreu algum tipo de assédio verbal nas ruas - e se sente desconfortável com isso.
O ponto de partida para o debate sobre os direitos da mulher e o machismo nunca aparentou ser tão inofensivo. As chamadas “cantadas”, ou 'elogios', levantaram discussão na semana passada sobre o que é ou não adequado de se dizer a mulheres desconhecidas no espaço público, e assim, sobre os direitos dessas mulheres de circularem livremente. Movimentos feministas e especialistas na questão do gênero qualificam as cantadas como um tipo de violência contra a mulher, ao mesmo tempo que são rebatidos por setores que alertam para o perigo da criação de uma espécie de cartilha feminista, que passaria a reger novas formas, mais duras, de relações sociais.
Uma pesquisa online feita pela jornalista Karin Hueck revelou que 99,6% das 7.762 mulheres que participaram do questionário já sofreram algum tipo de assédio sexual ou verbal enquanto estavam na rua, no transporte público, no trabalho e na balada.
“Linda”, “Gostosa” e “Delícia” são algumas das exclamações mais listadas pelas participantes. Destas, 83% diz não considerar as cantadas como algo positivo, e 90% declarou já ter trocado de roupa com medo do assédio que poderia sofrer ao sair de casa.
“Essas cantadas configuram assédio moral e sexual, na medida em que há um constrangimento das mulheres que, ao andarem nas ruas, têm de ouvir o que não querem. A questão que tem de ser feita é se ela quer passar por este constrangimento. É uma violência achar normal assobiar e dizer 'gostosa', sem considerar a vontade e o desejo dela”, afirma a secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da Secretaria de Políticas para as Mulheres do governo federal, Aparecida Gonçalves.
Ela lembra que o direito de ir e vir, garantido constitucionalmente, é ferido a partir do momento em que as mulheres sentem medo ao circular por espaços públicos.
“Se não houvesse medo, se a mulher não se sentisse envergonhada e constrangida ao passar por estas situações, não haveria problema nenhum. Mas estas cantadas são elementos que fazem parte de uma cultura machista, de achar que pode assobiar quando vê uma mulher gostosa, de colocar a mulher como objeto passivo de desejo do homem.”

Generalização

Segundo a autora da pesquisa, Karin Hueck, as cantadas são algo pela qual toda mulher passa de forma recorrente. Apesar da prática generalizada, esse é um tema pouco abordado quando se discutem questões de gênero, por ser visto como natural.
“Acho que a pesquisa pegou bem num ponto de uma ferida exposta há muito tempo, e que ninguém estava querendo tratar”, afirma a jornalista.
Ela defende que a naturalização do assédio é relacionada ao fato de o corpo da mulher, assim como a rua, a praça, e o parque, ser visto como algo público.
As cantadas partem do pressuposto que o corpo da mulher é público, em oposição ao intimo. Mas o fato de a mulher andar no espaço público não torna o corpo dela, a roupa dela públicos. Ninguém tem o direito de invadir a intimidade dela só porque ela está andando no espaço público, com a roupa que quiser.”
Para a professora de Antropologia da USP e especialista em gênero, Heloísa Buarque de Almeida, a prática das cantadas revela em como os direitos das mulheres no Brasil sempre foram restritos em relação aos dos homens.
“É uma explicação muito histórica para se pensar no Brasil. Principalmente as mulheres de classe alta não ocupavam a rua. Até os anos 50, a mulher não podia sair sozinha de casa. Mas a mulher de classe popular sempre estava na rua porque elas tinham que trabalhar. Chamar a mulher de pública era chamar de puta”, explica.

Elogio X Assédio

A reciprocidade e o interesse mútuo são colocados pela professora da USP como o grande divisor de águas para estabelecer o que é uma manifestação saudável de interesse de uma pessoa por outra.
“A grande diferença é que uma coisa é uma paquera e outra coisa é uma cantada. A paquera pressupõe que a menina está lá também olhando para este homem, que há uma reciprocidade, um interesse mútuo.”
Surgiram nas redes sociais tentativas de esquematizar, com definições, o que é o elogio e o que é o assédio. A professora alerta que esta é uma definição difícil de ser desenhada esquemática e objetivamente, já que as relações interpessoais não são regidas por manuais, mas condicionadas por códigos culturais.
“São códigos culturais que são compartilhados. É difícil você descrever objetivamente, mas as pessoas sabem o que se passa quando vivem a situação. O moço sabe quando a moça está também olhando para ele”, comenta.
A militante da Marcha Mundial das Mulheres, um dos movimentos feministas mais atuantes do país, Thandara Santos, aponta que não é objetivo das entidades que lutam por direitos das mulheres criar esquemas de como relações sociais devem se dar.
“Acho que não cabe à gente este papel, a questão é gerar o debate. A pesquisa retratou a voz de oito mil mulheres. O resultado é significativo porque são milhares de mulheres falando em medo, não em elogio. É importante que esse debate gere o entendimento de que a relação entre homens e mulheres deve estar pautada pelo respeito, pela autonomia, pela liberdade dessas mulheres de andarem na rua da forma como quiserem.”
A acusação do surgimento de uma “patrulha feminista” surgiu como uma forma de reação ao debate, a partir da repercussão da pesquisa. Para Thandara, o debate e a reivindicação por relações mais igualitárias nos espaços públicos é um movimento natural de resposta às violações contra as mulheres.
“Se existe violência é óbvio que vai haver uma patrulha, isso é histórico e é óbvio que vai haver em relação a todas as violências que se cometem contra as mulheres. E este tipo de assédio na rua entendemos como como violência.”

Estereótipos

O índice de 17% das mulheres que relataram receber as cantadas como algo positivo pode ser usado como argumento por aqueles que consideram as cantadas como elogios. Para as militantes feministas, porém, isso pode ser explicado através de um estereótipo de mulher, muito ligado à cultura midiática contemporânea. Além disso, os movimentos apontam uma falta de empoderamento feminino, já que as mulheres também fazem parte da sociedade que sempre teve os homens como modelos de poder.
“As mulheres são muito diferentes, de faixa etárias diferentes, classe social, cor. No Brasil, se você olhar o que faz a mídia, tem uma promoção de que toda mulher tem de ser bonita e gostosa, ser elegante, bacana, glamourosa e gostar de ser olhada. E para algumas mulheres inclusive isso é uma via de ascensão social. É através do corpo que elas conseguem algumas coisas. É o corpo como capital.”
Apesar disso, a secretaria nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves aponta um empoderamento das mulheres na última década. O próprio debate gerado pela pesquisa mostra que as mulheres estão mais atentas para a questão do machismo, e perderam o medo em falar em feminismo.
“As mulheres estão mais presentes no mercado de trabalho, elas estudam mais, e acompanham mais os debates políticos. Elas percebem este medo e sabem que têm o direito de não se sentirem constrangidas, têm o direito de viver sem violência. O importante na pesquisa é que ela foi pioneira em dizer que as mulheres não gostam disso. Elas também têm direitos ao espaço público, e elas estão mais empoderadas.”

Políticas de combate

A educação voltada para a igualdade de gênero e para a diversidade é apontada como a política pública mais eficaz no combate a comportamentos sexistas.
“Os cursos, desde a educação básica, tinham de ter alguns elementos nas próprias disciplinas que discutissem a questão de gênero e de violência contra a mulher. Isso é fundamental para a formação de uma nova mentalidade”.
Para a professora da USP, a escola funciona com um espaço de reprodução das lógicas machistas. “A escola, desde pequenininhos, promove a desigualdade entre meninos e meninas, a maioria das escolas. O principal é você ter uma educação voltada para a ideia da igualdade do gênero”, explica Heloísa.
Em maio deste ano, a Secretaria de Políticas Para as Mulheres, criada em 2003 na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, lançou o Programa Mulher Viver Sem Violência, que prevê a ampliação de serviços públicos de segurança, justiça, saúde e assistência social à mulheres vítimas de violência doméstica.
Segundo Aparecida, a pesquisa e o debate gerado por ela pautaram a Secretaria para uma das próximas campanhas educativas, dentro do programa, para o combate a comportamentos sexistas, incluindo a questão do assédio nas ruas.
“Precisamos no Brasil de uma campanha educativa que altere o comportamento das pessoas. Tem que ser prioridade número um, que os cidadãos respeitem um aos outros independentemente de sexo, raça e orientação sexual. Este é um desafio em âmbito nacional, e de segurança publica, inclusive. Estamos em processo de criação de cinco grandes campanhas, uma delas pode ser pautada por estes resultados [da pesquisa]”, afirma.
Foto:Google gente-estranha.blogspot.c
Créditos: Rede Brasil Atual

Novo procurador critica 'autismo' e falta de transparência da gestão Gurgel

rodrigo janot
Sobre 'Mensalão Tucano', engavetado pelo antecessor, Rodrigo Janot diz que trabalhará para evitar prescrições de penas.
 Em entrevista concedida aos repórteres Felipe Recondo e Andreza Matais, para o jornal O Estado de S. Paulo, o novo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, deixou claro que está disposto a imprimir ao Ministério Público Federal um ritmo menos partidarizado e mais transparente do que seu antecessor no cargo, Roberto Gurgel. Ele critica o “autismo” que tomou conta do órgão não gestão passado, devido ao que ele chama de falta de diálogo com os demais poderes, e se recusou a classificar o chamado mensalão como “maior escândalo de corrupção da História do Brasil” – como fazia Gurgel. Para Janot, “toda corrupção é ruim”. O importante a destacar, segundo o novo procurador,  é que houve investigação e julgamento, o que contrasta com a ideia de suposta impunidade. Perguntado se vai acelerar o processo que tratada do chamado Mensalão Tucano, que ocorreu em Minas Gerais nos governos Fernando Henrique Cardoso e Eduardo Azeredo, ambos do PSDB, Janot respondeu: “Pau que dá em Chico dá em Francisco”. Abaixo a íntegra da entrevista publicada:
O processo do mensalão está acabando. O senhor vai acelerar o processo do mensalão mineiro?
Pau que dá em Chico dá em Francisco. O que posso dizer é que, aqui na minha mão, todos os processos, de natureza penal ou não, vão ter tratamento isonômico e profissional. Procuradores, membros do Ministério Público e juízes não têm processo da vida deles. Quem tem processo da vida é advogado. Para qualquer juiz e para o Ministério Público todo processo é importante.
O crime de formação de quadrilha no mensalão mineiro já prescreveu. O senhor vê novos riscos?
Uma das minhas formas de trabalho aqui é dar a prioridade a qualquer processo com risco iminente de prescrição. Isso é buscar efetividade da justiça.
O senhor já disse que não deve pedir prisão imediata dos réus do mensalão. Mas vai agilizar os pareceres aos embargos infringentes?
Eu tenho de esperar o acórdão. Vou me desincumbir do que tenho de fazer o mais rápido possível. Mas não posso dizer se vou usar o prazo todo ou não. Vai depender do acórdão. Eu vou inclusive usar o recesso. Não vou tirar férias.
O senhor considera que o julgamento do mensalão foi um marco contra a impunidade?
Não. Eu tenho muito receio de dizer que um processo é um marco contra a impunidade, que é marco disso ou daquilo. Eu espero que isso contribua, dentro de um contexto maior, para que todo o processo chegue ao final com o resultado que a lei prevê. Será que esse é o grande marco? Não sei se é o grande marco. Eu olho pra trás e vejo que este julgamento, há 20 anos, não teria ocorrido, não existiria o processo. Essa tem que ser a grande mudança.
Por que não haveria processo há 20 anos?
Havia uma resistência a se aplicar igualmente a lei para todo mundo. Hoje a República é mais República.
O senhor comunga da ideia de que foi o maior escândalo da história do País?
O que é maior? Receber um volume de dinheiro de uma vez só ou fazer uma sangria de dinheiro da saúde, por exemplo. São igualmente graves, mas eu não consigo quantificar isso. Não sei o que é pior. Não sei se este é o maior caso de corrupção, não. Toda corrupção é ruim.
Talvez pelo envolvimento da cúpula de um governo.
E a (corrupção) difusa? Envolve também muita gente. Dinheiro que sai na corrupção falta para o atendimento básico de saúde, educação e segurança pública. Toda corrupção é ruim.
O senhor já disse que não defende a prisão agora dos condenados do mensalão com novo julgamento. E os demais?
]Para esses, transitando e julgando a prisão é decorrente. Para os demais (que terão um segundo julgamento), só depois da publicação do acórdão.
O senhor defende a extinção do foro privilegiado ou a mudança poderia gerar mais impunidade?
Quanto mais se sobe o foro, mais diminui a revisão dos julgados. Se você diminui a revisão do julgado, maior é o risco de ter erro. Essas questões têm que ser colocadas de maneira clara na mesa para discutir esse assunto.
O senhor disse que tem disposição ao diálogo. Isso tem a ver com pessoas que o senhor investigará?
Investigação não é diálogo. Falo de relação institucional entre poderes.
Esse diálogo faltou nos últimos anos?
O Ministério Público se fechou. Virou uma instituição autista. Diálogo não é composição. Se eu tiver de investigar, eu vou investigar. Eu sou mineiro ferrinho de dentista.
Como o senhor pretende acelerar processos que estão no Ministério Público?
Vou dar maior transparência às questões que tramitam no gabinete do procurador-geral. A sociedade brasileira tem direito de saber o que tem aqui dentro, como tramitam os processos e os prazos. Eu quero abrir o gabinete. Minha segunda meta é acabar com os processos que ficam na prateleira. O acervo é a massa do diabo. Não podemos ter medo de arquivar e de judicializar.
O senhor é a favor de flexibilização das regras para criação de novos partidos?
Não temos que flexibilizar. Temos que cumprir a lei. A lei fixa os requisitos para a criação dos novos partidos. Nós temos que ver se os requisitos foram cumpridos. Ponto.
O senhor enviará proposta ao Congresso para diminuir benefícios salariais para os membros do Ministério Público, como auxílio-moradia ou licença prêmio?
Eu discuto o estatuto (do Ministério Público) como um todo. Para que eu possa enviar uma proposta cortando o que está previsto no estatuto, tenho que negociá-lo como um todo. Duvido que qualquer colega meu não deixe de trocar privilégio pela garantia de investigação.
Outros procuradores-gerais da República já saíram com a pecha de engavetador e prevaricador. O sr. quer deixar qual marca?
Quero deixar uma marca: simplicidade. Só.
Créditos: Rede Brasil Atual

Crianças sofrem chantagem para praticar atos sexuais

Criança navegando na web (BBC)

Centenas de crianças e adolescentes ao redor do mundo têm sofrido chantagem para praticar atos sexuais e compartilhar fotos pornográficas pela internet, alega um relatório divulgado nesta sexta-feira pela ONG britânica Centro contra a Exploração de Crianças e de Proteção Online (Ceop).
Os abusadores, diz a ONG, convencem suas vítimas a enviar fotos de si mesmas com teor sexual. Feito isso, ameaçam mandar as imagens para pais e amigos das vítimas caso estas se recusem a continuar a conversa online. Andy Baker, porta-voz da Ceop, diz que a organização já teve conhecimento de casos do tipo envolvendo 424 jovens e crianças ao redor do mundo - algumas de oito anos de idade. A chantagem, segundo ele, já levou sete crianças a cometer suicídio e outras sete a se autoflagelar seriamente.
O relatório da Ceop diz que as conversas começam em sites abertos ou redes sociais e logo são levadas a fóruns privados, "onde ganham teor sexual".Os abusadores geralmente iniciam a conversa se fingindo de crianças ou de pessoas do gênero oposto das vítimas.
"(O abuso) avança rapidamente", diz Baker à BBC, alegando que em menos de cinco minutos o abusado online "vai de 'oi, você quer tirar sua roupa' a alguém cometendo autoflagelo".
Uma vez que as vítimas enviam imagens sexuais de si mesmas, a chantagem começa, com pedidos de mais fotos de teor sexual - algumas envolvendo autoflagelo - ou até mesmo pedidos de somas em dinheiro, sob a ameaça de as imagens comprometedoras serem enviadas a conhecidos da vítima.
Em um dos casos, um dos acusados de abusos chegou a arquivar as imagens pornográficas que recebia de crianças em uma pasta nomeada "escravos".
Os criminosos usavam mais de 40 perfis falsos online e outros tantos endereços de e-mail para perpetrar os abusos, diz a Ceop.Entre os 424 jovens e crianças que sofreram chantagem, 322 deles – principalmente meninos entre 11 e 15 anos, oriundos de todo o mundo – foram descobertos em uma única investigação neste ano, chamada de Operação K.
O esquema foi descoberto por autoridades britânicas depois que uma rede social identificou atividades suspeitas e uma criança avisou seus pais.
Na Grã-Bretanha, o assunto ganhou especial relevância em agosto, após o suicídio de um garoto de 17 anos vítima de chantagens.
Daniel Perry pensava estar trocando mensagens e fotos com uma menina de sua idade, até que os abusadores pediram dinheiro para não tornar essas imagens públicas. Ele acabou se jogando de uma ponte.
Logo após sua morte, sua mãe disse que ele era "um menino feliz, não estava deprimido, e não era o tipo de pessoa que você pensaria que iria tirar a própria vida. Queria que ele tivesse me procurado (e contado o ocorrido)".
Segundo ele, é importante que as crianças e jovens entendam que não devem falar com pessoas que não conhecem e não devem passar "de plataformas públicas a privadas".É importante que pais eduquem a si mesmos e a seus filhos a respeito de configurações de privacidade e denúncias de eventuais abusos na internet, adverte Scott Freeman, fundador da ONG antibullying online Cybersmile.
Por outro lado, Freeman opina que os provedores de internet precisam ser mais proativos para coibir abusos, ressaltando que alguns "já começam a adotar procedimentos do tipo".
A Ceop, por sua vez, adverte que os jovens vítimas de abusos online podem, além de ter mais propensão a se autoflagelar, se tornar mais agressivas e introspectivas.
Créditos: BBC Brasil

Confirmadas 134 mortes causadas pela gripe suína, este ano, em Minas




A Secretaria de Estado de Saúde confirmou 134 mortes causadas pelo vírus influenza, neste ano, em Minas Gerais. Em comparação com o último boletim divulgado pela secretaria, há 15 dias, houve um aumento de 7 mortes. A maioria das mortes este ano aconteceu na faixa etária entre 50 e 59 anos. Foram 39 mortes neste grupo, seguido da faixa etária 40 e 49 anos, com 32 casos. Outros 28 pacientes que morreram tinham idade superior a 60 anos, 19 entre 30 e 39 anos, 7 entre 20 e 29, 2 entre 10 e 19, 1 entre 5 e 9 e 6 tinham menos de 4 anos de idade. Em 2013, pelo menos 547 pessoas contraíram o vírus influenza em Minas. Durante todo o ano de 2012, foram registrados 189 casos da doença e 47 mortes.
Foto: saude.hsw.uol.com.br
Créditos: MONTESCLAROS.COM