domingo, 26 de janeiro de 2014

Médicos divergem sobre participação étnica entre doadores de medula óssea

O banco nacional de medula óssea precisa aumentar o número de doadores das etnias negra, indígena e asiática, dos quais atualmente é carente, disse à Agência Brasil a hematologista Aline Guilherme, especialista em transplante de medula óssea da Rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo. Segundo a médica, dados estatísticos do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) mostram que a mairoria dos doadores é da raça branca, que "não é a mais frequente no Brasil.

Ela explicou que, quando a pessoa se cadastra em um banco de doares, uma das informações pedidas é sobre a raça. "Existe uma  discrepância muito grande em relação ao percentual  de pessoas no Brasil das diferentes etnias e  doadores. A grande maioria dos doadores é da raça branca, que não é a mais frequente”, destacou. Aline informou que o registro tem atualmente de 70% a 80% de doadores da raça branca, o que “destoa dos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a distribuição de raças no Brasil”.
O diretor do Centro de Transplante de Medula Óssea (Cemo) do Instituto Nacional de Câncer (Inca), órgão do Ministério da Saúde, Luís Fernando Bouzas, porém, questiona a informação da hematologista que, para ele, é mais baseada mais em feeling (sentimento, percepção). “A pessoa acha que é isso”.  Bouzas, que e também coordenador do  Redome e do Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea,   disse que “a médica não tem como afirmar isso”. Ele explicou que a informação sobre raça é uma informação livre “dada pelo próprio doador” no momento da inscrição no Redome.
Essa informação, entretanto, vem se modificando. Hoje, mais de 40% ou 50% da população se dizem brancos, enquanto os que se declaram negros ou pardos são 35% dos registrados. A situação dos indígenas é diferente, ressaltou Bouzas. "No Brasil, o índio verdadeiro não tem autonomia para ser doador voluntário, porque, na legislação, ele é considerado assemelhado a um menor. Ele é tutorado pela Fundação Nacional do Índio [Funai] e não pode se candidatar à doação de medula óssea”.
Quanto aos asiáticos, o médico admitiu que o percentual de doadores é pequeno. O Inca tem feito campanhas para captação de doadores nessa parcela da população, que está mais concentrada em São Paulo e no Paraná. Ele ressaltou, no entanto, que a participação dessa etnia no Redome “vem aumentando também”.
Bouzas chamou a atenção para o fato de que, quando se busca o dado genético, verifica-se que muitos dos que se dizem brancos não o são, ou que os que se declaram índios nem sempre são indígenas puros, por causa da miscigenação da população brasileira. Por isso, o Inca está analisando a ancestralidade dos doadores para tentar identificar qual é a característica que predomina naquela pessoa. As  informações mais técnicas, que são atualizadas anualmente, podem ser obtidas na página na internet da Rede Brasil de Imunogenética. “Temos técnicos hoje trabalhando nessa análise mais apurada, mas não é fácil fazer isso, ainda mais em uma população miscigenada como a nossa”.
O registro nacional conta atualmente com 3,240 milhões de doadores, com forte participação de pessoas miscigenadas. “Talvez o Brasil seja hoje o país que registre a maior participação desse tipo. [É] muito mais que o registro alemão ou o norte-americano, que têm participação maior de caucasianos do que de doadores miscigenados”. De acordo com o médico, esse dado é analisado a cada ano, com a entrada de novos doadores. Nos últimos dois anos, entraram de 270 mil a 300 mil novos doadores no Redome, a cada ano. “Sempre tem uma renovação e um acréscimo de características novas no registro”.
Para Aline, a autodeclaração da raça pelos doadores, ao fazerem o registro, “é um critério subjetivo”. Ela observou que, quando os hospitais fazem pesquisa de busca de doadores para pacientes, percebem que a compatibilidade é muito relacionada à questão da raça. “É  muito difícil conseguir um doador compatível de raças diferentes, porque tem um impacto grande. Para brancos, é muito mais fácil encontrar doador, tanto entre os brasileiros quanto entre os doadores de outros países com predominância de brancos na população. "Isso é bem perceptível”, disse Aline.
Segundo a médica, é mais difícil conseguir doadores para pacientes descendentes de negros ou de outras raças. Embora não haja estatística definida, o problema se agrava em relação a pacientes indígenas ou descendentes de índios. Não se consegue encontrar doadores compatíveis também em outras partes do mundo”, destacou Aline, mesmo em países que têm um significativo percentual de negros na população, como os Estados Unidos. “O cadastro deles é um pouco deficiente de doadores dessa raça. E de indígenas é mais difícil ainda".
Bouzas ressaltou, porém, que o número de doadores no Brasil não é pequeno perto da real necessidade do país, quando se trata de doadores das etnias negra, indígena e asiática, como indicou a hematologista. “Isso não é verdade”. A possibilidade de encontrar um doador  para um brasileiro já ultrapassa 70% hoje. “Isso sem contar  com a possibilidade dos bancos de sangue de cordão (umbilical) e de buscar um doador no exterior”.
A rede mundial tem em torno de 24 milhões de doadores. Bouzas informou que a chance dos brasileiros de encontrar um doador subiu de 10% a 12%, em 2003, para 76%, na última avaliação, feita nos dois últimos anos.
Ele é contra a divulgação de  informações de maneira aleatória, como considerou ter sido feito por  Aline Guilherme e disse que o correto é procurar analisar os registros com os dados genéticos, de naturalidade, ou seja, da origem dos doadores,  e estimular campanhas localizadas. No ano passado, por exemplo, Bouzas disse que portaria do Ministério da Saúde elevou o  teto para cadastramento  na Bahia de  5 mil para 20 mil doadores. O estado tem forte participação de representantes da raça negra. “Então, é um estímulo a campanha naquela região”.
O Centro de Transplante de Medula Óssea  está preparando campanhas para atrair doadores em nichos da população que precisam ser melhor representados no Redome.
Créditos: Agencia Brasil

sábado, 25 de janeiro de 2014

Protesto em SP termina com 128 detidos

Alguns manifestantes colocaram fogo em um Fusca e também atacaram um carro da Guarda Civil Metropolitana, tentando virar o veículo Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
 Um protesto contra a Copa do Mundo terminou com 128 pessoas detidas na noite deste sábado, de acordo com balanço divulgado pela Polícia Militar. Foram 108 presos pelo Batalhão de Polícia de Choque e outros 20 pelo policiamento de área. Eles serão encaminhados ao 78º DP. O protesto acabou com três agências bancárias e uma viatura da Guarda Civil Metropolitana destruídos e um Fusca incendiado.
Convocados pelas redes sociais, centenas de manifestantes se reuniram à tarde no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) para protestar contra o evento esportivo no Brasil, mas por volta das 20h manifestantes e policiais entraram em confronto. Quando a marcha chegou próximo ao Theatro Municipal, uma parte desse grupo atacou a sede da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e uma lanchonete do McDonald´s, na rua Barão de Itapetiniga.
As poucas lojas que estavam abertas na região acabaram fechando. A PM se postou em linha na frente do theatro e os manifestantes começaram a jogar pedras e outros objetos contra os policiais, que não revidaram. Em frente à Igreja da Consolação, alguns manifestantes incendiaram uma lixeira, e um Fusca, que tentava passar pelo local, acabou pegando fogo. Dentro do carro estavam dois casais e uma criança, que saíram sem ferimentos. O Fusca, no entanto, foi totalmente destruído. Os manifestantes ainda atacaram dois carros da Guarda Civil Metropolitana. Um dois veículos conseguiu sair da confusão. Os guardas municipais da viatura que ficou no local foram expulsos do carro. Os manifestantes tentaram virar o veículo, mas não conseguiram.
Na Rua Augusta, praticamente sem policiamento, uma agência do Santander, uma concessionária da Fiat e um ônibus foram depredados. O grupo de manifestantes atacou um pequeno grupo de policiais, que fugiu. Logo depois, 10 viaturas da Força Tática enfrentaram os manifestantes, jogando bombas de efeito moral e dispersando a multidão. Leia mais no Portal Terra.
Créditos: Terra

Como nascem os preconceitos

preconceitoEm seu livro Doze Contos Peregrinos, o escritor colombiano Gabriel García Márquez conta a história de um cachorro que todos os dias era encontrado num cemitério de Barcelona junto ao túmulo de uma prostituta, Maria dos Prazeres. Com certeza se inspirou nas histórias reais de Bobby, um terrier de Edimburgo, Escócia, que durante 14 anos guardou o túmulo de seu dono. Ali ficou uma pequena escultura dele e uma lápide na qual gravaram: “Que sua lealdade e devoção sejam uma lição para todos nós”.
Em Tóquio ergueram também uma estátua, na estação Shibuya, em homenagem a Hashiko, um cão da raça akita que todos os dias esperava seu dono retornar do trabalho. O homem morreu em 1925, e durante anos o cachorro foi aguardá-lo na mesma hora em que ele costumava regressar. Hashiko morreu em 1935 e a estação hoje tem seu nome – fizeram até um filme sobre esse episódio (Sempre a seu Lado, com Richard Gere).
Cães e seres humanos são mamíferos, exigem cuidados permanentes, em especial na infância, na doença e na velhice. Manter vínculos de afeto é essencial à felicidade da espécie humana. A declaração de independência dos Estados Unidos teve a sabedoria de incluir o direito à felicidade. Pena que muitos estadunidenses considerem hoje a felicidade uma questão de posse. Daí a infelicidade geral da nação, traduzida no medo à liberdade, no espírito bélico, na indiferença para com a preservação ambiental e as regiões empobrecidas do mundo. É o chamado mito do macho, segundo o qual a natureza foi feita para ser explorada, a guerra é intrínseca à espécie humana e a liberdade individual é considerada acima do bem-estar da comunidade.
O darwinismo social é uma ideologia cujos hipotéticos fundamentos já foram derrubados pela ciência, em especial a biologia e a antropologia. Essa ideologia foi introduzida na cultura ocidental pelo filósofo inglês Herbert Spencer, que no século 19 deslocou supostas leis da natureza indevidamente atribuídas a Charles Darwin para o mundo dos negócios. John Rockefeller chegou ao ponto de atribuir à riqueza um caráter religioso, ao afirmar que a acumulação de uma grande fortuna “nada mais é que o resultado de uma lei da natureza e de uma lei de Deus”.
O conceito de seleção natural de ­Darwin deriva de sua leitura de Thomas Malthus, que em 1798, em ensaio sobre crescimento populacional, afirmava que se crescer a uma velocidade maior que seu estoque de alimentos a população será inevitavelmente reduzida pela fome. Spencer agarrou-se a essa ideia para concluir que na sociedade os mais aptos progridem à custa dos menos aptos e, portanto, a competição entre os seres humanos é positiva e natural.
E os que são cegos às verdadeiras causas da desigualdade social alegam que a miséria decorre do excesso de pessoas no planeta. Ora, se somos 7 bilhões de seres humanos no planeta e, segundo a FAO, produzimos alimentos para 12 bilhões de bocas, como justificar a desnutrição de 1,3 bilhão de pessoas? Não há excesso de bocas, mas falta de justiça.
Quanto mais são derrubadas barreiras de classe, mais os privilegiados e seus ideó­logos se empenham em buscar justificativas para provar que entre os humanos uns são naturalmente mais aptos do que outros. Outrora os nobres eram considerados espécie diferente, de sangue azul. Com a Revolução Industrial, gente comum se tornou rica, superando-os em fortuna. Foi preciso então criar uma nova ideologia: que o Estado e a Igreja cuidem dos pobres. E tão logo Estado e Igreja passaram a dar atenção aos pobres – sem deixar de cuidar dos ricos, que o digam o BNDES e a Cúria Romana –, os privilegiados puseram a boca no trombone, demonizando as políticas sociais, acusando-as de gastos excessivos. Preconceitos e discriminações não nascem na natureza. Brotam nas nossas cabeças e contaminam as nossas almas e atitudes. Vamos lutar contra eles. Leia mais em Rede Brasil Atual.
Créditos: Rede Brasil Atual

Dilma viaja a Cuba para Cúpula da Celac e encontro com Raúl Castro

Após participar do Fórum Econômico Mundial na Suíça, a presidenta Dilma Rousseff viaja neste fim de semana a Cuba para agenda bilateral e evento com países da América do Sul, Central e do Caribe. Os compromissos marcados para segunda (27) e terça-feira na ilha antecedem o anúncio da reforma ministerial, a ser feito por ela quando retornar ao Brasil. Alguns ministros deixarão o governo para disputar as eleições deste ano.
Na segunda-feira, Dilma se encontra com o presidente cubano Raúl Castro e na terça (28) representa o Brasil na reunião da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). O evento tem programação também para quarta-feira, mas a participação da presidenta deve se restringir ao primeiro dia.
Criada oficialment
e em 2011, a Celac visa ao diálogo político e à cooperação de todos os 33 países da América Latina e do Caribe. Esta é a segunda cúpula do órgão, e vai tratar de temas como a luta contra a fome, a pobreza e as desigualdades na região. O Chile foi a sede do primeiro encontro da Celac no ano passado.
No último dia 9, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que vai propor o ingresso na Celac de Porto Rico, território associado aos Estados Unidos.
A agenda do evento tem programação durante todo o dia 28, incluindo fotografia oficial dos chefes de Estado no Palácio da Revolução. Durante a cúpula, a presidência pro tempore da organização será repassada por Cuba à Costa Rica.
Dilma terá ainda, na segunda-feira, encontro particular com o presidente cubano, Raúl Castro. Ao lado dele, participa também da inauguração da primeira fase do Porto de Mariel. A obra, segundo o Itamaraty, conta com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Ao ser reeleito em 2013 para mais quatro anos à frente de Cuba, Raúl Castro assumiu a necessidade de transição política no país e de mudanças que consertem erros do passado.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o comércio entre o Brasil e Cuba aumentou quase sete vezes no período de 2003 a 2013, subindo de US$ 91,99 milhões para US$ 624,79 milhões. Os principais produtos brasileiros vendidos a Cuba são o óleo de soja, arroz e milho.
Créditos: Agência Brasil

Dilma defende potencial de economias emergentes

 Roberto Stuckert Filho/PR Na estreia da presidenta Dilma Rousseff na reunião anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, a dirigente enfatizou a empresários e chefes de Estado que participam do encontro que as economias emergentes, como o Brasil, são fundamentais na recuperação da economia global. Ela ressaltou que é apressada a tese de que esses países vão perder dinamismo com o fim da crise financeira mundial.
“Estamos falando dos países com as maiores oportunidades de investimentos e de ampliação do consumo. Somos países que demandam infraestrutura logística diversificada, infraestrutura social, urbana, energia, petróleo, gás, minérios, investimentos industriais e agrícolas. Somos sociedades em processo de forte mobilidade social, nas quais se constituem novos e dinâmicos mercados, mercados internos integrados por centenas de milhões e em alguns casos, por bilhões de consumidores”, afirmou.
Ao falar especificamente do caso brasileiro, Dilma destacou que o país vem experimentando profunda transformação social nos últimos anos, tendo se tornado, por meio de um processo acelerado de ascensão social, em um país predominantemente de classe média. A presidenta ressaltou que, a partir de 2003, mais de 36 milhões de homens e mulheres foram tirados da situação de extrema pobreza. Além disso, a renda per capita média da população cresceu 78%.
“Criamos [no Brasil] um grande mercado interno de consumo de massa. Somos hoje um dos maiores mercados para automóveis, computadores, celulares, fármacos e cosméticos, mas apenas 47% dos domicílios têm computador, apenas 55% dos domicílios possuem máquina de lavar roupa automática, 17% têm freezeres e 8% TV plana, evidenciando o tamanho da demanda ainda a ser atendida e as oportunidades de negócio a ela associadas”, disse.
Créditos: Agencia Brasil

Estresse no ambiente de trabalho pode ser evitado pela negociação

estresseA fixação de metas a serem atingidas em empresas é uma das principais causas do estresse no ambiente de trabalho. De acordo com a médica pesquisadora da Fundacentro, Maria Maeno, a negociação destes objetivos por meio dos sindicatos é uma das formas mais eficazes para evitar a pressão.
 A redução do quadro de funcionários das empresas faz com que cada trabalhador tenha suas funções aumentadas, o que acarreta um ritmo mais intenso para quem fica, aponta a pesquisadora. Além de cumprir a jornada, destaca, a maioria das pessoas também trabalha fora do expediente para cumprir metas, abrindo mão de eventos familiares e sociais.
O uso de métodos de cobrança como o envio de mensagens e lembretes também aumenta a pressão entre os próprios funcionários. “No caso do comércio, muitas vezes os trabalhadores prolongam informalmente suas jornadas e acabam disputando os clientes com os colegas”, aponta.
A médica ainda ressalta que estratégias adotadas pela gestão, como a ginástica laboral, não reduzem a tensão no ambiente de trabalho. “A ginástica acaba sendo mais uma obrigação para o trabalhador que tem que continuar cumprindo suas metas.”
Créditos: Rede Brasil Atual 

Lei que limita lucro de empresários a 30% entra em vigor na Venezuela

maduro_EFE_MIGUEL-GUTIERREZ.jpgA Venezuela oficializou, hontem (24), a Lei Orgânica de Preços Justos, que limita o lucro de atores das cadeias de comercialização no país em 30%. Decretada pelo presidente Nicolás Maduro no final do ano passado, a lei publicada no Boletim Oficial do país estabelece que, com base neste topo, as margens máximas de ganhos poderão ser determinadas por setor, categoria, atividade econômica, entre outras variáveis.
Aprovada a lei, pelo Tribunal Supremo de Justiça do país] iniciamos a segunda etapa da ofensiva econômica para lutar contra os especuladores, os que retêm produtos”, disse Maduro ontem durante um ato de comemoração dos 56 anos do fim do governo do militar Marcos Pérez Jiménez. “Vamos nos lançar com o dobro de força e capacidade com que fizemos em novembro do ano passado, vamos revisar tudo”, complementou.
Maduro afirmou que mais de 2.000 inspetores estão em formação para a nova fase da ofensiva, que contará com o apoio dos ministros de seu gabinete e das Forças Armadas. “Queremos estabelecer um equilíbrio necessário entre o custo de importação, o lucro que se limita a 30% no máximo, não passará disso, e o preço justo de todos os produtos”, expressou.
“Em nenhum caso, a margem de lucro de cada ator da cadeia de comercialização excederá de 30 pontos porcentuais da estrutura de custos do bem ou serviço”, determina o artigo 32 do decreto, que esclarece que o limite regulado na lei poderá ser revisado e modificado pelo Executivo para “favorecer as indústrias nascentes ou fortalecer alguma indústria existente”.
O texto cria a Superintendência Nacional para a Defesa dos Direitos Socioeconômicos, organismo que será responsável pela determinação de preços justos, feita através da análise das estruturas e pelo controle e regulação dos custos e pela fiscalização da atividade econômica e comercial.
O objetivo da análise de estruturas de custos e estabelecimento da margem de lucro é, segundo o texto, garantir o desenvolvimento justo, equitativo, produtivo e soberano da economia nacional, protegendo os ingressos dos cidadãos o acesso das pessoas aos bens e serviços para a satisfação de suas necessidades.

Entre as disposições transitórias da lei está a manutenção dos “preços justos” alcançados durante a ofensiva econômica levada a cabo pelo presidente Nicolás Maduro no final do ano passado - quando diversas lojas foram acusadas de especular na venda de produtos e obrigadas a reduzir preços – até que novos valores sejam estipulados segundo a nova normativa.
A lei será aplicada a “pessoas naturais e jurídicas de direito público ou privado, nacionais ou estrangeiras, que desenvolvam atividades econômicas no território (...) incluídas as que se realizam através de meios eletrônicos”. O texto prevê o estabelecimento de ilícitos administrativos e delitos econômicos, assim como sanções e penalizações a descumprimentos, incluindo ressarcimento de danos.
Com o novo regulamento, os receptores de divisas por parte do Estado deverão assinar um contrato de “fiel cumprimento” do objetivo e uso para os quais estas foram solicitadas. Os produtos adquiridos com estas divisas deverão ser identificados com uma etiqueta, para que os consumidores possam identificá-los.
A lei prevê penas máximas e confiscação de bens em casos nos quais boicotes, restrição de circulação de produtos, especulação, contrabando de extração, usura, cartelização ou outros delitos conexos “procurem a desestabilização da economia; a alteração da paz e atentem contra a segurança da nação”. De acordo com a lei, o Executivo pode iniciar o procedimento expropriatório quando se tenham cometido ilícitos econômicos e administrativos de acordo com a Constituição e qualquer ilícito administrativo presente na lei.
créditos: Rede Brasil Atual