terça-feira, 21 de junho de 2016

Planeta mais jovem do universo é descoberto

Ilustração mostra K2-33b em órbita ao redor de estrela (Foto: NASA/JPL-Caltech)
Os astrônomos descobriram o planeta "caçula" do universo. O K2-33b tem aproximadamente 10 milhões de anos, o que o transforma no mais jovem identificado até agora e isso oferece uma "oportunidade única" para entender a formação e o desenvolvimento de outros planetas, entre eles a Terra. 

O K2-33b, descoberto graças ao telescópio espacial Kepler, se situa em uma região do universo chamada Escorpião Superior. Por seu tamanho, é parecido com Netuno, que tem cinco vezes a dimensão da Terra, e orbita ao redor de sua estrela uma vez a cada cinco dias, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira pela revista "Nature".

Os cientistas responsáveis pela descoberta, entre eles Sasha Hinkley, da Universidade de Exeter (Inglaterra), acreditam que o planeta tem entre 5 e 10 milhões de anos, por isso ainda está em sua infância, se comparado à Terra, que tem 4,5 bilhões de anos. Assim, o K2-33b é o planeta mais jovem já identificado e um dos poucos recém-nascidos descobertos até o momento, o que proporciona "uma imagem extraordinária do processo de formação" destes corpos celestes, acrescentou Hinkley.

"É muito raro encontrar um planeta na fase de sua infância, o que nos proporciona uma oportunidade única para entender mais sobre como os planetas se formam e se desenvolvem, inclusive a Terra", disse o pesquisador. Entre as principais curiosidades dos cientistas sobre o K2-33b, Hinkley destacou que os mesmos queriam saber "se o astro se formou no lugar onde foi descoberto, ou se em outro, muito mais longe de sua estrela, e foi se aproximando dela".

Para o astrônomo, isso é "um acontecimento decisivo" que dará oportunidade aos cientistas para conhecer melhor o ciclo da vida dos sistemas planetários. Assim, o K2-33b é o planeta mais jovem já identificado e um dos poucos recém-nascidos descobertos até o momento, o que proporciona "uma imagem extraordinária do processo de formação" destes corpos celestes, acrescentou Hinkley.

"É muito raro encontrar um planeta na fase de sua infância, o que nos proporciona uma oportunidade única para entender mais sobre como os planetas se formam e se desenvolvem, inclusive a Terra", disse o pesquisador.  (Foto: NASA/JPL-Caltech)
Créditos: G1

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Energia eólica já abastece mais de 30% do Nordeste

O vento forte que não para de soprar fez da pequena Icaraí de Amontada, na costa oeste do Ceará, uma ilha de usinas eólicas Elas geram energia elétrica usando a força dos ventos. Ali, para qualquer lado que se olhe, modernas e gigantescas torres de quase 150 metros de altura - do tamanho de um prédio de 42 andares - destoam do cenário rústico da antiga vila de pescadores, com suas dunas, praias e lagoas. Reduto de atletas estrangeiros praticantes de kitesurf e windsurf, a comunidade, de 2,4 mil habitantes, entrou para a lista dos melhores ventos do Brasil e ajudou a elevar a participação da energia eólica para mais de 30% do consumo do Nordeste.

É por causa da qualidade desse vento - forte e constante - que o Nordeste despontou como uma das maiores fronteiras eólica do mundo. Hoje, os parques em operação na região são responsáveis pelo abastecimento de boa parte da população local de 56 milhões de pessoas.

Não é difícil entender a rápida expansão das eólicas no Brasil. Em 2008, com a crise internacional, o consumo mundial de energia despencou, paralisou uma série de projetos e deixou as fábricas ociosas. Em busca de demanda, elas desembarcaram no Brasil - onde o uso da energia crescia a taxas de dois dígitos - e derrubou o preço das eólicas, até então caras por aqui. A partir de 2009, com leilões dedicados à essa fonte de energia, os investimentos decolaram. De lá pra cá, o setor recebeu R$ 67 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). 
Esse montante colocou o País na 10ª posição entre as nações com maior capacidade instalada do mundo. Foi um grande avanço. Até 2008, a potência do parque eólico brasileiro era de 27 megawatts (MW). No mês passado, alcançou a marca de 9,7 mil MW, volume suficiente para abastecer mais de 45 milhões de habitantes. No total, são 5.141 turbinas instaladas Brasil afora. Cerca de 82% delas estão no Nordeste.
Com alguns raros projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) em desenvolvimento no Estado de Pernambuco e sem potencial para grandes hidrelétricas, a vocação do Nordeste tem se inclinado cada vez mais para a energia eólica. Segundo Elbia Gannoum, até 2020, a participação da energia do vento na matriz elétrica brasileira vai saltar dos atuais 6% para 20% da capacidade instalada. No Nordeste, essa participação será ainda maior, de 30%. Em termos de consumo, a fonte será capaz de atender cerca de 70% da carga da região em alguns momentos do dia.
Nos próximos três anos, diz Elbia, o volume de investimentos em novos parques será de R$ 40,8 bilhões. Ela destaca que cada megawatt de eólica instalado cria 15 postos de trabalho em toda cadeia produtiva, desde o canteiro de obras até a fabricação de pás, aerogeradores e torres. Seguindo o cálculo da Abeeólica e considerando que entre 2017 e 2019 estão previstos mais 6,8 mil MW de potência, o setor pode gerar 102 mil postos de trabalho.
Créditos: WSCOM

Câmara reduz salário de vereadores para um salário mínimo

A Câmara de Vereadores do município de Água Branca, Sertão paraibano, aprovou a redução, na última sexta-feira (18), do salário dos parlamentares de R$ 2.800,00 para um salário mínimo, que hoje é R$ 880. No entanto, o novo salário dos vereadores só entrará em vigor a partir do próximo ano.  
Já o presidente da Casa terá subsídios de dois salários mínimos. A Câmara de Água Branca é composta por nove vereadores e caso a redução entre mesmo em vigo na legislatura 2017/2020 passará a pagar um dos menores salários do Brasil para os parlamentares.
Créditos: Focando a Notícia

Decreto autoriza retirada de barracas, camas e sofás de moradores de rua em SP

A prefeitura de São Paulo publicou decreto em que autoriza o recolhimento de camas, sofás e barracas de moradores de rua que atrapalhem a circulação de pedestres e de veículos na cidade. A retirada é para impedir o estabelecimento permanente das pessoas em situação de rua em locais públicos, segundo a prefeitura.Como forma de acolher as pessoas em situação de rua, serão criadas mil novas vagas de acolhimento, distribuídas em quatro tendas provisórias, todas no Centro.
As tentas serão instaladas nas regiões da Sé, Anhangabaú, Glicério e Mooca, com 250 vagas em dormitórios cada. As tendas terão refeições, profissionais da saúde e regras menos rígidas, aceitando até mesmo animais de estimação. Para atender emergências, quatro agentes em motocicletas do Samu vão percorrer a região e se dedicar exclusivamente às pessoas em situação de rua.
O decreto da prefeitura proíbe a remoção de objetos pessoais (documentos, remédios, bolsas, roupas, muletas e cadeiras de rodas), de itens de sobrevivência (cobertores, mantas, colchões, travesseiros e barracas desmontáveis) e de ferramentas de trabalho (carroças, materiais de reciclagem e instrumentos musicais).
A remoção das camas, sofás e barracas só pode ser feita por agentes das subprefeituras ou contratados. A Guarda Civil Metropolitana apenas mediará a ação. Além disso, a retirada desses objetos será feita durante o dia, das 7 às 18 horas. Essas regras foram acertadas com a Defensoria Pública do Estado de São Paulo.
"Na hipótese de resistência ou recusa por parte da pessoa em situação de rua, o diálogo será adotado como primeira e principal forma de solução de conflitos", diz o documento.
Às 3h30 da segunda feira (13), a capital paulista registrou zero grau, na estação meteorológica da Capela do Socorro, zona sul. Foi a temperatura mais baixa em 12 anos, medida pelo CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências). A Arquidiocese de São Paulo divulgou nota informando que cinco moradores morreram em razão do frio ou de patologias agravadas pelas baixas temperaturas. Foto: EBC.
Créditos: Rede Brasil Atual

domingo, 19 de junho de 2016

MPF pede bloqueio de bens de Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil

Ministério Público Federal pediu o bloqueio de bens do ministro da Casa CivilEliseu Padilha. Os procuradores querem a condenação dele por improbidade administrativa e a devolução de R$ 300 mil. O ministro é suspeito de empregar, quando era deputado, uma funcionária fantasma no gabinete. A informação do pedido de bloqueio de bens foi publicada pela revista Veja e confirmada pela TV Globo.

Em nota, Padilha disse que a funcionária trabalhava na sua base eleitoral e que isso é permitido pela Câmara. O ministro também falou que espera o arquivamento da denúncia porque, segundo ele, as suspeitas estão baseadas em escutas e provas anuladas pelo Supremo Tribunal Federal.
Créditos: G1

Nova descoberta permite diminuir os efeitos colaterais da quimioterapia

quimioterapia
O Paclitaxel, também conhecido como Taxol, é um medicamento muito utilizado para o tratamento de câncer. No entanto, o remédio traz diversos efeitos colaterais para o paciente, como queda de cabelo, cãibras musculares e diarreia.
Pesquisadores americanos descobriram uma nova forma de administrar o remédio deixa a quimioterapia muito mais eficaz, além de utilizar 50 vezes menos medicamento. Segundo Elena Betrakova, farmacologista da Universidade da Carolina do Norte: “Isso é importante porque pode, no fim das contas, significar tratar os pacientes com doses menores e mais precisas de drogas quimioterápicas, resultando em um tratamento mais eficaz e com menos efeitos colaterais”, confirmou.
 A ideia não é uma novidade. Já haviam sido feitos experimentos com nanotecnologia, mas houve rejeição pelo sistema imunológico, pois os pesquisadores tentaram isolar o medicamento utilizando materiais plásticos. Os exossomos, segundo a pesquisadora, são “veículos de entrega” perfeitos, capazes de chegar às células cancerosas sem qualquer resistência ao medicamento. Para testar o novo sistema, os pesquisadores inseriram a droga Paclitaxel nos exossomos feitos a partir de células de ratos e depois aplicaram a mistura a uma placa de Petri com várias células cancerosas resistentes.
A conclusão foi que era necessário 50 vezes menos medicamento para matar essas células comparando ao uso comum de Paclitaxel. Além disso, os exossomos têm a capacidade de ajudar no diagnóstico do câncer. Quando testadas in vitro, as pequenas “embalagens” foram capazes de detectar e marcar células cancerosas de ratos.
A ideia ainda foi não testada em um corpo vivo. Sendo assim, o próximo passo da pesquisa é descobrir se o método é tão eficaz em ratos vivos quanto foi na experiência realizada nas placas de Petri. A pesquisa foi publicada na revista Nanomedicine Journal. 
Esses materiais eram vistos como uma ameaça pelas células de proteção do corpo e eram rapidamente destruídos e impedidos de chegar ao local de ação. Por isso, os cientistas resolveram optar por uma alternativa mais natural, utilizar as células brancas (leucócitos) do próprio paciente para “camuflar” o medicamento e fazer com que ele chegue ao local desejado. “Ao usar exossomos (uma espécie de ‘embalagem’ feita com os leucócitos) de células brancas, nós embrulhamos o remédio em uma capa de invisibilidade que o esconde do sistema imunológico”, explica Batrakova.
Science Alert News Medical / Science Daily  / Foto: Reprodução / Wikipédia)
Créditos: Jornal Ciência

‘Carta aos Brasileiros’ trará compromissos de Dilma

Enquanto senadores contrários ao impeachment, movimentos sociais e entidades da sociedade civil discutem neste final de semana propostas para a reunião com a presidenta Dilma Rousseff de terça-feira (21), integrantes do PT e aliados mais próximos da presidenta afastada já falam nos termos da nova versão da “Carta aos Brasileiros”.

A reunião vai discutir um acordo que garanta a convocação, por ela, em caso de retornar ao governo, de plebiscito sobre novas eleições. E esse documento, a “Carta”, que pode ser divulgado em breve, será uma espécie de compromisso a ser firmado por Dilma. Traçará a sua proposta para a formação de um novo pacto social no país.
De acordo com assessores e ex-ministros próximos da presidenta, a chamada “Carta” trará propostas concretas voltadas para ações nas áreas de Educação, Saúde e continuação plena de programas como o Minha Casa, Minha Vida. Além de mudanças na área econômica que levem em conta o que deseja a sociedade, como de regras na Previdência devidamente discutidas com os trabalhadores, e a reforma política.
A presidenta, no entanto, já deixou claro que para que a carta seja divulgada e seja feito tal acordo – conforme vem sendo costurado (principalmente no Senado, pelos integrantes da comissão do impeachment ligados ao PT e ao seu governo) – são necessárias duas premissas. A primeira, o restabelecimento democrático do país, ou seja: o seu retorno ao cargo.
Dilma insiste, nas reuniões e conversas com os políticos que têm recebido no Palácio da Alvorada, que não considera o governo provisório de Michel Temer um governo legítimo e, por isso, não pode falar em apoio a plebiscito num país que teve a sua democracia ferida.
A outra premissa é o discurso que ela tem pregado em todas as suas viagens, país afora, nas últimas semanas: que não conseguirá fazer pacto com a retirada de direitos sociais e direitos dos trabalhadores já conquistados e garantidos.
A ideia, neste caso, é lembrar que embora viesse falando em reforma da Previdência no início deste ano, o que vinha sendo desenhado pelo seu governo, segundo um assessor que foi diretor no ministério da Previdência, era de uma reforma ampla, cujo impacto viesse a ser observado não sobre os trabalhadores que ainda estão na ativa e vão se aposentar nos próximos 10 ou 15 anos. Mas regras de transição que permitissem as mudanças para quem está entrando agora no mercado de trabalho e, portanto, só pensará em se aposentar por volta de 2038 ou 2040.
“Uma coisa é certa, a 'Carta aos Brasileiros' tem como um dos intuitos alinhar o governo da presidenta mais para a esquerda, fazendo com que o restante de gestão seja marcado por maior participação dos movimentos sociais nas políticas públicas e maior integração”, disse ontem (17) um deputado do PT, ao comentar sobre o documento.
Ninguém confirma se a carta será lançada antes ou depois da votação do processo do impeachment pelo Senado, embora existam indicativos de que, dependendo do teor da reunião de terça-feira, ela seja divulgada ainda esta semana.
Para alguns integrantes do PT, seria uma forma de mandar um recado aos movimentos sociais e ao mercado sobre o comprometimento da presidenta com alguns itens que teriam “saído do rumo” nos últimos anos do seu primeiro governo e no primeiro ano do segundo, conforme disse um ex-ministro. “Principalmente na área econômica”, observou o mesmo ex-ministro.
Por outro lado, seria uma maneira de destacar para a sociedade civil a intenção da presidenta de trabalhar mais próxima dos anseios destas entidades. Para um assessor da presidenta que continua com cargo no Executivo trabalhando à sua disposição, um dos itens a serem enfatizados neste documento será a comparação da situação de Dilma no caso das mencionadas pedaladas fiscais – que se transformaram na base para o pedido de impeachment – com as mudanças feitas pelo governo provisório de Michel Temer junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A medida foi anunciada pelo atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, como uma das alternativas para conter os gastos públicos. Consiste na devolução, pelo BNDES, de pelo menos, R$ 100 bilhões em recursos repassados pelo Tesouro Nacional nos últimos anos. Tem sido considerada como “absurda” pelos mais críticos e chegou a ser mencionada como uma "pedalada do Temer".

Retomada de programas

"Dilma deverá mostrar os estragos da condução da economia nesse governo, os cortes feitos nas áreas sociais e prometer a continuidade da priorização dos programas que estavam em curso quando ela estava no cargo", observou esse assessor.
Outro item mencionado por aliados da presidenta é uma abordagem que poderá ser feita, na carta, de ameaças às estatais e ao pré-sal para o capital estrangeiro pelo governo provisório, com sugestões e propostas de retomada de antigas metas que vinham sendo adotadas anteriormente, no sentido de evitar a privatização destes órgãos.
Apesar do suspense que vem sendo feito, principalmente pelos parlamentares, em torno do tema, a presidenta deu sinais do tom desta carta na última sexta-feira, durante sua passagem por Recife (PE), quando afirmou que não pretende negociar pacto sem retomar o mandato.
Em sua fala, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde foi homenageada por alunos e professores, Dilma disse que “não há pacto possível com um governo ilegítimo”. Mas, ao mesmo tempo, ressaltou que está dialogando com os setores.
Diante de uma grande questão que é garantir a governabilidade caso retorne ao Planalto, Dilma tem afirmado que não considera essa uma questão relativa ao seu mandato nem à sua volta, já que a governabilidade passa pelo referido pacto “para que sejam reconstruídos os processos democráticos no país como um todo”. “Há, cada vez mais, a consciência de que o pacto que governou o Brasil desde 1988, a partir da Constituição cidadã, foi rompido e dilacerado. Então, vamos ter que necessariamente reconstruir os processos democráticos no país”, afirmou.
Outro tema que pode vir a ser mencionado pela presidenta é a sua responsabilidade em fazer com que possam continuar atuando de forma republicana as instituições federais, e que investigações como a Lava Jato, tenham continuidade.
Em Recife, ela reiterou o que já vinha afirmando: que o projeto político do governo interino tem como um dos objetivos conter as investigações da Lava Jato. E lembrou os últimos acontecimentos – referentes à delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e à queda do ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves – como exemplos.
O encontro que está programado para acontecer terça-feira no Palácio do Alvorada terá o mesmo formato do que foi realizado esta semana, que contou com representantes do chamado “grupo dos 22”, do qual fazem parte senadores que votaram contra o seu impeachment, em maio passado. Além de representantes do PT, PCdoB, PDT, Central de Movimentos Populares (CMP), as centrais sindicais CUT e CTB, MST (sem-terra), MTST (sem-teto) e UNE (estudantes). Terá, ainda, a presença de pelo menos três ministros afastados: Ricardo Berzoini, Aloísio Mercadante e Jaques Wagner.

Efeito das delações premiadas

A divisão existente hoje, segundo parlamentares, está relacionada ao plebiscito. Um grupo acha que se tiver de voltar, a presidenta deve aguardar o efeito das delações premiadas homologadas  nos últimos dias e as próximas que serão divulgadas até a votação final do impeachment. Consideram que, por si só, serão suficientes para provocar um efeito bombástico no governo de Temer e garantir a derrubada do processo de impeachment.
Essa ala de aliados da presidenta afastada acha, também, que se Dilma tiver de voltar, é melhor permanecer no cargo até 2018 para garantir condições para uma nova posição do PT nas próximas eleições presidenciais e sair mostrando que conseguiu adiantar os programas que vinham sendo executados desde 2010. Alguns, desde 2002, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Por outro lado, senadores que apoiam o retorno da presidenta negociam com os pares que votaram pelo seu afastamento uma mudança de posição, com a condição de que, voltando, Dilma envie a proposta de plebiscito sobre novas eleições ao Congresso.
O outro grupo defende que o Brasil clama por realização de eleições presidenciais, diante dos escândalos envolvendo os mais diversos partidos. E entende que voltar ao governo acenando para a participação popular na escolha do que fazer será um bom sintoma de que a presidenta está disposta a retomar a normalidade democrática do país, como ela mesma tem propagado.
A primeira versão da “Carta ao Povo Brasileiro” foi lançada em 2002, durante a campanha do ex-presidente Lula. O documento especificou seus compromissos com o governo a serem assumidos se ganhasse a eleição e serviu, na época para ajudar a acalmar os temores do mercado financeiro – que vinha recebendo enxurradas de informações sobre “possíveis perigos” a serem observados caso o petista assumisse o poder.