sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Chia pode prevenir câncer, diabetes e Alzheimer

chia - Foto: ThinkstockUm estudo divulgado pelo Departamento de Alimentos e Nutrição da Unicamp, em Campinas (SP), aponta que o consumo regular da chia, como semente ou óleo, pode ajudar no combate ao câncer, Alzheimer, diabetes, entre outras doenças.
Os pesquisadores afirmam que essa é a primeira descoberta sobre o poder antioxidante do alimento, capaz de retardar o envelhecimento das células, e sobre sua atuação na redução da quantidade de açúcar no sangue.
Os testes do estudo duraram quatro anos. Por um período de seis meses, ratos magros e obesos receberam ração misturada com semente e óleo de chia. Foi observado que tanto o consumo da semente quanto do óleo de chia apresentavam um efeito anti-inflamatório, reduzindo o colesterol em torno de 30% a 40% e aumentando a concentração de ômega 3.
Além disso, foram encontrados os efeitos da chia na redução da quantidade de açúcar no sangue, na prevenção de doenças cardiovasculares, diabetes tipos 1 e 2, na redução da incidência de mal de Alzheimer e de câncer. O seu poder de diminuir os radicais-livres está diretamente ligado à prevenção de diversas doenças.
Para aproveitar os benefícios dessa poderosa semente, os especialistas afirmam que é necessário o consumo de duas colheres de sopa de chia diariamente. Também é possível sentir os efeitos do alimento com o uso do óleo no preparo das refeições.
Um dos motivos que fazem da chia uma grande aliada na perda de peso está na sensação de saciedade que a semente proporciona. Suas fibras têm a capacidade de absorver muita água, transformando-se em uma espécie de gel. É só fazer o teste, deixando uma porção de molho num copo para perceber a semente inchando em pouco tempo. Quando é ingerida, a reação é semelhante. Em contato com os sucos gástricos, suas fibras se transformam nesse gel, que aumentam a dilatação do estômago. É esse mecanismo um dos fatores que favorecem a saciedade e, consequentemente, acarreta um menor consumo de alimentos.
Além disso, o consumo regular de chia pode ser benéfico para evitar a formação de gordura localizada, outra grande inimiga de quem luta contra os ponteiros da balança. Um estudo publicado no European Journal of Clinical Nutrition validou uma pesquisa em que onze indivíduos saudáveis consumiram a semente por 12 semanas e obtiveram redução na glicemia após a refeição, ou seja, não houve picos de insulina no sangue, sendo assim, a glicose foi liberada lentamente no organismo. Tal processo evita que a gordura seja acumulada e, por consequência, afasta o excesso de peso. Os participantes do estudo também relataram diminuição do apetite até 120 minutos após o consumo da refeição, diferentemente dos indivíduos que não consumiram a chia, mostrando assim seu efeito no aumento da saciedade.
Créditos: Minha Vida

Reforma do ensino médio traz concepção elitista de educação e deve ampliar evasão

O presidente Michel Temer (PMDB) e o ministro da Educação, Mendonça Filho, enviaram ontem (22) ao Congresso a Medida Provisória 84, da reforma do ensino médio. A proposta elaborada às pressas pela equipe do governo, sem consultar professores, estudantes e especialistas, está sendo duramente criticada pela comunidade e também por setores do Ministério Público Federal.
No início de setembro, quando foram divulgados os resultados da edição 2015 do Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb), no qual o ensino médio da rede pública não atingiu a meta estipulada de 4,3, ficando em 3,7, o ministro anunciou que haveria a reforma.
Em comum, as críticas apontam para um modelo ultrapassado que fragmenta e empobrece a formação, que traz de volta uma concepção elitista da educação e que não contempla medidas necessárias para solucionar problemas estruturais.
O coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, avalia que o projeto é temerário. "Reúne questões perigosas, como liberar processos administrativos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação para transferência de recursos, estimula parcerias público-privadas, abre espaço para a privatização e propõe um castelo de areia com a flexibilização. Como não foi dialogado, tende a ruir", disse.
Para Cara, a reforma de Temer pode vir a não ser implementada. "Pode servir apenas para bagunçar tudo, pois quer mudar o percurso do aluno, sem melhorar questões estruturais."
A presidenta da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), Andrea Gouveia, diz estar preocupada. Para ela, a proposta vai na contramão do que se discute em termos de caminhos para a melhoria do ensino médio. "Há várias possibilidades para melhorar um nível de ensino que tem o duplo desafio de ser caminho para o ensino superior e ao mesmo tempo capacitar para o mundo do trabalho. O melhor deles é melhorar a infraestrutura da escola, com laboratórios que funcionem, com internet que funcione e com professores que tenham tempo para dialogar com os alunos."
Referindo-se à fala de Temer na cerimônia, que enalteceu sua reforma como um retorno aos tempos que ele era estudante – em que se optava entre o clássico e o científico dependendo da faculdade pretendida –, Andrea destaca o viés excludente. "Da mesma maneira que antes optavam apenas os alunos da elite, que seguiriam para a faculdade, com a reforma de Temer, os filhos dos trabalhadores terão como escolha o mundo do trabalho. Nem podemos dizer que isso seja uma escolha, mas o aprofundamento da desigualdade", disse.
Destacando o caráter autoritário da reforma, por meio de medida provisória, a presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, Camila Lanes, disse que a entidade está se reunindo para analisar e debater as consequências da reforma. No entanto, adiantou que a aparente modernidade e eficiência da proposta é falsa. "À primeira vista, parece interessante, que permite ao aluno escolher o que seguir. Mas configura um modelo de ensino com 'olhar mecânico', que deverá reduzir carga horária de disciplinas fundamentais para o desenvolvimento do pensamento. Sem contar que não resolve problemas que temos hoje, como falta de merenda."
Para a secundarista, há ainda o componente excludente da reforma. "Pode haver aumento da evasão já que será estimulado o ensino em tempo integral, quando muitos estudantes precisam estudar à noite para trabalhar."
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), do Ministério Público Federal, também se manifestou. Em nota divulgada segunda-feira (19), a procuradoria afirmou ser temerária a utilização de medida provisória no tratamento de tema sensível e complexo. "As mudanças a serem implementadas em um sistema que envolve 28 redes públicas de ensino (União, Estados e Distrito Federal) e ampla rede privada precisam de estabilidade e segurança jurídica, o que o instrumento da medida provisória não pode conferir, uma vez que fica sujeito a alterações em curto espaço de tempo pelo Congresso Nacional."
Ainda segundo a nota, "por se tratar de tema que envolve milhares de instituições públicas e privadas, centenas de organizações da sociedade civil e milhões de profissionais, imaginar que um governo pode, sozinho, apresentar uma solução pronta e definitiva é uma ilusão incompatível com o regime democrático. Mais que inefetiva, a apresentação de soluções fáceis para problemas complexos é um erro perigoso."
Dirigido por Maria Alice Setúbal, o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), também criticou a reformulação. Em nota oficial, o coordenador de desenvolvimento de pesquisas da organização, Antonio Augusto Gomes Batista, afirma que a proposta pode acirrar ainda mais as desigualdades escolares. Favorável a uma flexibilização curricular nessa etapa da educação básica, o Cenpec critica a forma como a proposta é apresentada – por meio de Medida Provisória –, uma vez que “uma condição importante para o sucesso da implementação de políticas é a participação da comunidade de educadores e da sociedade em geral”.
Outra crítica, segundo Batista, é a falta de garantia de ações específicas para sanar os déficits de aprendizagem para os estudantes façam suas escolhas que geralmente são feitas conforme a sua condição social e oportunidades que tiveram ao longo da vida.
A proposta tampouco enfrenta os inúmeros desafios que precisam ser superados no Ensino Fundamental, em especial os anos finais, bem como a sua articulação e/ou continuidade entre o Ensino Fundamental e o Ensino Médio.
As desigualdades, conforme o coordenador, devem ser acentuadas com a falta de oferta de educação integral em regiões vulneráveis, onde estão alunos que, embora necessitem desse tipo de política, devem evita-la justamente por terem de trabalhar. Estudos do próprio Cenpec e a também recente auditoria do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo demonstram que a oferta reduzida de educação em tempo integral tende a ter um efeito negativo nas escolas vizinhas de tempo regular, como, por exemplo, a superlotação.
Além disso, a proposta não cita o Ensino Médio noturno e, segundo dados do Censo Escolar de 2015, do Inep, 1,9 milhão (23,6%) de alunos estuda no período noturno. Tampouco fala na ampliação de investimentos. O valor apresentado é menor do que era repassado pelo ProEMI (Programa Ensino Médio Inovador), desenvolvido desde 2009. A Resolução Nº 31, de 22 de Julho de 2013, que dispõe sobre o repasse de recursos do PDDE Ensino Médio Inovador, já previa o investimento complementar de R$ 2,8 mil por aluno/ano para escolas com jornada escolar de sete horas. A proposta atual é de R$ 2 mil/ano. Por Cida de Oliveira, da RBA
Créditos: Rede Brasil Atual

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Renda dos mais pobres caiu 9% em um ano

A deterioração no mercado de trabalho tem prejudicado mais os trabalhadores mais pobres, enquanto os mais ricos registram até ganho salarial acima da inflação, a despeito da crise. A queda na renda média mensal dos ocupados que recebem menos de um salário mínimo por mês alcançou 9% no trimestre encerrado em junho, em relação a um ano antes, segundo levantamento divulgado na terça-feira, 20, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

“É um grupo que não tem proteção de sindicato, de lei, de nada. Ele não ganha nem o salário mínimo, está à margem da lei trabalhista. Como a crise se espalhou de forma muito forte, são os maiores prejudicados. Eles estão em posição de vulnerabilidade mesmo”, explicou José Ronaldo de Souza Júnior, coordenador do Grupo de Estudos de Conjuntura na Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea.

Ao mesmo tempo, na faixa de renda mais alta, os 10% que recebem os maiores salários tiveram um aumento real de 2,38% no período, de acordo com o estudo, que tem como base os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, apurada pelo IBGE. Segundo a pesquisa, a renda média de todos os trabalhadores ocupados recuou 4,2% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2015.

Como consequência, o coeficiente de Gini dos rendimentos do trabalho passou de 0,487 no segundo trimestre de 2015 para 0,490 no segundo trimestre de 2016. Quanto mais perto de 0, mais próximo da igualdade; quanto mais perto de 1, maior a desigualdade. Apesar do ligeiro aumento no último ano, o resultado representa uma estabilidade, avaliou Souza Júnior.

“Mas como estamos falando do coeficiente de Gini apenas dos rendimentos do trabalho, esse resultado pode não estar mostrando uma piora na desigualdade, num momento em que muita gente perdeu o emprego. Esse número não mostra toda a desigualdade que existe no País”, ressaltou.

A queda no rendimento impulsionou um aumento na taxa de desemprego como um todo no País. “A renda familiar cai, e mais pessoas da família procuram emprego para compor a renda domiciliar”, disse Souza Júnior. A maior variação na taxa de desemprego ocorreu entre a população idosa, pessoas com mais de 59 anos. Nessa faixa etária, o aumento foi de 132% entre o último trimestre de 2014 – último período antes da piora no mercado de trabalho – e o segundo trimestre deste ano.

O estudo mostra ainda que a alta na taxa de desemprego também foi maior em 2016 entre os idosos: a taxa de desocupação entre a população com mais de 59 anos passou de 3,29% no primeiro trimestre para 4,75% no segundo trimestre, alta de 44%. “Esse foi o único grupo de idade em que não houve redução na ocupação. Pelo contrário, até aumentou a população ocupada. Mas aumentou mais o total de pessoas em busca de uma vaga. Eles estão procurando emprego para compor a renda da família”, disse o pesquisador. Fonte: Estadão.
Créditos: Focando a Notícia

Barragens subterrâneas proporcionam convivência com a seca

A construção de barragens subterrâneas na região de Bananeiras-PB,  tem contribuído para diminuir os problemas ocasionados pela seca na região. Uma parceria desenvolvida pela Prefeitura Municipal de Bananeiras através da Secretaria de Agricultura com o Governo do Estado, Emater, Embrapa, Apoiar e o Instituto Sociedade População e Natureza- ISPN.

Com uma tecnologia social de baixo custo, onde é realizado o barramento com lona, impermeabilizando o solo e retendo a água no local. A técnica utilizada foi desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária- Embrapa e é replicada no Município, atendendo as regiões mais necessitadas de água.

Já foram atendidas as comunidades de Caraubinha, Riachão, São Domingos, Santa Vitória e Boa Vitoria. Em Santa Vitória, seis (06) famílias estão sendo beneficiadas com 500 mudas de maracujá gigante, que serão cultivadas em um plantio comunitário na área da barragem subterrânea.

Os produtores recebem orientação dos técnicos agrícolas da prefeitura e da Emater, na preparação do substrato, controle biológico de pragas, acompanhamento do espaçamento das mudas, do seu desenvolvimento, além, de promover um acompanhamento social dessas famílias que participam dos programas ligados a gestão municipal.

Com contrapartidas do Município, esse meio de captação de água atinge diversas comunidades carentes da região de Bananeiras que sofrem com a estiagem, proporcionando uma melhor qualidade para o cultivo de produtos que antes não poderiam se desenvolver pela falta de água.
A Prefeitura Municipal tem mantido uma preocupação constante na captação de recursos e meios para amenizar os processos de estiagem na região, garantindo a população uma melhor qualidade de vida, gerando renda a partir do cultivo de diversificadas culturas em uma região que historicamente sofria com a escassez de água. Fonte: ASCOM/PMB.
Créditos: Focando a Notícia

Ex-ministro Guido Mantega é preso na 34ª fase da Lava Jato

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi preso temporariamente na manhã de hoje (22) no âmbito da Operação Arquivo X da Polícia Federal. De acordo com nota do Ministério Público Federal no Paraná, em julho de 2012, o Consórcio Integra Ofsshore, formado pelas empresas Mendes Júnior e OSX, firmou contrato com a Petrobras no valor de US$ 922 milhões, para a construção das plataformas P-67 e P-70. No total, são cumpridos 48 mandados em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal.

Em depoimento ao Ministério Público, o empresário Eike Batista, ex-presidente do Conselho de Administração da OSX, disse que, em novembro de 2012, Guido Mantega, que à época era presidente do Conselho de Administração da Petrobras, teria pedido R$ 5 milhões para o Partido dos Trabalhadores (PT).

Para operacionalizar o repasse, Eike Batista firmou contrato falso com empresa ligada a publicitários já denunciados na Operação Lava Jato por disponibilizarem seus serviços para a lavagem de dinheiro oriundo de crimes. Após uma primeira tentativa frustrada de repasse em dezembro de 2012, em abril de 2013 constatou-se a transferência de US$ 2,350 milhões, no exterior, entre contas de Eike Batista e dos publicitários.
As consorciadas, que não tinham tradição no mercado específico de construção e integração de plataformas, viabilizaram a contratação mediante o repasse de valores a pessoas ligadas a agentes públicos e políticos.
Créditos: Agencia Brasil

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Seis países deixam assembleia da ONU durante discurso de Temer

Vídeo registra momento de retirada - Créditos: Reprodução/TeleSur
Representantes de ao menos seis países deixaram o plenário da Organização das Nações Unidas (ONU) durante o discurso de abertura da Assembleia Geral da entidade, feito pelo presidente brasileiro não eleito Michel Temer (PMDB). Dirigentes do Equador, Costa Rica, Bolívia, Cuba, Nicarágua e Venezuela abandonaram o local ontem (20), em Nova Iorque (EUA)

O momento de retirada foi registrado e divulgado pelo perfil de Twitter do canal venezuelano TeleSur. No vídeo, é possível escutar o nome de Temer sendo anunciado.

Assim que o processo de impeachment contra Dilma Rousseff se confirmou no Senado, alguns países da América Latina – Equador, Bolívia, Cuba e Venezuela – se manifestaram contrariamente à decisão parlamentar. Há cerca de 60 anos, tradicionalmente, a sessão de abertura da Assembleia Geral é inaugurada por um brasileiro. 
O costume nasceu com Oswaldo Aranha, chefe da delegação do Brasil na ONU, em 1947. Por Simone Freire.
Créditos: Brasil de Fato

Moro aceita denúncia mesmo sendo uma farsa, diz Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou há pouco que o juiz federal Sérgio Moro aceitou a denúncia apresentada na semana passada pelos procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato contra ele mesmo se tratando de uma farsa. "Não quero nenhum privilégio. Mas não quero mentira. Não quero falsidade. Não posso aceitar que algumas pessoas façam o que estão fazendo", disse Lula, que afirmou acreditar na Justiça e que continuará lutando.
“Eles sabem que, embora eu não tenha diploma, eu sei fazer mais do que eles. Fiquei sabendo que o juiz Moro aceitou a denúncia contra mim, mesmo a denúncia sendo uma farsa, uma pirotecnia. Vamos continuar lutando para que o Brasil conquiste a democracia. Nós somos brasileiros e não desistimos nunca”, afirmou Lula, que chamou os autores da denúncia de "irresponsáveis".
"Sou responsável pela criação do maior partido de esquerda da América Latina, pela inclusão social, sou responsável e quero ser responsável por transformar a Petrobras na segunda maior empresa de petróleo do mundo. Se por isso tiver que ser condenado, não tem problema. O que está acontecendo no Brasil não me abala, apenas me motiva a falar muito mais", afirmou.
As declarações foram feitas durante teleconferência, na qual Lula se dirigiu a sindicalistas, juristas e defensores de direitos humanos reunidos em Nova York. O evento é promovido pela Confederação Sindical Internacional (CSI), que representa 162 milhões de trabalhadores sindicalizados em 180 países. Na reunião, que ocorre paralelamente à Assembleia Geral das Nações Unidas, foi lançada a campanha internacional “Stand with Lula” (“Estamos com Lula”). Segundo a secretária-geral da CSI, Sharan Burrow, o objetivo é defender o ex-presidente brasileiro de abusos judiciais e denunciar os “poderosos interesses” que tentam impedir sua livre atuação política.
A denúncia feita na semana pelos procuradores da Lava Jato foi condenada com veemência por juristas, parlamentares, analistas políticos e classificado de "farsa" por defensores do ex-presidente devido à ausência de “provas cabais”, no dizer dos procuradores – apenas de convicções. Foi alvo de piadas, comentários críticos da imprensa internacional e até mesmo de opositores históricos de Lula. A denúncia o acusa de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá, no litoral sul de São Paulo.
A decisão de Moro torna o ex-presidente réu pela segunda vez na operação e agora será julgado pelo próprio juiz de Curitiba. Caso seja condenado, ele ficará inelegível nas próximas eleições presidenciais. É esse o principal objetivo da peça de “ilusionismo”, conforme vem manifestando a defesa de Lula e seus aliados. Os procuradores trataram Lula como “comandante máximo” da corrupção na Petrobras sem apontar nenhum fato concreto para sustentar a acusação.
Além do ex-presidente, Moro acolheu as outras denúncias feitas pelos representantes do Ministério Público Federal e também transformou em réu a esposa de Lula, Marisa Letícia, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e outras cinco pessoas: o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro e os ex-diretores e funcionários da empresa Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Fábio Hori Yonamine, Paulo Roberto Valente Gordilho e Roberto Moreira Ferreira.
A decisão do magistrado foi divulgada no final da tarde, em petição na qual ele cita Lula como réu por  corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Moro, no entanto, usa no seu despacho os mesmos argumentos que foram contestados por políticos do PT e outros partidos que fazem parte da oposição ao governo Temer. Ao mesmo tempo em que anuncia o acolhimento da denúncia, ele diz estar ciente de que os elementos probatórios de que o o ex-presidente “seria beneficiário direto das vantagens concedidas pelo Grupo OAS e, segundo a denúncia, teria conhecimento de sua origem no esquema criminoso que vitimou a Petrobras” são "questionáveis".
Mas se justificou reiterando que nesta fase preliminar do processo, "não se exige conclusão quanto à presença da responsabilidade criminal, apenas justa causa”. A denúncia pegou de surpresa os parlamentares que tinham acabado de participar de sessão conjunta do Congresso. Com a semana encurtada por causa do recesso branco concedido aos deputados e senadores para que vários deles viajassem ainda hoje ou amanhã pela manhã para seus estados, com o intuito de acompanhar as eleições municipais, muitos deles já estavam fora do Congresso quando foi divulgada a notícia.
Em outro trecho da peça jurídica, Moro disse que as acusações contra um ex-presidente da República “podem dar azo a celeumas de toda a espécie”, mas entende que “o que se espera é observância estrita do devido processo legal, independentemente do cargo outrora ocupado pelo acusado”.
No início da tarde, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL) – antes de ser divulgada a decisão de Moro –, comentou a denúncia feita pelo MPF contra o ex-presidente na semana passada e afirmou que episódios do tipo, segundo ele, “retiram prestígio da instituição Ministério Público”.
O senador disse que considera a operação “um avanço civilizatório”, mas acha que “não se pode fazer denúncias por mobilização política”. “A Lava Jato tem a responsabilidade de separar o joio do trigo e acabar com esse exibicionismo, fazer denúncias que sejam consistentes”, destacou. Foto: Arquivo 247
Créditos: Rede Brasil Atual