terça-feira, 22 de novembro de 2016

Desmonte de empresas públicas obedece a diretriz do mercado privado

RBA - A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil se reunirão nesta terça-feira (22) com a direção do BB, em encontro solicitado pelas entidades sindicais para tratar da decisão anunciada no domingo (20) de, a pretexto de promover "racionalização de recursos", promover a reestruturação de agências e estimular a saída de 18 mil funcionários por meio de plano de incentivo à aposentadoria. O anúncio prevê o fechamento de 31 superintendências do banco, de402 agências e a transformação de outras 379 em postos de atendimento.
Em nota, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região critica o movimento de "desmonte" da maior instituição financeira pública do país. A entidade alerta que a medida terá impacto no acesso ao crédito. "Os públicos aumentaram o crédito de 38% para 57% de 2008 para 2016, enquanto os privados tiveram redução de 5% nos últimos dois anos", diz o documento.
"A economia brasileira passa por um momento grave, com forte retração da atividade econômica, elevação do desemprego e queda na renda das famílias (...) Essa agenda irá aprofundar a recessão na medida em que enfraquece o mercado interno e a infraestrutura social e econômica que nos fizeram avançar na última década", ressalta o texto.
A presidenta do sindicato, Juvandia Moreira, observa um interesse do governo Temer em fragilizar mais uma empresa pública, a exemplo do que vem sinalizando com a Caixa Federal e do que já está fazendo com a Petrobras: "O BB é responsável, por exemplo, por cerca de 60% do crédito agrícola no país. Esse desmonte só interessa aos bancos privados, que não terão concorrência, num sistema financeiro extremamente concentrado e sem os bancos públicos fortes, toda a sociedade perde".
Segundo o coordenador da Comissão de Empresa, Wagner Nascimento, um pacote de medidas desse porte deveria ser discutido com a sociedade e os funcionários, não ser "informado" pela imprensa. "Fechamento de centros de serviços e centenas de agências vão prejudicar muito os funcionários e estes precisam de atenção. O banco precisa respeitar mais aos seus funcionários e pode começar abrindo um canal de negociação efetiva quanto aos impactos das medidas anunciadas", criticou Wagner.
A Contraf-CUT também emitiu nota para contestar a decisão do banco. A entidade lembra que em outubro, após a finalização da campanha nacional dos bancários, o presidente Michel Temer concedeu entrevista afirmando que o "Banco do Brasil estava pensando em cortar uma porção de funções, de cargos que lá existem, que são absolutamente desnecessários", mas que vinha negando alterações. "Apenas após a informação ser divulgada pela imprensa no último domingo, o banco finalmente  divulgou a notícia aos seus funcionários. Um desrespeito com os trabalhadores", contesta a nota.
"Precisamos conhecer cada detalhe da reestruturação para orientar os funcionários sobre a adesão ao plano de aposentadoria e redução da jornada. Contudo, nossa grande preocupação no momento é com as bancárias e bancários que terão suas unidades reduzidas ou fechadas”, afirmou Wagner Nascimento.

Demissões

De acordo como o comunicado divulgado ontem pelo Banco do Brasil, cerca de 9.300 postos de trabalho poderão ser extintos com a adesão ao Plano de Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (Peai). O número de funcionários que se enquadram nas regras propostas para a aposentadoria chega a 18 mil trabalhadores.
Além dos cortes de dotação de pessoas e plano de aposentadoria, o BB também anunciou a ampliação do público alvo da jornada de 6 horas, estendendo a opção aos assessores de todas unidades.
O governo anunciou ainda intenção de cortar R$ 750 milhões de gastos do banco, sendo R$ 450 milhões com a nova estrutura organizacional e R$ 300 milhões com redução de despesas com transporte de valores, segurança e imóveis. A "economia" pretendida com as 9 mil aposentadorias seria de R$ 2,9 bilhões por ano.
A Contraf-CUT afirma que as medidas anunciadas vão na contramão do papel que o banco vinha desempenhando, nos últimos anos, de fomento ao desenvolvimento social e econômico do Brasil.
Para o Sindicato dos Bancários de São Paulo, alternativas para a saída da crise devem ser debatidas e construídas, e exigem a retomada da expansão do crédito para setores prioritários como moradia popular, agricultura familiar, pequenas e médias empresas. “Há alternativas concretas à disposição dos formuladores da política econômica do governo, como a redução da taxa Selic, a utilização dos bancos públicos para rebaixar o spread bancário e elevar o crédito, a liberação de depósitos compulsórios com garantia de aplicação em áreas prioritárias. Basta vontade política para implantar tais medidas”, conclui o documento da entidade.
Créditos: Rede Brasil Atual

Delcídio Amaral diz não ter provas contra Lula

O ex-senador disse que ex-presidente "nunca lhe deu liberdade" para assuntos que não fossem institucionais / Foto: 
Agência BrasilNesta segunda-feira (21), o ex-senador Delcídio Amaral depôs, em Curitiba, contra o ex-presidente Lula. Ele afirmou ao juiz Sergio Moro nunca ter tido nenhuma conversa com o ex-presidente a respeito de qualquer procedimento ilícito.

Delcídio do Amaral, que foi diretor da Petrobras, no governo de Fernando Henrique, e ministro de Minas e Energia no governo de Itamar Franco, disse também que não sabia sobre o apartamento do Guarujá, ou vantagens indevidas concedidas ao ex-presidente por meio do imóvel.

Ele disse, porém, que “o presidente não entrava nos detalhes, mas tinha conhecimento absoluto dos interesses dos envolvidos”. Questionando se tinha provas sobre o que dizia, Delcídio afirmou que não, que fizera uma “delação de político”, por ser líder do governo e “saber como a roda gira”, mas que suas teses vinham sendo confirmadas por outros delatores.

Para a defesa do ex-presidente Lula, “o ex-senador Delcídio do Amaral, um dos delatores ouvidos, disse nada saber sobre essa acusação do tríplex, limitando-se a repetir suas já conhecidas afirmações vagas e sem provas. Há muito Delcídio vem falando que Lula desta vez ‘não escapa’. Essa obsessão por incriminar o ex-presidente, mesmo sabendo de sua inocência, foi hoje mais uma vez comprovada. Delcídio foi incapaz de apontar um fato ou conversa concreta em relação a Lula”.

Em nota, os advogados do Teixeira & Martins ainda afirmaram: “Mais uma vez ficou claro que as acusações que o MPF fez contra Lula são frívolas, sem materialidade e fazem parte de um processo de lawfare, que é o uso de procedimento jurídicos para fins de perseguição política”. Foto: EBC.
Créditos: Revista Forum

Médico reduz uso de antibióticos em aldeias indígenas utilizando plantas medicinais

Salazar resgatou uso de plantas medicinais cujos benefícios são comprovados pela ciência. Foto: OPAS
O médico Javier Isbell Lopez, integrante do programa Mais Médicos, notou que os índios da aldeia Kumenê, no Oiapoque, no estado do Amapá, consumiam antibióticos em detrimento de utilizar plantas medicinais de sua tradição devido a evangelização de dois missionários na década de 1960, que permanceram no local por mais de 10 anos, classificando o uso de plantas medicinais como feitiçaria.

Com a dura crítica e o banimento das tradições medicinais indígenas, os índios da aldeia passaram a consumir abusivamente antibióticos, em dosagens acima do recomendado, inclusive, para pessoas que vivem em áreas urbanas de grande fluxo.

Observando a situação, Lopez se reuniu com as lideranças indígenas e em diversas palestras buscou desmistificar o uso de plantas medicinais como “magia”. O projeto culminou na criação de uma horta com plantas cujo estudos científicos mostraram serem capazes de auxiliar no tratamento dos principais problemas de saúde observados na aldeia: gripes e doenças diarreicas.

“No começo, quando eu receitava alguma delas, eles jogavam fora e ficavam bravos comigo porque queriam antibióticos. Antes de ter médico aqui, eles faziam um uso excessivo de antibióticos e, hoje, as bactérias que circulam na comunidade têm resistência aos medicamentos disponíveis. Aos poucos, eles voltaram a acreditar no poder das plantas”, explica Lopez, do Mais Médicos.

A horta idealizada por Lopez contém plantas como boldo, sabugueiro, “amor crescido”, babosa, manjericão e outras menos conhecidas. Uma das mais utilizadas, principalmente no combate à gripe – doença mais expressiva na aldeia – é o sabugueiro, que apresenta efeito expectorante.

Lopez e sua equipe médica também iniciaram um projeto de reeducação de manutenção do meio ambiente, especialmente, do curso d’água que cerca a aldeira, um confluente dos rios Uaçá e Curupi. De acordo com o médico, as estruturas de banheiros eram construídas próximo às margens do rio, contaminando a água. Além disso, os poços eram construídos próximos aos banheiros, o que facilitaria o contagio de doenças pela água contaminada.

“Explicando, conseguimos uma melhor qualidade de vida aqui. Um médico não pode se cansar. Eu me sinto bem porque já estou percebendo a mudança. Estou vendo que as medidas que estou tomando dão certo, pois as doenças estão desaparecendo. Estou ‘ganhando’ menos pacientes’”, apontou Lopez.

As palestras sobre conscientização são parte do programa desenvolvido e empregado pelos médicos da equipe de Lopez, que tem como objetivo aumentar a qualidade de vida na aldeia, de maneira que haja menor consumo de remédios industriais, evitando a adaptação dos vírus ao antibiótico, e maior proteção dos recursos naturais, possibilitando a prevenção de doenças. Com informações da ONU BR.
Créditos: Revista Forum

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Papa Francisco autoriza padres a perdoarem casos de aborto

O papa Francisco concedeu nesta segunda-feira (21) aos sacerdotes a liberdade de absolverem ou não as pessoas que cometeram aborto e procuraram a Igreja Católica para se redimir. A orientação foi publicada na carta apostólica "Misericordia et Miseria", divulgada hoje pelo Vaticano. O texto marca o encerramento do Ano Santo do Jubileu, que foi dedicado ao tema da misericórdia.
A carta apostólica estabelece uma série de novas instruções para que a misericórdia seja adotada como prática diária entre os católicos. Dessa forma, os sacerdotes ficam livres para decidirem perdoar ou não uma pessoa que cometeu aborto. Isso abre caminhos para médicos e mulheres que já cometeram ou participaram de abortos.
Até hoje, os dois eram impedidos automaticamente de se comungarem na Igreja e o status só poderia ser revertido em casos específicos por bispos ou delegados. "Com todas as minhas forças, digo que o aborto é um pecado grave, porque coloca fim a uma vida inocente", afirmou o Papa Francisco. "Mas peço aos sacerdotes que sejam guias e deem apoio e conforto no acompanhamento dos penitentes", ressaltou o líder católico.
"Para que nenhum obstáculo se coloque entre o pedido de reconciliação e o perdão de Deus, concedo, a partir de hoje, a todos os sacerdotes, na força de seus ministérios, a faculdade de absolver os que os procuram pelo pecado do aborto", determinou Francisco.
Além da questão do aborto, o Papa validou as confissões celebradas por sacerdotes lefebrvianos e oficializou o trabalho dos "missionários da misericórdia", postos criados durante o Jubileu para "escutar e perdoar os fiéis". No texto, Francisco disse que a misericórdia é um "valor social" que deve "restituir a dignidade de milhões de pessoas".
Por isso, ele também criou o Dia Mundial dos Pobres, que será celebrado em toda a Itália Católica. Em um claro recado à ala conservadora do Vaticano, o Papa escreveu em sua carta apostólica que "nada que um pecador arrependido coloque diante da misericórdia de Deus pode permanecer sem o seu abraço e o seu perdão".
"Comunicar a certeza do Deus que ama não é um exercício retórico, mas uma condição de credibilidade do próprio sacerdócio", disse Francisco. Jorge Mario Bergoglio também usou a carta apostólica para responder a quatro cardeais conservadores que lhe haviam questionado sobre a exortação apostólica "Amoris Laetitia" ("A Alegria do Amor"), lançada em 8 de abril e que fala sobre a família na sociedade atual. Assinada pelo cardeal Raymund Leo Burke, a carta acusa Francisco de apoiar o reconhecimento do divórcio. Como o Papa não respondeu ao documento, os cardeais resolveram torná-lo público.
"Quando o caminho da vida nupcial é interrompido pelo sofrimento, pela traição e solidão, a experiência da misericórdia nos permite olhar para todas as dificuldades com a atitude do amor de Deus, que não se cansa de acolher e de acompanhar", ratificou Francisco hoje. Dessa forma, o Papa pede, mais uma vez, que cada caso de separação matrimonial seja analisado de maneira independente pelos sacerdotes.
O Ano Santo Extraordinário da Misericórdia foi encerrado ontem, com uma missa celebrada por Francisco no Vaticano diante de 70 mil pessoas. Tradicionalmente, o Jubileu acontece somente a cada 25 anos. O último tinha sido em 2000, portanto, só ocorreria em 2025. Mas Francisco resolveu convocar um Jubileu Extraordinário com o tema da Misericórdia. O Ano Santo foi iniciado em novembro de 2015 e encerrado agora. Fonte; Agência ANSA. Foto: EPA.
Créditos: Jornal do Brasil

Banco do Brasil vai fechar 402 agencias e demitir mais de 10 mil trabalhadores

 (Reuters/247) - O Brasil vive a maior recessão de sua história, a equipe econômica vem sendo cobrada a lançar medidas de estímulo à economia, mas o Banco do Brasil não participará deste esforço. Sob o comando de Paulo Cafferelli, o banco anunciou um plano de reestruturação que prevê o fechamento de 14% das agências, a demissão de mais de 9 mil funcionários e economias de R$ 750 milhões.
Na reformulação, 781 agências de um total de 5.430 deixarão de existir. Dos pontos fechados, 379 serão convertidos em postos de atendimentos.
Em seu comunicado ao mercado, o banco diz que a rede será adequada "ao novo perfil e comportamento dos clientes", que seria mais digital.
Com a reforma, o Banco do Brasil terá menos agências do que o Bradesco, um de seus principais concorrentes.
O Banco do Brasil anunciou neste domingo um amplo pacote de medidas destinado a reduzir custos, incluindo um plano de aposentadoria incentivada e fechamento de agências, enquanto luta para elevar sua rentabilidade, que tem caído pela combinação de crédito em queda e aumento de perdas com inadimplência.
O programa, que será implementado em 2017, tem como objetivo gerar economias de 750 milhões de reais por ano só com a revisão da estrutura administrativa e redução de gastos com transporte de valores, segurança, locação e condomínios, manutenção de imóveis, afirmou o banco em nota à imprensa.
Além disso, o plano de aposentadoria incentivada pretende reduzir 9.072 postos de trabalho, de um público elegível - que já reúne as condições para se aposentar --de 18 mil funcionários. No fim de setembro, o BB tinha 109.159 empregados.
Para incentivar a adesão, o banco vai oferecer valor correspondente a 12 salários, além de indenização por tempo de serviço, que varia de 1 a 3 salários, dependendo do tempo de empresa. O período de adesão ao plano vai até 9 de dezembro. Depois disso, o banco vai divulgar o impacto financeiro do plano.
O BB também vai oferecer redução de jornada de 8 para 6 horas diárias a 6 mil assessores da direção geral e superintendências, com objetivo de diminuir em 16,25 por cento o salário médio.
Como parte desse processo, o BB vai encerrar 31 superintendências regionais, 402 agências e transformar outras 379 em postos de atendimento. Em outubro, o BB já havia iniciado o fechamento de outras 51 agências.
Três unidades estratégicas serão fechadas e as funções transferidas para outras diretorias, mas o BB não detalhou quais.
Simultaneamente ao processo de redução de agências, o banco pretende abrir 255 unidades de atendimento digital em 2017. Com isso, o banco espera elevar dos atuais 1,3 milhão para 4 milhões o número de clientes atendidos por esse canal até o fim do ano que vem.
Como resultado da malsucedida campanha do governo federal de usar os bancos públicos para ampliar a oferta de crédito na tentativa de reanimar a economia, o BB tem agora enfrentado perdas crescentes com calotes.
A rentabilidade do BB sobre o patrimônio, que mede como os bancos remuneram o capital do acionista, foi de 9,6 por cento no terceiro trimestre, queda de 4,6 pontos percentuais sobre mesma etapa do ano passado. Assim, o BB piorou pela segunda vez no ano a previsão de rentabilidade em 2016, de 9 a 12 por cento para 8 a 10 por cento.
Para comparação, o índice do Bradesco no terceiro trimestre foi de 17,6 por cento, enquanto o do Itaú Unibanco chegou a 19,9 por cento.
"Não estamos satisfeitos com a rentabilidade que temos hoje", disse dias atrás o diretor financeiro e de relações com investidores do banco, Maurício Coelho, ao comentar os resultados do terceiro trimestre. “Nossa meta é nos aproximarmos de índices de rentabilidade mais próximos aos de nosso rivais privados". Fonte: Reuters. Foto: EBC.
Créditos: WSCOM

Pis/Pasep começa a ser pago nesta segunda-feira

A partir desta segunda-feira (21), o Ministério do Trabalho libera o pagamento do Abono Salarial do PIS/ Pasep ano-base 2015 para os trabalhadores nascidos no mês de novembro. Também a partir desta data, o benefício estará disponível para os servidores públicos com final da inscrição 4.
Os trabalhadores da iniciativa privada poderão retirar o dinheiro em qualquer agência da Caixa Econômica do País. Já os servidores públicos devem sacar o valor no Banco do Brasil. O recurso fica disponível para saque até 30 de junho de 2017. Entretanto, os beneficiários devem seguir o calendário de saques programado para o PIS/Pasep para evitar tumultos nas agências bancárias.
000-tabela-pis-base2015Tem direito ao abono ano-base 2015 quem trabalhou com carteira assinada por pelo menos um mês no ano passado e teve remuneração média de até dois salários-mínimos. Além disso, o trabalhador deve estar inscrito no PIS/Pasep há pelo menos cinco anos e o empregador precisa ter informado seus dados corretamente na Relação Anual de Informação Social (Rais).
000-2tabela-pasep-base2015A partir deste ano, o valor do abono é proporcional aos meses trabalhados durante o ano-base. “Quem trabalhou durante apenas um mês receberá o equivalente a 1/12 do salário-mínimo, e assim sucessivamente. A fração igual ou superior a 15 dias de trabalho será contada como mês integral”, explicou o coordenador-geral do Seguro Desemprego, Abono Salarial e Identificação Profissional do Ministério do Trabalho, Márcio Borges. Fonte: Ministério do Trabalho.
Créditos: Focando a Notícia

domingo, 20 de novembro de 2016

Para centrais, mercado acima da lei seria fim do Direito do Trabalho

Ataques recentes à Justiça do Trabalho acontecem "no mesmo momento em que o governo, o empresariado e juízes do Supremo Tribunal Federal querem impor o primado do negociado sobre a CLT e a terceirização da atividade-fim", afirmam as seis centrais sindicais formalmente reconhecidas, em manifesto. "O que se pretende, em nome da modernização da legislação, é que o todo poderoso mercado, comandado pelo empregador, seja livre para definir as relações de trabalho, situando-se à margem e acima da Lei", dizem as entidades no documento.
Para as centrais, a "supremacia" do mercado sobre a lei pode significar o fim do Direito do Trabalho. "A fragilização da Justiça do Trabalho é um passo nesta direção." Os sindicalistas destacam o fato de que as tentativas de retirada de direitos sociais e trabalhistas aconteçam simultaneamente a medidas para enfraquecer "instituições de defesa dos trabalhadores", como cortes orçamentários.
"É o que vem ocorrendo sob o pretexto – declarado publicamente pelo ministro Gilmar Mendes, do STF – de que o Poder Judiciário concede direitos em demasia aos trabalhadores brasileiros", afirmam CSB, CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central e UGT.
"Não restam dúvidas de que está em curso uma ofensiva mais ampla do empresariado e das forças conservadoras cujo objetivo não é só o enfraquecimento e a extinção da Justiça do Trabalho, mas o fim do próprio Direito do Trabalho", acrescentam as entidades. "As propostas de reformas trabalhista e previdenciária, a flexibilização dos direitos, a terceirização geral e irrestrita da economia, a retomada do projeto de privatizações, o congelamento dos gastos e investimentos públicos e a prorrogação e ampliação da DRU (Desvinculação das Receitas da União) são iniciativas orientadas neste sentido."
"O enfraquecimento das instituições de defesa dos trabalhadores compreende ainda o desaparelhamento das entidades sindicais e o fim do custeio sindical, bem como a sistemática desvalorização dos instrumentos coletivos negociados, a utilização abusiva dos interditos proibitórios, o cerceamento do direito de greve e a restrição à liberdade sindical prevista no caput do art. 8º, da Constituição Federal de 1988", alerta o documento.
Créditos: Rede Brasil Atual