sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Reforma da Previdência ignora R$ 426 bilhões devidos por empresas

Enquanto propõe que o brasileiro trabalhe por mais tempo para se aposentar, a reforma da Previdência Social ignora os R$ 426 bilhões que não são repassados pelas empresas ao INSS. O valor da dívida equivale a três vezes o chamado déficit da Previdência em 2016. Esses números, levantados pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), não são levados em conta na reforma do governo Michel Temer.

“O governo fala muito de déficit na Previdência, mas não leva em conta que o problema da inadimplência e do não repasse das contribuições previdenciárias ajudam a aumentá-lo. As contribuições não pagas ou questionadas na Justiça deveriam ser consideradas [na reforma]”, afirma Achilles Frias, presidente do Sindicado dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz).

A maior parte dessa dívida está concentrada na mão de poucas empresas que estão ativas. Somente 3% das companhias respondem por mais de 63% da dívida previdenciária. A procuradoria estudou e classificou essas 32.224 empresas que mais devem, e constatou que apenas 18% são extintas. A grande maioria, ou 82%, são ativas, segundo estudo da procuradoria, que classificou 32.224 empresas do universo de mais de 1 milhão de devedores do INSS.

Na lista das empresas devedoras da Previdência, há gigantes como Bradesco, Caixa Econômica Federal, Marfrig, JBS (dona de marcas como Friboi e Swift) e Vale. Apenas essas empresas juntas devem R$ 3,9 bilhões, segundo valores atualizados em dezembro do ano passado.

Repórter Brasil entrou em contato com essas empresas para entender quais são os pontos em desacordo. O Bradesco afirma que não comenta processos judiciais. A JBS diz que está negociando a dívida com a Receita Federal. A Marfrig afirma, em nota, que discute judicialmente a possibilidade de compensação de débitos previdenciários com créditos relativos ao PIS e a COFINS e que negociou o parcelamento da dívida. A Vale informa que possui questionamentos judiciais referentes às contribuições previdenciárias e que ofereceu garantias da dívida, o que a permite estar em ‘regularidade fiscal’. A Caixa Econômica Federal não se pronunciou. Leia a íntegra das respostasAcesse a lista dos 500 maiores devedores da Previdência (em pdf). por: Ana Magalhães - Repórter Brasil
Creditos: CUT. 

Confira o calendário de saques das contas inativas do FGTS

A Caixa Econômica Federal divulgou, na terça-feira (14), o calendário de saques do FGTS inativo. Os pagamentos serão realizados entre março e julho. Beneficiários nascidos nos meses de janeiro e fevereiro poderão procurar as agências entre os dias 10 de março e 9 de abril.
Quem nasceu em março, abril e maio vai sacar entre 10 de abril e 11 de maio. Trabalhadores nascidos nos meses de junho, julho e agosto vão sacar entre os dias 12 de maio e 15 de junho. Nascidos em setembro, outubro e novembro vão receber os valores em entre 16 de junho e 13 de julho. Os trabalhadores nascidos em dezembro vão fazer o saque entre os dias 14 e 31 de julho.
A Caixa criou uma página especial e um serviço telefônico para tratar das contas inativas no site do banco. O banco orienta que os trabalhadores acessem o endereço www.caixa.gov.br/contasinativas ou liguem no 0800-726-2017, para que possam, de forma personalizada, saber o valor, data e local mais convenientes para os saques. Os beneficiários também podem acessar o aplicativo FGTS para saber se têm saldo em contas inativas, mas é necessário lembrar que os saques só podem ser feitos em contas que foram desativadas até  31 de dezembro de 2015.
Para reforçar os atendimentos, a Caixa vai abrir as agências em nos primeiros sábados dos cronogramas mensais de pagamento (com exceção de abril, mês que o cronograma de pagamentos coincide com a Semana Santa). As datas serão 18 de fevereiro, 11 de março, 13 de maio, 17 de junho e 15 de julho.
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Como sacar o FGTS inativo

Os beneficiários terão quatro opções para recebimento dos valores: quem tem conta-corrente na Caixa poderá pedir o recebimento do crédito em conta, por meio do site das contas inativas. O saque também pode ser feito em caixas eletrônicos. Para valores de até R$ 1.500, é possível sacar só com a senha do cartão do Cidadão, mesmo que o beneficiário tenha perdido o documento. Para valores de até R$ 3.000, o saque pode ser feito com Cartão do Cidadão e a respectiva senha.

A retirada dos valores do FGTS inativo também pode ser feita em agências lotéricas e correspondentes Caixa Aqui. Neste caso, o beneficiário vai precisar do Cartão do Cidadão, da respectiva senha e de um documento de identificação.

Há, ainda, a possibilidade de retirar o dinheiro diretamente nas agências bancárias. Os documentos necessários são o número de inscrição do PIS e o documento de identificação do trabalhador. É recomendado levar também o comprovante da extinção do vínculo (carteira de trabalho ou Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho).
Creditos: Rede Brasil Atual. 

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Atividade econômica do Brasil tem queda acentuada de 4,55% em 2016

A economia do Brasil registrou forte recuo em 2016 pelo segundo ano consecutivo, indicaram dados do Banco Central nesta quinta-feira, evidenciando o desafio para a retomada após o mergulho da atividade.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), caiu 4,55 por cento em 2016.
Somente no quarto trimestre do ano o IBC-Br encerrou com queda de 0,36 por cento sobre os três meses anteriores, sempre em dados dessazonalizados. Em dezembro, o índice caiu 0,26 por cento ante novembro, desempenho pior que a contração de 0,20 por cento estimada em pesquisa da Reuters.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará os dados do PIB de 2016 em 7 de março.
Por ora, a expectativa de economistas na pesquisa Focus mais recente, realizada pelo BC junto a uma centena de economistas, é de um tombo de 3,5 por cento, após retração de 3,8 por cento em 2015 e de 0,8 por cento no terceiro trimestre, segundo números do IBGE.
Os dados corroboram a leitura da pior recessão atravessada pelo país em dois anos desde que os registros oficiais começaram, em 1901.
Para este ano, a projeção do mercado é de uma expansão de 0,48 por cento do PIB, bem abaixo da estimativa do governo de 1,0 por cento.

Em 2016, o varejo do Brasil teve queda de 6,2 por cento, pior dado histórico, com a demanda fraca impactando de forma generalizada as vendas, com destaque para supermercados. 
O setor de serviços foi na mesma linha, com contração recorde de 5,0 por cento em meio às fortes perdas na atividade de transportes.
Por sua vez, indústria brasileira teve uma diminuição de 6,6 por cento na produção, terceiro ano seguido de perdas.
O IBC-Br incorpora projeções para a produção no setor de serviços, indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos.
Créditos: Reuters

Distribuição gratuita de remédios corre risco com fechamento de farmácias

A proposta do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), de desativar as farmácias existentes nas unidades básicas de saúde (UBSs) na capital e firmar parcerias com grandes redes comerciais do setor pode dificultar – em vez de facilitar – o acesso da população aos medicamentos gratuitos distribuídos pelo SUS. Com isso, a adesão ao tratamento seria fragilizada, colocando em risco o restabelecimento da saúde das pessoas que dependem da assistência farmacêutica. O alerta é do professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) Fernando Aith, que coordena o Centro de Pesquisa de Direito Sanitário na mesma instituição.
"A gestão vende o projeto como se fosse uma medida para ampliaria o acesso – o que nesse caso poderia até ser bem vindo. As poucas informações disponíveis, porém, suscitam muitas dúvidas quanto ao controle e fiscalização da prestação de serviços por essas redes comerciais. Além disso, uma desativação das farmácias próprias, nas UBSs, fragmentaria a abordagem à saúde que acompanha o itinerário terapêutico do paciente", afirma Aith.
Inserida no âmbito do SUS, a assistência farmacêutica é dever do estado e direito da população, tendo assim de ser prestada em farmácias do sistema público. "É onde o cidadão é atendido. Tirar do sistema de saúde a execução da distribuição de medicamentos pode levar à disfuncionalidade, à desarticulação do atendimento. Por isso é algo que tem de ser pensado com parcimônia. Será benéfico ou prejudicial ao sistema público? Afinal, o setor privado visa lucro", destaca.
O problema, segundo destaca o professor, não está está no modelo dessas farmácias públicas, e sim na falta do medicamento. "Para corrigi-lo, a gestão municipal tem de comprar os remédios e fazê-los chegar ao posto de saúde, que está perto da casa dos usuários, do mesmo modo que deverá fazer para que o medicamento esteja na prateleira da rede privada."
Aith avalia como "demagógica" a proposta do prefeito e do secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara, que até agora tem se reunido com empresários do setor sem no entanto esclarecer à população aspectos básicos do projeto. Entre eles, quais serão os critérios para escolha das farmácias participantes, como se dará o ressarcimento, a que preço e, principalmente, como será o controle sobre o armazenamento e nesses estabelecimentos em que há medicamento sendo vendidos e doados. "Há muito ruído ainda nessa proposta", diz o professor.
À reportagem  da RBA, a Secretaria Municipal da Saúde, por meio da assessoria de imprensa, informa apenas que a proposta ainda está em estudo. 
"Sem esses detalhes não consigo calcular o benefício público e nem quantificar os eventuais prejuízos que o SUS poderá ter com isso. Por enquanto é mais um discurso político, demagógico, do que uma proposta de política pública."
Segundo Aith, a introdução de uma nova modalidade de assistência farmacêutica – a distribuição gratuita de medicamento do SUS em drogarias comerciais requer regulamentação por decretos e portarias, detalhando como esse medicamento custeado pelo SUS passará por estabelecimentos privados antes de chegar às mãos da população. "Por enquanto, é cedo para dizer se o projeto desrespeita algum princípio da administração".
O coordenador Centro de Pesquisa de Direito Sanitário da Faculdade de Medicina da USP questiona também a doação de medicamentos por 12 laboratórios, conforme o prefeito João Doria anunciou semana passada.
"Em doação não há contrapartida. A única condição é o aceite de quem recebeu o que está sendo doado. Se há a expectativa de contrapartida não é doação, é negócio. E se é um negócio, precisa respeitar a lei, com a realização de licitação e seleção pública, em processos transparentes. Não pode ser assim", destaca.
"Doação é doação. Se houver contrapartida pública vai ter de ser muito bem explicação da impessoalidade, da melhor proposta e do interesse público que não me parece estar bem justificado. E doação do que, pra que?"
Para Fernando Aith, João Doria e Wilson Pollara dão um tratamento empresarial ao setor publico. "É como se fosse uma empresa privada. E é a cara do Doria fazer isso. Mas não é. Por isso, algumas dessas medidas vão começar a sofrer revezes", diz.
"Tudo me parece medida populista, demagógica, para fazer barulho e publicidade mas nem preocupação com aspectos práticos e eficiência da politica pública e a sua continuidade, que é o que importa."
Creditos: Rede Brasil Atual. 

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Crise pode levar 3,6 milhões de brasileiros de volta à pobreza

A crise econômica poderá fazer 3,6 milhões de brasileiros voltarem para níveis abaixo da linha da pobreza até o fim do ano. A estimativa é do Banco Mundial, que divulgou pesquisa sobre o impacto da recessão no nível de renda do brasileiro. A projeção considera que o ano-fiscal 2016/2017, que considera do segundo semestre de 2016 ao primeiro semestre desse ano, encolherá 1%. 

Em um cenário mais otimista sobre a crise econômica , que prevê crescimento de 0,5% da economia nesse período, o total de pobres subiria em 2,5 milhões, segundo o Banco Mundial. Pelos critérios do estudo, são consideradas abaixo da linha da pobreza pessoas que vivem com menos de R$ 140 por mês.


De acordo com o Banco Mundial, a maior parte dos "novos pobres" virá das áreas urbanas. O aumento da pobreza na zona rural, segundo o estudo, será menor porque as taxas de vulnerabilidade já são elevadas no campo. O estudo também analisou o impacto do aumento da pobreza sobre o programa Bolsa Família e afirmou que 1,16 milhão de famílias passariam a depender do benefício na previsão mais pessimista.
Atualmente, o programa atende a 14 milhões de famílias, segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. Em seu levantamento, o Banco Mundial recomenda que para fazer frente à crise, o País precisa expandir o Bolsa Família, "que passará de um programa redistributivo eficaz para um verdadeiro programa de rede de proteção flexível o suficiente para expandir a cobertura aos domicílios de 'novos pobres' gerados pela crise", destacou o estudo.
Segundo o Banco Mundial, o Brasil conseguiu construir uma das maiores redes de proteção social do mundo. A instituição recomenda que o orçamento do Bolsa Família cresça acima da inflação para ampliar a cobertura e atender a um número crescente de pobres. No cenário mais otimista, o programa deveria subir 4,73% acima da inflação acumulada entre 2015 e 2017. Na previsão mais pessimista, a alta deveria ser 6,9% superior à inflação.
Em termos nominais, o orçamento do Bolsa Família subiria de R$ 26,4 bilhões no fim de 2015 para R$ 30,4 bilhões este ano na simulação que considera crescimento econômico e para R$ 31 bilhões no caso de um novo encolhimento da economia. O estudo não considerou o efeito da introdução do teto para os gastos públicos, que entrou em vigor este ano, mas avalia que o ajuste fiscal não seria comprometido com a ampliação do Bolsa Família.
“O ajuste fiscal que vem sendo implementado no Brasil pode ser alcançado praticamente sem onerar ou onerando muito pouco a população pobre”, destacou o Banco Mundial em sua pesquisa sobre a crise econômica. “A despeito das limitações no espaço fiscal a médio prazo, existe uma grande margem para ampliar o orçamento para os elementos mais progressivos da política social, remanejando verbas de programas de benefícios e melhorando a eficiência do gasto público.” Com informações da Agência Brasil.Foto: Arquivo / Pe. Djacy.
Créditos: IG

Centrais confirmam dia de protestos contra PEC 287

As centrais sindicais confirmaram a realização, em 15 de março, de um dia nacional de protestos e paralisações contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, de reforma da Previdência. Os trabalhadores na educação já haviam aprovado, em congresso da CNTE (confederação nacional do setor), uma paralisação nessa data. 
Segundo as entidades, "várias ações serão realizadas em conjunto" para impedir a aprovação da PEC, "que inviabiliza tanto a concessão de benefícios que representa, na prática, o fim da aposentadoria para milhões de brasileiros". Estão previstas para os próximos dias manifestações em aeroporto e bases eleitorais dos deputados. Na semana passada, a Câmara instalou uma comissão especial para avaliar a proposta.
"A unidade de luta é fundamental contra este que é o maior ataque aos direitos dos trabalhadores", afirma o presidente da CUT, Vagner Freitas. "É preciso organizar a sociedade brasileira, alertar as pessoas sobre o real objetivo das mudanças que afetam toda a classe trabalhadora."
Na terça-feira da semana que vem (21), representantes das centrais irão a Brasília para reuniões com os presidentes da Câmara e do Senado e líderes partidários. Já nesta semana, eles deverão procurar representantes das comissões especiais da PEC da Previdência e da reforma trabalhista.
Créditos: Rede Brasil Atual

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Governistas trabalham para aprovar terceirização irrestrita

A base aliada de Michel Temer no Senado articula a votação, nesta semana, de uma proposta que garanta a “terceirização irrestrita” do trabalho, permitindo que empresas subcontratem não apenas serviços auxiliares, como segurança e limpeza, mas também sua própria atividade fim. 
Lideranças partidárias defendem ressuscitar o projeto que passou pela Câmara em abril de 2015, ainda sob a gestão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que permite a prática. A intenção dos líderes do governo no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), e no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR), é restabelecer o teor da proposta da Câmara.A proposta é amplamente criticada centrais sindicais e atinge 13 milhões de trabalhadores, que podem ter sua situação laboral precarizada. As informações são de reportagem de Ricardo Brito no Estado de S.Paulo.
"Essa matéria foi motivo de briga entre Eduardo Cunha e o ex.presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL). Renan não se curvou à pressão do ex-colega da Câmara e “desacelerou” a tramitação da proposta, mandando-a passar inicialmente por quatro comissões temáticas.Posteriormente, o texto foi remetido para a comissão especial da Agenda Brasil para que fosse apreciado exclusivamente pelo colegiado."
Créditos: Brasil 247