sábado, 25 de fevereiro de 2017

Temer leva o Brasil à pior taxa de desemprego da história

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE ), o Brasil alcançou a taxa de 12,6% de desemprego no trimestre encerrado em janeiro. Esta é a pior de toda a série histórica, que teve início em janeiro de 2014. A taxa aumentou em relação ao mesmo trimestre de 2015, quando chegou a 9,5%, e frente ao trimestre de agosto a outubro (11,8%).
De novembro do ano passado a janeiro deste ano, a população desocupada chegou a 12,9 milhões de pessoas. O número é 7,3% maior do que o registrado no trimestre de agosto a outubro de 2016. Diante do período de novembro a janeiro do ano passado, o aumento foi ainda maior, de 34,3%. 
Já a população ocupada ficou em 89,9 milhões de pessoas – quantidade praticamente igual à registrada no trimestre de agosto a outubro. No entanto, na comparação com o trimestre de novembro a janeiro, o contingente recuou 1,9%.
Do total de trabalhadores empregados, 33,9 milhões estavam no setor privado e tinham carteira de trabalho assinada – quase o mesmo número em relação ao trimestre de agosto a outubro de 2016. Na comparação com igual trimestre do ano anterior, a quantidade caiu 3,7%.
No entanto, ainda havia 10,4 milhões de pessoas empregadas no setor privado, mas sem carteira de trabalho assinada. O número cresceu 6,4% quando comparado com o contingente de um ano atrás.
Em meio ao aumento do desemprego, outra categoria que registrou um aumento foi a de trabalhadores por conta própria (22,2 milhões de pessoas). Em relação ao trimestre anterior, o avanço no número foi de 2,1% e sobre um ano atrás, de 3,9%.
Créditos

Taxa de desemprego sobe em todas as áreas da região metropolitana de SP

A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo subiu para 17,1% em janeiro, ante 14% em igual mês de 2016, segundo a pesquisa mensal da Fundação Seade e do Dieese. O número de desempregados foi estimado em 1,883 milhão, acréscimo de 88 mil em relação a dezembro (aumento de 4,9%) e de 334 mil em 12 meses, crescimento de 21,6%. Essa alta não foi maior porque houve saída de pessoas da população economicamente ativa: de dezembro para janeiro, 65 mil deixaram a PEA (-6%), enquanto o mercado cortou 153 mil postos de trabalho (-1,6%) – sendo 54 mil com carteira assinada –, resultando nos 88 mil desempregados a mais.
De acordo com o Seade e o Dieese, houve aumento da taxa de desemprego em todas as áreas pesquisadas na região metropolitana. Na capital paulista, por exemplo, o índice passou de 15,3%, em dezembro para 16%. Foi de 15,5% para 17% na chamada sub-região Sudeste, que compreende o Grande ABC. Nas outras, cresceu de 16,7% para 17,9% na Oeste (Osasco, Barueri e outros municípios) e de 19,6% para 20,9% na Leste (Guarulhos, Mogi das Cruzes e outros).
Serviços, indústria de transformação e construção civil eliminaram vagas em janeiro: menos 82 mil (-1,5%), 49 mil (-3,6%) e 29 mil (-4,7%), respectivamente. Apenas o segmento de comércio/reparação de veículos ficou praticamente estável (-0,1%). Na comparação com janeiro do ano passado, todos os setores reduzem o número de postos de trabalho. A indústria fecha 179 mil (-12,1%) e os serviços, 135 mil (-2,4%). São menos 73 mil empregos na construção (-11%) e menos 15 mil no comércio (-0,9%).
A pesquisa sempre mostrando redução do emprego formal. Apenas em janeiro, foram cortados 54 mil empregos com carteira (-1,1%). Em 12 meses, 378 mil (-7,2%). O único setor da ocupação com crescimento em relação a janeiro de 2016 é o dos empregados domésticos, com mais 48 mil vagas (7,9%).
Estimado em R$ 2.023, o rendimento médio dos ocupados subiu 0,9% de novembro para dezembro – nesse item, a pesquisa sempre considera o mês anterior. Ante dezembro de 2015, cai 3,9%, com recuo de 6,6% na massa de rendimentos.
Créditos: Rede Brasil Atual

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Previdência pode deixar de ser política pública

A "reforma" apresentada pelo governo faz com que a Previdência deixe de ser uma política pública para se tornar uma "conta", observa a economista Patrícia Pelatieri, coordenadora de Pesquisas e Tecnologia do Dieese. Ela observa que uma das primeiras providências da gestão Temer foi extinguir o Ministério da Previdência e torná-lo uma secretaria do Ministério da Fazenda. 
Essa secretaria é ocupada pelo economista Marcelo Caetano, que acaba de ser objeto de denúncia da central sindical Pública, que acionou a Comissão de Ética Pública da Presidência da República. 
O secretário, responsável por comandar a "reforma" da Previdência, é um dos oito integrantes do Conselho de Administração da Brasilprev, do setor privado. Um "claro conflito de interesses", afirma a central.
Segundo apresentação de Patrícia na abertura da 13ª Jornada de Debates do Dieese, que teve a presença de representantes de nove centrais sindicais, da OAB e da senadora Gleisi Hoffmann, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, que ela chama de "desmonte", retarda ou impede o acesso a aposentadoria, reduz "substancialmente" os valores dos benefícios e atinge atuais e futuros contribuintes. "Estamos falando das gerações futuras", diz a economista, que considera "muito severa e excludente" a regra de transição proposta pelo governo.
Ainda de acordo com a coordenadora do Dieese, a "reforma" desvincula o salário mínimo de pensões, propõe progressão da idade mínima e contém estímulos "sutis e explícitos" à previdência privada. Técnicos do instituto estão finalizando análise que já aponta crescimento acima da média, no segundo semestre de 2016, de planos privados. 
Ajuste
As mudanças pretendidas pelo governo fazem parte da política de "ajuste fiscal" apresentada pelo atual governo. "Essa PEC 287 é, na verdade, um complemento da emenda aprovada de limite de gastos", observa a economista, referindo-se à Emenda Constitucional 95, que congela gastos públicos por 20 anos. Ela observa que essa mudança legal desconsiderou as despesas com juros, que em 2015 consumiram mais de R$ 500 bilhões, acima das despesas com benefícios previdenciários. 
Ela também contesta afirmação recorrente do governo sobre receitas e despesas previdenciárias, lembrando do artigo 195 da Constituição, que fala em financiamento do sistema por toda a sociedade. "Em nenhum momento foi dito que a Previdência Social deveria ser bancada apenas por suas contribuições."
Entre essas fontes de receita, cita, estão folha de pagamento, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), loterias e importações de bens e serviços. Considerando todos esses itens, o sistema mostra-se superavitário, ainda que o resultado tenha diminuído nos últimos anos. Mas Patrícia observa que isso se deve à crise e ao aumento do desemprego. Atualmente, há em torno de 25 milhões de trabalhadores sem contribuir e sem cobertura. De 2008 a 2013, por exemplo, a receita aumentou justamente pela inclusão, pelo crescimento do emprego formal.
A economista também refuta comparações internacionais, ao afirmar que a relação entre Previdência e PIB chega a 14% em países desenvolvidos, enquanto no Brasil é de 7%. E também não vê sentido em afirmar que a Previdência é "generosa", na medida em que dois terços dos benefícios têm valor igual ou menor que o salário mínimo.
Pela proposta do governo, o valor da aposentadoria passa a ser calculado com base em 51% do salário de benefício, ante os atuais 70%, mais um ponto percentual por ano de contribuição. São duas reduções, observa Patrícia: no cálculo da média e na redução para 51%. Hoje, para fixar o valor da aposentadoria, é considerada a média de 80% maiores salários de contribuição, descartando 20% – que deixariam de ser descartados. Por: Vitor Nuzzi, na RBA.
Créditos: CUT

Falta trabalho no país para 24 milhões de pessoas

Além dos 12,3 milhões de pessoas consideradas desempregadas no Brasil, há outras 12 milhões que gostariam de estar trabalhando ou têm jornada considerada insuficiente, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada hoje (23) pelo IBGE. A chamada taxa de subocupação, que agrega esses dois grupos, atingiu 22,2% no último trimestre de 2016, ante 17,3% em igual período do ano anterior. São 5,8 milhões de pessoas a mais nessa condição.
Os dados do instituto mostram também que o tempo de busca por emprego tem aumentado. "Está mais difícil encontrar trabalho", diz o coordenador de Trabalho e Rendimento do instituto, Cimar Azeredo. Para metade das pessoas, o tempo de duração de procura varia de um mês a um ano, mas a parcela que mais cresce é a dos que procuram há mais de um ano ou mais de dois anos – nesse segundo caso, é um contingene superior a 2 milhões de desempregados. 
A taxa média de desemprego no país foi estimada em 12% ao final do quarto trimestre do ano passado, estável frente ao terceiro (11,8%) e maior que no final de 2015 (9%). Entre as regiões, as taxas ficam acima da média no Nordeste (14,4%), no Norte (12,7%) e no Sudeste (12,3%). E abaixo no Centro-Oeste (10,9%) e no Sul (7,7%). 
Se o recorte for pelo número de desempregados, o país "ganhou" 3,269 milhões em um ano, para um total de 12,342 milhões, crescimento de 36%. Na região Centro-Oeste, essa alta chegou a 52,7%, com acréscimo de 309 mil. No Norte, aumentou 48,8%, com mais 333 mil desempregados. Na região mais populosa, o Sudeste, esse aumento foi de 31,8%: acréscimo de 1,364 milhão, totalizando 5,654 milhões. 
O IBGE aponta diferenças significativas nas taxas de desemprego entre homens (10,7%) e mulheres (13,8%), comportamento verificado em todas as regiões. As mulheres representam 52,2% da população em idade de trabalhar (a partir de 14 anos), mas são apenas 43% dos ocupados. Entre os jovens de 18 a 24 anos, o desemprego chega a 25,9%. Cai para 11,2% na faixa entre 25 e 39 anos e para 6,9% entre trabalhadores de 40 a 59 anos.
A diferença também é grande quando se compara dados de trabalhadores brancos (taxa de desemprego de 9,5%), pessoas de cor preta (14,4%) e parda (14,1%), conforme a classificação do IBGE. Há um "abismo" no rendimento, afirma o coordenador do IBGE: o rendimento médio dos brancos foi estimado em R$ 2.660, acima da média nacional, no quarto trimestre (R$ 2.043). O do pardos cai para R$ 1.480 e o dos pretos, para R$ 1.461.
Créditos: Rede Brasil Atual

Chikungunya pode causar complicações vasculares crônicas e irreversíveis


A febre chikungunya, provocada pelo mosquito Aedes aegypti, pode causar problemas vasculares crônicos e irreversíveis. A constatação partiu da segunda fase da pesquisa ‘Complicações Vasculares na Febre Chikungunya’, idealizada por profissionais do Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC UFPE). Segundo a pesquisa, 50% dos pacientes persistiram com inchaço nas pernas mesmo após a fase aguda da doença provocada pelo mosquito.

A cirurgiã vascular do HC, que está à frente do estudo, Catarina Almeida, explicou que, logo na primeira fase da pesquisa (realizada de março a junho de 2016), 32 pacientes se submeteram ao exame de linfocitigrafia (procedimento que permite avaliar o funcionamento do sistema linfático). Desses, 86% apresentaram características de acometimento da circulação linfática devido à chikungunya, com inchaços nos membros inferiores.

Noventa dias após a realização do primeiro exame, na segunda etapa da pesquisa, foi observado na avaliação clínica que 16 pacientes persistiram com os inchaços (mesmo após a fase aguda da doença). Vinte nove pacientes voltaram a ser acompanhados dos quais 20 repetiram a linfocitigrafia e foi constatado que 65% deles tiveram uma piora em seu quadro, demonstrando que a chikungunya pode provocar doenças vasculares crônicas, como linfedemas (acúmulo de líquido devido ao bloqueio do sistema linfático).

“O estudo apresenta uma nova manifestação da febre chikungunya que é o inchaço de causa linfática e mostra, pela primeira vez, a cronificação dessas manifestações. O linfedema não tem cura. O paciente irá tentar controlar o inchaço dos membros inferiores por meio de fisioterapia com drenagem linfática e uso de meias”, explicou.

A pesquisa, por descrever algo inédito, pode ajudar a orientar o diagnóstico e o tratamento para diminuir o inchaço e a dor. “Uma vez que se torna possível o diagnóstico precoce desse inchaço, é possível a gente instituir o tratamento antecipado e evitar complicações”, acrescentou Catarina.

A pesquisa foi desenvolvida por Catarina em conjunto com o chefe do Serviço de Cirurgia Vascular do HC, Esdras Marques, a cirurgiã vascular Gabriela Buril, a chefe do Serviço de Medicina Nuclear da unidade, Simone Brandão, e os especialistas em cardiologia Monica Becker e Roberto Buril.
Créditos: Portal Correio

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Trump publica circular para acelerar deportação de imigrantes

media
Em dois memorandos internos, datados de segunda-feira e divulgados na terça (21) no site oficial do Departamento, o secretário de Segurança, John Kelly, determinou que inclusive imigrantes sem antecedentes criminais poderão sofrer deportação imediata.
A prioridade continuará sendo a captura e a deportação de imigrantes em situação irregular e com antecedentes criminais, como ocorria desde o governo anterior de Barack Obama. O secretário de Segurança também determinou a contratação de 5 mil novos empregados para aduana e 10 mil empregados para a agência de controle migratório (ICE).
Os memorandos internos são o primeiro passo para a aplicação da promessa de campanha de Trump de expulsar do país os imigrantes em situação irregular, o equivalente a 11 milhões dos estrangeiros – a maioria mexicanos.
As crianças imigrantes, por enquanto, não estão no alvo de Trump: um programa do governo as protege da deportação. Esses jovens imigrantes em situação irregular foram trazidos aos Estados Unidos pelos pais, quando eram crianças. Durante sua campanha, Trump também prometeu acabar com esse programa.
O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, tem declarado que a prioridade do governo são os imigrantes com antecedentes criminais. "Pessoas que podem fazer mal ou que fizeram mal e têm antecedentes criminais são o centro das atenções", disse Spicer.
Créditos: RFI

Dória quer privatizar o Samu e fechar farmácias do SUS

RBA - Trabalhadores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) denunciaram ontem (22), em reunião da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de São Paulo, que o prefeito João Doria (PSDB) pretende transferir o atendimento para gestão de Organizações Sociais (OS) privadas. As bases espalhadas pela cidade deverão ser desativadas e o pessoal passará a ficar à disposição da gestão em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPA), entre outros equipamentos da rede municipal.
Segundo a servidora Gláucia Fernandes dos Santos, Doria alega que a mudança permitiria dobrar o número de viaturas disponíveis. "Vende a ideia de que o serviço vai melhorar, o que não é verdade. Só vai melhorar quando houver menos sobrecarga nos hospitais e pronto atendimento. Se isso não acontecer, quem vai receber e atender as pessoas removidas pelo Samu?", questiona.
Gláucia observa que a proposta traz desânimo às equipes que já trabalham sob forte estresse emocional, com poucos recursos e infraestrutura. "Havia transferência de recursos do governo federal mas nunca chegavam. O que está acontecendo?", questiona.
Contra a transferência da gestão do Samu para OSs, o vereador Eduardo Suplicy (PT) está liderando o abaixo-assinado Diga não à privatização/descaracterização do Samu de São Paulo.
Além dos trabalhadores do Samu, integrantes de movimentos populares em defesa do SUS e do Conselho Municipal de Saúde, demais servidores do setor e dirigentes sindicais aproveitaram a reunião de prestação de contas da gestão para cobrar respostas do secretário da Saúde, Wilson Pollara, que não compareceu. A secretária-adjunta, Maria da Glória Zenha Wieliczka, não chegou a responder nenhum dos questionamentos.
Ela foi beneficiada pela longa exposição de dados financeiros relativos ao quadrimestre passado e pela extensa lista de críticas, cobranças e perguntas apresentadas pelos participantes inscritos. A última pergunta foi encaminhada quando faltavam menos de dez minutos para o fim da reunião. Novo encontro foi marcado para o próximo dia 10, após muita insistência.
A secretária-adjunta foi surpreendida com perguntas sobre programas polêmicos da gestão João Doria (PSDB). Entre elas, o fechamento de farmácias em UBS, a parceria com laboratórios farmacêuticos para “doação” de medicamento prestes a vencer em troca de benefícios fiscais por parte do poder público, as dificuldades para marcação e realização de exames no âmbito do programa Corujão e a terceirização do Samu.
Com apoio da plateia, as vereadoras Juliana Cardoso (PT) e Samia Bonfim (Psol) reiteraram a necessidade de realização de audiências públicas para discutir, entre outras coisas, a proposta de distribuição de medicamentos por farmácias comerciais e a parceria para a chamada doação de medicamentos. Um requerimento protocolado por Juliana havia sido rejeitado pela Comissão de Saúde na semana retrasada. Por Cida de Oliveira
Créditos: Rede Brasil Atual