quarta-feira, 1 de março de 2017

Campanha da Fraternidade 2017 alerta sobre biomas e defesa da vida

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Com o tema "Fraternidade: biomas brasileiros e a defesa da vida", a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) abre oficialmente, na Quarta-feira de Cinzas, dia primeiro de março, a Campanha da Fraternidade 2017 (CF 2017). O lançamento será na sede da entidade, em Brasília (DF), e será transmitido ao vivo pelas emissoras de TV de inspiração católica, a partir das 10h45.
A campanha, que tem como lema “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2.15), alerta para o cuidado da Casa Comum, de modo especial dos biomas brasileiros. Segundo o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, a proposta é dar ênfase à diversidade de cada bioma e criar relações respeitosas com a vida e a cultura dos povos que neles habitam, especialmente à luz do Evangelho. Para ele, a depredação dos biomas é a manifestação da crise ecológica que pede uma profunda conversão interior. “Ao meditarmos e rezarmos os biomas e as pessoas que neles vivem, sejamos conduzidos à vida nova”, afirma.
Ainda de acordo com o bispo, a CF deseja, antes de tudo, levar à admiração, para que todo o cristão seja um cultivador e guardador da obra criada. "Tocados pela magnanimidade e bondade dos biomas, seremos conduzidos à conversão, isto é, cultivar e a guardar”, salienta.
A cerimônia de lançamento contará com as presenças do arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, cardeal Sergio da Rocha, do secretário geral da Conferência, dom Leonardo Steiner, e do secretário de articulação institucional e cidadania do Ministério do Meio Ambiente, Edson Duarte.
No Brasil, a Campanha já existe há mais de 50 anos e sua abertura oficial sempre acontece na Quarta-feira de Cinzas, quando tem início a Quaresma, época na qual a Igreja convida os fiéis a experimentarem três práticas penitenciais: a oração, o jejum e a esmola.
Material
Para ajudar nas reflexões sobre a temática, são propostos subsídios, sendo o texto-base o principal. Dividido em quatro capítulos, a partir do método ver, julgar e agir, o documento faz uma abordagem dos biomas, suas características e contribuições eclesiais na defesa da vida e cultura dos povos originários de cada bioma brasileiro. Também são apresentadas considerações ecológicas sob a perspectiva de São João Paulo II, Bento XVI e o papa Francisco. Ao final, são apresentados os objetivos permanentes da Campanha, os temas anteriores e os gestos concretos previstos para esta edição, sendo o principal a Coleta Nacional de Solidariedade.

Os subsídios da CF 2017 estão disponíveis no site da editora Edições CNBB. É possível fazer o download do arquivo com todas partituras das músicas da CF 2017 e da Quaresma, entre elas o Hino Campanha, de autoria do padre José Antônio de Oliveira e Wanderson Freitas. Os interessados poderão baixar ainda o cartaz da CF e os spots de rádio, TV e internet preparados para a ocasião.
Créditos: CNBB

Governo Temer ataca os bancos públicos e se afasta das políticas sociais

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O governo do golpe orquestrado por Michel Temer ataca tudo o que tem a ver com a esfera pública, em favor da esfera mercantil. Contra a educação pública e a favor da educação privada. Contra a saúde pública e a favor dos planos privados de saúde. Contra a cultura pública e a favor da cultura mercantil.
Com os bancos essa atitude é central nesse governo, que tem sua política econômica dirigida pelos interesses do capital financeiro, dos bancos privados. A outra face do ataque às políticas sociais é o ataque aos bancos públicos.
Os bancos públicos surgiram e se fortaleceram no Brasil quando havia governos que assumiam responsabilidades no plano social, promoviam o crescimento produtivo do país, garantiam formas de distribuição de renda. O Banco do Brasil se desenvolveu no marco dos governos de Getúlio Vargas. Assim como as políticas sociais dos governos do PT foram a alavanca dos bancos públicos. Foi o enorme impulso do programa Minha Casa Minha Vida que promoveu a Caixa Econômica Federal a segundo banco brasileiro, somente atrás do Banco do Brasil.
Os governos neoliberais não precisam de bancos públicos, porque eles só têm função essencial no marco do impulso ao desenvolvimento produtivo do país e da implementação sistemática de políticas sociais. Por isso os governos tucanos privatizaram os bancos estaduais em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, e em outros estados. Porque os bancos deles são os bancos privados.
A lógica dos bancos públicos é frontalmente oposta à lógica dos bancos privados. Estes funcionam, na era neoliberal, não mais para financiar a produção, o crédito ao consumo, as pesquisas. Eles vivem do endividamento de governos, empresas e pessoas. Por isso eles se fortalecem mais ainda exatamente nos períodos recessivos das economias.
Em 2008, quando se iniciava a crise econômica atual do capitalismo no plano internacional, o então presidente dos Estados Unidos Barack Obama conclamava a salvar os bancos, senão as telhas cairiam na cabeça de todos. Os bancos foram salvos, se enriqueceram cada vez mais, quebraram os países: quebrou a Grécia, quebrou a Itália, quebrou Portugal, Espanha, e depois foram abandonados pelos bancos.
Os bancos vivem do que eles chamam – em inglês, para esconder ainda mais o seu sentido real – de “spread”, isto é, da diferença entre o que eles pagam e o que cobram. Quem fizer a experiência de chegar no balcão de um banco privado e depositar R$ 100 na poupança e depois ir do outro lado do balcão e pedir os mesmos R$ 100 emprestados, se dará conta de que será remunerado por uma quantia irrisória pelo depósito e terá de pagar juros escorchantes pelo empréstimo. Desse jogo recessivo, que só multiplica o endividamento e impede a economia de crescer, é que vivem os bancos. Na era neoliberal se produz uma acumulação financeira, o enriquecimento do capital financeiro pela especulação, às custas da produção, dos salários e dos empregos.
Os bancos públicos não são um fim em si mesmos. Ao pertencer ao setor público, eles funcionam como instrumentos fundamentais da política econômica. Promovem créditos para incentivar a produção, para fomentar o consumo, a pesquisa. São alavancas fundamentais para as políticas sociais dos governos que as consideram como um de seus objetivos centrais.
Hoje no Brasil o governo golpista se empenha em desmontar o papel preponderante que os bancos tiveram nos governos anteriores. Rebaixando o perfil das políticas públicas, despreocupado com os créditos para impulsionar o desenvolvimento, fomentando os lucros pela especulação financeira, promove o desmonte do BNDES, do Banco do Brasil, da Caixa Economia Federal, do Banco do Nordeste, num atentado grave ao potencial de crescimento econômico e de distribuição de renda que o Brasil havia construído.
A defesa dos bancos públicos se identifica com a defesa do Brasil, dos interesses do país, do fortalecimento do Estado e das políticas sociais.
Créditos: Rede Brasil Atual

Cientistas avaliam que o risco de uma guerra nuclear é crescente

A possibilidade de um conflito nuclear é mais elevada hoje do que em meados dos anos oitenta, quando os dirigentes da União Soviética e dos EUA se encontraram em Reykjavik para iniciar o processo de redução dos potenciais nucleares. Esta é uma das conclusões da reunião de líderes da organização Médicos Internacionais para a Prevenção da Guerra Nuclear (IPPNW em inglês) e do movimento Pugwash (Cientistas para a Segurança Internacional). O evento decorreu em Moscou, na Academia de Ciências da Rússia.
Estas organizações não-governamentais receberam o Prémio Nobel da Paz pela sua contribuição para apaziguar as tensões internacionais e estabelecer contatos diretos entre os dirigentes de Estados beligerantes, no início das negociações oficiais, quando era necessário parar um conflito armado ou impedir que este se transformasse em uma guerra de envergadura.
O atual presidente do comité russo da Associação Pugwash, Aleksander Dunkin, e Sergei Kolesnikov, que representa a IPPNW, receberam seus colegas europeus. Após um longo período sem encontros neste formato, foi decidido reatar os contatos em Moscou.
Os especialistas que participaram do encontro tentaram analisar as iniciativas que seriam aceitáveis para políticos e diplomatas e poderiam contribuir para a redução dos potenciais nucleares mundiais.
Os participantes elaboraram uma mensagem para o primeiro-ministro russo Dmitry Medvedev, que foi oficialmente enviada para o seu gabinete.
"O aumento da tensão entre a OTAN e a Rússia, na Europa e no Oriente Médio, é comparável ao aumento de tensões na Ásia do Sul entre a Índia e Paquistão e à situação perigosa na península coreana e no mar da China Meridional. Pesquisas recentes mostraram que a utilização de 0,5% dos arsenais nucleares existentes provoca alterações climáticas em todo o planeta, um declínio de dez anos na produção alimentar e a fome, que já matou mais de 2 bilhões de pessoas. Em resposta a essa ameaça, mais de 120 países que não têm armas nucleares se comprometeram a entabular negociações sobre o Tratado de Proibição Total de Ensaios Nucleares. Escrevemos-lhe para exortar a Rússia a se juntar a estas negociações e encabeçar o processo", diz o texto do documento enviado ao primeiro-ministro-russo.
Entre as iniciativas e propostas foram destacados a retirada das armas nucleares dos territórios dos países que não as produzem, a recusa de fornecer materiais nucleares e tecnologias de dupla utilização para os chamados países no "limiar nuclear", bem como a remoção de materiais nucleares em excesso dos programas militares nacionais. (247)
Créditos: WSCOM

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Trabalhador brasileiro já ganha menos do que um chinês, aponta estudo

O salário médio pago pela indústria chinesa já supera os valores pagos aos trabalhadores de países como Brasil e México e está se aproximando rapidamente aos recebidos em Grécia e Portugal. Esse avanço é resultado de uma década de forte crescimento, em que os salários chineses triplicaram.
Considerando todo o mercado de trabalho chinês, o salário por hora já supera o pago em todos os países da América Latina, com exceção do Chile, e representa cerca de 70% do pago nas economias mais fracas da zona do euro, segundo a consultoria Euromonitor International. Os dados mostram o progresso que a China fez para melhorar os padrões de vida de sua população de 1,4 bilhão de pessoas.
Créditos: Folha de S Pauulo

Vacina cubana contra HIV apresenta resultados positivos em humanos

Uma vacina desenvolvida em Cuba com o objetivo de reduzir a carga viral de portadores do HIV e que se encontra em fase de testes clínicos na ilha caribenha tem demonstrado eficácia, afirmou Yayri Caridad Prieto Correa, uma das responsáveis pelo estudo. A vacina Teravac-VIH tem potencializando a resposta imunológica dos nove pacientes que a tomaram e que estão sendo acompanhados pelos pesquisadores cubanos. 

A pesquisadora do CIGB (sigla em espanhol para Centro de Engenharia e Biotecnologia) de Havana apresentou os resultados preliminares dos testes com humanos durante o primeiro congresso BioProcess Cuba 2017, realizado em na cidade cubana de Camaguey na última semana.

Segundo Correa, os nove pacientes soropositivos que tomaram a vacina não apresentaram efeitos adversos nem de toxicidade, o que era o principal objetivo desta fase de testes, que certifica a segurança do medicamento. Assim como nos estudos pré-clínicos em animais, o teste com humanos demonstrou que a vacina potencializa a resposta imunológica do organismo infectado por HIV, vírus causador da Aids (síndrome da imunodeficiência adquirida).

A pesquisadora, porém, alertou para que não se criem falsas expectativas sobre a vacina, que ainda deve passar por testes com mais pessoas soropositivas para se estabelecer sua eficácia em larga escala, o que deve levar mais alguns anos. A atual fase de testes, por exemplo, foi anunciada em março de 2012.

Correa também ressaltou que a vacina não sana a infecção por HIV, mas diminui a taxa de vírus no sangue, melhorando assim a qualidade de vida das pessoas soropositivas. Ela afirmou que a busca de vacinas contra o vírus segue sendo uma das prioridades das instituições médicas e científicas cubanas, mas que a prevenção segue sendo o principal método para evitar o contágio.

O objetivo dos especialistas cubanos é substituir a atual terapia contra o HIV, que consiste na combinação de vários inibidores retrovirais que bloqueiam a expansão do vírus. Embora tal terapia se mostre majoritariamente eficiente, em alguns casos pode causar danos colaterais aos pacientes.

A vacina Teravac-HIV é administrada simultaneamente por via mucosa, por spray e administração intramuscular. Ela foi desenvolvida a partir de uma "proteína recombinante" – através de técnicas de engenharia genética – e busca induzir uma resposta celular contra o vírus. Segundo os resultados preliminares, a vacina diminuiu a carga viral nos linfócitos T citotóxicos (CD8) dos pacientes.

Segundo o portal Infomed, da rede de saúde de Cuba, o primeiro caso de HIV foi diagnosticado na ilha há 31 anos. Em 2015, o país se tornou o primeiro no mundo a erradicar a transmissão do HIV de mãe para filhocomo afirmou a OMS (Organização Mundial da Saúde). A transmissão sexual é a forma predominante de infecção por HIV em Cuba, responsável por mais de 99% dos casos. Com informações de CubaDebate.
Créditos: Opera Mundi

CPI da Previdência já tem assinaturas suficientes para ser instalada

Um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado para investigar a real situação da Previdência Social no país já conta com 29 assinaturas – duas mais que o mínimo necessário –, coletadas pelo mandato do senador Paulo Paim (PT)-RS). "O governo diz que a Previdência é deficitária, mas nós dizemos que é superavitária. Queremos, então, tirar a prova e saber quem são os maiores devedores, além de entender como é a história das fraudes, sonegações e anistias", argumenta Paim,
O senador informou que fará o pedido formal de instalação da CPI da Previdência ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), nos próximos dias.O pedido recebeu assinaturas até mesmo de senadores do PMDB, partido do presidente Michel Temer, e de outros partidos governistas. Com a adesão de membros da base aliada, o debate em torno da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287, que trata da Reforma da Previdência, deve se intensificar entre governo e oposição, logo após o Carnaval.
"Nós começamos no Senado colher assinaturas para uma CPI da Previdência Social com uma palavra de ordem: parem essa bomba de reforma e vamos ver quem está com a razão", disse Paim. Ele considera a CPI fundamental para ver quem está roubando a previdência de todos os brasileiros. Entidades ligadas à auditoria fiscal apontam R$ 400 bilhões em dívidas que precisam ser cobradas dos empresários. "Se pegarmos os grandes devedores, aí se comprovará, mais uma vez, que não há déficit na Previdência, mas superávit. Esse discurso falso do governo golpista não se sustenta", afirmou o senador, em reportagem da Agência PT no Senado.
Ao jornal Dia, Paim afirmou que tem sofrido pressão por parte do governo para que não dê seguimento à criação da CPI. "O governo está fazendo terrorismo, inclusive ameaçando senadores para que eles retirem o nome, mas quem não deve não teme. Quem tem medo de uma investigação?", questionou.
Se instalada, a comissão terá 120 dias para convocar pessoas para depor, ouvir testemunhas, requisitar documentos e determinar diligências, entre outras medidas que julgue necessárias para as investigações sobre a real situação da Previdência.
A PEC 287, que trata da reforma da Previdência, altera regras para que o trabalhador acesse benefícios previdenciários, como estabelecer idade mínima de 65 anos para homens e para mulheres darem entrada no pedido de aposentadoria junto ao INSS, além de impor mecanismos diferentes de cálculo e o fim da cumulatividade de pensão com aposentadoria, entre outros pontos. A medida tem recebido fortes críticas de parlamentares da oposição e até membros da base aliada de Michel Temer, que se queixam do caráter austero da proposta.Foto: EBC.
Créditos: Rede Brasil Atual

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Entidade contesta déficit da Previdência

Deputados que integram a Comissão Especial da Reforma da Previdência foram ao Palácio do Planalto para reclamarem de estudos realizados pela a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), que contestam o argumento utilizado pelo governo federal sobre a suposta necessidade de uma reforma da Previdência. As informações são da revista Época desta semana.

A Anfip contesta, por exemplo, a ideia utilizada pelo Planalto de que a Previdência seria deficitária. Segundo a entidade, que leva em consideração a arrecadação da Seguridade Social (que inclui Saúde, Assistência e Previdência), houve um superávit de R$ 24 bilhões em 2015, ante o déficit de R$ 85 bilhões que os economistas do governo apontam. 

A comparação com os anos anteriores mostra que, em função do aumento do desemprego, que diminui a arrecadação, esse saldo positivo foi bem menor do que os R$ 53,9 bilhões que sobraram em 2014 e os R$ 76,2 bilhões de 2013, quando já se falava em déficit.

Os deputados Carlos Marun (PMDB-MS) e Júlio Lopes (PP-RJ) querem que a Advocacia-Geral da União (AGU) acione a Justiça para que a Anfip pare de divulgar tais informações. Eles alegam que a “contrainformação” dificulta a tramitação do projeto no Congresso. O ataque às informações divulgadas pela Anfip vem justamente no momento em que o governo percebe que está tendo um forte desgaste político com a reforma.

Segundo uma coluna do jornal Folha de S. Paulo desta quinta-feira (23), movimentos que apoiaram o impeachment e têm simpatia pelas medidas econômicas de Temer alertaram o governo sobre a impopularidade da reforma da Previdência, que estaria “sendo massacrada mesmo entre aqueles que tenderiam a dar suporte aos ajustes”, disse o texto do jornal. Esses movimentos disseram que nunca receberam tantas críticas de seus próprios simpatizantes, que chegaram a chamar a proposta de "ato de crueldade".

No começo dessa semana, a Anfip junto ao Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), da Plataforma Política Social e professores da UNICAMP lançaram o estudo Previdência: Reformar para Excluir?, organizado por um grupo de quase 50 especialistas sobre a proposta da reforma da previdência e as falácias propagadas pelos defensores da proposta. Acesse versão digital neste link aqui
Créditos: Brasil de Fato