quinta-feira, 11 de maio de 2017

Economistas desmentem déficit da Previdência

Em Brasília, especialistas convidados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Previdência do Senado criticaram a PEC 287, proposta pelo governo de Michel Temer, que trata do tema. Segundo eles, o governo maquia dados para justificar a retirada de direitos dos trabalhadores.
Durante a quarta reunião da CPI, a professora de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Denise Lobato, afirmou que a União colabora para criar um déficit inexistente da Previdência, ao não cobrar sonegadores e conceder renúncias fiscais.
Ela citou ainda dados divulgados pelo Palácio do Planalto que estariam maquiados para forçar a sociedade a acreditar na necessidade da reforma, entre eles o de que, em 2060, o país terá 35% da população formada por idosos, quando, segundo o IBGE, a tendência é de redução. "Não é mostrado que a taxa de crescimento da população idosa é decrescente. Nós estaríamos em 2017 no pico do crescimento dessa taxa da população idosa e, daí para frente, nós teríamos decréscimo. O que nos faz pensar que a 'despesa' no futuro teria de cair e não subir."
A professora de economia da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte Rivânia Moura também contestou a metodologia do governo. Ela afirmou que, comparado aos países da América Latina e da União Europeia, o Brasil é um dos países que têm menor gasto do PIB em aposentadoria, com 7,5% do total, à frente apenas de Chile e México.
Ela garante que a redução dos investimentos, aliado ao tempo que será acrescentado para a aposentadoria, vai causar um desastre social a curto e médio prazo. "Impacta na saúde dos trabalhadores, que serão obrigados a ficar mais tempo no trabalho. Também há o impacto na assistência social pelo nível de pobreza, que a gente já tem hoje no país. Nós vamos entrar num processo regressivo."
O coordenador ajunto do Dieese, Clóvis Scherer mencionou ainda a reforma trabalhista, que aliada a da Previdência, vai tornar impossível a aposentadoria para milhões de brasileiros por causa do crescimento da informalidade. "A gente teme que haja um estímulo à arranjos precários de emprego, quando é a pessoa trabalhando por conta própria, sem contribuir para a Previdência, o que ficará mais difícil de atingir esse requisito que o governo propõe de 25 anos de contribuição."
A Comissão Especial da Câmara que analisa a reforma da Previdência deve concluir ainda esta semana a votação de 12 destaques, que ficaram em aberto, após a ocupação realizada pelos vigilantes penitenciários, na semana passada. 
Créditos: Rede Brasil Atual

“Meus acusadores não têm prova”, diz Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (10), em depoimento ao juiz Sérgio Moro, que “nunca houve intenção” de adquirir um tríplex no Guarujá. Ele é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ter recebido o imóvel como parte de propina da OAS, que tinha contratos com a Petrobras. 

“Não havia no início e não havia no fim [intenção de adquirir o tríplex]”, afirmou Lula ao juiz, ao ser questionado se havia intenção de trocar a cota de um simples apartamento da Bancoop, adquirida pela ex-primeira dama Marisa Letícia, pelo tríplex. Os vídeos do depoimento já foram liberados pela Justiça Federal.
Créditos: Revista Forum


Novo projeto propõe criar imposto sobre grandes fortunas

Promulgada há quase 30 anos, a Constituição brasileira prevê em seu artigo 153 a taxação das grandes fortunas, a ser feita pelo governo federal, mas até hoje o Congresso não foi capaz de aprovar um projeto para regulamentar este dispositivo.
O primeiro projeto sobre o tema é de 1989 e foi apresentado pelo então senador Fernando Henrique Cardoso. De lá para cá, a mesma pauta foi apresentada no Congresso por pelo menos dez parlamentares, de diferentes partidos: PT, PSOL, PV, PCdoB, PPS, além do próprio PSDB. O imposto, no entanto, nunca chegou a ser votado.
Em 2015, após a reeleição de Dilma e, diante da necessidade de um ajuste fiscal, o tema voltou à tona, mas não avançou. Na terça-feira 9, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) apresentou um novo projeto que propõe a instituição do imposto para os milionários brasileiros.
O projeto de lei do Senado 139/2017 prevê que o imposto será cobrado daquelas pessoas que tiverem patrimônio líquido superior a um valor equivalente a oito mil vezes o limite mensal de isenção do Imposto de Renda para Pessoa Física (IRPF). Como atualmente este limiar é uma renda de pouco mais de 1,9 mil reais, o imposto seria cobrado em 2017 das pessoas que têm mais de 15,2 milhões de reais.
A partir daí, o texto prevê três faixas de tributação, com três alíquotas diferentes. A primeira faixa de cobrança vai de patrimônio líquido entre oito mil a 25 mil vezes o limite mensal de isenção do IRPF (cerca de 47,6 milhões), com alíquota de 0,5% do valor do patrimônio.
A segunda faixa de cobrança vai de 25 mil a 75 mil vezes o limite mensal de isenção do IRPF (cerca de 142,8 milhões), com alíquota de 0,75%. Os patrimônios equivalentes a mais de 75 mil vezes o limite mensal de isenção do IRPF pagarão 1% de imposto.
O projeto estabelece critérios para o cálculo do patrimônio líquido, excluindo alguns bens, como o imóvel de residência, os instrumentos de trabalho e direitos de propriedade intelectual. Também poderão ser abatidos do imposto devido os valores pagos a título de outros tributos referentes a bens, como o IPTU. O projeto que cria o imposto sobre grandes fortunas determina ainda que os valores arrecadados sejam aplicados prioritariamente em saúde e educação.
Créditos: Carta Capital

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Comissão especial da Câmara conclui PEC da Previdência que vai a plenário

Sob aparato incomum de segurança, incluindo policiais armados no interior da Casa e acesso restrito ao parlamento, a comissão especial da Câmara dos Deputados que discute a "reforma" da Previdência está concluindo nesta terça-feira (9) a votação dos destaques. Até a conclusão deste texto, às 19h50, faltava apenas um para ser votado, sem alteração no resultado final. O texto-base do relator, Arthur Maia (PPS-BA), foi aprovado na última quarta-feira (3), com 23 votos a favor e 14 contra.
O relatório vai agora a plenário, em duas votações, e precisa de pelo menos 308 votos para ser aprovado. Centrais sindicais, entidades profissionais e movimentos sociais programam para o dia 24 o envio de caravanas para "ocupar" a capital federal.
Pelo texto final, mantido, a reforma prevê idades mínimas aumentando gradualmente (um ano a mais a cada dois anos), até atingir 65 anos para o homem e de 62 anos para a mulher, acabando com a aposentadoria por tempo de contribuição. O tempo mínimo de contribuição será elevado, também gradualmente, de 15 para 25 anos. Autores de quadro comparativo, divulgado pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), os consultores legislativos Luiz Alberto dos Santos e Carlos Eduardo Esteves Lima avaliam que esse é o item mais prejudicial a trabalhadores mais pobres.
"Se esse regramento já estivesse vigente em 2015, apenas 21% dos trabalhadores que se aposentaram conseguiriam ter se aposentado. Ou seja, num momento de desemprego, 79% dos trabalhadores de baixa renda não conseguiriam se aposentar por idade com essa norma", diz o Diap. "O que ele (relator) está propondo é uma maldade", disse o deputado Bebeto (PSB-BA), destacando o tempo médio de permanência no trabalho, segundo ele inferior a um ano. "Manter a carência de 25 anos significa exclusão do sistema previdenciário, que é a marca dessa PEC. Será inalcançável", reagiu Jandira Feghali (PCdoB-RJ). O relator reafirmou que o aumento é gradual.
Com maioria governista, a comissão foi derrubando destaques apresentados pela oposição, praticamente pelo mesmo placar. O destaque do PCdoB contrário ao aumento do tempo mínimo de 25 anos de contribuição, por exemplo, foi rejeitado por 22 a 14. Outro, do PSB, pretendia manter o atual sistema de aposentadoria para trabalhadores rurais – perdeu por 23 a 14. 
Também foi derrubada, novamente por 23 a 14, emenda do PT que tentava eliminar a nova regra de cálculo dos benefícios, que fixa em 70% da média salarial desde julho de 1994 a aposentadoria com 25 anos de contribuição. Pela proposta, o percentual aumenta até chegar a 100% com 40 anos de contribuição. "Considerando a média dos períodos de informalidade, o trabalhador terá que permanecer no mercado de trabalho por 52 anos para conseguir computar 40 anos de contribuição", observam os consultores.
Mais uma emenda, contrária à elevação da idade de acesso a Benefício de Prestação Continuada (BPC), de 65 para 68, caiu – por 22 a 14. Uma emenda aprovada (bloco PTB, Pros, PSL e PRP), por unanimidade, preservou a possibilidade de recorrer à Justiça estadual em ações contra o INSS. O relator havia proposto remeter esses casos para a Justiça federal. O texto do relator, diz a oposição, também explicita a privatização da previdência complementar do servidor público, ao retirar a expressão "de natureza pública". 
A segurança ostensiva na Câmara e seu entorno foi criticada pela oposição. "A Casa está sitiada", criticou Jandira Feghali.  "Não estamos em Estado de sítio para cercar aqui de polícia e impedir que as pessoas entrem", protestou Pepe Vargas (PT-RS). A bancada do PT divulgou nota de protesto. "Foi um mau momento do Congresso Nacional. A soberania popular é a coisa mais importante que tem", afirmou Ivan Valente (Psol-SP). Ele lamentou a rejeição de uma emenda do partido sobre realização de um referendo popular sobre a reforma: "Vocês têm medo".
Segundo o presidente da comissão especial, Carlos Marun (PMDB-MS), o esquema de segurança se justificava para evitar invasões.  Ele afirmou que eram "medidas excepcionais para garantir o voto". Na semana passada, a sessão foi interrompida por um protesto de agentes penitenciários. Por outro lado, Marun não permitiu intervalo para almoço, avisando aos deputados que havia lanches disponíveis (x-salada e ovo) na sala da Comissão de Orçamento.
Créditos: Rede Brasil Atual

Deputado critica Sérgio Moro e sugere que ele renuncie

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O deputado estadual Jeová Campos (PSB) usou a tribuna da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), na terça-feira (9), e fez duras críticas ao juiz Sérgio Moro "Eu não posso deixar de expressar minha indignação pessoal com a mais recente postura do juiz Sérgio Moro. Como é que um julgador, vai para um canal de televisão, para dizer o que o povo deve ou não fazer? 
Onde está a imparcialidade deste magistrado? Como é que um juiz se atreve, tem a coragem, a cara de pau, a falta de vergonha na cara de ocupar uma rede de TV para dizer o que o povo deve ou não fazer no interrogatório de qualquer que seja o cidadão deste país", alegou.
Conforme o parlamentar, o ex-presidente Lula não está acima da lei, mas, também não está abaixo dela. "Quem está se colocando acima da Lei é justamente o juiz Sérgio Moro. Por que ele se coloca acima da Lei? Ele não tem o direito de ir a uma TV e dizer ‘vocês não compareçam', isso é uma atitude que não condiz com a postura de um magistrado", afirmou.
Na opinião de Jeová, o juiz Sérgio Moro deveria deixar a toga, criar um partido da Lava a Jato, ser candidato a presidente e fazer o enfrentamento no debate político. "Só desta forma, eu diria que ele estaria atuando com legitimidade, mas ele se passar agora por um grande julgador do povo brasileiro, um grande inquisidor, o grande justiceiro e ter a desfaçatez de ocupar um canal de TV para dizer em qual ato o povo brasileiro deve ou não comparecer, esse não é papel de um juiz. Esse é papel de militante político", ponderou. Com News Comunicação. Por Redação Portal Tambaú 247. Foto: G1.
Créditos: Tambaú 247

Metade do mundo será míope em 2050

Cerca de 5 bilhões de pessoas, ou seja metade da população mundial será míope em 2050, com até um quinto deles (1 bilhão) com um risco significativamente alto de cegueira se as tendências atuais continuarem. Os dados são do estudo publicado no revista Ophthalmology.
O número de perdas de visão por miopia elevada aumentará sete vezes, entre 2.000 e 2.050. A miopia se tornará uma das principais causas de cegueira permanente em todo o mundo.

O rápido aumento da prevalência da miopia globalmente é atribuído a "fatores ambientais, principalmente mudanças de estilo de vida resultantes de uma combinação de diminuição do tempo ao ar livre e aumento das atividades próximas do trabalho, entre outros fatores", afirmam os autores.

"Os achados apontam para um grande problema de saúde pública, com os autores sugerindo que o planejamento de serviços abrangentes de atenção ocular será necessário para gerenciar o rápido aumento de míopes elevados (um aumento de cinco vezes em relação a 2000), juntamente com o desenvolvimento de tratamentos para controlar a progressão da miopia e evitar que as pessoas se tornem altamente míopes", afirma o oftalmologista Virgílio Centurion, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.
"Também precisamos garantir que as crianças façam um exame oftalmológico regular, de preferência a cada ano, para que estratégias preventivas possam ser empregadas se elas estiverem em risco. Essas estratégias podem incluir o aumento do tempo ao ar livre e a redução do tempo gasto em atividades próximas, incluindo dispositivos eletrônicos que exigem foco constante de perto", diz a oftalmologista Meibal Junqueira, que também integra o corpo clínico do IMO.
"Além da prevenção da miopia, é importante que a população saiba que existem diversas opções terapêuticas, tais como lentes de óculos especialmente concebidas para tratar a miopia, lentes de contato ou intervenções com drogas, mas o aumento do investimento em pesquisas é necessário para melhorar a eficácia e o acesso a tais intervenções", defende Meibal Junqueira. Foto: Layana Leonardo.
Créditos: Tambaú 247

terça-feira, 9 de maio de 2017

Produção industrial cai na maioria das regiões pesquisadas pelo IBGE

Dados divulgados hoje (9), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), relativos à Pesquisa Industrial Mensal Produção Física Regional (PIM-PF), detalhando o comportamento do setor por regiões, indicam que a retração a nível nacional foi puxada por Santa Catarina, onde a queda de 4% na comparação de fevereiro para março (série com ajuste sazonal) interrompeu quatro meses consecutivos de taxas positivas, quando o estado teve crescimento de 7%.
Logo em seguida, vem o Ceará com retração de 3,1%; Paraná (-2,9%); Minas Gerais (-2,8%) e Pará (-2,7%). Em todos eles, as quedas foram mais intensas do que a média nacional de 1,8% detectada em março pelo IBGE.
Ainda com resultados negativos, mas de magnitude inferior à média nacional de março, aparecem São Paulo (-1,7%), Rio Grande do Sul (-1,2%) e Espírito Santo (-0,7%). Em Pernambuco, o resultado ficou estagnado (0,0%) repetindo fevereiro.
Com resultado positivo no parque fabril aparece o Amazonas, que, ao crescer de fevereiro para março 5,7%, apontou o resultado positivo mais acentuado do mês, eliminando o recuo de 2,5% observado no mês anterior; assim como a Bahia (2%), Rio de Janeiro (0,7%), Goiás (0,5%) e Região Nordeste que cresceu 0,1%.
Já o 0,6% relativo ao crescimento acumulado pela indústria brasileira no primeiro trimestre do ano mostra expansão em 12 dos 15 locais pesquisados frente a igual período de 2016.
O resultado tem como destaque os avanços em Goiás, onde a indústria cresceu nos três primeiros meses do ano 6,6%; Santa Catarina (5,2%), Rio de Janeiro (4,8%), Paraná (4,6%), Pernambuco (4,2%), Espírito Santo (4%) e Minas Gerais (3,6%).
Embora com expansões de menor expressão, completam as 12 regiões com crescimento o Rio Grande do Sul ( 1,9%); Amazonas (1,3%), Pará (0,6%), Mato Grosso (0,4%) e São Paulo (0,1%), estes dois últimos com crescimento inferior à média nacional de 0,6%.
Entre as três regiões onde houve queda na produção trimestral da indústria, o destaque negativo ficou com a Bahia (- 8,3%), pressionada pelo comportamento negativo dos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis. Os demais resultados negativos ficaram com a Região Nordeste (-2,5%). O Ceará teve queda de 2,2%.
Segundo o IBGE, nos locais onde houve crescimento da produção no primeiro trimestre o maior dinamismo foi influenciado por fatores relacionados à expansão na fabricação de bens de capital (em especial, os voltados para o setor agrícola e para a construção); de bens intermediários (minérios de ferro, petróleo, celulose, siderurgia, autopeças e derivados da extração da soja); e outros.
A Pesquisa Industrial Mensal Produção Física Regional, ao comparar março com março de 2016, indica crescimento em oito dos 15 locais pesquisados pelo IBGE.
O crescimento a nível nacional de 1,1% aponta como destaques Goiás (expansão de 8% no parque fabril), e Rio Grande do Sul (7,4%.
Rio de Janeiro (6,1%), Santa Catarina (5,9%) e Paraná (4,9%) também tiveram crescimento bem superior à média nacional. O Espírito Santo fechou com incremento de 2,4%. Embora com crescimento abaixo da média nacional, São Paulo avançou 0,9%.
Amazonas (-7,3%) acusou o recuo mais acentuado em março de 2017, pressionado, segundo o IBGE, pelo comportamento negativo de setores de bebidas (preparações em pó para elaboração de bebidas), entre outros. Os demais resultados negativos ocorreram na Bahia (-4,3%), Ceará (-3,8%), Pará (-2,6%), Região Nordeste (-2,5%), Pernambuco (-0,8%) e Mato Grosso (-0,3%).
Créditos: Agência Brasil