sexta-feira, 21 de julho de 2017

Defesa de Lula pede impugnação do sequestro dos bens executado por Moro

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O advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Cristiano Zanin Martins falou ontem (20), em entrevista coletiva, sobre os próximos passos da defesa em relação aos desdobramentos da condenação de Lula pelo juiz Sérgio Moro. “Neste momento, estamos protocolando um mandado de segurança perante o Tribunal Regional Federal da 4a região para impugnar o bloqueio de bens e valores do ex-presidente”, afirmou.
Após Moro condenar Lula a nove anos e seis meses de prisão no âmbito do processo que envolve o tríplex no Guarujá, o juiz de primeira instância, responsável por sentenças da Operação Lava Jato em Curitiba, determinou o sequestro dos bens do ex-presidente. Foram bloqueados três apartamentos, incluindo o que ele reside, além de R$ 606.727,12 – todos presentes na declaração de bens de Lula, ainda em suas candidaturas em 2002 e 2006.
“Fomos surpreendidos ontem (19) com o bloqueio de bens de Lula em uma ação cautelar proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) em outubro de 2016”, disse Cristiano. A ação do MPF ficou sob sigilo absoluto, e foi resgatada por Moro nove meses após sua propositura. Para a defesa, o bloqueio é ilegal por diferentes aspectos. “Só é possível conceder uma cautelar se houver prova concreta de que existe dilapidação patrimonial, ou seja, que a pessoa está se dispondo de seus bens. Evidente que esse não é o caso”, argumentou.
Além do fato de Lula não ter vendido, ou mostrado intenção de se desfazer de seus bens, ao longo desses nove meses de processo em sigilo, Cristiano aponta mais razões para a impugnação da decisão. “Na decisão proferida nesta semana em relação aos nossos embargos de declaração, o próprio juiz reconheceu que nenhum recurso da Petrobras foi utilizado em benefício de Lula. Ele reconheceu o que sempre dissemos. Não há qualquer relação entre valores da Petrobras e o Lula. Se não há relação, evidente que nenhuma decisão poderia bloquear os bens, afirmando que a necessidade existe para assegurar futura reparação”, explicou.
A decisão que determinou o bloqueio parte de uma possível necessidade futura de reparação de dano em favor da Petrobras, caso confirmado desvio em contratos para benefício do réu. “Essa decisão é ilegal. O que o MP disse ao pedir o bloqueio se baseava em três contratos da Petrobras com a OAS e a relação deles com o tríplex no Guarujá. Isso ruiu com a própria decisão do Moro. Então, o que restou é algo incompatível, que foi criado nesta decisão para justificar uma condenação sem provas de culpa e que despreza provas de inocência”, continuou.
Além de tais argumentos, Cristiano questiona a legitimidade do MPF na propositura. O ponto é que o ordenamento jurídico não permite, de acordo com o advogado, que os procuradores do MPF atuem em nome da Petrobras. “Isto está previsto em lei”, disse.

O direito do inimigo

Cristiano defendeu, ao lado da presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e dos deputados Carlos Zarattini e Paulo Teixeira, ambos do PT de São Paulo, que é preciso um “olhar crítico a tudo que aconteceu no passado, desde as medidas ilegais que antecederam a ação, que envolveram a condução coercitiva, a quebra do sigilo telefônico de Lula e de seus advogados, entre outras irregularidades". "Atos sucedidos por uma denúncia com ajuda do Power Point em rede nacional, algo inédito, que apenas indicou que ali começava uma ação penal de natureza midiática que culminou em uma sentença sem provas de culpa", acrescentou.
Por outro lado, o advogado pediu uma visão otimista dos próximos passos. “A sentença da semana passada, a despeito de ter condenado Lula, é uma decisão de primeiro grau, que comporta recursos. As instâncias superiores serão acionadas e, portanto, não se pode cogitar qualquer perda de direitos políticos ou impedimento para que ele possa exercer a atividade política. A despeito do olhar crítico que fazemos do passado, temos que analisar o futuro com a expectativa que essa sentença será revertida por uma razão muito simples: as provas de inocência”, disse.
Para Cristiano, a ausência de materialidade e as contradições apontadas ao longo do processo reafirmam a natureza do lawfare. “É má utilização das leis para a demonização de um inimigo político. A lei pode tirar reputação, bens e liberdade. Ela é violenta quando mal utilizada (…). Existem estudos que mostram a prática do direito penal do inimigo. É quando o acusado, ao invés de ser tratado como sujeito de direitos, passa a ser tratado de uma forma absolutamente incompatível com as garantias devidas”, afirmou.
Créditos: Rede Brasil Atual

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Moro bloqueia "bens" de Lula

 Banco Central bloqueou, por determinação do juiz federal Sérgio Moro, R$ 606.727,12 do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado na semana passada pelo juiz a 9 anos e meio de prisão.
O confisco dos ativos do petista foi decretado a pedido do Ministério Público Federal. Além do dinheiro, Moro confiscou de Lula três apartamentos e um terreno, todos os imóveis em São Bernardo do Campo, grande São Paulo, e também dois veículos.
Moro pediu o bloqueio de até 10 milhões de reais dos ativos do ex-presidente. A quantia de 606 mil reais foi o valor encontrado em quatro contas de Lula: R$ 397.636,09 no Banco do Brasil; R$ 123.831,05 na Caixa Econômica Federal; R$ 63.702,54 no Bradesco; e R$ 21.557,44 no Itaú.
O juiz pediu ainda o confisco de bens de Lula em até 13,7 milhões de reais. A quantia corresponde a 16 milhões supostamente desviados para favorecer o PT, menos o valor do tríplex atribuído a Lula, que já foi bloqueado pela Justiça. 
De acordo com reportagem do blog de Fausto Macedo, do jornal O Estado de S.Paulo, a Procuradoria da República afirma no pedido que após assumir a Presidência da República, "Lula comandou a formação de um esquema delituoso de desvio de recursos públicos destinados a enriquecer ilicitamente, bem como, visando à perpetuação criminosa no poder, comprar apoio parlamentar e financiar caras campanhas eleitorais".
Os procuradores da força-tarefa da Lava Jato queriam o bloqueio de uma fortuna de R$ 195,2 milhões, incluindo multas e acréscimos a título de reparação de danos. A força-tarefa não atribui este patrimônio a Lula. O montante faz parte de um cálculo efetuado por procuradores com base em danos à Petrobras.
Além do ex-presidente, o pedido incluiu como alvo do confisco dona Marisa Letícia, que morreu e teve extinta sua punibilidade. No último dia 14, apenas dois dias depois de condenar Lula, o juiz Moro acolheu parte do requerimento da Procuradoria.
Créditos; Carta Capital

Janot estuda denunciar Temer por compra de votos com cargos

247-O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse, na noite desta quarta-feira, que se as movimentações que ocorrem no Congresso antes da votação da denúncia contra  Michel Temer configurarem "desvio de finalidade aberta", terá que "analisar e estudar a questão". Janot evitou antecipar uma posição sobre o tema:
"Se há um jogo político, isso faz parte do jogo político. Agora, se houver um desvio de finalidade aberta, nós temos de analisar e estudar a questão. Seria leviano eu antecipar alguma informação ou juízo de valor sobre uma matéria que eu não sei. Se o orçamento é participativo, tenho de analisar a emenda dentro do orçamento participativo. Não é um cheque que o cara chega jogando", diz.
Parlamentares da Rede e do PSOL pediram à Procuradoria-Geral da República que investigue o empenho de emendas parlamentares nas vésperas da votação da denúncia contra Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. 
Na terceira palestra proferida nesta quarta em Washington, nos Estados Unidos, o procurador-geral destacou a expansão do combate à corrupção pela América Latina por meio da Lava-Jato. Ele disse aos presentes na George Mason University não acreditar que o Brasil diminua a corrupção endêmica sem que os países de seu entorno façam o mesmo. Sem coesão, segundo Janot, o Brasil vai acabar “exportando” corrupção para os vizinhos. As informações são de reportagem de Rodolfo Borges em O Globo.
Créditos: Brasil 247

Hacker desvia US$ 30 milhões

Um hacker desviou o equivalente a US$ 30 milhões (cerca de R$ 95 milhões) de carteiras da moeda virtual Ethereum explorando uma falha de segurança no software "Parity", usado para administrar as chamadas carteiras multiassinatura. O roubo só não foi maior porque um grupo de especialistas retirou de circulação todo o dinheiro vulnerável (outros R$ 230 milhões) com a intenção de devolver tudo aos verdadeiros donos.
A Ethereum é uma moeda virtual semelhante ao Bitcoin, mas que tem um foco maior em "contratos inteligentes". A moeda tem atraído interessados com seus programas de ICO ("Initial Coin Offering"), em que investidores depositam Ethereum para financiar empresas de tecnologia, especialmente empresas voltadas a aplicações da própria moeda. O investimento é convertido em um tipo de apólice digital ("token") que equivale a ações da empresa. Os investidores, portanto, se tornam donos do negócio, tendo direito a lucros futuros.
Já carteiras multiassinatura são aquelas em que várias pessoas de um determinado grupo precisam dar autorização para o uso dos fundos. O objetivo disso é permitir a criação de esquemas de administração compartilhada de recursos com segurança. Como é um tipo especial de carteira, a administração delas é um pouco diferente, o que pode exigir o uso de programas específicos, como o Parity.
Um erro na configuração dessas carteiras multiassinatura permitiu que os fundos fossem transferidos sem a autorização dos donos legítimos. O Parity é desenvolvido por uma empresa fundada por Gavin Wood, que também é fundador da moeda Ethereum. Os responsáveis estão trabalhando em uma correção para eliminar a vulnerabilidade.
Segundo roubo milionário
Este é o segundo roubo milionário na rede Ethereum esta semana. A start-up CoinDash foi hackeada durante sua ICO. O invasor modificou o endereço informado aos investidores, o que fez com que os fundos fossem depositados em outra carteira, controlada pelo invasor. O rombo foi de US$ 7 milhões (R$ 22 milhões).
Oscilação da Ethereum atinge mercado de placas de vídeo
O Ethereum vale cerca de US$ 200 no momento, uma queda considerável em relação ao pico de US$ 390 obtido em meados de junho. A moeda chegou a cair para US$ 150 no domingo (16), mas vem se recuperando.
O intenso uso de placas de vídeo para a mineração de Ethereum tem movimentado o mercado de chips gráficos, que chegou a ficar desabastecido. Isso elevou o preço de alguns modelos de placas de vídeo, especialmente modelos de entrada que oferecem maior custo-benefício para os mineradores.
Oscilações no valor da Ethereum vem sendo associadas a um aumento de ofertas de placas gráficas usadas na web, já que, com a moeda valendo menos, muitos dos mineradores perdem o interesse e se desfazem do equipamento adquirido para minerar a moeda.(G1).
Créditos: WSCOM

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Parlamentares que vão votar perdão de dívidas devem R$ 533 milhões

Deputados e senadores que devem à União R$ 532,9 milhões serão os responsáveis por aprovar o texto do novo Refis - programa de parcelamento de débitos tributários e previdenciários concedido com descontos generosos de juros e multas. O governo enviou uma proposta ao Congresso, em janeiro, com a expectativa de arrecadar R$ 13,3 bilhões este ano, mas a medida foi alterada pelos parlamentares, derrubando a arrecadação para R$ 420 milhões. A nova versão pretende perdoar 73% da dívida a ser negociada.
Os dados da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), responsável pela gestão da dívida ativa, foram obtidos pelo "Estadão/Broadcast" por meio da Lei de Acesso à Informação. O valor inclui dívidas inscritas nos CPFs dos parlamentares, débitos nos quais eles são corresponsáveis ou fiadores e o endividamento de empresas das quais são sócios ou diretores.
Os R$ 532,9 milhões em dívida dos parlamentares consideram apenas as dívidas em aberto, ou seja, o endividamento classificado como "irregular" pela PGFN. Isso porque deputados e senadores já foram beneficiados por parcelamentos passados. O total de débitos ligados a deputados e senadores inscritos em Refis anteriores - ou seja, que estão sendo pagos e se encontram em situação "regular" - é de R$ 299 milhões.
Companhias administradas por parlamentares respondem pela maior parte dos calotes à União que seguem em aberto. As empresas de 76 deputados federais devem R$ 218,7 milhões, enquanto as geridas por 17 senadores acumulam débitos de R$ 201,2 milhões. É nesse grupo que está incluído o deputado Newton Cardoso Jr. (PMDB-MG), relator da medida provisória do novo Refis e responsável por modificar totalmente o teor do texto original para ampliar as vantagens aos devedores.
A Receita Federal vai recomendar o veto do novo Refis se permanecerem as condições propostas pelo relator. Desde o início, a Receita queria que essa versão do parcelamento saísse com regras duras para desestimular os "viciados" em parcelar dívidas tributárias - contribuintes que pagam apenas as primeiras prestações e depois abandonam os pagamentos à espera de novo perdão. Desde 2000, já foram lançados 27 parcelamentos especiais.
A PGNF informou ainda que 11 deputados são corresponsáveis em dívidas que chegam a R$ 31,8 milhões, bem como 3 senadores estão arrolados em débitos de terceiros que somam R$ 62,2 milhões.
A lista do órgão de cobrança expõe ainda os débitos diretos dos parlamentares, inscritos nos próprios CPFs. Nesse grupo estão 29 deputados federais, com dívida total de R$ 18,9 milhões, e 4 senadores, que juntos devem R$ 6 milhões. 
Deputados e senadores não enxergam conflito de interesse em discutir um novo Refis, com perdão de juros e multas em dívidas da União, mesmo sendo potenciais beneficiados do novo programa de parcelamento.(O Tempo).
Créditos: Estadão

Cunha delata Temer e lista de deputados que receberam para votar a favor do impeachment

247-Um trecho da delação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) tem assustado seus ex-colegas na Câmara dos Deputados.É o que revela os deputados federais que receberam dinheiro para votar a favor do impeachment de Dilma Rousseff, em abril do ano passado, quando Cunha presidia a Câmara. A denúncia, que consta na proposta de delação, já teria sido aceita pelo Ministério Público Federal.
Segundo o jornalista Ricardo Noblat, do Globo, Cunha, que está preso desde outubro, "não se limitou a dar os nomes – a maioria deles do PMDB. Citou as fontes pagadoras e implicou o presidente Michel Temer. Reconheceu que ele mesmo em alguns casos atuou para que os pagamentos fossem feitos".
Noblat diz ainda que Cunha "contou o que viu e acompanhou de perto e o que ficou sabendo depois. Não poupou nem aqueles deputados considerados mais próximos dele", uma forma de retaliar os que o abandonaram numa hora difícil - ele teve seu mandato cassado por 450 votos.
O acordo de delação premiada de Cunha, que é feito simultaneamente ao do operador Lúcio Funaro, que também está preso, podem servir de base para uma nova denúncia contra Michel Temer, a ser apresentada pela Procuradoria Geral da República.
A denúncia de Cunha sobre o impeachment só comprova ainda mais que tudo não se passou de um golpe.
Créditos: WSCOM

terça-feira, 18 de julho de 2017

Agricultura mantém estabilidade do emprego formal em junho

A agricultura contribuiu para manter estável o emprego formal no país em junho, conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na segunda-feira (17) pelo Ministério do Trabalho. Com a maioria dos setores fechando vagas com carteira, a agricultura, pelo período de safra, permitiu que o saldo fosse ligeiramente positivo, com acréscimo de 9.821 postos de trabalho, variação mínima de 0,03%. Foram aproximadamente 1,182 milhão de contratações e 1,172 milhão de demissões no mês passado.
A indústria de transformação fechou 7.887 vagas formais, enquanto a construção civil eliminou 8.963. Também houve diminuição do número de empregos com carteira no comércio (-2.747) e nos serviços (-7.273). Enquanto a administração pública ficou próxima da estabilidade (704), a agricultura abriu 36.827 postos de trabalho.
No primeiro semestre, o país registra acréscimo de 67.358 empregos (0,18%). Construção e comércio fecham vagas (-33.164 e -123.238, respectivamente), enquanto indústria (27.775), serviços (60.757), administração pública (18.372) e agricultura (117.013) têm expansão.
No acumulado em 12 meses, são menos 749.060 empregos com carteira, redução de 1,91%. Apenas a agricultura cresce: 9.490 vagas. A construção fecha 283.254 e o os serviços, 216. 242. Indústria (-157.316), comércio (-73.655) e administração pública (-12.223) também caem. O estoque de empregos formais no país é de 38,4 milhões (ou exatos 38.387.679).
Créditos: Rede Brasil Atual