quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

70% dos brasileiros não aprovam privatizações

A postura contrária às privatizações predomina em quase todos os recortes da pesquisa, tais como região, sexo, escolaridade, preferência partidária e aprovação do presidente Michel Temer (PMDB). As privatizações são aprovadas por apenas um segmento: aqueles com renda superior a dez salários mínimos por mês, com 55% de aprovação.

Entre os que recebem até dois salários mínimos por mês, a aceitação é de 13%. Até mesmo eleitores do PSDB, um partido historicamente favorável ao processo de privatização, não concordam com o processo de venda das estatais. Neste segmento, 55% são contrários e 37%, favoráveis. Já entre os eleitores de Lula (PT), o processo de privatização é rejeitado por 80%.

Uma possível venda da estatal de petróleo do Brasil também foi abordada pela pesquisa do Datafolha. 70% da população é contra a privatização da Petrobras enquanto 21% é favorável. A pesquisa ouviu 2.765 pessoas e tem margem de erro de dois pontos percentuais. O tema da venda das estatais deve ser um dos assuntos das eleições presidenciais e do ano de 2018. O Governo de Temer pretende privatizar a Eletrobras. 
Créditos Sputnyk



Testes nucleares podem ter causado 695 mil mortes nos EUA

Uma explosão nuclear (imagem ilustrativa)
Sputnyk-De acordo com o cientista da Universidade do Arizona, Keith Meyers, as consequências dos testes nucleares nos EUA, efetuados durante a Guerra Fria são comparáveis com as que sofreram Hiroshima e Nagasaki. A conclusão se baseia na análise dos padrões de mortalidade nos EUA naquele período.
O especialista descobriu que o leite produzido nesta área continha concentrações de isótopos I-131 (iodo radioativo). Segundo as estimativas, o consumo do leite contaminado causou a morte de 395.000 a 695.000 pessoas entre os anos de 1951 e 1973. A contaminação radioativa não se limitou apenas às regiões próximas ao lugar de testes em Nevada. Também foi registrada em partes distintas do país.
Além disso, o especialista destaca que os trabalhos anteriores analisaram as consequências de testes nucleares para a saúde dos residentes de Nevada, Arizona e Utah. No entanto, apesar de serem zonas vizinhas ao campo de testes, o maior impacto no índice de mortalidade não foi registrado nessas regiões, mas nas áreas com níveis significativos de contaminação radioativa no interior dos EUA. "O número total de mortes atribuídas a esses testes é comparável aos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki", conclui o pesquisador. Foto: CC0 / Pixabay
Créditos: Sputnyk

Investimentos em Educação terá redução de mais de 30% em 2018

O orçamento previsto para novos investimentos no Ministério da Educação (MEC) vai ter redução de 32% em 2018 com relação ao ano anterior. Em 2017, foram destinados mais de R$ 6,6 bilhões para investimentos no setor, enquanto a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2018 reserva apenas R$ 4,52 bilhões. 

Para o economista Bruno Moretti, o corte pode comprometer o cumprimento do Plano Nacional de Educação (PNE), que pressupõem recursos de investimentos para ampliação de unidades educacionais. "Isso significa dizer que, com a redução desses valores, você acaba vislumbrando um horizonte em que você não consegue atender as metas do Plano Nacional de Educação. Não consegue, pelo menos, imprimir um ritmo de melhoria do acesso aos diversos níveis de ensino", explica o economista.

A verba é destinada a novos investimentos como o apoio à construção de creches, compra de equipamentos para universidades e obras de ampliação e criação de instituições educacionais. O orçamento para manter o funcionamento do MEC e suas unidades ficou praticamente estável em 2018, com previsão de R$ 43,95 bilhões. 

Moretti pondera que o problema de cortes em investimentos não se localiza apenas no MEC. a proposta de lei orçamentária de 2018 prevê investimentos de R$ 68,8 bilhões para o próximo ano. Já o pagamento com juros da dívida pública alcança R$ 316 bilhões.

De acordo com Moretti, as reduções são expressão do limite de gastos imposto pela Emenda Constitucional 95, aprovada em dezembro de 2016, na gestão do presidente golpista Michel Temer (PMDB). Em 2017, o teto de gastos já estava vigente, mas será a partir do próximo ano que as despesas em Saúde e Educação, que têm um valor mínimo que o governo é obrigado a aplicar, passa a ser corrigido pela inflação.

"Em geral, não há ampliação das ações e dos programas ainda que haja demanda sociais crescentes, sobretudo em circunstâncias de crise. E caso uma despesa cresça mais do que inflação isso significa, na verdade, que uma outra despesa terá que ser reduzida para atender ao teto dos gastos", aponta o economista. Ele ressalta também que não houve despesas crescentes acima da inflação praticamente em nenhuma área em comparação a 2017, ano que já teve patamar de investimentos muito baixo. Foto: Marcelo Casal Jr./EBC.
Créditos: Brasil de Fato

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

60 milhões de brasileiros estão com nome negativado

O númuro de brasileiros com contas em atraso e registrados nos cadastros de devedores segue estável, porém alto. Segundo dados do indicador do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) a estimativa é que o Brasil tenha aproximadamente 59,9 milhões de brasileiros com alguma conta em atraso e com o CPF restrito para contratar crédito ou fazer compras parceladas. O número representa 39,5% da população com idade entre 18 e 95 anos.

Em novembro, houve um aumento de 0,23% na quantidade de inadimplentes na comparação com o mesmo mês do ano passado. Na comparação mensal, ou seja, entre outubro e novembro de 2017, o indicador apresentou aumento de 0,15%.“Mesmo com a estabilidade, a cifra ainda é bastante elevada. Para as empresas, o cenário implica a perda de potenciais consumidores; para os consumidores, implica restrição do acesso ao crédito”, afirma o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro.
Para ele, a mudança desse quadro passa pela efetiva melhora das condições econômicas e, em especial, pela redução da taxa de desemprego. “Nos últimos meses, a economia brasileira iniciou um processo de recuperação. A atividade avançou por três trimestres consecutivos e a inflação e os juros recuaram. Algumas mudanças de regras também favoreceram o consumidor, a exemplo das novas regras do rotativo do cartão de crédito. Não obstante, a recuperação ainda é incipiente e não atinge o bolso do consumidor.”Faixa etária com maior quantidade de negativados é entre 30 e 39 anos
A estimativa por faixa etária revela que é entre os 30 e 39 anos que se observa a maior frequência de negativados. Em novembro, praticamente metade da população nesta faixa etária (49%) tinha o nome inscrito em alguma lista de devedores, somando um total de 16,93 milhões. Também merece destaque o fato de porcentagem significativa da população com idade entre 40 e 49 anos (47%) estar negativada, da mesma forma que acontece com os consumidores com idade entre 25 a 29 (46% em situação de inadimplência). Entre os mais jovens, com idade de 18 a 24 anos, a proporção cai para 21% - em número absoluto, 4,92 milhões. Na população idosa, considerando-se a faixa etária entre 65 a 84 anos, a proporção é de 31%, o que representa 4,92 milhões de pessoas.
Créditos: WSCOM

Desemprego no setor de serviços tem piores índices desde 2012

Ao contrário dos primeiros sinais de recomposição que mostraram os setores da indústria e do comércio no início do ano, o setor de serviços, que compõe cerca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, apresentou um declínio. Segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de serviços caiu cerca de 2,2% em janeiro com relação a dezembro do ano passado, apresentando o pior resultado no mês desde 2012. 

Mesmo no segmento do turismo, que em geral apresenta um crescimento neste período por ser de férias, a PMS calculou um recuo de 11% em janeiro com relação a dezembro. O conjunto dos serviços apresentou um recuo de 7,3% em comparação a janeiro de 2006, com a inflação descontada.
Os principais fatores dessa queda são o desemprego e o alto endividamento das famílias. Depois das festas de final de ano, que renderam um crescimento de 0,7% no setor em dezembro, restou às famílias limitar os gastos aos impostos de início de ano, materiais escolares e matrículas, ou seja, gastos estritamente essenciais.
O segmento que sofreu maior declínio foi o de serviços profissionais, administrativos e complementares, que registrou recuo de 14,5%. Os serviços prestados às famílias declinaram cerca de 3,6%. Esse declínio, por sua vez, pode ser atribuído ao fato de que a maior parte dos contratos ainda não estavam consolidados no início do ano.
O segmento de transportes levantou a expectativa de melhora devido à colheita de safra recorde no período. Entretanto, o setor apresentou uma queda de 1,1%, incluindo correio e serviços auxiliares. A única área que demonstrou um aumento foi a de serviços de informação de comunicação, com crescimento de 5,5%.
Os cálculos demonstram que a recessão segue e o desemprego ainda não tem perspectiva de ser freado. A saída apresentada pelos capitalistas e o governo Temer são as reformas trabalhista e da previdência, que visam despejar essa crise sobre as costas dos trabalhadores, precarizando ainda mais os empregos existentes com terceirização e fim da CLT.
Para resolver o problema do desemprego galopante na realidade nacional, nesse setor, em especial, que afeta principalmente a juventude e os setores LGBTs e negros, devido a precariedade de grande parte desses serviços (haja vista o telemarketing), só há uma resposta de fundo que é favorável aos trabalhadores: Redução da jornada de trabalho sem redução salarial, dividindo as horas de trabalho entre todos pra enfrentar o desemprego, que todos trabalhem 5 horas por dia, 6 dias por semana, efetivando todos os terceirizados de todos os ramos da economia. Assim, a crise será paga por quem as gerou, pelos empresários e banqueiros, pelos capitalistas.
O cenário atual mostra mais uma vez que é urgente que as centrais sindicais, principalmente as gigantes CUT e CTB, organizem a luta em comandos locais de trabalho para impulsionar uma greve geral desde a base dos trabalhadores para barrar esses ataques. A paralisação do dia 28 de abril, ainda que dê uma longa trégua para que Temer aplique seus ataques, pode ser uma forte demonstração do que a classe trabalhadora é capaz, assim como foi no dia 15M, mas precisa ser construída através de assembleias nos locais de trabalho e outras ações radicalizadas, que essas centrais sindicais parecem não querer construir de fato. Com informações do jornal Estadão
Créditos: Esquerda Diário

domingo, 24 de dezembro de 2017

Se deve celebrar o Natal?

lguns grupos proselitistas, especialmente as testemunhas de Jeová, afirmam que é proibido celebrar o Natal, porque nenhum dos quatro evangelhos especifica a data do nascimento de Jesus.
Mas isso seria como dizer: “Como não temos a sua certidão de nascimento, não vamos fazer sua festa de aniversário”.

Por outro lado, eles consideram que, no mês de dezembro, por ser extremamente frio em alguns lugares, seria impossível que os pastores tenham estado cuidado das suas ovelhas no campo, como aparece no relato dos evangelhos.

Os primeiros cristãos não pensavam assim. Desde o século IV, o Natal começou a ser celebrado no dia 25 de dezembro, levando em consideração que, nesta data, o dia é mais longo e o sol dura mais tempo iluminando a terra.

Sendo Jesus “a luz do mundo” (João 9, 5) e “o sol que nasce do alto para iluminar os que vivem nas trevas e na sombra da morte” (Lucas 1), considerou-se oportuno fazer a lembrança do nascimento de Jesus coincidir com a data na qual a presença do sol é mais longa com relação à terra.

Na verdade, o que comemoramos no dia 25 de dezembro não é uma data, mas um acontecimento, ou seja, o nascimento de Jesus e o amor misericordioso do Pai. Porque “Deus amou tanto o mundo, que nos deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna”.

De qualquer maneira, pesquisas recentes descobriram que o dia 25 de dezembro representa uma data histórica, como veremos a seguir. Comumente se aceita a notícia antiga segundo a qual a celebração do Natal do Senhor foi introduzida na primeira metade do século IV pela Igreja de Roma por razões ideológicas (para substituir a festa pagã do sol).

A data teria sido estabelecida no solstício de inverno, em dezembro. Portanto, no âmbito cristão, remontando nove meses, teria sido determinada em 25 de março a celebração da anunciação do anjo a Maria. Por conseguinte, seis meses antes do Natal, teria sido colocada também a data do nascimento de João Batista.

Mas então o dia 25 de dezembro, data em que recordamos o nascimento de Jesus, é uma data histórica ou não?

Segundo as últimas pesquisas (cf. Tommaso Federici, “25 de dezembro, uma data histórica”), o dia 25 de dezembro, como dia em que Jesus nasceu, é uma data histórica. Mas como se chegou a esta conclusão? Tendo como ponto de partida o anúncio do anjo a Zacarias.

Mas em que data Zacarias exerceu seu ministério no templo? Sendo da classe de Abias, correspondiam-lhe os últimos dias de setembro, entre 20 e 30.
Portanto, 6 meses depois, Maria recebeu o anúncio do anjo (25 de março);  meses depois, nasceu João Batista (24 de junho); 9 meses depois da anunciação a Maria (25 de março), nasceu Jesus (25 de dezembro).

Os dias 23 de setembro e 24 de junho para o anúncio e nascimento de João Batista, e o dia 25 de dezembro para a anunciação do Senhor e seu nascimento não foram datas arbitrárias nem copiadas de ideologias da época.

As igrejas haviam conservado memórias ininterruptas e, quando decidiram prestar-lhes homenagens nas celebrações litúrgicas, a única coisa que fizeram foi sancionar o uso imemorial da devoção popular.  Foto: Douglas Muth
Créditos: Aleteia

USP terá cotas sociais e raciais para 2018

A Universidade de São Paulo (USP) terá em 2018 reserva de vagas para alunos de escolas públicas e autodeclarados pretos, pardos e indígenas (PPI) nos cursos de graduação da instituição a partir do próximo ano. É a primeira vez que a USP vai adotar um sistema de cotas sociais e raciais.
Segundo a universidade, a reserva será feita de forma escalonada: em 2018, serão reservadas 37% das vagas de cada unidade de ensino e pesquisa; em 2019, a porcentagem deverá ser de 40% de vagas reservadas de cada curso de graduação; para 2020, a reserva das vagas em cada curso e turno deverá ser de 45%; e no ingresso de 2021 e nos anos subsequentes, a reserva de vagas deverá atingir os 50% por curso e turno.
Além das vagas reservadas, para os alunos de escolas públicas incidirá ainda o porcentual de 37% de cotas para estudantes autodeclarados PPI. Este índice equivale à proporção desses grupos no estado de São Paulo, de acordo com o IBGE. As reservas de vagas vão considerar conjuntamente os dois processos de seleção da universidade: a Fuvest e o Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
Em 2017, a USP registrou recorde no número de ingressantes oriundos de escolas públicas em seus cursos de graduação, que passou de 3.763 (34,6%), no ano passado, para 4.036 estudantes (36,9%) neste ano, conforme dados divulgados pela universidade.
O Conselho Universitário também fará ampliação do número de vagas do próximo concurso vestibular que serão destinadas ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu). “Ao todo, em 2018, serão oferecidas 11.147 vagas. Desse total, 8.402 serão reservadas para candidatos aprovados pela seleção da Fuvest e 2.745 para o Sisu”, divulgou a USP. Em relação ao vestibular de 2017, houve aumento de 407 vagas destinadas ao Sisu.
As 2.745 vagas reservadas para o Sisu serão distribuídas em três modalidades: 423 serão para ampla concorrência; 1.312 para estudantes que tenham cursado o ensino médio integralmente em escolas públicas; e 1.010 para alunos de escolas públicas e autodeclarados pretos, pardos e indígenas (PPI). (EBC).
Créditos: Carta Capital