segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Número de bilionários teve aumento histórico em 2017

De toda a riqueza gerada no mundo em 2017, 82% ficaram concentrados nas mãos dos que estão na faixa de 1% mais rica, enquanto a metade mais pobre – o equivalente a 3,7 bilhões de pessoas – não ficou com nada. Os dados fazem parte do relatório Recompensem o trabalho, não a riqueza, da organização não governamental (ONG) Oxfam, divulgado hoje (22). A entidade participa do Fórum Econômico Mundial, que começa amanhã (23) em Davos, na Suíça.
O documento destaca que houve um aumento histórico no número de bilionários no ano passado: um a mais a cada dois dias. Segundo a Oxfam, esse aumento seria suficiente para acabar sete vezes com a pobreza extrema no planeta. Atualmente há 2.043 bilionários no mundo. A concentração de riqueza também reflete a disparidade de gênero, pois a cada dez bilionários nove são homens.
O Brasil ganhou 12 bilionários a mais no período, passando de 31 para 43. “Isso significa que há mais pessoas concentrando riqueza. A gente não encontrou ainda um caminho para enfrentar essa desigualdade”, disse Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil.
O patrimônio dos bilionários brasileiros alcançou R$ 549 bilhões no ano passado, um crescimento de 13% em relação a 2016. Por outro lado, os 50% mais pobres tiveram a sua fatia na renda nacional reduzida de 2,7% para 2%. Um brasileiro que ganha um salário mínimo precisaria trabalhar 19 anos para ganhar o mesmo que recebe em um mês uma pessoa enquadrada entre o 0,1% mais rico.
Cinco bilionários brasileiros concentram o equivalente à metade da população mais pobre do país. “O Brasil chegou a ter 75 bilionários, depois caiu, muito por causa da inflação, e depois, nos últimos três anos, a gente viu uma retomada no aumento do número de bilionários. Esse último aumento – de 12 bilionários – é o segundo maior que já houve na história. E o patrimônio geral também está aumentando”, afirmou Rafael Georges, coordenador de campanhas da entidade.
A Oxfam aposta na geração de empregos decentes como mecanismos de diminuição das desigualdades, sendo uma das recomendações da entidade. “O que o relatório aponta é que está acontecendo um movimento contrário, inclusive com vários países regredindo em proteção trabalhista”, disse Georges.
A organização recomenda ainda limitar os lucros de acionistas e altos executivos de empresas, garantindo salário digno a todos os trabalhadores. Indica também a eliminação das diferenças salariais por gênero. No ritmo atual, seriam necessários 217 anos para reduzir as disparidades entre homens e mulheres.
O relatório pede que os ricos paguem uma “cota justa” de impostos e tributos e que sejam aumentados os gastos públicos com educação e saúde. “A Oxfam estima que um imposto global de 1,5% sobre a riqueza dos bilionários poderia cobrir os custos de manter todas as crianças na escola.”
Em referência ao título desta edição do relatório, a Oxfam afirma que atualmente “os níveis de desigualdade extrema excedem em muito o que poderia ser justificado por talento, esforço e disposição de assumir riscos”. Segundo a organização, a maioria das riquezas acumuladas se deve a heranças, monopólios ou relações clientelistas com o governo.
“É um círculo vicioso do qual a gente precisa se livrar. A desigualdade gera desigualdade, quanto mais rico você é, mais dinheiro consegue gerar para você mesmo”, criticou o coordenador de campanhas da Oxfam Brasil.
O documento diz que mantendo o mesmo nível de desigualdade, a economia global precisaria ser 175 vezes maior para permitir que todos passassem a ganhar mais de US$ 5 por dia. “O que seria ambientalmente catastrófico”, afirma a entidade.
Kátia destaca que a entidade participa do Fórum Econômico Mundial, em Davos, com o objetivo de levar esse debate para a elite econômica mundial. Ela acredita que é possível reduzir a desigualdade por meio de ações de responsabilidade das grandes corporações. “Essa concentração extrema é também acelerada por diferentes setores da sociedade, então está nas nossas mãos fazer o enfrentamento disso e buscar construir um mundo um pouco mais igualitário, onde as pessoas sejam tratadas de forma mais justa”.
Créditos: Brasil 247

Gasolina sobe 19,5% em seis meses

Nos últimos seis meses, o preço médio da gasolina subiu 19,5% nos postos de combustível e já se aproxima dos R$ 4,20. Em algumas cidades, está perto de romper a barreira dos R$ 5. O preço médio, sem descontar a inflação, é o maior já registrado na série histórica da Agência Nacional do Petróleo (ANP), que começou em 2001.
A gasolina mais cara do Brasil está na região Norte. Em Tefé, no Amazonas, o preço médio é de R$ 4,941 por litro. Em Alenquer, no Pará, chega a R$ 4,838. Para os paulistas, a gasolina mais cara é de Dracena (R$ 4,196) e a mais barata fica em São José dos Campos (R$ 3,863).
A escalada do preço está relacionada à nova política de ajustes da Petrobrás, em vigor desde julho de 2017, quando a estatal anunciou que as variações ocorreriam com mais frequência. Nesse período, os preços foram reajustados 133 vezes. A mudança foi feita para dar agilidade aos reajustes e acompanhar a volatilidade da taxa de câmbio e da cotação de petróleo. O barril ficou 28% mais caro nesse período.
Quando se compara o preço da gasolina no País com o do mercado norte-americano - de livre concorrência e sem nenhum tipo de política de preços - percebe-se um ritmo diferente. Nos EUA, o combustível ficou cerca de 7,6% mais caro quando o preço é convertido a reais.
Uma das explicações pode estar na sazonalidade. O período comparado começa no verão - quando os combustíveis ficam mais caros nos EUA - e termina em pleno inverno - quando os preços historicamente são mais baixos. Lá, a gasolina custa, em média, US$ 2,639 o galão ou R$ 2,2576 por litro.
Para não colocar em cima do consumidor todo o peso da volatilidade internacional do petróleo, especialistas sugerem um "amortecedor de preços". Um dos mecanismos mais citados seria usar a atual Cide (o tributo federal que incide sobre os combustíveis) como um "colchão" para suportar a variação internacional, sem causar instabilidade no preço praticado no Brasil. O tributo seria variável: quanto maior o valor do litro, menor o porcentual da alíquota. E vice-versa.
"No Reino Unido, por exemplo, há certa estabilidade no valor cobrado, pois a volatilidade é amortecida pelo tributo variável. Isso dá mais estabilidade para o consumidor. A maior parte da Europa faz isso, e o Japão também", defende o presidente da consultoria agrícola Datagro, Plínio Nastari.
O diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), Adriano Pires, elogia a atual política de preços da Petrobrás por acabar com a "ficção econômica" praticada nos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff - que represaram os preços para conter a inflação.
Pires defende, no entanto, o aprimoramento do sistema com a adoção da Cide como imposto ambiental - que oneraria a gasolina em favor de combustíveis mais limpos, como etanol - e também para corrigir externalidades - como a variação do preço internacional dos combustíveis. "A próxima etapa é rever a questão tributária. É preciso avançar na questão ambiental e na volatilidade de preços."
A disparada da cotação do petróleo é resultado da maior demanda e consequente diminuição dos estoques, já que a produção não cresceu no mesmo ritmo, segundo o relatório da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Mas nem todo esse aumento chegou às bombas. "De maneira geral, o petróleo não é um bem consumido diretamente, mas utilizado para produção de derivados. As negociações são realizadas com base nas cotações dos próprios derivados e não na do petróleo", explica a Petrobrás em nota ao Estadão/Broadcast.
A estatal reconhece que, no longo prazo, petróleo e derivados têm comportamento semelhante, mas "no curto prazo podem ocorrer, e de fato ocorrem, oscilações de diferentes magnitudes". Com informaçõe do Estadão. Foto: Portal Correio.
Créditos: WSCOM

Temer faz projeto para privatizar a Eletrobrás

Na sexta-feira, 19 de janeiro, Temer assinou um projeto de lei para privatizar a Eletrobrás. Para que seja efetivada a privatização, o texto precisa passar por aprovação, será enviado na segunda para o Congresso Nacional. Na pressa de aprovar a privatização da estatal, Temer quer garantir logo a receita de R$12,2 bilhões procedente do processo, segundo informações do Globo (aqui).

A proposta final do projeto foi debatida na quinta-feira (18), no Palácio do Planalto, onde estavam presentes os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral), Eliseu Padilha (Casa Civil), Dyogo Oliveira (Planejamento, Desenvolvimento e Gestão) e Fernando Coelho Filho (Minas e Energia), além de Eduardo Guardia (secretário-executivo do Ministério da Fazenda). 

A privatização ocorrerá no aumento de capital por meio de compra de ações pela iniciativa privada sem acompanhamento do governo, o que prevê perda de controle estatal. Essa capitalização será utilizada para abrir novas concessões com 14 usinas hidrelétricas, que hoje operam a preço fixo e vão passar a ser ditadas pelo preço do mercado. O processo renderá R$ 12,2 bilhões em receitas da venda. 

Paralelamente, o governo trabalha para derrubar as decisões da Justiça que suspenderam um artigo da Medida Provisória 814, que autoriza a venda da estatal. O governo deve ficar com cerca de 45% da Eletrobras após a privatização e manterá uma ação de classe especial, chamada de golden share, com poder de veto em decisões estratégicas.

Há exatamente um mês da votação da Reforma da Previdência, o governo golpista de Temer reafirma os ataques à classe trabalhadora, colocando diretamente na mão dos patrões a geração de energia para as casas brasileiras, que não passa por fora de seu projeto privatista e de leilão dos direitos dos trabalhadores na tentativa de superar a crise sem prejudicar os empresários.
Créditos: Esquerda Diário

domingo, 21 de janeiro de 2018

Exame de sangue poderá detectar 8 tipos de câncer

Um grupo de cientistas internacionais desenvolveu um novo exame de sangue para o câncer capaz de detectar oito tipos diferentes de tumores antes deles se espalharem para outras partes do corpo Liderado por Joshua Cohen, da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos, o estudo, baseado em uma análise combinada de DNA e proteínas, foi publicado na revista "Science".
De acordo com a publicação, o "diagnóstico de câncer antes que haja metástases é uma das chaves para reduzir as mortes por esta doença no futuro". O estudo envolveu 1.005 pacientes cujos cânceres - já pré-diagnosticados com base em seus sintomas - foram detectados com uma taxa de precisão de 69% a 98%.
No primeiro momento, o novo método de diagnóstico foi criado para detectar a doença no ovário, fígado, estômago, pâncreas, esôfago, colorretal, pulmão e mama. Chamado de CancerSEEK, o exame analisa mutações em 16 genes que estão vinculadas a diferentes tumores, bem como 10 biomarcadores de proteínas que circulam no sangue.
"Os pesquisadores encontraram o DNA dos tumores em circulação no sangue junto ao nível de algumas proteínas, que podem ser indícios do desenvolvimento do câncer", revelou Fabrizio d'Adda di Fagagna, pesquisador do Instituto de Oncologia Molecular de Milano. Os cientistas acreditam que o custo deste exame de sangue poderá ser inferior a US$500 dólares. Com informações da Ansa.
Créditos: WSCOM

sábado, 20 de janeiro de 2018

Número de mortes por Febre Amarela é o dobro do que o governo divulga

Fila para tomar vacina
A Febre amarela foi considerada erradicada nas zonas urbanas do Brasil no século passado e reeditando um surto de 2016-2017, voltou com ainda mais força em 2018. O crescimento foi exponencial dos casos de morte esse ano, desde julho do ano passado foram 20 mortes levando em conta dados divulgados pelo Ministério da Saúde no dia 16 (aqui), sendo que o boletim anterior, até 8 de janeiro dava conta de 5 mortes, ou seja o número aumentou 5 vezes segundo o governo.

Sendo que os dados do governo são eminentemente conservadores, haja vista os alarmantes números de casos com mortes no noticiário dos últimos dias. Só em MG os óbitos já teriam chegado a 19 desde dezembro segundo divulgado no G1 hoje (19/01) (aqui). No Estado de São Paulo os casos de morte chegaram a 21 desde janeiro, também segundo o G1 (aqui) em dados soltos pela secretária de Saúde de São Paulo (aqui), só nesses dois estados já dobrariam os óbitos divulgados pelo governo em números que levam em conta só até o mês de dezembro até hoje, de 20 para 40.

O governo diante da febre Amarela tem a preocupação de restringir o debate a vacina, não deixando que vá além para uma discussão de fundo da real causa do problema. As pessoas que tem mais contato com a doença é porque estão em áreas de degradação ambiental e social, com pouco acesso a prevenção, como por exemplo o preço exorbitante dos repelentes, que chegam a variar até 137% e um governo que não faz questão de que a proteção chegue até a população, além de ano após ano deixa de fazer o básico, que é garantir que a a vacina esteja disponível.

A Febre amarela assim, como todas as doenças transmissíveis pelo Aedes Egyphti são epidemias que, deixa em maus lençois em piores sempre os desfavorecidos. Por morarem em área de risco são pessoas em risco que, com uma habitação precária, com contato com dejetos, e terem muitas vezes alimentação pouco nutritiva estão muito mais sujeitos aos vírus (Dengue, Chikungunya, Zika e Febre amarela) desse mosquito, e muito mais sujeitos a morte por culpa do governo, que não dá condições minimas de vida aos pobres urbanos e trabalhadores.
Créditos: Esquerda Diário

Com lance de 7,9% do valor gasto pelo governo, CCR vence leilão do metrô

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Com um lance de R$ 553,8 milhões, o consórcio liderado pela empresa CCR e o grupo Ruas Invest arrematou, nesta sexta-feira (19), o leilão das linhas 5-Lilás e 17-Ouro do metrô de São Paulo. O valor está sendo comemorado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) por representar um ágio de 185% frente ao lance mínimo, estipulado no edital em R$ 189,6 milhões.
Entretanto, até o momento, o governo estadual já investiu cerca de R$ 7 bilhões na construção das duas linhas – ou seja, o lance vitorioso representa apenas 7,9% dos recursos gastos. O contrato de concessão de ambas as linhas prevê um valor estimado de R$ 10,8 bilhões e um investimento, em melhorias e infraestrutura, de R$ 88,5 milhões a ser realizado pela empresa vencedora.
A CCR administra outras seis concessões no estado de São Paulo, incluindo a linha 4-amarela do metrô, por meio da empresa ViaQuatro, além da Autoban, a Viaoeste, a Novadutra, a Spvias e o trecho oeste do Rodoanel.
O Sindicato dos Metroviários de São Paulo já havia alertado para um possível direcionamento da licitação para a CCR, tendo como fundamento o item 16 do edital, que determinava a exigência da empresa vencedora ter experiência de transporte de 400 mil usuários por dia – critério que, no Brasil, apenas a CCR (concessionária da linha 4-Amarela, em São Paulo, do VLT do Rio de Janeiro e do metrô de Salvador), e o grupo Invepar Participações (que opera o metrô do Rio de Janeiro) têm condições de assumir, sendo que a Invepar passa atualmente por dificuldades financeiras.    
O leilão chegou a ser suspenso ontem (18), em decisão liminar do juiz Adriano Marcos Laroca, da 12ª Vara de Fazenda Pública, acolhendo pedido feito pelos vereadores paulistanos Sâmia Bomfim e Antônio Vespoli, ambos do Psol. Horas depois, a decisão foi derrubada pelo presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças.
Créditos: Rede Brasil Atual

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Cortes do governo ameaça inovação tecnológica e pesquisa científica

O orçamento para as áreas de ciência e tecnologia em 2018 é o mais baixo da última década. A situação piorou desde 2016, após a fusão do Ministério da Comunicação com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, sem aumentar os recursos. Para este ano, estão previstos R$ 3 bilhões, valor que representa um corte de R$ 1 bilhão em relação a 2017.
“Sem pesquisa, a gente não tem inovação. Sem inovação tecnológica, você não tem a possibilidade de injetar o desenvolvimento do país, o desenvolvimento econômico, novos postos de trabalho, novas empresas, você começa a ter um acometimento de toda a estrutura econômica e social”, avalia Anapatricia Morales Vilha, coordenadora da Agência de Inovação da Universidade Federal do ABC (UFABC).
Segundo ela, com os cortes que o governo federal tem executado no orçamento das universidadesfederais e nas áreas de ciência e inovação, esses estudos estão em risco. Na UFABC, por exemplo, a redução dos recursos passou de 50% nos últimos quatro anos, prejudicando a produção cientifica.
“Temos uma série de reduções que impactam na compra de equipamentos importantes, pesquisas que poderiam avançar por meio de bolsas de iniciação científica, mestrado e doutorado, pesquisas que poderiam, inclusive, colocar a universidade em consórcio com outros países em pesquisas internacionais”, explica Anapatricia.
Créditos: RBA