sábado, 7 de março de 2020

Investidores tiram 44,8 bilhões da bolsa

Investidores estrangeiros já retiraram 44,8 bilhões de reais da bolsa brasileira até 4 de março deste ano. O valor é maior que os 44,5 bilhões que saíram em 2019 e superou o recorde de 44,6 bilhões em 2008, número mais alto desde o início da série histórica, iniciada em 2004. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.

A velocidade de saída em 2020 também é recorde, de 1,05 bilhão por pregão, maior que a média diária de 2008. De acordo com o jornal, os estrangeiros retiram dinheiro do Brasil devido a fatores como o impacto econômico do coronavírus, a desaceleração da economia global e a demora no andamento das reformas administrativa e tributária.

Nos três primeiros pregões de março, 4,68 bilhões de dólares deixaram a bolsa brasileira. O movimento contribui para elevar a cotação do dólar, que fechou na quinta-feira 5 com recorde de 4,65 reais.

Aumentou também em 10%, a 142 pontos, o risco-país do Brasil, medido pelo Credit Default Swap (CDS). É o maior patamar desde outubro de 2019. Na quinta-feira 5, o risco-país subiu 14,4%, a alta percentual diária mais elevada desde 18 de maio de 2017, dia em que foi revelada uma conversa entre o então presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista.
Créditos:Carta Capital

sexta-feira, 6 de março de 2020

Nordeste fica só com 3% das concessões do Bolsa Família

Mesmo concentrando 36,8 % das famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza, no governo Bolsonaro o Nordeste ficou com apenas 3% das concessões do benefício.
Segundo informação publicada pelo Estadão/Broadcst, a partir de dados fornecidos pelo Ministério da Cidadania ao Congresso Nacional, o Nordeste recebeu apenas 3% dos novos benefícios do Bolsa Família em janeiro, enquanto Sul e Sudeste responderam por 75% das novas concessões. A Região Nordeste concentra 36,8% das famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza na fila de espera do programa que concentra 1,5 milhão de famílias de baixa renda.
De acordo com a reportagem do Estadão, o número de novos benefícios concedidos em Santa Catarina, por exemplo, que tem população oito vezes menor que o Nordeste e é governada por Carlos Moisés (PSL) – aliado de Bolsonaro -, foi o dobro do repassado à região nordestina inteira, cujos governadores são de oposição. Com informações de PT na Câmara/Estadão. (Editado).

terça-feira, 3 de março de 2020

Retirada de R$ 9 bilhões da saúde dificulta ações de combate ao coronavírus

O ex-ministro da Saúde Artur Chioro considera que a perda de R$ 9 bilhões na saúde no ano passado, por conta da Lei do Teto de Gastos, pode ter impacto negativo no enfrentamento a uma eventual epidemia de coronavírus no Brasil. “Isso explica o temor que nós temos da capacidade de resposta do SUS, não por falta de competência das equipes de saúde ou dos gestores, mas por conta da insuficiência de recursos que nós vivemos. 

Nós vivemos desde a constituição um quadro de subfinanciamento do SUS. E, a partir da emenda do teto, nós mudamos de patamar, com um quadro de ‘desfinanciamento’ da saúde pública brasileira”, disse ele, em entrevista RBA.

Aprovada em 2016, a Lei do Teto de Gastos limita o aumento de verbas aplicadas na saúde – e em outras áreas – à reposição da inflação. “Especialistas de várias áreas – porque isso também está afetando a educação, a cultura e a assistência social – já vinham apontando que essa era a tendência. Esses R$ 9 bilhões que deixaram de ser empenhados na saúde, por conte da Lei do Teto, na verdade é mais do que isso. 

Nesse valor do ministério está embutido um pagamento recorde de emendas parlamentares. Se subtrair as emendas pagas pelo governo Bolsonaro, nós vamos chegar perto de R$ 20 bilhões que deixaram de ser aplicados nos serviços regulares de saúde”, afirmou Chioro.

O médico sanitarista considera inevitável o surgimento de novos casos de coronavírus no país. “Em um mundo globalizado, com a velocidade com que as pessoas viajam de um lugar para outro e se comunicam, é praticamente impossível imaginar que nós viveremos em uma bolha e conseguiremos conter o avanço de transmissão da doença”, explicou.

Para o ex-ministro, é urgente que o governo federal e os governos estaduais tomem as medidas necessárias, liberando leitos e garantindo que as redes de saúde tenham médicos, enfermeiros e equipamentos necessários, inclusive para proteção dos profissionais. 

“É fundamental que o plano de contingência, que não se trata de impedir a chegada do coronavírus, permita que os trabalhadores e os serviços de saúde consigam implementar protocolos de atendimento que já estão previstos com base nas recomendações da Organização Mundial da Saúde, mas também consigam ter todas as condições necessárias do ponto de vista da estrutura física dos serviços e da biossegurança”, afirmou. 
( Editado).  Foto: EBC. 
Créditos:Rede Brasil Atual

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

3,5 milhões de brasileiros estão na fila de espera do Bolsa Família

A fila de brasileiros que esperam para receber o Bolsa Família no governo de Jair Bolsonaro já chega a 3,5 milhões de pessoas, o que  representa 1,5 milhão de famílias de baixa renda, de acordo com matéria de Vinícius Valfré e Adriana Fernandes, do jornal O Estado de S.Paulo.

O Nordeste registra o maior número de brasileiros em situação de miséria não atendidos pelo programa. Das 1,5 milhão de famílias que vivem nos nove estados da região e deveriam ser beneficiárias, 606.835 (39,1%) estão fora do programa. 

De acordo com dados compilados por secretários Estaduais de Assistência Social do Nordeste para um fórum realizado por eles no início de fevereiro, 100 mil famílias entraram para o Bolsa Família em janeiro, sendo apenas 3.035 delas da região mais pobre do País. O maior volume de liberações foi para o Sudeste, 45.763.

Sem acesso ao maior programa de transferência de renda do mundo, criado pelo ex-presidente Lula em 2003 que atendia 14 milhões de famílias em 2012, a população voltou a bater à porta das prefeituras em busca de comida e outros auxílios e os municípios já estão sentindo o peso em suas finanças, de acordo com a reportagem. 

O jornal, que chegou ao número de não atendidos pelo programa analisando o banco de dados do próprio governo, diz que, no final de janeiro, o Ministério da Cidadania informou por meio de Lei de Acesso à Informação (LAI) que a lista de pedidos para entrar no programa de transferência de renda seria três vezes menor, de 494 mil famílias.

A reportagem conta casos como o de Surubim, município de 80 mil habitantes, a 120 quilômetros do Recife, no interior de Pernambuco, onde os pedidos de cestas básicas dobraram no segundo semestre do ano passado e a prefeita Ana Célia de Farias (PSB) precisou fazer um aditivo ao contrato para a distribuição de alimentos.

O crescimento da demanda por atendimentos na prefeitura se deve ao congelamento de novos benefícios do programa de transferência de renda do governo federal, disseram gestores do Bolsa Família de Surubim.

Já o prefeito Olivânio Remígio (PT) de Picuí, a 240 quilômetros de João Pessoa, na Paraíba, disse à reportagem ter registrado um crescimento na quantidade de pedidos de moradores de baixa renda, “pessoas que perderam o emprego devido à recessão econômica e precisam do Bolsa Família”.

Ainda de acordo com a reportagem, dados do Ministério da Cidadania apontam uma queda brusca no volume de concessões do benefício a partir de maio de 2019. Naquele mês, 264.159 famílias foram incluídas na lista de beneficiários. A partir de junho, as entradas caíram para 2.542 e, até outubro, quando os dados mais recentes foram publicados no Cecad, o volume permanecia neste patamar.

Ao Estado, o ministério reconheceu a redução no número de inclusões de famílias nos últimos meses e garantiu que isso será normalizado “com a conclusão dos estudos de reformulação do Bolsa Família”. No entanto, técnicos consultados pela reportagem apontam que a redução drástica pode ter sido uma manobra para garantir o caixa necessário ao pagamento do 13º do benefício, promessa da campanha eleitoral do presidente Jair Bolsonaro. Na nota, a pasta pontuou, ainda, que as concessões também dependem de “estratégias de gestão da folha”. No Brasil da Mudança, mais dados sobre o programa.
Créditos: CUT

domingo, 16 de fevereiro de 2020

Com lucro recorde, bancos fecham agências e demitem 6,9 mil em 2019

Em 2019, os três maiores bancos privados do Brasil fecharam 430 agências, demitindo um total de 6,923 mil pessoas. O principal mecanismo de demissão foram os chamados programas de demissão voluntária (PDV’s).

Embora aleguem que as demissões foram resultado de uma situação de prejuízo advinda da competição com as fintechs e pressões regulatórias, os três bancos fecharam o ano de 2019 com lucro.

Apesar de ter fechado 172 agências no Brasil (436 em toda a América Latina), o Itaú encerrou o ano com lucro de R$ 28,363 bilhões, um crescimento de 10,2%. Em relatório do seu acompanhamento financeiro, o banco escreveu: “O contínuo investimento em tecnologia permitiu ações com foco em eficiência de custos, como o encerramento de agências e o programa de desligamento voluntário, que levaram ao aumento de apenas 2,5% nas despesas não decorrentes de juros em relação ao ano anterior, abaixo da inflação acumulada (4,3% – IPCA) e do acordo coletivo de trabalho no período”. Segundo O Estado de S. Paulo, a tendência é que, em 2020, o ritmo de fechamento de unidades desacelere.

O Bradesco, por outro lado, pretendo continuar o processo. Com lucro de R$ 6,645 bilhões em 2019, caracterizando crescimento de 20%, o banco fechou mais de 100 unidades no ano passado, a maioria no último trimestre. A meta para 2020 é fechar mais 300 agências. Em conversa recente com a imprensa, Octavio de Lazari, presidente do Bradesco, afirmou: “Temos um compromisso, um propósito muito forte de controle de custos próximos anos”.
Já o Santander obteve crescimento de 21% apenas no segundo trimestre de 2019. Até o fim do terceiro trimestre do ano, o lucro líquido era de R$ 10,433 bilhões, segundo o G1. O banco abriu 45 agências no ano passado. 
Créditos: Revista Forum

sábado, 1 de fevereiro de 2020

Trabalho informal atinge 38,4 milhões de pessoas

(CC)-A desocupação no Brasil caiu em 2019 na comparação com o ano anterior, passando de 12,3% para 11,9% da população ativa, a segunda queda anual consecutiva, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada na sexta-feira 31 pelo IBGE.

No entanto os dados mostram um novo aumento na taxa de informalidade, que alcançou seu maior nível em três anos, abarcando 41,1% da força de trabalho ocupada, o equivalente a 38,4 milhões de pessoas. Em 2016, essa proporção era de 39,1%. Do acréscimo de 1,8 milhão no número de ocupações em 2018, 1 milhão (55% do total) foi de ocupações informais – um ritmo de crescimento da informalidade que tem se mantido nos últimos anos, segundo a analista da PNAD Adriana Beriguy.

A pesquisa considera como informais os trabalhadores sem carteira, por conta própria sem CNPJ ou familiares auxiliares, assim como empregadores sem CNPJ.
Esses dados mostram que, a despeito de alguma melhora no número de trabalhadores com carteira assinada, com a expansão de 1,1% pela criação de 356 mil vagas em 2018 – interrompendo a trajetória de queda entre 2015 e 2018 –, ela não foi acompanhada pelos indicadores de informalidade.
Para Daniel Duque, pesquisador da área de Economia Aplicada do IBRE-FGV, a tendência é que, a partir deste ano, os ritmos se invertam, e as vagas formais avancem mais que as informais. Ele diz ser possível ver melhora no mercado como um todo, e que os dados do último trimestre, com incremento de 2,2% das vagas formais, são um dado importante no contexto da recuperação da economia e do mercado de trabalho. A previsão da FGV é que 2020 seja mais um ano de queda da desocupação, encerrando em 11,3%.
No entanto, segundo a analista da PNAD, uma reversão do quadro é algo mais complexo: “O que a gente percebeu é que no segundo semestre de 2019 houve um pouco mais de reação na carteira de trabalho, mas ainda muito pequena frente ao quantitativo de carteira que já tivemos em 2014. Para reverter esse contingente grande de informalidade, a gente teria que ter uma mudança estrutural muito acentuada no mercado, e tivemos uma pequena mudança, muito concentrada no final do ano.”
Com o aumento da informalidade, caiu o percentual da população ocupada que contribui para a Previdência. Em 2019, 62,9% dos trabalhadores contribuíam para a aposentadoria, o menor número desde 2013. O único ano na série histórica em que esse dado foi menor foi em 2012, com 61,9%.
“Em 2014, a população ocupada crescia 1,5%, e a população ocupada contribuinte crescia a uma taxa de 4,2%. Em 2019, a população ocupada cresceu 2%, e a população contribuinte aumentou a uma taxa de 1,1%. Tem todo esse desdobramento da informalidade”, explica Bariguy.
Para o professor do Insper Sergio Firpo, uma outra problemática da ocupação informal é a implicação sobre a produtividade. “A perpetuação do emprego informal contribui para que a gente permaneça com produtividade muito pequena na economia, e a produtividade é um elemento fundamental para que a gente consiga crescer, e a longo prazo.”
Créditos: Carta Capital

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Número de moradores de rua em São Paulo cresce 60% em quatro anos


Censo da População em Situação de Rua, realizado pela Prefeitura de São Paulo, ainda inédito, aponta um crescimento vertiginoso, de 60%, do número de moradores de rua na maior cidade do país.

A população de rua da cidade de São Paulo chegou a 24.344 pessoas em 2019, aumentando 60% em quatro anos, período em que o Brasil passou a ser governado pelo governo de Michel Temer e, há um ano, por Jair Bolsonaro, que pratica uma política econômica excludente.


Em 2015, os moradores em situação de rua em São Paulo eram 15,9 mil.
Os dados do Censo da População em Situação de Rua, realizado pela Prefeitura de SP, serão revelados oficialmente amanhã (31).
O censo demonstra a relação entre o salto no número de moradores de rua e a alta na taxa de desemprego —que era de 13,2% na cidade em 2015 e agora chega a 16,6%. Informações Folha e247.
Créditos: Brasil247