sábado, 29 de maio de 2021

Protestos contra governo Bolsonaro reúne multidões

 Neste sábado (29), em muitas cidades brasileiras de vários estados, foram realizados protestos contra o governo Bolsonaro, multidões invadiram as ruas, "na maioria jovens", para manifestar sua insatisfação com o atual governo. Foram mais de 200 cidades que tiveram manifestações contra o governo federal.  Em muitas cidades do exterior também tiveram manifestações. 

As pessoas desafiaram os riscos "por causa da pandemia" e foram as ruas para protestar e exigir vacina para todos, alimentos e emprego além da saída do presidente. 

Em São Paulo, grande multidão ocupou a Av. Paulista, numa demonstração clara de que as pessoas não aceitam mais atitudes negacionistas e desrespeito com a saúde e a vida da população. 

O recado foi dado, a insatisfação é total e a população não aguenta mais a irresponsabilidade do presidente diante da situação atual. 

Com quase 3 anos de governo, Bolsonaro não tem nenhum projeto para o país e nenhum plano nacional de combate a pandemia que já vitimou quase meio milhão de pessoas. Além disso o presidente tentou sabotar desde o início medidas de combate a pandemia. 

Com o desemprego em alta, empresas fechando e a volta da inflação, à fome e a pobreza extrema tem atingido cada vez mais brasileiros. 

Depois do que se viu nas manifestações deste sábado, vai ser difícil segurar o povo, a exemplo de outros países em que as pessoas foram as ruas para protestar contra governos autoritários.

Brasil tem mais de 14 milhões de famílias na pobreza extrema

 A falta de alimentos e o aumento da extrema pobreza se tornaram realidade para 14,5 milhões de famílias brasileiras. O número de famílias na miséria registrado em abril de 2021 é o maior da série histórica do Ministério da Cidadania, iniciada em agosto de 2012.

Antes da pandemia, em fevereiro de 2020, já havia 13,4 milhões de famílias nesta situação.  É considerada situação de extrema pobreza quando a renda per capita é de até R$ 89,00 mensais, de acordo com o Governo Federal.

Há ainda 2,8 milhões de famílias vivendo em situação de pobreza, com renda entre R$ 90 e 178 per capita mensais. O acesso à alimentação é um direito garantido pela Constituição brasileira que não está sendo garantido.

Atualmente, 58 milhões de brasileiros correm risco de deixar de comer por não terem dinheiro. Isso significa que 27,7% da população vive uma situação de insegurança alimentar grave ou moderada, de acordo com um estudo feito pelo grupo Food For Justice.

Apesar da atual realidade, o Brasil já foi referência no combate à fome no mundo. Até 2011, o país liderou por três anos seguidos o ranking da ONG ActionAid que mede o progresso de países em desenvolvimento na luta contra a pobreza.

Um deles foi no início do século XX durante o Governo Vargas, quando foram criadas diversas leis trabalhistas, como a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Apesar de terem foco nos trabalhadores urbanos, tais medidas perduraram durante anos no país e garantiram diversos direitos sociais.

Outro período importante foi de 2003 a 2016, durante os governos Lula e Dilma, quando foram criados programas como o Fome Zero, Bolsa Família e a valorização do salário mínimo.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Brasil saiu do Mapa Mundial da Fome oficialmente em 2014. Entre 2002 e 2013, caiu em 82% o número de brasileiros considerados em situação de subalimentação.

O Indicador de Prevalência de Subalimentação é um estudo que fornece a estimativa do número de pessoas sem acesso estável a alimentos nutritivos e suficientes durante todo o ano. Isso significa que a FAO analisa a situação das pessoas que possuem insegurança alimentar severa, as pessoas que passam fome e que possuem insegurança alimentar moderada.

O salário mínimo no Brasil é de R$ 1.100. Enquanto isso, segundo um estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o custo médio de uma cesta básica no país é de R$ 600. Ficam, assim, apenas R$ 500 para despesas como aluguel, água, luz, internet e vestuário. Com o início da pandemia de Covid-19, a situação ficou ainda mais difícil para os brasileiros. Com informações das Agencias G1 e UOL. Por: Isabela Alves. Créditos: Observatório do Terceiro Setor

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Governadores pedem autorização para uso excepcional da Sputnik V

Diante do perigo de uma nova e devastadora onda de contaminações por Covid-19, provocada pela circulação de novas variantes como a indiana, o Consórcio Nordeste voltou a reforçar pedido de autorização excepcional para importação da vacina Sputnik V. A liberação da vacina continua sob análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na terça-feira (25), os governadores encaminharam novo ofício à agência pedindo urgência na autorização.

Segundo o ofício, o momento é de agir para impedir mais mortes. “No momento em que a média diária de mortes por Covid-19 se mantém em mais de 2 mil nos últimos 60 dias, no qual internações voltam a crescer e a assustar, o surgimento de novas variantes do vírus causador da doença exacerba as responsabilidades das autoridades públicas”, diz o documento assinado pelo governador Wellington Dias, presidente do consórcio e coordenador da temática das vacinas no Fórum dos governadores.

Na nota, os governadores propõem um compartilhamento das responsabilidades entre os estados que fizerem uso da vacina Sputnik V. Para isso, seria feita a assinatura de um Termo de Compromisso com as devidas atribuições e responsabilidades dos gestores que distribuirão o imunizante. O Termo de Compromisso estabelece, por exemplo, a realização de testes para controle de segurança de todos os lotes da vacina.

O documento prevê a realização de um estudo de efetividade, a partir da aplicação dos primeiros lotes, com regras definidas pela Anvisa e executadas com o apoio das universidades dos estados que receberão o imunizante.

Também seriam monitorados possíveis efeitos adversos, sob responsabilidade das autoridades estaduais de vigilância sanitária, de comum acordo com a Anvisa. Créditos: Agência PT

quarta-feira, 26 de maio de 2021

OMS alerta para nova pandemia 'mais mortal' do que a Covid-19


O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, informou durante reunião anual da agência das Nações Unidas, que um vírus mais transmissível e fatal do que a Covid-19 vai chegar e trazer uma nova pandemia mundial. Na ocasião, foram reunidos ministros da Saúde de 194 Estados-membros, na segunda-feira (24), onde Tedros garantiu “certeza evolutiva” para a previsão.

“Não se enganem, esta não vai ser a última vez que o mundo enfrenta a ameaça de uma pandemia. Há uma certeza evolutiva de que vai aparecer outro vírus com potencial de ser mais transmissível e fatal do que o SARS-CoV-2”, diz o diretor-geral da OMS.

Tedros emitiu também uma nota indicando que a quantidade de casos e óbitos em decorrência do coronavírus contabilizados tem diminuído há três semanas seguidas. Contudo, ele garante que o mundo continua em uma situação frágil, e ressaltou que as nações que acreditam estar fora de perigo estão enganadas, “não importando sua taxa de vacinação”.

Um alerta para aos governos doem doses de imunizantes contra a Covid-19 à COVAX (iniciativa apoiada pela OMS e GAVI Alliance), também foi pautado durante a reunião. De acordo com dados da OMS, cerca de 75% de todas as doses de vacinas foram administradas em apenas 10 países, e para Tedro, esta desigualdade está perpetuando a pandemia.

Mesmo com as novas variantes do vírus que surgiram pelo mundo, como a cepa, a eficácia para o diretor-geral da OMS continua. Ele chega a revelar que as variantes estão mudando constantemente, e que as futuras cepas podem tornar as ferramentas atuais ineficazes, fazendo com que o mundo retorne para a estaca zero. Créditos: O São Gonçalo

sábado, 22 de maio de 2021

Metade dos internados em UTI por covid-19 tem menos de 60 anos

As notificações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) aumentaram, informa o Boletim Observatório Covid-19, divulgado na sexta-feira (21) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os casos de SRAG são responsáveis por incidências graves de doenças respiratórias, que demandam hospitalização ou levam a óbito. São atualmente, em grande parte, devido a infecções por Sars-CoV-2. 

Conforme o boletim, outro dado preocupante é que, pela primeira vez no Brasil, a mediana da idade de internações em unidades de terapia intensiva (UTIs) de todo o país ficou abaixo de 60 anos. 

O ano de 2021 vem, a cada semana, apresentando rejuvenescimento da pandemia, alertam os pesquisadores. “Diferentemente das últimas semanas, mais da metade dos casos de internação hospitalar e internação em UTI ocorreram entre pessoas não idosas. Em relação aos óbitos, embora a mediana ainda seja superior a 60 anos, ao longo deste ano, houve queda num patamar de 10 anos. Os valores de mediana de idade dos óbitos foram, respectivamente, 73 e 63 anos”, diz o boletim.

A análise comparou a Semana Epidemiológica 1 (3 a 9 de janeiro) e a 18 (2 a 8 de maio) de 2021 e verificou que a mediana da idade das internações hospitalares (idade que delimita a concentração de 50% dos casos) foi de 66 anos na SE 1 para 55 anos na SE 18. Já a mediana de idade de internações em UTI foi de 68 anos na SE 1 para 58 anos na SE 18. 

A comparação da incidência das semanas epidemiológicas 8 e 9 e 18 e 19 mostra que poucos estados estão em patamar significativamente menor, como: Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Amapá, sendo que Mato Grosso, Paraná e as capitais dos estados da região Sul apresentam sinais de aumento.   

Segundo os pesquisadores da Fiocruz, os demais estados estão em níveis próximos ao observado em meados de março, ou mesmo acima, como é o caso de Mato Grosso do Sul, Maranhão, Pernambuco, do Rio de Janeiro e Espírito Santo. “O aumento ou estabilidade em níveis muito altos e com taxas altas de ocupação são cenários altamente indesejados”, destacaram. Créditos: Agencia Brasil

sexta-feira, 21 de maio de 2021

Sputnik fabricada no Brasil será exportada para países vizinhos

O primeiro lote de 100 mil doses da vacina contra o coronavírus Sputnik V, que foi vetada pela Anvisa, foi embalado para o envio na planta da farmacêutica brasileira União Química em Guarulhos (SP). Instituto Gamaleya de Moscou informou que as doses serão exportadas para países vizinhos da América do Sul.

A empresa farmacêutica brasileira União Química completou o primeiro lote da vacina contra o coronavírus Sputnik V, com ingredientes ativos e tecnologia fornecidos pela Rússia. De acordo com executivos do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), o primeiro lote de 100 mil doses da fábrica foi embalado em caixas rotuladas em espanhol, apesar de não ter sido decidido quais países as receberão. Segundo o Instituto Gamaleya de Moscou, que desenvolveu a vacina, o imunizante foi embalado para envio na planta da União Química em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.

A companhia informou nesta quinta-feira (20) que as doses serão exportadas para países vizinhos da América do Sul, pois o Brasil não aprovou o imunizante russo para uso doméstico. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não recomendou a aplicação da Sputnik V sob o argumento de que a vacina contém vírus replicante (adenovírus capaz de reprodução, ou RCA), mas não chegou a fazer os testes necessários para barrar a importação do imunizante. Em consequência o órgão foi ameaçado de processo pelo fundo soberano da Rússia por difamação.

Executivo-chefe da União Química, Fernando Marques disse que Paraguai, Uruguai e Argentina estão interessados em comprar a vacina. A União Química poderá produzir oito milhões de doses por mês quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar seu uso no Brasil, disse ele à Reuters. O dirigente espera que a aprovação saia em junho, e sua empresa começará a produzir o ingrediente ativo em seu laboratório biomédico de Brasília, ao invés de importá-lo da Rússia.
O fundo russo disse que assinou contratos de produção da Sputnik V com 20 instalações de fabricação da Índia, Argentina, Coreia do Sul, China, Itália, Sérvia, Egito, Turquia, Belarus e Cazaquistão.

Por ora, a vacina já é produzida na Rússia, Sérvia, Egito, Turquia e Argentina, onde o primeiro lote de teste foi produzido no dia 20 de abril pelos Laboratórios Richmond, disse o fundo russo. Com informações da Reuters. Créditos: Brasil 247 .

quarta-feira, 19 de maio de 2021

Novo tratamento contra a Covid-19 reduz carga viral em 99,9%

Cientistas da Universidade de Griffith, na Austrália, e do centro de pesquisas americano City of Hope desenvolveu uma terapia antiviral experimental para tratar a Covid-19. Em testes com camundongos, o tratamento reduziu em 99,9% a carga viral nos pulmões dos animais. A pesquisa foi publicada na revista científica Molecular Therapy.

Os pesquisadores utilizaram uma tecnologia chamada de siRNA, ou RNA de pequena interferência, para atacar o genoma do vírus diretamente, impedindo sua replicação.

Em vídeo, o pesquisador Nigel McMillan, professor e diretor do Programa de Doenças Infecciosas e Imunologia da Universidade de Griffith, explica que essa é uma tecnologia que funciona com pequenos pedaços de RNA que podem se ligar especificamente ao genoma do vírus e essa ligação faz com que o genoma "não funcione mais" e as células o destruam.

Os medicamentos de RNA precisam ser entregues em algo chamado de nanopartículas. Então nós injetamos na corrente sanguínea e as nanopartículas vão para os pulmões e se fundem nas células, entregando o RNA. O RNA busca o vírus e destrói seu genoma, então o vírus não pode mais se replicar — explica o pesquisador no vídeo de divulgação.

Ele acrescenta que o processo é "incrivelmente específico" apenas para o vírus, então as células normais não sofrem nenhum efeito colateral com o tratamento.

"O tratamento com siRNA específico para vírus reduz a carga viral em 99,9%. Essas nanopartículas furtivas podem ser entregues a uma ampla gama de células pulmonares e silenciar genes virais", afirmou McMillan, em nota.

Segundo o pesquisador, o uso da terapia em camundongos infectados com SARS-Cov-2 aumentou a sobrevivência dos animais. "Notavelmente, em sobreviventes tratados, nenhum vírus foi detectado nos pulmões", destacou McMillan.

Segundo os pesquisadores, os resultados sugerem que formulações de nanopartículas de siRNA podem ser desenvolvidas como uma terapia para tratar pacientes humanos com a Covid-19 e também poderiam ser utilizadas contra outros tipos de coronavírus. Créditos: O Globo

segunda-feira, 17 de maio de 2021

Universidade do Ceará desenvolve nova vacina contra a Covid-19 e pede para testar em humanos

Pesquisadores da UECE e o governador do Ceará
A Universidade Estadual do Ceará pediu oficialmente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a  autorização para iniciar testes em humanos de uma nova vacina contra a covid-19 desenvolvida pela instituição.

O imunizante, que apresentou eficácia superior a 90% em testes realizados em camundongos, foi batizado como 2H120 Defense e tem valor estimado de R$ 0,04 por dose, o que representaria a vacina mais barata a ser usada no Brasil.

Caso a autorização seja dada, a universidade conduzirá o estudo clínico em três fases, sendo que na primeira recrutaria 100 pessoas adultas, com idade entre 18 e 60 anos, que não apresentem comorbidades. Para a segunda, a escolha seria por pessoas acima de 60 anos com comorbidades. Para a última fase, não há um número específico de pessoas.

A 2H120 Defense utiliza um modelo de coronavírus aviário e que, enfraquecido, não causa contaminação em humanos. A imunização completa também seria em duas doses.

Por meio das redes sociais, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), que trava uma disputa para a Anvisa liberar o uso emergencial da Sputnik V,  apoiou a vacina da universidade estadual. Foto: UECE. Créditos: IGSaúde

Estudo mostra redução de 90% em mortes pela Covid-19 após a 1ª dose da vacina

As infecções pela COVID-19 em adultos de todas as idades caíram 80% e as mortes pelo vírus caíram 90% cinco semanas após a primeira dose das vacinas da Pfizer/BioNTech, Moderna ou AstraZeneca na Itália, de acordo com um estudo italiano.

O primeiro estudo deste tipo feito por um país da União Europeia sobre o impacto real de sua campanha de vacinação foi realizado pelo Instituto Nacional de Saúde (ISS, na sigla em italiano) e Ministério da Saúde da Itália em 13,7 milhões de vacinados em todo o país.

Cientistas estudaram os dados desde o dia em que se iniciou a campanha de imunização na Itália, em 27 de dezembro de 2020, até 3 de maio de 2021. A análise mostrou que o risco de infecção, hospitalização e morte pela SARS-CoV-2 diminuiu progressivamente após as duas primeiras semanas desde o início da vacinação no país.

Entre os quase 15 milhões de pessoas estudadas, 95% tomaram duas doses das vacinas da Pfizer e Moderna, enquanto ninguém dos que receberam o imunizante da AstraZeneca tomou segunda injeção.

Até agora, a Itália segue as recomendações dos fabricantes, dando a segunda dose da Pfizer três semanas após a primeira injeção, a segunda da Moderna após um intervalo de quatro semanas e uma segunda dose da AstraZeneca após 12 semanas. Até sábado (15), cerca de 8,3 milhões de italianos, ou 14% da população, foram completamente vacinados, enquanto cerca de 10 milhões de pessoas receberam a primeira dose de imunizante. Fonte : Reuters. Créditos: Sputnik

sábado, 15 de maio de 2021

Falta a segunda dose da vacina em mais de mil municípios brasileiros

 

Segundo dados divulgados pela Confederação Nacional dos Municípios, em 322 municípios faltam a primeira dose da vacina para Covid-19, enquanto 1142 municípios têm carência da segunda dose do imunizante.

A falta de vacinas afeta cerca de 41,6% dos 3.051 municípios consultados pela entidade. 92% das cidades consultadas apontam a falta da CoronaVac, vacina produzida pelo instituto Butantã, que suspendeu a produção do imunizante por falta do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), o que reduziu para menos de 50% a quantidade de vacinas a serem entregues.

A possibilidade de falta de kit entubação também é apontada por 18,3% das 559 cidades consultadas sobre o assunto. Créditos: Esquerda Diário

quinta-feira, 13 de maio de 2021

Negacionismo e omissão do governo tornaram covid-19 mais letal no Brasil

O negacionismo e as medidas inadequadas, durante o combate à pandemia de covid-19 por parte do Brasil, resultaram em consequências mortais, de acordo com relatório do Painel Independente criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Na avaliação internacional, o Brasil governado por Bolsonaro é citado entre os países que criaram mortes e um número elevado de contaminados, por não seguir as recomendações científicas. 

Ao lado de Reino Unido e Nicarágua, o Brasil é criticado por permitir, por meio da omissão e negacionismo de seu governo, uma rápida escalada e altas taxas de mortalidade. “Os impactos sobre o direito à vida e à saúde foram exacerbados em alguns países pelo fracasso em adotar medidas de controle eficazes, através do distanciamento social, isolamento e quarentena”, aponta um dos documentos.

A avaliação é conduzida por respeitadas lideranças globais para examinar a resposta do mundo à pandemia do coronavírus, além de sugerir uma reforma ampla da estrutura internacional com o objetivo de que uma nova crise sanitária assole o mundo.

Sem citar o Brasil, a presidente do processo, Helen Clark, disse que líderes nacionais “desvalorizaram e rejeitaram a ciência, negaram severidade, demoraram para responder e venderam desconfiança a seus cidadãos”. “As consequências foram mortais”, disse a ex-primeira-ministra da Nova Zelândia.

O documento também indica entre os 28 países avaliados, incluindo o Brasil, os que já viveram surtos recentes e estavam mais dispostos a agir. Porém, alguns governantes se recusaram a tomar medidas. “Os países com resultados mais pobres tinham abordagens descoordenadas que desvalorizavam a ciência, negavam o impacto potencial da pandemia, atrasavam a ação abrangente e permitiam que a desconfiança minasse os esforços”, acusou.

“A negação de evidências científicas foi agravada pela falha da liderança em assumir a responsabilidade ou desenvolver estratégias coerentes destinadas a impedir a transmissão comunitária. Os líderes que pareciam céticos ou desdenhosos das evidências científicas emergentes corroíam a confiança pública, a cooperação e o cumprimento das intervenções de saúde pública”, completou. Com informações do jornalista Jamil Chade, do UOL. Foto: Bruno Kelly/ Reuters. Créditos: Rede Brasil Atual

terça-feira, 11 de maio de 2021

UFRJ fecha unidades por falta de pagamento


O corte de verbas nas Instituições Federais de Ensino Superior afeta o funcionamento das Universidades de todo o país. Os primeiros a perder são os trabalhadores terceirizados, da limpeza, segurança, ascensoristas, que sofrem desde o início do ano com atrasos no pagamento. 

Na UFRJ, a Faculdade Nacional de Direito decidiu fechar suas portas pela situação insustentável gerada pela falta dos serviços de limpeza, e foi seguida pela Escola de Comunicação. Ambas decidirão se vão seguir fechadas ou não na semana que vem, a depender do pagamento dos terceirizados, que neste mês estão há sete dias sem receber. O Colégio de Aplicação, que teve suas aulas atrasadas no início do ano pelo mesmo problema, também decidiu parar suas atividades a partir da quarta-feira (13), exceto o terceiro ano. No Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, os técnico-administrativos decidiram paralisar suas atividades nesta segunda-feira, até que a situação se resolva.

Esta situação já havia acontecido em fevereiro, quando a UFRJ adiou por duas semanas seguidas o início do seu calendário letivo. De lá para cá, os trabalhadores terceirizados da limpeza vem sofrendo com atrasos, pagamentos parciais, descontos por dias parados. Os porteiros de vários prédios, que também são terceirizados, foram mandados embora sem renovação do contrato, e por isso os seguranças patrimoniais estão fazendo dupla ou até tripla função, de recepção até abrir as salas para ter aula. Em vários prédios, os ascensoristas também foram mandados embora.

Em um comunicado oficial, o reitor Carlos Levi afirma que estava ciente da “possibilidade de paralisação” dos serviços de limpeza e segurança, e por isso esteve em contato desde a sexta-feira com o MEC, e que a liberação da verba teria ocorrido na segunda-feira de manhã. Mas a realidade dos centros e unidades na UFRJ demonstra como está sendo tratada a educação no Brasil, os corredores estão entupidos de lixo e os banheiros estão imundos. 

A paralisação dos serviços já está acontecendo, acontece parcialmente desde fevereiro, só que o descaso e o atraso dos pagamentos dos salários chegou em um nível insustentável para estes trabalhadores. Foto: SECOM.  Créditos: Esquerda Diário

sábado, 8 de maio de 2021

Na semana em que São Paulo atingiu 100 mil mortes por covid-19 governo flexibiliza atividades

Do início da pandemia de coronavírus até agora o estado de São Paulo já registrou mais de 100 mil mortes por covid-19, este número foi atingido nesta semana, o número de casos e de mortes continua alto, mesmo assim o governo estadual flexibilizou ainda mais as atividades no estado. 

 Com isso o que se viu foram muitos  carros nas ruas da capital, ruas de comércio popular e shoppings abarrotados de pessoas, sem distanciamento necessário recomendado pela saúde e principalmente ônibus e trens lotados.

Muitas pessoas se aglomeram em pontos de ônibus, várias pessoas sem máscara,  muitos passageiros reclamam da demora dos ônibus e quando chega no ponto já chega lotado.

quinta-feira, 6 de maio de 2021

Endividamento da população bate recorde

Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo mostra que o percentual de endividados chega a mais de 67,5% da população no mês de abril.  Pandemia da Covid-19 sem controle, desemprego em alta e redução do auxílio emergencial escancaram ainda mais a desigualdade no país. O endividamento dos mais pobres bate recorde no governo Bolsonaro.

Esse é o nível mais alto da pesquisa, também registrado em agosto do ano passado. O resultado de abril significa a quinta alta mensal seguida, com 0,2 ponto percentual de crescimento em relação a março.

A sondagem mensal do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, o Ibre/FGV, também aponta para 22,3% da população com renda de até R$ 2.100 se dizendo endividada em abril. Desde o início da série histórica, em maio de 2009, esse patamar de endividamento da classe mais baixa só foi observado em junho de 2016.

De fevereiro para março, a Serasa Experian computou mais de um milhão de inadimplentes no país, totalizando 62 milhões de pessoas endividadas. Foi o segundo maior avanço mensal de toda a série histórica. No recorte por setor, a inadimplência apurada pela Serasa é maior nos gastos com cartão de crédito e em contas básicas, como água e luz. Créditos: Rede Brasil Atual

quarta-feira, 5 de maio de 2021

Mortes de profissionais de enfermagem despencam após vacinação

Após a vacinação dos profissionais de enfermagem no país, as mortes entre eles despencaram. O Brasil chegou a ser um dos países em que mais morriam profissionais de enfermagem no mundo por Covid-19. 

Os óbitos entre eles, que vinham caindo no ano passado, explodiram de novo no começo de 2021, com a segunda onda da Covid, chegaram a 83 em março. E agora caíram para 24 em abril, numa queda de 71%.

A diminuição dos óbitos, segundo o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), pode ser creditada a diversos fatores, sendo o principal deles a imunização desses profissionais. “Ainda assim, as equipes continuam sobrecarregadas. Em especial com o advento da segunda onda, que foi mais agressiva”, diz Walkirio Costa Almeida, que integra o comitê de crise da entidade.

Infelizmente, existem alguns profissionais da área de saúde que se recusam a tomar a vacina. O Hospital da Zona Sul de Londrina, no norte do Paraná, informou ter registrado a morte por Covid-19 de dois profissionais que se recusaram a tomar a vacina contra a doença.

O Cofen registrou em abril 7 mortes na região Norte do Brasil, 3 no Nordeste, 5 no Centro-Oeste, 8 no sul e 1 no Sudeste. A Covid-19 já matou, no total, 776 profissionais de enfermagem no Brasil. Fonte: Folha de São Paulo. Créditos: Observatório do Terceiro Setor

sábado, 1 de maio de 2021

1º de Maio: Terceirização, e desmonte das leis

Ao invés de celebrar, neste 2021, a classe trabalhadora tem ainda mais motivos para reivindicar. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), durante o último ano de pandemia, houve uma redução de 8,8% nas horas trabalhadas, o que representa a perda de 255 milhões de empregos de tempo integral ao redor de mundo, quatro vezes mais do que em 2019.

Nos primeiros quatro meses do ano, a tendência se manteve, com a diminuição de 3% das horas trabalhadas em todo o planeta, equivalente a 90 milhões de empregos.

No Brasil a situação não é diferente, o país entra em 2021 com uma taxa de desemprego de 14,2%, quase 14 milhões de desocupados, de acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para aqueles que ainda possuem alguma renda, a informalidade foi a saída.

Cerca de 34 milhões de trabalhadores, quase 40% da população economicamente ativa do Brasil, está no setor informal. São as pessoas que fazem bico, diaristas, ambulantes, pessoas que trabalham como freelancer, entre outras.

“A gente chega nesse 1º de maio, a nível mundial, com uma situação de bastante debilidade da classe trabalhadora do ponto de vista estrutural.  Algo que vem de um processo mais amplo de erosão do trabalho assalariado”, analisa o sociólogo e professor da Universidade de Brasília (UnB), Ricardo Festi.

Na última terça-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro editou uma nova Medida Provisória autorizando a suspensão dos contratos de trabalho por até quatro meses, o adiamento do pagamento do fundo de garantia (FGTS) e a diminuição dos salários em até 70%. Em 2020, com uma MP similar, 1,5 milhão tiveram os salários reduzidos e 9,8 milhões os contratos suspensos.

A socióloga Tábata Berg identifica que a precarização se expressou um tripé: terceirização, uberização e desmonte das leis trabalhistas.

“A gente tem um desmonte progressivo da CLT, com propostas de reformas trabalhistas cada vez mais duras. Essa é a realidade para os trabalhadores em todo o mundo, mas é ainda mais perverso nesse contexto, com um contingente significativo de trabalhadores que nunca experimentaram direitos sociais e direitos trabalhistas”, aponta a também pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Se o panorama geral é negativo, ao fazer um recorte de gênero e raça é possível perceber que o cenário pode ser ainda pior. As mulheres negras são 60% da população desempregada, segundo o IBGE. Também são as que passam mais tempo buscando emprego, 24% de 3 a 6 meses, e 18% passaram até um ano.

Além disso, são as piores remuneradas, uma mulher negra ganha em médio R$10,95 por hora, enquanto as mulheres brancas ganham cerca de R$18,15 por hora trabalhada, já os homens brancos tiveram uma média de R$20,79 de remuneração, segundo levantamento de 2020 do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese).

Entre a juventude, quase um terço dos jovens brasileiros estão desempregados e 78% possui baixos salários ou contrários temporários.

A falta de renda gera uma reação em cadeia, com o aumento da fome da pobreza. Segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), 118 milhões de mulheres latino-americanas passaram a viver em situação de pobreza em 2020 – maior índice dos últimos 20 anos.

O Brasil voltou a fazer parte do mapa de fome da ONU, quase 60% dos lares brasileiros realizam menos de três refeições ao dia, com 125,6 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar. Por Michele de Mello. Edição: Marina Duarte de Souza. Créditos: Brasil de Fato