sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Guerra piora cenário econômico no Brasil

BBC-Com possibilidade de guerra entre Rússia e Ucrânia, as notícias não são boas para a economia no Brasil. 

O barril de petróleo foi negociado acima dos US$ 100 pela primeira vez desde 2014 ontem (24/2), após o início da invasão russa à Ucrânia, com bombardeios registrados em diversas cidades do país.

Ao mesmo tempo, os valores dos contratos de trigo e milho negociados na bolsa de Chicago chegaram a subir mais de 5% antes da abertura do mercado e atingiram o limite de alta após o início das negociações, que por conta disso foram temporariamente interrompidas.

Com a alta do milho e preocupações também com relação ao mercado de óleo de girassol - do qual a Ucrânia é o maior produtor do mundo - a soja também estava em alta no pregão desta quinta.

Até o dólar, que havia fechado a quarta-feira cotado a R$ 5, no menor valor desde junho de 2021, inverteu a tendência, e já é negociado acima dos R$ 5,10.

O combo formado por petróleo, grãos e dólar em alta, resultado da escalada da crise ucraniana, torna ainda mais complicado o cenário para a inflação no Brasil em 2022.

Segundo analistas, o movimento pode resultar em alta dos combustíveis, dos custos industriais e de alimentos básicos como pão e carnes, já que os grãos como milho e soja são utilizados na ração animal.

A magnitude dos reajustes, no entanto, vai depender da duração e da gravidade da crise no leste da Europa, já que os agentes do mercado devem se manter em espera durante esse primeiro momento de forte volatilidade, para aguardar os desdobramentos da guerra.

O choque internacional acontece num momento em que as coisas já não iam bem para a inflação brasileira.

Na quarta-feira, o IPCA-15, prévia da inflação de fevereiro, surpreendeu com uma alta de 0,99%, acima das expectativas dos analistas (0,87%) e maior resultado para o mês desde 2016, com alta de preços maiores do que o esperado em serviços e bens duráveis, como automóveis, eletroeletrônicos, eletrodomésticos e móveis.

Com as novas incertezas, as expectativas para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), medida oficial de inflação do país, devem continuar em alta.

Na segunda-feira, os analistas previam avanço de 5,56% para o IPCA em 2022, após seis semanas de revisões para cima da mediana das projeções no boletim Focus do Banco Central, que semanalmente consulta os economistas quanto às suas estimativas para a economia.

Com os cenários internacional e inflacionário mais turvos, o Banco Central tem um desafio a mais para definir os rumos da política monetária brasileira. Por Thais Carrança. Créditos: BBC Brasil

sábado, 19 de fevereiro de 2022

Privatização da Embrapa é denunciada por sindicato

Com quase 50 anos de história, a  Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapra) vem sendo atacada desde o golpe de 2016, que destituiu a presidenta eleita, Dilma Rouseff (PT), e esses ataques estão sendo cada vez mais intensos no governo de Jair  Bolsonaro, com o objetivo de sucatear as empresas públicas estratégicas para o desenvolvimento do país e colocar à disposição de corporações privadas.

Somente neste ano a Embrapa já sofreu um corte de mais de R$ 519 milhões de seu orçamento, e no início de setembro teve novo corte de mais de R$ 118 milhões. Para o ano que vem, o sindicato afirma que a redução proposta pelo governo federal é ainda mais severa.

Estes recorrentes cortes orçamentários vêm colocando em risco projetos, processos e atividades desenvolvidas pela empresa. A precariedade de recursos já atinge instalações e equipamentos e a dificuldade para manter de forma adequada campos experimentais, rebanhos e recursos genéticos, entre outros, já é uma realidade.

E se nada for feito, segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (SINPAF), as atividades de pesquisa serão paralisadas, os preços dos alimentos poderão ficar mais caros e ainda a segurança e a soberania alimentar estarão comprometidas.

 “A Embrapa tem papel fundamental no desenvolvimento e na soberania alimentar do nosso país. A ideia das conferências é mobilizar a sociedade e conscientizar a população sobre a importância de defender a ciência e tecnologia para um Brasil menos desigual, democrático e inclusivo. Defender a Embrapa pública é defender o Brasil e os brasileiros”, afirmou o pesquisador da Embrapa, engenheiro agrônomo com pós-doutorado em Agroecologia e Diretor de Ciência e Tecnologia do SINPAF, Mário Artemio Urchei. Imagem: f&f. Créditos CUT

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Comitê da Bacia do São Francisco acusa governo de manobra que privatiza a água

O Comitê Bacia do São Francisco (Organização que defende a preservação biodiversidade da Bacia Hidrográfica do do Rio São Francisco), divulgou uma nota (abaixo assinado), na qual acusa o governo Bolsonaro de mudar lei para criar mercado privado de água. Veja o que diz nota:

Está em curso uma manobra do governo Bolsonaro de criar o mercado privado de água no Brasil, inclusive alterando a Lei 9.433 de 1997. Essas alterações se aprovadas privatizam e criam o mercado privado de águas, no qual os que não possuem outorga perdem o direito ao acesso à água.

Buscando alertar e mobilizar diferentes setores de nossa sociedade sensíveis ao tema da água como um direito de existência humana, um direito da natureza e evitando a formação de oligopólios e cartéis que se apropriam da água, e defendendo que ela deve servir à todos e ao desenvolvimento dos mais pobres, é que estamos repassando este abaixo assinado.

Ele é de iniciativa do Comitê da Bacia do São Francisco, ele pode e deve ser reproduzido em outros comitês, mas aqueles e aquelas organizações que quiserem se somar à esta iniciativa serão muito bem vindos. Abraços. 
Osvaldo Aly Junior – Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA). Foto: Ministério da Integração. Link da nota: https://docs.google.com/forms/u/0/d/e/1FAIpQLSdMec8nm-CKuJFKpItSRbVW74agAGBLqVbP4bq24Dz-crRS6A/formResponse

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Presença da Rússia na América Latina preocupa EUA

O subsecretário de Estado para o Hemisfério Ocidental dos EUA, Brian Nichols, disse estar preocupado por a "Rússia e outros países" tentarem criar um conflito na região, referindo-se à cooperação militar entre Moscou e Caracas.

"Minha preocupação é que a Rússia e outros países tentem introduzir um conflito em nosso hemisfério", afirmou Nichols em uma entrevista publicada no jornal El Tiempo.

Ao ser questionado sobre os relatos das autoridades colombianas (citadas pelo jornal), segundo as quais a Venezuela moveu tropas para junto da fronteira com a ajuda da Rússia e Irã, o funcionário da Casa Branca assegurou que "a presença, seja com tecnologia estrangeira ou atores estrangeiros, na fronteira com a Colômbia, é muito preocupante".

Além disso, referiu-se às declarações do vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, que não descartou uma possível implantação de infraestrutura militar na Venezuela e Cuba.

"Não respondemos a cada fanfarronice da Rússia, mas levamos a sério os esforços para provocar um conflito neste hemisfério e desestabilizar a região ou interferir nas sanções internacionais contra a Venezuela. Isso é problemático", adicionou.

Na semana passada, a subsecretária de Estado para Assuntos Políticos da Casa Branca, Victoria Nuland, durante uma visita a Bogotá, declarou que o país enfrenta "ameaças de atores externos contra suas redes públicas e privadas", especialmente, "no contexto das eleições que se aproximam", e mencionou como exemplo a "interferência eleitoral russa em 2016". Foto: Maxim. Créditos: Sputnik Brasil

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Lula afirma que vai mudar política de preços da Petrobras


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem (3), que caso vença as eleições deste ano, pretende acabar com a atual política de preço dos combustíveis praticada pela Petrobras, vinculados ao mercado externo e ao dólar. 

A prática, adotada por Michel Temer após o golpe de 2016, levou ao aumento recorde nos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha no governo de Jair Bolsonaro. Apenas em 2021, a gasolina subiu quase 50%.

“Nós não vamos manter o preço da gasolina dolarizado”, postou Lula em suas redes sociais. O ex-presidente afirmou não ser justo com o país, e que o governo tem mecanismos para não impactar os mais pobres pela alta dos combustíveis.

Em vez disso, o que o atual governo faz é privilegiar a distribuição dos lucros da estatal entre uma pequena parcela da população. “É importante que o acionista receba seus dividendos quando a Petrobras der lucro, mas eu não posso enriquecer o acionista e empobrecer a dona de casa que vai comprar um quilo de feijão e paga mais caro por causa da gasolina.”

Lula lidera todas as pesquisas de intenções de votos para o pleito de outubro. Bolsonaro segue em segundo lugar, com seu governo envolto em inflação, denúncias de diferentes crimes e crise econômica, além da gestão desastrosa durante a pandemia de covid-19, que levou o Brasil a ser o país com mais mortos em 2021 e o segundo desde o início da pandemia, em março de 2020. Imagem: EBC. Créditos: Rede Brasil Atual