quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Prefeita comemora reeleição de calcinha e com lata de cerveja


A prefeita de Monteiro Edna Henrique (PSDB)comemorou a sua reeleição andando nas ruas da cidade com uma calcinha verde, cor de sua campanha, por cima da calça, conforme comprova a foto, na qual ela também aparece com uma lata de cerveja na mão.
Edna foi reeleita nas eleições municipais do último domingo com 9260, o que corresponde a 51,70% dos votos válidos, contra 8650 (48,30%) do petebista Juraci Conrado.
WSCOM

Líder do PT na Câmara pede que STF use mesmos critérios para julgar mensalão do PSDB


Líder do PT na Câmara pede que STF use mesmos critérios para julgar mensalão tucano O líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto, afirmou hoje (10) esperar que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) mantenham a linha de raciocínio adotada para o julgamento da Ação Penal 470, conhecida como mensalão, ao julgar o mensalão do PSDB em Minas Gerais e a compra de votos no Congresso para aprovar a emenda que possibilitou a reeleição de Fernando Henrique Cardoso.
“Só espero que essa referência do STF continue. Tenha o mesmo tratamento com os acusados do PSDB, tanto do ponto de vista da reeleição do Fernando Henrique Cardoso como do Azeredo”, disse Tatto. Uma das citações diz respeito à acusação de que senadores e deputados receberam suborno para aprovar a emenda que alterou a Constituição para permitir a reeleição para cargos do Executivo, o que abriu caminho para o segundo mandato de FHC. A segunda questão é o mensalão do PSDB em Minas Gerais, um esquema de caixa dois implementado na década de 1990 durante a administração de Eduardo Azeredo, hoje senador, que nega envolvimento no caso. Seria este o embrião do esquema depois usado em Brasília, agora em julgamento no STF. 
A afirmação do deputado foi feita durante reunião com integrantes dos diretórios estaduais do partido em São Paulo. O encontro foi convocado para traçar a estratégia partidária para o segundo turno, mas mudou de tom após a condenação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e do ex-presidente do PT José Genoino. Na véspera, a maioria dos ministros do STF decidiu condená-lo por julgar que participaram do esquema conhecido como mensalão. 
“Espero que o que está acontecendo com o Brasil agora no STF dê continuidade. E acho que vai dar porque há uma mudança de comportamento dos próprios ministros. Já que está mudando, tem de mudar para valer”, disse o parlamentar. “Vamos continuar governando e mudando a cara do Brasil cada vez mais. Vamos fazer a disputa política no segundo turno. Não há nada que modifique a nossa história. O PT tem uma história bonita e nós vamos dar continuidade.” 
O deputado afirmou não acreditar que a condenação tenha efeito sobre o segundo turno das eleições municipais. O partido disputa diretamente 22 cidades, sendo seis capitais, e até agora conquistou 624 administrações, 12% a mais em relação a 2008. “Estamos fazendo a disputa nas cidades e as pessoas estão preocupadas com problemas de saneamento, saúde, creche”, afirmou. “Vai ganhar a eleição quem conseguir apresentar a melhor proposta para os problemas da cidade. Vai quebrar a cara quem tentar usar a desgraça dos outros para ganhar eleição.”
Rede Brasil Atual

Genoino ataca 'tirania' do STF e denuncia 'campanha de ódio' contra o PT


Genoino ataca 'tirania' do STF e denuncia 'campanha de ódio' contra o PT O ex-deputado José Genoino divulgou hoje (10) uma “Carta Aberta ao Brasil” em que questiona fortemente a decisão do STF de condená-lo sem provas na Ação Penal 470, conhecida por processo do “mensalão”. Segundo Genoino, a Suprema Corte errou e cometeu uma injustiça “monumental”. Ele afirma que o julgamento se transformou na “tirania da hipótese pré-estabelecida” ao tomar por base uma acusação “escabrosa” que prescindiu de evidências, provas e testemunhas.
No documento, Genoino ataca a “sistemática campanha de ódio” contra o PT e o projeto político que governa o país desde a primeira posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. Esse projeto, segundo ele, “incomoda setores reacionários incrustados em parcelas dos meios de comunicação, do sistema de justiça e das forças políticas” que nunca aceitaram a vitória petista. Ele também deixará o cargo de assessor especial do Ministério da Defesa.
A carta foi distribuída durante reunião do Diretório Nacional do PT, que está sendo realizada em São Paulo. Leia a íntegra abaixo:
Carta Aberta ao Brasil
Eles passarão, eu passarinho.Mário Quintana
Dizem, no Brasil, que as decisões do Supremo Tribunal Federal não se discutem, apenas são cumpridas. Devem ser assumidas, portanto, como verdades irrefutáveis. Discordo. Reservo-me o direito de discutir, aberta e democraticamente com todos os cidadãos do meu país, a sentença que me foi imposta e que serei obrigado a cumprir.
Estou indignado. Uma injustiça monumental foi cometida!
A Corte errou. A Corte foi, sobretudo, injusta. Condenou um inocente. Condenou-me sem provas. Com efeito, baseada na teoria do domínio funcional do fato, que, nessas paragens de teorias mal-digeridas, se transformou na tirania da hipótese pré-estabelecida, construiu-se uma acusação escabrosa que pôde prescindir de evidências, testemunhas e provas.
Sem provas para me condenar, basearam-se na circunstância de eu ter sido presidente do PT. Isso é o suficiente? É o suficiente para fazerem tabula rasa de todo uma vida dedicada, com grande sacrifício pessoal, à causa da democracia e a um projeto político que vem libertando o Brasil da desigualdade e da injustiça.
Pouco importa se não houve compra de votos. A tirania da hipótese pré-estabelecida se encarrega de “provar” o que não houve. Pouco importa se eu não cuidava das questões financeiras do partido. A tirania da hipótese pré-estabelecida se encarrega de afirmar o contrário. Pouco importa se, após mais de 40 anos de política, o meu patrimônio pessoal continua o de um modesto cidadão de classe média. Esta tirania afirma, contra todas as evidências, que não posso ser probo.
Nesse julgamento, transformaram ficção em realidade. Quanto maior a posição do sujeito na estrutura do poder, maior sua culpa. Se o indivíduo tinha uma posição de destaque, ele tinha de ter conhecimento do suposto crime e condições de encobrir evidências e provas. Portanto, quanto menos provas e evidências contra ele, maior é a determinação de condená-lo. Trata-se de uma brutal inversão dos valores básicos da Justiça e de uma criminalização da política.
Esse julgamento ocorre em meio a uma diuturna e sistemática campanha de ódio contra o meu partido e contra um projeto político exitoso, que incomoda setores reacionários incrustados em parcelas dos meios de comunicação, do sistema de justiça e das forças políticas que nunca aceitaram a nossa vitória. Nessas condições, como ter um julgamento justo e isento? Como esperar um julgamento sereno, no momento em que juízes são pautados por comentaristas políticos?
Além de fazer coincidir matematicamente o julgamento com as eleições.
Mas não se enganem. Na realidade, a minha condenação é a tentativa de condenar todo um partido, todo um projeto político que vem mudando, para melhor, o Brasil. Sobretudo para os que mais precisam.
Mas eles fracassarão. O julgamento da população sempre nos favorecerá, pois ela sabe reconhecer quem trabalha por seus justos interesses. Ela também sabe reconhecer a hipocrisia dos moralistas de ocasião.
Retiro-me do governo com a consciência dos inocentes. Não me envergonho de nada. Continuarei a lutar com todas as minhas forças por um Brasil melhor, mais justo e soberano, como sempre fiz.
Essa é a história dos apaixonados pelo Brasil que decidiram, em plena ditadura, fundar um partido que se propôs a mudar o país, vencendo o medo. E conseguiram. E, para desgosto de alguns, conseguirão. Sempre.
São Paulo, 10 de outubro de 2012
José Genoino Neto
Rede Brasil Atual

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Vereadora eleita de 18 anos passou em 7 vestibulares


No dia 26 de setembro, Jayana Nicaretta da Silva comemorava o aniversário de 18 anos. Onze dias depois, a comemoração era outra: a eleição como vereadora do município onde mora, União do Oeste, no Oeste de Santa Catarina.
Ela é a vereadora mais jovem do estado, pelo Partido Progressista (PP), e uma das mais jovens do país. Com 133 votos, de um total de 2.523, ela foi a quarta mais votada do município. Notícia que recebeu logo após saber que passou em sete vestibulares, três deles em universidades federais.
Na Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) e na Universidade Federal Fluminense (UFF) Jayana passou no curso de engenharia de petróleo. Na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) conseguiu uma vaga no curso de engenharia de energias. Na Pontífica Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), na Universidade de Uniguaçu, na Universidade de Pelotas e na Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) passou nos processos seletivos para medicina veterinária.
Diante das opções, ela decidiu cursar engenharia de petróleo na Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), no Rio Grande do Sul, mas garante que a prioridade será a Câmara de Vereadores de sua cidade. “Vou começar em Pelotas, mas quero tentar transferir para Balneário Camboriú. Além disso, vou trancar algumas matérias e fazer o curso em parcelas, para conseguir conciliar”, afirma ela.
Pela legislação eleitoral, é preciso ter 18 anos no dia da posse, em 1º de janeiro. Porém, apenas seis jovens todo o país se elegeram com 17 anos. No caso de Jayana, explicar porque uma garota tão jovem que adora festas, balada com as amigas, cinema, livros, filosofia e viajar, além do tradicionalismo gaúcho, tenha priorizado a política não é tão difícil.
A vida política
Quando ela nasceu, em 1994, o pai, João Lário da Silva, já era vereador da cidade. Ela ainda acompanhou outras duas eleições dele como vereador, mas foi quando ele foi prefeito que ela começou a admirar a política. Na época com 10 anos, lembra que gostava de distribuir propagandas, vestir a camisa com a sigla do partido e até de fazer campanha de casa em casa. Algumas vezes chegou a brincar que queria ser política.
Aos 14, não era apenas um comentário despretensioso a amigos e colegas de aula. “Quando os outros estavam fazendo campanha, pensei em começar a minha e me preparei”, conta ela, cujas propostas incluiam trabalhar com inteligência e renovação, sobretudo pelas mulheres e jovens.
Apesar disso, ela esperou contar aos amigos para só então contar ao pai. Não esperou que ele manifestasse nenhum desejo de voltar à vida política, após alguns anos afastado. “Ele me apoiou, me orientou e ficou muito orgulhoso. Se estava pensando em se candidatar, desistiu na hora”, diverte-se ela, ao lembrar da reação do pai. No fim, ele acabou servindo de professor. “Ele me orientava a sair de casa e pedir votos, tomar chimarrão com as pessoas. E sempre que me via em casa sem fazer nada, brigava comigo para sair e fazer campanha”, conta.
Assim, a garota que acabou de passar em sete vestibulares, antes dedicada aos estudos, aos amigos, a passatempos e a cuidar de si, começou a pensar no cuidado de uma cidade, além de incluir na rotina muitas cuias de chimarrão, um costume típico do Rio Grande do Sul e comum na região Oeste do estado. “Sempre tomei em casa, mas durante a campanha tomei muito mais. Também aprendi a acordar cedo, dormir tarde e às vezes ficar sem almoço”, diz.
O lado ruim, segundo ela, é a rivalidade que existe entre os partidos. “Só me incomodo quando os amigos se afastam por política. Eu sempre tentei separar mas acaba afetando”, afirma. Durante a campanha, ela comenta que chegou a ir parar na delegacia, com um Boletim de Ocorrência registrado contra ela. “Teve uma suposta acusação durante a minha campanha de uma tentativa de furto, mas logo consegui comprovar que era apelação política”, diz ela.
Além disso, ela também afirmou no Facebook que chegou a receber a culpa por equívocos cometidos pelo pai enquanto era político. Ele foi condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e ficou inelegível por alguns anos. Sobre isso, ela afirma que, apesar disso, a questão de ser filha dele mais ajudou do que atrapalhou. “Mas alguns não votaram por eu ser filha dele ou não deixaram seus filhos votarem. É uma pena, pois eu deixei sempre claro que penso diferente, que as ideias e a vontade de fazer algo são minhas”, afirma ela.
“Cada voto é um compromisso e essa é a primeira coisa que me vem à mente quanto penso sobre meu mandato”,  afirma Jayana, decidida a começar no dia 1º de janeiro cheia de ideias e propostas.
G1e Focando a Notícia

Mais de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão


Mais de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A organização alertou nessa terça (9), véspera do Dia Mundial da Saúde Mental, para a necessidade de combater o estigma em torno da doença e incentivar que os governos implementem tratamentos para combater o transtorno. Pelos dados da OMS, pelo menos 5% das pessoas que vivem em comunidade sofrem de depressão.
“Temos alguns tratamentos muito eficazes para combater a depressão. Infelizmente só metade das pessoas com depressão recebe os cuidados de que necessitam. De fato, em muitos países, o número é inferior a 10%”, disse o diretor do Departamento de Saúde Mental e Abuso de Substâncias, Shekhar Saxena. “É por isso que a OMS está trabalhando com os países na luta contra a estigmatização como ato essencial para aumentar o acesso ao tratamento.”
A OMS define depressão como um transtorno mental comum, caracterizado por tristeza, perda de interesse, ausência de prazer, oscilações entre sentimentos de culpa e baixa autoestima, além de distúrbios do sono ou do apetite. Também há a sensação de cansaço e falta de concentração.
A depressão pode ser de longa duração ou recorrente. Na sua forma mais grave, pode levar ao suicídio. Casos de depressão leve podem ser tratados sem medicamentos, mas, na forma moderada ou grave, as pessoas precisam de medicação e tratamentos profissionais. A depressão é um distúrbio que pode ser diagnosticado e tratado por não especialistas, segundo a OMS. Mas o atendimento especializado é considerado fundamental. Quanto mais cedo começa o tratamento, melhores são os resultados.
Vários fatores podem levar à depressão, como questões sociais, psicológicas e biológicas. Estudos mostram, por exemplo, que uma em cada cinco mulheres que dão à luz acaba sofrendo de depressão pós-parto. Especialistas recomendam que amigos e parentes da pessoas que sofrem de depressão participem do tratamento.
Em 1992, a Federação Mundial para Saúde Mental lançou o Dia Mundial de Saúde Mental na tentativa de aumentar a conscientização sobre as questões na área e estimular a discussão sobre os transtornos mentais e a necessidade de ampliar os investimentos na prevenção, na promoção e no tratamento
Agência Brasil e Focando  a Notícia

Comer tomates reduz risco de AVC


Comer tomates, ricos em licopeno, um potente antioxidante, reduz o risco de sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral), revela estudo finlandês publicado nesSa segunda-feira nos Estados Unidos.
A pesquisa, que aparece na revista da American Academy of Neurology, indica que pessoas com taxas mais elevadas de licopeno no sangue têm 55% menos possibilidade de sofrer um AVC do que pessoas com taxas mais baixas deste antioxidante.
O estudo foi realizado na Finlândia com 1031 homens de entre 45 e 65 anos. A taxa de licopeno no sangue foi medida antes da pesquisa e os participantes, monitorados durante doze anos em média, por um período no qual 67 sofreram algum tipo de acidente vascular cerebral.
Entre os 258 homens com baixas taxas de licopeno no sangue 25 sofreram AVC, contra apenas 11 no grupo de taxas mais elevadas, também com 259 indivíduos.
Os resultados foram, inclusive, mais definitivos quando os pesquisadores levaram em conta apenas os AVCs provocados por coágulo no sangue, e não por hemorragia. Nestes casos, os participantes com níveis mais altos de licopeno apresentam um risco 59% menor de sofrer um AVC por coágulo em relação aos que apresentam taxas mais baixas.
“Esta pesquisa vem para consolidar as virtudes de um regime alimentar rico em frutas e verduras para reduzir o risco de acidente vascular”, assinala Jouni Karppi, da Universidade do Leste da Finlândia, em Kuopio, um dos principais autores do trabalho.
Focando a Notícia

Mesmo com admissão de falta de provas, STF condena Dirceu, Genoino e Delúbio


Mesmo com admissão de falta de provas, STF condena Dirceu, Genoino e DelúbioO Supremo Tribunal Federal (STF) condenou hoje (9) o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e os ex-dirigentes do PT José Genoino e Delúbio Soares pelo crime de corrupção ativa. No prosseguimento do julgamento da Ação Penal 470, mais conhecida como processo do mensalão, votaram os ministros José Antônio Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello. Ainda restam os votos dos ministros Celso de Mello e Carlos Ayres Britto, mas o placar até aqui já garante a condenação de Dirceu (seis a dois), Genoino (sete a um) e Delúbio (oito a zero).
Também já estão condenados por oito votos a zero pelo crime de corrupção ativa o empresário Marcos Valério e os réus ligados às suas empresas (Cristiano Paz, Ramon Hollerbach e Simone Vasconcelos). O ex-ministro dos Transportes, Anderson Adauto, foi absolvido por unanimidade e a ex-funcionária da empresa SMP&B, Geiza Dias, foi absolvida por sete votos a um. Outra pessoa ligada a Valério, o advogado Rogério Tolentino, foi condenado pelo placar de seis a dois.
José Genoino teve até aqui somente o voto do revisor do processo do mensalão, ministro Ricardo Lewandowski, por sua absolvição. José Dirceu foi absolvido também por Dias Toffoli, mas foi condenado pelos outros ministros que já votaram.
Ao votar, Cármen Lúcia fez um gesto de desagravo ao citar “a história pessoal” de Genoino: “O juiz, infelizmente, não julga histórias, porque as histórias às vezes são feitas de desvios que seriam impensáveis de serem praticados em outra circunstância. Não estamos julgando a história de pessoas que, em diversas ocasiões, tiveram vidas retas. A vida é como uma estrada, às vezes a gente anda mil quilômetros de maneira correta, mas, em um determinado momento, vai trocar a estação do rádio do carro e acaba causando um acidente e tendo que responder por isso. Não estou julgando as histórias, porque tenho conhecimento das histórias das pessoas que fazem o Brasil”, disse.
Sobre Delúbio, Marco Aurélio disse que, “se tivesse a desenvoltura intelectual e material a ele atribuída, provavelmente não seria apenas o tesoureiro do partido, mas, quem sabe, teria chegado a um cargo muito maior”. O ministro disse ainda que “apontar Delúbio como bode expiatório” é algo que “subestima a inteligência mediana”.

Divergência quanto a Dirceu

Seguindo na mesma linha do revisor do processo, ministro Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli afirmou que inexistem nos autos provas contra José Dirceu, a não ser a prova testemunhal do delator do mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson, classificado como “inimigo figadal” do ex-ministro, expressão também já utilizada pelo revisor.
Cármen Lúcia admitiu que “não há nenhum documento assinado por ele [Dirceu] que levasse à comprovação dos atos que lhe são imputados”, mas preferiu basear seu voto em outras evidências: “A partir das declarações de Delúbio Soares, e tida a sua fala, percebe-se que ele tinha respaldo. Houve as ligações de Marcos Valério e as reuniões. Seriam reuniões normais para um chefe da Casa Civil, porém foram feitas com os mesmos personagens e nas datas que coincidem com a distribuição de recursos e obtenções de vantagens”, disse.

Revisor isenta Genoino

Logo no início da sessão de hoje, Ricardo Lewandowski pediu a palavra para entregar alguns documentos aos colegas e rebater a afirmação, sustentada pelo relator Joaquim Barbosa e pelos ministros Rosa Weber e Luiz Fux nas últimas sessões, de que José Genoino teria sido avalista dos empréstimos que verteram recursos para o chamado valerioduto: “Não houve o aval conjunto de Valério e Genoino no mesmo documento. Não há assinatura conjunta no primeiro contrato”, disse.
O revisor entregou aos outros ministros cópias de um laudo, presente nos autos, atestando que os empréstimos do PT avalizados por Genoino não foram incluídos no valerioduto: “Portanto, isso não serviu para a lavagem de dinheiro e também não serviu como meio de irrigar campanhas ou para a eventual compra de votos”, disse, antes de afirmar que “Genoino está sendo denunciado e será eventualmente condenado pelo simples e objetivo fato de ter sido presidente do Partido dos Trabalhadores à época [dos fatos]”.
Lewandowski, pela primeira vez neste processo, fez queixas sobre a cobertura da mídia conservadora, que o tem colocado invariavelmente no papel de vilão por contrariar a postura condenatória adotada pela maioria do STF no julgamento do mensalão: “Estou sempre no espírito de colaborar com Vossas Excelências, jamais no espírito de contestar um colega. No final de semana prolongado, esse aspecto [a imprecisão quanto à participação de Genoino nos empréstimos] foi um pouco explorado, inclusive pela mídia, que disse que houve um erro factual de minha parte. Eu me sinto no dever de vir a público mostrar a minha versão dos fatos”, disse.
O julgamento do mensalão prosseguirá amanhã (10), com os votos dos ministros Celso de Mello e Carlos Ayres Britto.
Rede Brasil Atual