O líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto, afirmou hoje (10) esperar que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) mantenham a linha de raciocínio adotada para o julgamento da Ação Penal 470, conhecida como mensalão, ao julgar o mensalão do PSDB em Minas Gerais e a compra de votos no Congresso para aprovar a emenda que possibilitou a reeleição de Fernando Henrique Cardoso.
“Só espero que essa referência do STF continue. Tenha o mesmo tratamento com os acusados do PSDB, tanto do ponto de vista da reeleição do Fernando Henrique Cardoso como do Azeredo”, disse Tatto. Uma das citações diz respeito à acusação de que senadores e deputados receberam suborno para aprovar a emenda que alterou a Constituição para permitir a reeleição para cargos do Executivo, o que abriu caminho para o segundo mandato de FHC. A segunda questão é o mensalão do PSDB em Minas Gerais, um esquema de caixa dois implementado na década de 1990 durante a administração de Eduardo Azeredo, hoje senador, que nega envolvimento no caso. Seria este o embrião do esquema depois usado em Brasília, agora em julgamento no STF.
A afirmação do deputado foi feita durante reunião com integrantes dos diretórios estaduais do partido em São Paulo. O encontro foi convocado para traçar a estratégia partidária para o segundo turno, mas mudou de tom após a condenação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e do ex-presidente do PT José Genoino. Na véspera, a maioria dos ministros do STF decidiu condená-lo por julgar que participaram do esquema conhecido como mensalão.
“Espero que o que está acontecendo com o Brasil agora no STF dê continuidade. E acho que vai dar porque há uma mudança de comportamento dos próprios ministros. Já que está mudando, tem de mudar para valer”, disse o parlamentar. “Vamos continuar governando e mudando a cara do Brasil cada vez mais. Vamos fazer a disputa política no segundo turno. Não há nada que modifique a nossa história. O PT tem uma história bonita e nós vamos dar continuidade.”
O deputado afirmou não acreditar que a condenação tenha efeito sobre o segundo turno das eleições municipais. O partido disputa diretamente 22 cidades, sendo seis capitais, e até agora conquistou 624 administrações, 12% a mais em relação a 2008. “Estamos fazendo a disputa nas cidades e as pessoas estão preocupadas com problemas de saneamento, saúde, creche”, afirmou. “Vai ganhar a eleição quem conseguir apresentar a melhor proposta para os problemas da cidade. Vai quebrar a cara quem tentar usar a desgraça dos outros para ganhar eleição.”
Rede Brasil Atual
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