terça-feira, 23 de outubro de 2012

Terroristas ao serviço da OTAN


Síria rebeldes OTAN oposiçãoO número total de vítimas da guerra civil na Síria, de acordo com dados não oficiais, atingiu 30 mil pessoas. Ao apoiar a oposição síria, os Estados Unidos, a União Europeia e a OTAN não imaginavam no que iria se transformar a democracia na Síria.

Thierry Meyssan, cientista político e proprietário da rede social de oposição Voltaire, explica a Voz da Rússia como inicialmente eram esses rebeldes:
"Quem compõe esses grupos armados? Inicialmente eram integrados por sírios. Estes homens haviam sido recrutados entre os camponeses, os mais pobres da comunidade rural. Eles se juntaram às correntes fundamentalistas do Islã. Seu líder espiritual era Sheikh Abdel Basset Sid, que estava agindo da Arábia Saudita. Ele tem sua própria rede de televisão e dava ordens diretas a seus seguidores sírios. O tema chave de seu ensino é Cristãos para Beirute! Alauítas para a cova!. Esses grupos sírios têm recebido apoio externo, sob a forma de armas e combatentes estrangeiros."
A seguir o comentário do especialista sírio em assuntos internacionais, Mohammad Al-Batal:
"Estes são principalmente mercenários de outros países árabes, especialmente de Magrebe, ou seja, Líbia, Tunísia, Argélia, Marrocos, e assim por diante. O Iêmen é uma das principais fontes para recrutar combatentes, especialmente no sul do país, na região de Abyan, cidade Dzhaar, onde há uma grande percentagem dos terroristas daAl-Qaeda. São estes os países que enviam combatentes para a Síria."
O Sr. Meyssan adverte que ao se falar de guerra civil na Síria, deve-se separar a luta política do conflito armado. Exigências da oposição política são fundamentalmente diferentes da retórica dos líderes das milícias. Segundo Thierry Meyssan, os rebeldes nunca tiveram objetivos democráticos.
O cientista político Mohammed al-Batal também nota o fator étnico-religioso no conflito sírio:
"Do ponto de vista religioso, o maior percentual dos rebeldes pertence aos árabes sunitas. Eles são recrutados em mesquitas por pseudo-líderes religiosos, dizendo-lhes que eles vão para o paraíso por matar infiéis. Alguns deles nem mesmo estão interessados no paraíso, eles querem ganhar dinheiro. São oferecidas a eles grandes somas, muitas vezes superiores ao salário médio de um trabalhador na maioria dos países árabes."
Considerando a rejeição árabe dos tradicionais valores humanitários europeus, é bem possível que ao invés do secular autoritarismo da dinastia Assad, a OTAN vai acabar tendo uma espécie do Taliban na Síria. Radicais islâmicos aprenderam a usar habilmente o vácuo de ideologia e poder em regimes seculares. Veja-se, por exemplo, o Afeganistão.

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