Cientistas britânicos alertaram para um possível surto global de uma grave infeção viral. O reconhecido virulogista britânico John Oxford, do hospital Queen Mary’s da Universidade de Londres, considera que a epidemia deverá ter início durante os próximos cinco anos.
Algumas publicações na Internet associam a recente morte de um cidadão britânico de 38 anos, contagiado no Afeganistão no casamento de um irmão, com o início de uma nova epidemia. A mortalidade irá, dizem, ultrapassar os 30% da população.
Entretanto, uma série de peritos supõe que houve uma certa confusão que misturou várias histórias diferentes. O britânico que efetuou a viagem fatal ao Afeganistão faleceu vítima da febre hemorrágica viral da Criméia e do Congo. Essa doença é combatida com sucesso e já há muito tempo,pelos médicos na Europa, refere o chefe de laboratório do Instituto Central de Investigação Epidemiológica Alexander Platonov:
“Se trata de uma doença bem conhecida, descoberta por cientistas russos. Cerca de cem pessoas adoecem todos os anos na Rússia. Na Turquia adoecem mais de mil. O número de óbitos devido a essa enfermidade, bastante grave, não é de 30%. Com um bom tratamento (como, por exemplo, na Rússia) é de 2%, na Turquia é de 5%.”
Realmente, nas publicações sobre o "vírus do Armagedão" se trata de pelo menos duas doenças diferentes. Independentemente do caso da febre da Criméia e do Congo, os médicos detetaram um vírus novo da família da pneumonia atípica, a doença que em 2003 matou várias centenas de pessoas. O novo vírus foi detetado pelo laboratório londrino da Agência de Proteção da Saúde.
Tudo leva a crer que é a isso que o virulogista John Oxford se refere. Na sua opinião, o mundo deve aguardar uma nova gripe espanhola em 2018. Recordemos que a primeira pandemia da gripe, batizada pelos contemporâneos de gripe espanhola, atingiu o mundo no final da segunda década do século passado. Na sua entrevista à Voz da Rússia, o professor John Oxford faz uma associação direta entre esses acontecimentos e os nossos dias:
“Eu não referi o ano de 2018 ao acaso. É o ano em que se cumprem exatamente cem anos desde o alastramento da epidemia de gripe espanhola em 1918. Este será um vírus que, minha opinião, terá origem nas aves. Nós já assistimos a vários vírus semelhantes: em 1958, em 1968 e em 2009. Mas nenhum deles foi tão terrível como o de 1918. Neste século ainda não houve nenhuma epidemia semelhante até 2009. É por isso que penso que a próxima será em 2018.”
Muitos peritos, contudo, preferem não dramatizar os acontecimentos. Segundo declaram, estamos permanentemente a descobrir novos vírus e isso não é motivo para entrar em pânico. Alexander Platonov considera:
“É um vírus novo. Ele parece se transmitir pelos morcegos. Já foram estudadas mais de 50 pessoas que estiveram em contacto com o doente e que não foram infetadas. Este caso irá ter o seu desenvolvimento, mas é um fenômeno comum. Todos os anos descobrimos alguns vírus novos. Realmente, esses vírus são transmitidos aos humanos, na sua maioria, por animais porque a maioria dos vírus transmitidos aos humanos por outros humanos já são conhecidos há muito tempo. O professor londrino ligou mais uma vez a cassete que refere que "vamos todos morrer". Eu acho que não. Se a humanidade não morreu sem ajuda médica adequada durante os séculos e milênios que conhecemos, por que é que deve piorar assim tanto durante os próximos cinco anos?”
Claro que as palavras do perito sossegam, mas não muito, visto que não podemos escapar ao fato de o mundo ser abalado, de tempos a tempos, por epidemias mortais, o que significa que temos de voltar a passar pelo funil da evolução, morrendo como indivíduos e renascendo como espécie.
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