O Irã fez novas propostas para regularizar o conflito na Síria. O vice-ministro das Relações Exteriores do Irã para Assuntos Árabes e Africanos, Hussein Amir Abdolahian, que chegou recentemente a Moscou para discutir este tema no Ministério das Relações Exteriores da Rússia, concedeu uma entrevista exclusiva à Voz da Rússia.
– A República Islâmica do Irã considera que o problema sírio possa ser resolvido com meios políticos. Tal é a essência da nossa proposta. Na ótica de Teerã, o governo de transição deve ser formado na presença de Bashar Assad, como presidente legítimo da Síria.
Neste governo de concórdia popular, constituído por representantes de diferentes camadas sociais, poderiam entrar oposicionistas não envolvidos em assassinatos cometidos nos últimos tempos. Deste modo, serão criadas condições para efetuar novas eleições parlamentares e, posteriormente, presidenciais nos prazos estabelecidos.
– E quem irá estabelecer tais prazos?
– O Governo da Síria. Há também prazos oficiais de realização das eleições. A principal condição consiste em que as eleições decorram numa situação tranquila. Consideramos que a ONU também possa desempenhar seu papel na tranquilização da situação na Síria. Hoje, no país, também operam terroristas, cuja atividade cria ameaças para todos.
O fim do apoio estrangeiro aos grupos armados da oposição é mais uma condição. Enquanto não for feito isso, não será possível formar um governo de transição. O momento-chave da nossa iniciativa consiste em que os próprios sírios devem decidir seu futuro. Nenhum outro país pode se reservar deste direito.
– Será que isso significa que, segundo estas propostas, o presidente Assad deve desempenhar suas funções até o fim de seu mantado em 2014?
– Destacando que atualmente o Sr.Bashar Assad é presidente legítimo da Síria. Mas no quadro do diálogo nacional e da formação de um governo de transição podem ser acordados adicionalmente prazos de novas eleições. Não deve ser esquecido contudo que inicialmente devem ser efetuadas eleições parlamentares. A seguir, devem ser formados órgãos de poder legislativo. E só posteriormente devem ser realizadas as eleições presidenciais.
O fim da violência no país é mais uma condição necessária. Só terroristas, agrupamentos armados e alguns políticos irresponsáveis aspiram à continuação do conflito. As forças externas, incluindo a América e outras, que apoiam estes políticos irresponsáveis, respondem pelos acontecimentos na Síria.
– E quanto à posição da Rússia?
– Tanto a Rússia, como o Irã mantêm a mesma estratégia, apoiando o povo e o governo da Síria. Consideramos que a Rússia possa ser mais lógica nesta questão. Tais, entretanto, são os votos do povo sírio, dirigidos em relação à Rússia e ao Irã.
– Poderão ser convidadas para a Síria forças de paz da ONU?
– A situação pode ser também estabilizada sem contingentes de paz da ONU. Para tal, é necessário estabelecer um controle nítido nas fronteiras da Síria e deixar de apoiar as formações militares da oposição