quinta-feira, 7 de março de 2013

Brasil tem 3,6 milhões de crianças e jovens fora da escola


Brasil tem 3,6 milhões de crianças e jovens fora da escola 
No Brasil, 3,6 milhões de crianças e jovens entre 4 e 17 anos estão fora da escola. A maioria (2 milhões) tem entre 15 e 17 anos e deveria estar cursando o ensino médio. O déficit entre aqueles com idade entre 4 e 5 anos, que deveriam estar na educação infantil, também é grande: 1 milhão. 
Os dados foram divulgados ontem (6) no relatório De Olho nas Metas, elaborado pelo movimento Todos pela Educação (TPE). O número (3,6 milhões) quase equivale à população uruguaia (de cerca de 3,4 milhões de pessoas).
Em números absolutos, São Paulo, o estado mais rico do país, possui o maior número de jovens e crianças fora da escola: 575 mil alunos. Minas Gerais vem em seguida, com 367 mil. No ensino médio, a taxa de evasão de 2010 foi 10,3%, maior que as dos anos iniciais (1,8%) e finais (4,7%) do ensino fundamental. Em artigo publicado no relatório, dados da Pesquisa Mensal de Empregos (PME) mostram que, de 2004 a 2012, houve um aumento de 169% na frequência de cursos profissionalizantes por estudantes nessa faixa etária - o que poderia indicar que os jovens deixam a escola para buscar inserção no mercado de trabalho.
O relatório diz ainda que 51,1% dos estudantes concluíram o ensino médio em idade considerada adequada, aos 19 anos. No ensino fundamental, 64,9% concluem aos 16 anos. “As idades que consideramos são superiores àquelas que seriam corretas [14 anos para o ensino fundamental e 17 para o ensino médio]. Com 19 anos, metade concluiu o ensino médio, o fluxo ainda tem muito a melhorar”, diz a diretora-executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz.
A TPE é um movimento da sociedade civil cujo objetivo é contribuir para que crianças e jovens tenham assegurado o direito à educação básica de qualidade. Anualmente, a entidade divulga um estudo em relação a metas estipuladas para até 2022. Uma delas é que pelo menos 98% dos jovens e crianças entre 4 e 17 anos estejam matriculados e frequentando a escola. As altas taxas de repetência, a evasão escolar e a distorção idade-série foram apontados pelo relatório como alguns dos problemas que precisam ser enfrentados pelos sistemas públicos de ensino.
Rede Brasil Atual

Cometa pode colidir com Marte

cometa C/2012 S1 ISON


Em 2014, o nosso Sistema Solar pode perder o planeta Marte, pelo menos, na forma como todos nos acostumamos a vê-lo. Segundo calcularam cientistas, o cometa C/2013 A1, com um diâmetro de 50 quilômetros,  pode colidir com o planeta em meados do outono.

Tal pode levar a consequências imprevisíveis. O planeta vermelho pode abrir fendas, o eixo de Marte pode deslocar-se e em sua superfície pode aparecer água. Os habitantes do nosso planeta não precisam de se preocupar – tranquilizam os cientistas – a catástrofe não influirá de modo algum na Terra.
De acordo com os cálculos, o cometa C/2013 A1 aproximar-se-á da superfície de Marte a uma distância de 37 mil quilômetros em outubro de 2014. Estes dados são calculados e recalculados, mas chegam a uma conclusão: a probabilidade de colisão é muito grande. Os cientistas podem predizer o embate, mas é praticamente impossível calcular as suas consequências, diz Viktor Siniavski, consultor científico da corporação Energia:
“A colisão pode quebrar o planeta, mudar seu eixo, alterar o clima, as mais diversas coisas! O cometa possui grande quantidade de hidrogênio e, por isso, é difícil fazer prognósticos. A colisão, se acontecer, influenciará consideravelmente naquele planeta. Não duvido disso”.
Esta posição é apoiada pelo redator da revista Aviapanorama, Serguei Filipenkov. Na opinião do perito, em qualquer caso, o cometa causará prejuízos a Marte:
“Isso será perigoso para Marte. Primeiro, em resultado da colisão irá desprender-se uma grande quantidade de energia, correspondente a uma explosão termonuclear muito potente. Segundo, se o cometa for de gelo, a água contida no corpo celeste atingirá Marte. Uma vez que o planeta tem uma atmosfera muito rarefeita, esta água irá gelar imediatamente. É muito provável que a colisão deixe cicatrizes no planeta. Na superfície de Marte já existe um desfiladeiro de centenas de quilômetros de comprimento, produzido em resultado de uma colisão anterior com um asteroide potente e não com um cometa, tendo a atmosfera de Marte sido evaporizada na altura”.
Alguns cientistas calcularam que a próxima colisão poderá ser comparada a uma explosão de 20 biliões de quilotoneladas de TNT. Mas as distâncias espaciais são tão grandes que é pouco provável que os habitantes da Terra sintam as consequências deste acontecimento. Por isso, não há motivos para receios, não duvida Viktor Siniavski.
“Estes planetas não influenciam a Terra. O Sol exerce uma influência, a Lua também, provocando marés, mantendo o eixo, ou seja influencia positivamente a estabilização da Terra. Mas estes planetas não exercem qualquer influência. Não vejo razões de esperar que este acontecimento nos influencie de modo algum”.
O cometa C/2013 A1 foi descoberto em janeiro último pelo astrônomo amador australiano Robert McNaught. Segundo previsões de cientistas russos, o corpo celeste voará a uma distância de 105 mil quilômetros do centro de Marte a 19 de outubro de 2014.
VOZ DA RÚSSIA

Multidão acompanha corpo de Chávez



Comovidos, venezuelanos manifestam convicção em sequência do chavismo

O cortejo fúnebre com o corpo do falecido presidente venezuelano Hugo Chávez começou a percorrer as ruas de Caracas.
O caixão com os restos mortais do chefe de Estado será feito chegar ao hospital da Academia Militar, onde, durante três dias, lhe será prestada a última homenagem.
À saída do Hospital Militar de Caracas, ouviu-se o hino nacional, foram prestadas honras ao falecido e rezada uma curta missa.
O corpo é acompanhado pelas duas filhas de Chávez. O cortejo reúne milhares de pessoas, que se vieram despedir do líder.
Voz da Rússia

Nazismo volta a levantar a cabeça na Europa


grécia, aurora dourada, neonazismo


Em 5 de março de 1933, o partido nazi da Alemanha conseguiu um resultado brilhante nas eleições legislativas – 45%. Este foi o início que permitiu a Adolf Hitler mudar radicalmente o caminho da História mundial.

Hoje, a correlação de forças nos parlamentos europeus faz lembrar cada vez mais a situação existente há 80 anos. Há cada vez mais partidos de direita e de extrema-direita, cujas declarações e ações têm que ser tidas em conta pela maioria.
Nas eleições parlamentares e presidenciais nos países da União Europeia, os partidos de direita têm tido altos resultados.
A líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, obteve 18% na primeira volta das eleições presidenciais francesas. Na Grã-Bretanha, o Partido da Independência, conseguiu em média 14% nas eleições locais. Os gregos deram 7% dos votos ao partido de extrema-direita Aurora Dourada nas eleições legislativas antecipadas.
Alguns analistas já comparam a disposição de forças nos parlamentos europeus e também nas ex-repúblicas soviéticas com a República de Weimar.
Por enquanto, os partidos de direita não têm a maioria nos parlamentos europeus mas podem formar coalizões e grupos parlamentares. Tal como há 80 anos, tudo isto acontece numa altura de crise econômica. Foi precisamente a crise que motivou o crescimento das tendências radicais, considera Vladimir Zorin, vice-diretor do Instituto de Etnologia e Antropologia da Academia das Ciências da Rússia:
“A União Europeia não resolve a questão do desenvolvimento equilibrado das várias regiões. Em muitos países, especialmente nos que perderam na Segunda Guerra Mundial, há sentimentos revanchistas. Este revanchismo é o motor do radicalismo e de tentativas de rever a História”.
Hoje, em países como a França, a Finlândia, a Áustria, a Grécia, as forças de direita deram um salto colossal. Elas são apoiadas por 10-15% da população, conforme os países. Estes eleitores, na sua maioria, são jovens e a parte mais ativa da sociedade, diz o vice-presidente do Centro de Comunicações Estratégicas, Dmitri Abzalov:
“A crise europeia levou ao crescimento dos mais diversos partidos radicais. Em grande parte, isso é produto dos padrões duplos em relação à condenação do nazismo. Na Ucrânia e nos países bálticos, o nazismo foi “perdoado” e justificado a nível oficial.
Na França e no Norte da Europa, as hipóteses de partidos radicais de direita terem representação parlamentar aumentaram significativamente, o que era difícil de imaginar há 5 ou 10 anos”.
A crise econômica deu possibilidade às forças políticas de tipo nacionalista de obterem um apoio sério entre a população. A crise também foi a razão do fracasso das ideias de multiculturalismo. Não aconteceu uma interpenetração de culturas e tradições, começou, pelo contrário, uma contraposição entre elas.
Na onda das ideias de direita, cada vez mais populares, começou a erosão do conceito de “nazismo”. Parte dos políticos, apoiados a nível oficial, estão até prontos a rever os resultados da Segunda Guerra Mundial, considera Vladimir Zorin.
“O mundo está no limiar de novas mudanças geopolíticas. Isto tem a ver com os acontecimentos no Norte de África, com o que se passa no mundo árabe. Em muitos lugares, a situação é tensa. Muitos tentam utilizar o nacionalismo e o racismo para resolver os problemas atuais. Isto é muito preocupante e um fator importante de uma destabilização futura. Por isso, todas as forças que defendem a verdade histórica, a continuação do desenvolvimento da Europa e do mundo em geral, devem estar vigilantes”.
A História já mostrou uma vez para onde podem levar as ideias nazistas. Aqueles que tentam construir algo em tão duvidoso fundamento provavelmente não se devem lembrar das palavras de George Santayana: “Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo”.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Dormir pouco altera atividade de genes

  Uma pesquisa britânica trouxe novas descobertas sobre como noites mal dormidas podem causar efeitos prejudiciais significativos à saúde e ao funcionamento do corpo humano.

Doenças cardíacas, diabetes, obesidade e problemas cerebrais são alguns dos problemas ligados a poucas horas de sono.

Segundo os pesquisadores da Universidade de Surrey, a atividade de centenas de genes foi alterada quando as pessoas estudadas dorminam menos de seis horas por dia durante uma semana.

Os cientistas analisaram o sangue de 26 pessoas depois que elas tiveram uma longa noite de sono, até dez horas por noite durante uma semana, e compararam os resultado com amostras retiradas depois de uma semana com menos de seis horas por noite.

Mais de 700 genes foram alterados pela mudança. Cada gene traz instruções para a construção de umaproteína. Os que ficaram mais ativos produziram mais proteínas, mudando a química do corpo.

O funcionamento do relógio biológico também foi perturbado com a mudança. As atividades de alguns genes, no decorrer do dia, aumentam e diminuem naturalmente, mas este efeito foi prejudicado pela falta de sono.

"Houve uma mudança significativa na atividade em diferentes tipos de genes", disse à BBC o professor Colin Smith, da Universidade de Surrey.

"O sono tem uma importância crítica para a reconstrução do corpo e a manutenção do estado funcional, todos os tipo de de danos parecem ocorrer (devido à falta de sono), sugerindo que pode levar a problemas de saúde."

"Se não conseguimos regenerar e substituir células, então, isto vai levar a doenças degenerativas", acrescentou.
A pesquisa foi publicada na revista especializada Proceedgins of the National Academy of Sciences.

Mais afetados

Colin Smith afirmou que muita gente pode dormir ainda menos horas do que as pessoas analisadas no estudo, o que sugere que estas mudanças observadas na pesquisa podem ser comuns.

Para Akhilesh Reddy, especialista em relógio biológico da Universidade de Cambridge, o estudo é "interessante".
Reddy afirma que as descobertas mais importantes foram os efeitos da falta de sono sobre inflamações e o sistema imunológico, pois é possível ver a ligação entre estes efeitos e problemas de saúde como diabetes.

As descobertas dos pesquisadores da Universidade de Surrey também podem ser relacionadas às tentativas de se descartar a necessidade de sono, descobrindo um remédio que pode eliminar os efeitos da falta de sono.

"Não sabemos qual é o botão que causas todas estas mudaças, mas, em teoria, se você pode ligar ou desligar, você também poderia ser capaz de viver sem o sono."

"Mas, o que acredito, é que o sono tem importância fundamental para regenerar as células", afirmou.
Leia mais em WSCOM.

Hugo Chávez, um dos maiores líderes latino-americanos, morre aos 58 anos


Um dos maiores líderes latino-americanos, Hugo Chávez morre em Caracas aos 58 anos 
Após um tratamento de dois anos e quatro cirurgias contra um câncer na pélvis, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, faleceu hoje (5), aos 58 anos. Militar e político, Chávez nasceu em 28 de julho de 1954, em Sabaneta, estado de Barinas, um dos mais pobres do país. Criado pela avó paterna, o presidente entrou no Exército Nacional da Venezuela em 1971, onde desenvolveu interesse pela política e conheceu as ideias de Simón Bolívar.
Chávez foi cofundador, em 1982, do MBR200 (Movimento Bolivariano Revolucionário 200), em meio à crise econômica e social que culminaria em 1989 com o Caracazo, revolta popular em repúdio a um pacote de medidas econômicas neoliberais adotadas pelo então presidente Marcos Andrés Pérez. Naquele período, os 10% mais pobres da população detinham apenas 1,6% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto os 10% mais ricos, 32%. A pobreza alcançava 85% da população e as classes A e B, somadas, representavam apenas 3,5% dos venezuelanos.
Revoltado com a repressão às manifestações populares, que gerou milhares de mortos, o MBR200 organizou, em 4 de fevereiro de 1992, três anos após o Caracazo, uma sublevação militar contra o presidente Carlos Andrés Pérez. A insurreição fracassou, mas permitiu que a imagem do comandante da intentona fosse catapultada para o cenário político nacional.
Hugo Chávez ficou preso por dois anos até receber indulto do presidente Rafael Caldera (1994-1999). Chávez então se candidatou à eleição presidencial de 1999 com o apoio do MVR (Movimento Quinta República) e foi eleito como o 52º presidente de Venezuela, com base no ideal da Revolução Bolivariana, amparada no chamado Socialismo do século 21. O ideal tem como centro um Estado forte, provedor de direitos e regulador da economia, com expressiva participação direta na propriedade dos meios de produção.
Em 1999, Chávez inicialmente advoga pela mudança da Constituição da Venezuela, escrita em 1961, impulsionando um referendo constituinte que foi aprovado por votação popular. Em seguida, é realizado um referendo constitucional, que resultou na ratificação da Constituição Bolivariana da Venezuela de 1999. O presidente convoca novas eleições em 2000 e é reeleito com 55% dos votos.

Nova era

Chávez dá início ao desmantelamento do sistema político que havia herdado da chamada IV República. Amparado por maioria parlamentar, os partidários de Chávez puderam adotar uma série de mecanismos plebiscitários e de participação política que detonaram o controle institucional antes exercido pelo bipartidarismo da AD (Ação Democrática) e do democrata-cristão Copei. Esses setores perdem hegemonia sobre a Assembleia Nacional, o Poder Judiciário e as Forças Armadas.
No final de 2001, Chávez sentiu-se forte para deslanchar suas primeiras reformas estruturais na economia. As principais foram a Lei de Terras (que fixou os parâmetros de reforma agrária) e dos Hidrocarbonetos (que aumentou impostos sobre as companhias privadas e o controle governamental sobre a atividade petroleira).
O ambiente de mudanças leva a oposição política ao presidente a organizar um golpe de Estado em 2002 e Chávez é retirado do poder por dois dias. Seu lugar é ocupado pelo industrial venezuelano Pedro Carmona, presidente da Fedecámaras. Após forte pressão popular e amparado na lealdade de setores do exército, o presidente é restituído ao poder.
A tensão política continua, com enfrentamentos nas principais cidades venezuelanas – o mais emblemático na Praça Altamira, de Caracas – e a paralisação petroleira entre dezembro de 2002 e fevereiro de 2003.
No final de fevereiro de 2002, Chávez decidiu demitir os gestores da companhia estatal PDVSA (Petróleos da Venezuela), envolvidos no golpe. Em reação, e para tentar forçar a saída do presidente, os opositores se apoderaram do controle sobre os poços de petróleo. A operação de metade dos 14.800 poços de petróleo da companhia, que representam 95% da produção do país, foi paralisada devido à greve dos trabalhadores, deixando a população sem combustível e comida.
A Coordinadora Democrática (uma coligação de partidos de direita e de esquerda, liderados pela Súmate, ONG anti-chavista) organizou no final de novembro de 2003 a coleta de assinaturas para um referendo revogatório, previsto na nova Constituição venezuelana. Em 15 de agosto de 2004, 58,25% dos votantes apoiaram a permanência de Chávez na Presidência até ao fim do mandato, em dois anos e meio. Em 2006, Chavez foi novamente reeleito presidente após vencer o deputado Manuel Rosales, com 62,9% dos votos.
Em 2 de dezembro de 2007, os venezuelanos votam plebiscito sobre uma reforma à Constituição, proposta por Chávez. O povo teve a opção de aprová-la, votando "Sim", ou de rejeitá-la, votando "Não". Ao fim, os eleitores rejeitaram as propostas de emendas por pouco mais de 50% dos votos. Chávez reconheceu a derrota. Em 2009, uma emenda constitucional que coloca fim ao limite para a reeleição aos cargos públicos é aprovada com 54,86% dos votos.
Em setembro de 2010, ano marcado por dificuldades na economia venezuelana, abalada pelos efeitos da crise econômica mundial, o chavismo conquista 60% das cadeiras da Assembleia Nacional. Pela primeira vez desde 1999, data em que a nova Constituição entrou em vigor, a oposição participou da eleição parlamentar.
Em junho de 2011, Chávez revela durante visita oficial a Havana que sofre de um câncer. Naquele momento, ele já havia sido operado, com sucesso. Nos meses seguintes, o presidente venezuelano é submetido a ciclos de radio e quimioterapia e a mais quatro cirurgias. Ele se candidata em 2012 à reeleição.
A campanha eleitoral é encerrada debaixo de chuva em 4 de outubro com um  megacomício na capital venezuelana, Caracas. Em 7 de outubro de 2012, o líder venezuelano é eleito pela quarta vez presidente da Venezuela, após derrotar nas urnas o rival, Henrique Capriles, com 54% dos votos. Dois meses depois, em 8 de dezembro, o presidente informa que o câncer havia retornado. Ele morre em Caracas, duas semanas depois de retornar de Cuba.
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Renda mensal de R$ 10 mil, novo golpe da pirâmide



Um negócio que promete faturamento alto e rápido, de mais de R$ 10 mil por mês, está ganhando “investidores” paraibanos, mas que podem se tornar vítimas de um novo tipo do chamado “golpe da pirâmide”. Em João Pessoa, cartazes da empresa de telefonia Telexfree, além de usuários paraibanos do Facebook, convocam para ganhar dinheiro fazendo anúncios da empresa na internet. 

O professor de economia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Alysson Cabral, explicou que a lógica é agregar novos participantes e, enquanto estes estiverem entrando no “negócio”, os pioneiros ganham muito dinheiro, mas chega um ponto em que não é possível mais agregar novos participantes, a pirâmide desmorona e a maioria sai perdendo o investimento.

Para lucrar com a empresa Telexfree, que é norte-americana, os participantes precisam publicar diariamente anúncios em páginas na internet. O negócio faz com que os investidores trabalhem convencendo novas pessoas a participar. No seu site, a empresa informa que, para ser um divulgador e ganhar dinheiro fazendo anúncios na internet, o investimento anual é de 339 dólares.  

“O golpe da pirâmide é antigo e costuma ressurgir com nova roupagem. O último grande escândalo ocorreu na crise de 2008, nos Estados Unidos, o chamado ‘esquema Madoff’. Também é conhecido como esquema Ponzi, datado na década de 1920. Basicamente, é oferecido algo, que pode ser um investimento, um negócio, um produto, que promete um retorno alto e rápido”, esclareceu o economista Alysson Cabral, acrescentando que o criador do golpe faz com que os que entram no esquema ‘trabalhem’ para ele convencendo novas pessoas a entrarem no negócio.

Ele explicou que o termo pirâmide deriva do formato do negócio. Começa com um, que agrega determinado número de participantes que, por sua vez, também devem agregar novos participantes para poder ganhar. Assim, os novos participantes têm que convencer mais pessoas a entrarem no negócio e, assim, sucessivamente. 

“A contribuição financeira do novo participante gera ganho para os que já estão no negócio, então, só o pioneiro ou os pioneiros ganham com isso. A maior parte dos participantes entra no negócio e não consegue o retorno do que investiu porque não conseguirá agregar novos participantes. Sem contar que é necessário um número maior de participantes para conseguir o retorno, pois o dinheiro dos novos participantes é dividido entre os participantes antigos. A divisão entre os participantes varia de golpe para golpe”, alertou. 

De acordo com o professor de economia da UFPB, Alysson Cabral, as pessoas devem sempre desconfiar da possibilidade de ganho fácil. Com a redução das taxas de juros no Brasil no último ano, ele acredita que muitos têm procurado oportunidades de ganho mais alto. Contudo, é sempre importante ter em mente que por trás da possibilidade de altos retornos, há sempre um risco alto.

Com essa maior disposição ao risco, ele afirma que muitos golpistas aproveitam para oferecer possibilidades de ganho, seja no mercado financeiro já estabelecido, seja numa espécie de “mercado financeiro paralelo”. 

Nos Estados Unidos, na época anterior ao estouro da crise, quando as taxas de juros estiveram baixas, muitos embarcaram no negócio do “subprime” - mercado financeiro legal, que emprestava para quem não tinha histórico de bom pagador, mas estava disposto a pagar juros mais altos, ao mesmo tempo em que captava recursos de clientes dispostos a ter um retorno mais alto. 

O economista informou também que, na mesma época, surgiu o esquema do financista Bernard Madoff, que convencia empresas, instituições e ‘endinheirados’ a investirem no seu fundo de investimentos, com promessa de retorno bem acima das taxas de juros do mercado. Ele prometia 1% ao mês, que era a taxa anual do país. “Esse fundo de investimentos de Madoff nada mais era que uma pirâmide. Quando o caso estourou, muita gente descobriu que tinha caído num golpe e perdeu muito dinheiro. Ele terminou condenado”, afirmou.
Fonte: Portal Correio