quarta-feira, 24 de abril de 2013

Século 20 tem maiores temperaturas em 1,4 mil anos

Homem no Rio Negro, Amazonas, em 2010. | Foto: Reuters

O século 20 teve as maiores médias de temperaturas registradas em 1,4 mil anos, segundo uma pesquisa climática que envolveu 78 cientistas de universidades em 24 países.
O levantamento, divulgado nesta segunda-feira na publicação científica Nature Geoscience, reconstituiu as temperaturas dos últimos 2 mil anos em sete regiões continentais do planeta.
Para mapear as temperaturas no período, os pesquisadores usaram dados de 511 registros regionais - a maioria deles consistia na análise dos anéis de crescimento de árvores. Amostras de pólen, recifes de coral, núcleos de gelo, estalagmites e sedimentos em lagos e mares, além de registros históricos oficiais, também foram utilizados na pesquisa.
Os cientistas afirmam que o aquecimento global, que começou no fim do século 19, reverteu uma longa tendência de resfriamento em todo o planeta, pontuada por períodos de aquecimento em regiões especificas.
"O mais impressionante sobre o aumento repentino da temperatura média global no século 20 é que ela acontece após uma tendência de resfriamento que durou mais de um milênio", disse um dos autores do estudo, o professor Steven Phipps, do Centro de Excelência em Ciência Climática da Universidade de New South Wales, na Austrália.
"A pesquisa mostra que em somente um século a Terra reverteu 1,4 mil anos de resfriamento."
O estudo, que foi iniciado em 2006, revelou ainda que períodos como o Aquecimento Medieval - que atingiu a Europa por volta do ano 950 - e a Pequena Idade do Gelo, período de resfriamento que se seguiu, não afetaram simultaneamente todo o globo terrestre.
Esses fenômenos seriam explicados principalmente por ciclos naturais na órbita da Terra e pela influência de atividade vulcânica e solar.
No entanto, fenômenos naturais não explicam o aumento da temperatura global no século 20, de acordo com os pesquisadores.
A reconstituição do ambiente climático aproximado dos últimos dois milênios mostrou que o período entre 1971 e 2000 foi mais quente do que qualquer outro em cerca de 1,4 mil anos em todo o planeta.
Os pesquisadores afirmam que reconstrução das médias de cada área cobriu períodos diferentes dentro dos 2 mil anos, a depender da disponibilidade de dados. Em regiões como o continente africano, por exemplo, a escassez de registros não permitiu determinar as mudanças de temperatura de longo prazo.
O estudo foi coordenado pelo projeto International Past Global Changes (PAGES), que realiza esforços internacionais de pesquisa sobre dinâmicas ambientais e climáticas com base em informações do passado.

BBC Brasil 



terça-feira, 23 de abril de 2013

Joaquim Barbosa vai a palanque de Aécio em Minas


Barbosa vai a palanque de Aécio em Minas e aumenta rumores sobre 'mosca azul'

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, participou neste domingo (21) de uma cerimônia oficial pelo feriado de Tiradentes, organizada pelo governo de Minas Gerais, em Ouro Preto. Convidado como orador do evento, Barbosa recebeu o Grande Colar, homenagem máxima oferecida a personalidades que, segundo o governo estadual, ajudaram no desenvolvimento de Minas e do Brasil, além de acompanhar e ser acompanhado o tempo todo pelo senador Aécio Neves, candidato do PSDB às eleições presidenciais do ano que vem.
Mas se oficialmente o presidente da instância máxima do Judiciário do país honrou com sua presença um evento institucional, por outro lado é evidente que aquilo é também um palanque político (todo mundo sabe disso), e o espectro da exploração política do julgamento do mensalão recomendaria que Barbosa mantivesse distância de tal cerimônia.
A delicadeza da situação é constatada pela ausência em Ouro Preto de outro senador mineiro, o aecista Clésio Andrade, réu no processo do mensalão tucano em Minas, ex-sócio do publicitário Marcos Valério, e vice-governador de Aécio Neves entre 2003 e 2006. Também não deu as caras outro ex-governador, o deputado Eduardo Azeredo (PSDB), um dos pivôs do esquema que o STF ainda não se dispôs a julgar.
Ganhou a esperteza política de Aécio, que marca território entre os eleitores que acreditam que Barbosa seja um arauto do combate à corrupção. Mas em se tratando do próprio Barbosa, que frequentemente tem sido protagonista de sucessivos episódios de conflitos entre outras instâncias do Judiciário e com veículos da velha mídia, que apesar de tudo ainda o apóia, o desgaste pode ser grande e uma nova saraivada de críticas pode estar a caminho.
Fonte: Rede brasil Atual

Agricultores afetados pela seca podem prorrogar pagamento da dívida

 
Conselho Monetário Nacional (CMN) regulamentou, por meio de três  na última quarta-feira (18), a prorrogação do pagamento das operações de crédito rural - com vencimento em 2012, 2013 e 2014 - por mais dez anos. O apelo foi feito pelo Senador Vital do Rego (PMDB-PB), que também preside a Comissão Externa para acompanhar os Programas de Transposição e Revitalização do Rio São Francisco (CTERIOSFR).
Segundo Vital, o benefício  vale para os que tiveram prejuízos causados pela estiagem na área de atuação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste e será concedido para aqueles que estavam com os pagamentos em dia em 31 de dezembro de 2011.
No caso dos agricultores familiares, que também tiveram prejuízos com a seca do Nordeste, a autorização para a renegociação também foi dada às parcelas de operações de crédito vencidas entre 2012 e 2014 de dívidas contratadas no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar. A prorrogação também vale por dez anos, mas com o início dos pagamentos para 2016. Os agricultores que pagarem regularmente as parcelas receberão ainda um desconto de 80% nos valores. “A situação do sertanejo está dramática e, por isso, precisamos do maior número de apoios a esta causa na busca constante de providências urgentes”, disse Vital.
Vital destaca que no ano passado conseguiu aprovar uma Emenda na Medida Provisória 565, a MP da Seca. A proposta sancionada pela presidente Dilma Rousseff, através da Lei 12.716, suspendeu de forma provisória o pagamento do INSS para todas as prefeituras que sofrem com a seca. “Estão de parabéns todos os deputados por essa iniciativa” parabenizou.
O CMN publicou também uma terceira resolução autorizando agricultores nordestinos a renegociar dívidas contratadas até 2006, utilizando recursos do Fundo Constitucional do Nordeste e do Fundo Constitucional do Norte. A taxa de juros é de 3,5%. A resolução ainda concedeu um bônus de adimplência de 15% sobre a parcela.
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China confirma 21 mortes e 104 casos de contaminação pelo vírus H7N9



Autoridades da China confirmaram hoje (23) que 21 pessoas morreram e 104 foram contaminadas pelo vírus H7N9 da nova gripe aviária transmitida. O caso mais recente é o de um trabalhador, de 36 anos, na província de Shandong, no Leste da China. Foi o primeiro caso na região. Hospitalizado, o trabalhador está em estado grave. Nove pessoas que tiveram contato com o infectado estão em observação, mas não apresentaram sinais de contaminação.
Especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do governo chinês, que atuam nas investigações sobre o H7N9, informaram que oito pacientes se recuperaram, 11 morreram, enquanto 14 ainda estão em tratamento apenas em Xangai.
As informações sobre as formas de contaminação da doença envolvem uma série de especulações.
O assistente do diretor-geral de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da OMS, Keiji Fukuda, disse que, por enquanto, não há evidências de que ocorra transmissão entre pessoas.
Especialistas inspecionaram as regiões onde ocorreram casos de contaminação pelo vírus H7N9. Foram examinados laboratórios, hospitais, clínicas, mercados e locais onde as infecções foram relatadas em Pequim e Xangai.
Agência Brasil

Bactérias resistentes 'ameaçam mais que aquecimento global'

Foto: BBC

O aumento de infecções resistentes a medicamentos é comparável à ameaça do aquecimento global, de acordo com a principal autoridade de Saúde da Inglaterra.
Sally Davies, chefe do serviço médico civil da Inglaterra, disse que as bactérias foram se tornando resistentes às drogas atuais e há poucos antibióticos para substituí-las. Ela disse a uma comissão de deputados britânicos que uma operação de rotina pode se tornar letal devido à ameaça de infecção.
Especialistas disseram que este é uma problema global e que precisa de mais atenção.
Os antibióticos são uma das maiores histórias de sucesso na medicina. No entanto, as bactérias são um inimigo que se adapta rapidamente e encontra novas maneiras de burlar as drogas.
Um dos exemplos desta ameaça é o Staphylococcus aureus resistente à meticilina - ou SARM (também conhecido pela sigla em inglês MRSA — Methicillin-resistant Staphylococcus aureus) -, uma bactéria que rapidamente se tornou uma das palavras mais temidas nas enfermarias de hospitais, e há também crescentes relatos de resistência em cepas de E. coli, tuberculose e gonorreia.
Davies disse: "É possível que a gente jamais veja o aquecimento global acontecer, então o cenário apocalíptico é quando eu precisar operar meu quadril daqui a em 20 anos e for morrer de uma infecção de rotina, porque os antibióticos não funcionam mais."
Ela disse que só um único antibiótico sobrou para tratar a gonorreia. "É muito grave, e é muito grave porque nós não estamos usando nossos antibióticos de forma efetiva".
"Não há um modelo de mercado para fazer novos antibióticos, de modo que estas bactérias se tornaram resistentes, o que ocorreria naturalmente, mas estamos estimulando isso pela forma com que antibióticos são usados, e não haverá novos antibióticos adiante."
O alerta feito pela especialista no Parlamento britânico ecoa avisos semelhantes feitos pela Organização Mundial de Saúde, que disse 1ue o mundo está caminhando para uma "era pós-antibióticos", a menos que sejam tomadas medidas.
A entidade pinta um futuro no qual "muitas infecções comuns não terão mais uma cura e, mais uma vez, matarão incessantemente".
O professor Hugh Pennington, microbiologista da Universidade de Aberdeen, disse que a resistência a drogas é "um problema muito, muito sério".
"Precisamos prestar mais atenção a ele. Precisamos de recursos para monitoramento, para lidar com o problema e para fazer informações públicas circularem adequadamente."
Ele sublinhou que este não era um problema exclusivo da Grã Bretanha.
"As pessoas estão indo para o exterior para operações, ou para, vamos dizer, fazer turismo sexual e trazer para cá gonorreia, que é um grande problema em termos de resistência a antibióticos - e também há tuberculose em muitas partes do mundo.
Pennington disse que as empresas fabricantes estavam sem opções também, porque todas as drogas mais simples já haviam sido produzidas.
"Temos de estar cientes de que não vamos ter novos remédios milagrosos, porque simplesmente não há novos remédios".

BBC Brasil




Congresso vai discutir controle alternativo de insetos e plantas invasoras nos agroecossistemas



A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em parceria com a Embrapa Algodão, realiza, de 23 a 26 de abril, em João Pessoa, o 6º Congresso Brasileiro de Defensivos Agrícolas Naturais – (Cobradan). Trata-se de um evento técnico-científico que reunirá profissionais, professores, pesquisadores, estudantes e produtores rurais, na discussão sobre o controle alternativo de insetos, doenças e plantas invasoras nos agroecossistemas.

O tema do evento é “Defensivos naturais na agricultura: da prospecção a utilização”. Os interessados em participar têm até o dia 29 de março para efetuar inscrição, pelo endereço eletrônico (www.vicobradan.com.br). Conferências, palestras e mesas redondas fazem parte do conjunto de atividades que serão realizadas nos quatro dias do Cobradan. Também serão feitas apresentações de trabalhos científicos em sessões de pôsteres e concursos de trabalhos científicos e de fotografias.
A iniciativa tem como objetivos congregar cientistas nacionais e internacionais de empresas públicas e privadas, estudantes de cursos técnicos, de graduação e de pós-graduação e profissionais liberais ou autônomos ligados às áreas do congresso; apresentar e discutir resultados de pesquisas relativos aos defensivos agrícolas naturais; promover o intercâmbio de conhecimentos na área de defensivos agrícolas naturais; contribuir na formação dos estudantes e profissionais de áreas afins; bem como incentivar parcerias nas áreas-tema do congresso, face às pesquisas apresentadas no congresso.
Todas as atividades do 6º Cobradan serão realizadas na Estação Cabo Branco, localizada na Avenida João Cirillo da Silva, S/N, Altiplano Cabo Branco, João Pessoa – PB. 
Fonte: Paraíba Total

Amazônia concentra quase 60% das mortes por conflitos no campo no Brasil


Amazônia concentra quase 60% das mortes por conflitos no campo no Brasil

Os estados que compõem a Amazônia concentraram, em 2012, 489 dos 1.067 conflitos no campo registrados no país (45,8%), que envolvem assassinatos, ocorrências de trabalho escravo e disputas por terra e por água. Os dados são do relatório Conflitos no Campo no Brasil,lançado hoje (22), em Brasília, pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Na Amazônia estão 97% das áreas envolvidas nos conflitos. Lá se concentraram 58,3% dos assassinatos (21 de 36); 84,4% das tentativas de homicídio (65 de 77); 77,4% das ameaças de morte (229 de 296); 62,6% dos presos (62 de 99); 63,6% dos registros de agressão (56 de 88); e 67% dos casos de trabalho escravo. A expansão da indústria extrativa mineral é apontada como um dos principais responsáveis pelas ocorrências.
“Os conflitos decorrem, por um lado, da ação de grupos que lutam contra o acesso desigual à terra e ao uso dos recursos naturais, contra a insegurança da posse e a distribuição concentrada da propriedade”, aponta o texto. “Por outro, decorrem também da reação dos grandes proprietários aos esforços empreendidos pelos movimentos sociais para reduzir a concentração fundiária, democratizar a terra e pressionar o Estado a mudar o padrão de suas políticas agrárias.”
Em todo o país, os assassinatos motivados por conflitos por terra aumentaram 24% entre 2011 e 2012, passando de 29 para 36. Rondônia, estado com maior número de ocorrências, concentrou nove dos homicídios, seguida pelo Pará, com seis. As tentativas de assassinatos também aumentaram 51% no período analisado (de 38 para 77), assim como as prisões de trabalhadores 11,2% (de 89 para 99). 
Até a última sexta-feira (19), já foram registrados nove homicídios no campo em 2013, de acordo com a CPT. “Observa-se forte protagonismo de setores conservadores, como fazendeiros, grileiros, empresários e mineradoras, combinado com um aumento dos índices de violência privada”, diz o texto.
Em relação aos grupos sociais envolvidos nos conflitos, 15% eram indígenas, 12%, quilombolas, 9%, membros de outras comunidades tradicionais, e 24%, posseiros e ocupantes de áreas sem o título de propriedade. “Conclui-se que 60% dos que estão envolvidos em conflitos fazem parte de grupos humanos que não se enquadram nos parâmetros exigidos pelo capitalismo e sobre os quais a pressão é maior”, diz o texto.
“Os conflitos são as ações de resistência e enfrentamento que acontecem em diferentes contextos sociais no âmbito rural, envolvendo a luta pela terra, água, direitos e pelos meios de trabalho ou produção”, explica o relatório. “Estes conflitos acontecem entre classes sociais, entre os trabalhadores ou por causa da ausência ou má gestão de políticas públicas.”
O relatório destaca que as populações tradicionais têm pouca representatividade no Congresso Nacional, uma vez que a Frente Parlamentar da Agropecuária era composta, em 20 de março, por 214 deputados e 14 senadores, “uma super-representação da população rural, que é 14% do total da população brasileira, de acordo com o Censo de 2010”. Segundo o texto, “41,7% dos deputados defendem os interesses de apenas 9,1% dos proprietários rurais”.
Tendo isso em vista, a Comissão Pastoral da Terra solicitou uma audiência amanhã (23) com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para entregar o relatório e discutir violência e impunidade dos crimes no campo. O encontro ainda não foi confirmado.
“O capital continua a espoliar as comunidades de seus territórios, pois a disputa é dura e desigual. Os indígenas e camponeses contam com a força de sua resistência e o apoio de seus aliados. Já os interesses do capital são defendidos, estimulados e financiados pelos poderes públicos, e são enaltecidos pela grande mídia”, conclui o relatório.O documento é elaborado anualmente pela Comissão Pastoral da Terra desde 1985. Os dados levantados proveem de declarações, cartas, boletins de ocorrência e relatos, reportagens e publicações de diversas instituições.
Rede Brasil Atual