quinta-feira, 27 de junho de 2013

Consumo de cocaína no Brasil dobrou


Os dois principais mercados para a droga, América do Norte e Europa, registraram queda

 O consumo de cocaína dobrou no Brasil no prazo de seis anos, enquanto em outras partes do mundo o uso dessa substância está caindo, afirma o Relatório Mundial sobre Drogas 2013 do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC), divulgado nesta quarta-feira (26).
Segundo a agência da ONU, o consumo de cocaína no Brasil aumentou 'substancialmente' e atingiu 1,75% da população com idade entre 15 e 64 anos em 2011 — ante 0,7% da população em 2005. Os dois principais mercados para a cocaína, a América do Norte e a Europa, registraram uma diminuição no consumo da droga entre 2010 e 2011, diz o relatório. A redução é de 0,1 ponto percentual nessas regiões.
Na América do Sul o uso de cocaína, que atinge 1,3% da população, também diminuiu ou se manteve estável em muitos países, afirma a UNODC.
Mas no Brasil "houve um aumento substancial que é óbvio o suficiente para refletir-se na taxa de prevalência regional em 2011", afirma a ONU.
Segundo a assessoria de imprensa da UNODC, "esse crescimento no Brasil pode ser atribuído em parte ao aumento da preferência pelo uso da cocaína especialmente por jovens de centros urbanos, como também à maior disponibilidade da droga ligada ao aumento do tráfico via os países do Cone Sul".
Perigo dos 'euforizantes'
O relatório sobre drogas também revela que o número de Novas Substâncias Psicoativas (NSP), vendidas legalmente como 'euforizantes', aumentou em mais de 50% em apenas dois anos e meio e se tornou um 'problema alarmante'.
O total dessas Novas Substâncias Psicoativas (ou Novos Produtos de Síntese) passou de 166 no final de 2009 para 251 em meados de 2012, ultrapassando pela primeira vez o número de substâncias sob controle internacional, que é de 234.
Essas novas "drogas de síntese" ou "euforizantes legais", vendidos geralmente pela internet, "estão se proliferando em um ritmo sem precedentes e criando desafios jamais vistos em termos de saúde pública", diz a UNODC.
Segundo a agência da ONU, países em quase todas as regiões do mundo, incluindo o Brasil, identificaram o surgimento dessas novas substâncias.
— As NSP também avançaram na América Latina, apesar de o consumo nessa região ser inferior ao registrado na América do Norte ou na Europa.
As NSP identificadas na América Latina incluem a quetamina (anestésico para animais) e substâncias à base de plantas, como a Salvia Divinorum (ou 'erva divina', uma espécie de sálvia que provoca efeitos alucinógenos, proibida no Brasil no ano passado).
Os Estados Unidos são o país que reúne o maior número de NSP: 158 foram identificadas no ano passado, mais do que o dobro do registrado na União Europeia, onde o consumo se concentra na Grã-Bretanha, Polônia, França, Alemanha e Espanha.
De acordo com a agência da ONU, as NSP, vendidas livremente e que não sofreram testes de controle, 'podem ser muito mais perigosas do que as drogas tradicionais'.
— Elas são vendidos como euforizantes legais, termo que permite subentender que seu consumo não é nocivo, mas a realidade é diferente. Para enganar as autoridades, os fornecedores recorrem a métodos de vendas e publicidades agressivas e dão às substâncias nomes de produtos do cotidiano relativamente inofensivos, como sais de banho, incensos de plantas e miau-miau.
Para a UNODC, isso induz os jovens a pensar "que eles podem se divertir com poucos riscos".
— A infinidade de novas substâncias psicoativas e a velocidade com a qual elas têm surgido em todas as regiões do mundo são uma das tendências mais marcantes nos mercados de drogas nos últimos cinco anos.
Remédios
Outro problema apontado pelo estudo é o abuso de remédios com receita médica, geralmente associados com substâncias ilegais, que "continua problemático".
— O uso indevido de sedativos e tranquilizantes é particularmente preocupante, considerando-se que mais de 60% dos países analisados no relatório indicam que esses remédios fazem parte dos três tipos de substâncias consumidas com maior frequência.
O relatório ressalta ainda que, de maneira geral, o consumo de drogas no mundo se manteve estável em 2012.
— O aumento do número estimado de usuários é atribuído, em grande parte, ao crescimento da população mundial.
Leia mais em WSCOM.

Mulher tenta estacionar o carro, esmaga o marido na garagem e se mata

carro

Uma motorista chinesa estava apenas tentando estacionar o seu carrão — um Lexus SUV — em uma garagem em Fenghua, na China, mas acabou provocando uma tragédia: ela matou o marido e a si mesma esmagados.
A mulher, de 41 anos, tinha conseguido sua licença de motorista havia apenas cinco semanas, segundo reportagem do tabloide britânico The Sun.
Como ainda não tinha muita prática, ela estava recebendo dicas do marido sobre como estacionar o carro de marcha a ré — ele lhe passava as instruções do lado de fora do veículo.
Mas em vez de a motorista acelerar o carro vagarosamente, ela acabou pisando fundo na marcha a ré, pressionando o marido contra a parede.
Ao ouvir os gritos de seu companheiro, a mulher colocou a cabeça fora da janela e tentou mover o carro. Mas, no desespero, a chinesa se esqueceu de trocar a marcha.
De ré, ela acelerou novamente, acertando mais uma vez o marido e esmagando a própria cabeça na coluna de concreto da garagem.
A única testemunha do acidente foi a filha de seis anos do casal, que estava dentro do carro e presenciou todo o drama.
Segundo o The Sun, a criança conseguiu buscar ajuda. Mas, quando a ambulância chegou ao local, o casal já estava morto.
 Focando a Notícia 

Diabetes tipo 1 pode ser confundido com gripe



A Sociedade Brasileira de Diabetes informa que cerca de 13,5 milhões de brasileiros são portadores de diabetes , sendo que 10% desse número são afetados pelo tipo 1 da doença, também conhecida como diabetes infanto-juvenil.

Nesse tipo específico da doença, os próprios anticorpos do organismo atacam o pâncreas, o produtor de insulina. É um ataque silencioso, mas quando afeta cerca de 80% do órgão, surgem os sintomas típicos do diabetes. A ausência da produção de insulina causa um desnivelamento da taxa de glicose no sangue – o que caracteriza a doença. 

O problema maior, explicam os especialistas, está na dificuldade de detecção para o tratamento precoce. O teste é simples, mas os sintomas que levam a criança ao médico podem ser facilmente confundidos aos de uma gripe. “Às vezes até os médicos confundem. Acham que é virose, gripe ou gastrite, porque a doença provoca dor abdominal, cansaço. Isso acontece quando o paciente está com o metabolismo descompensado. Muitas vezes, infelizmente, fazemos o diagnóstico quando o diabetes já está em estágio avançado”, diz a endocrinologista pediátrica Denise Ludovico, pesquisadora do Centro de Pesquisa Clínica (CPClin).

“Na maioria das vezes a pessoa não sente nada e quando os sintomas aparecem, a doença já está instalada. Isso, porém, não significa que complicou”, explica a médica.

A causa do diabetes tipo 1 ainda é desconhecida.

“Existem várias pesquisas que relacionam a doença com vírus, com infecção viral anterior, com o meio ambiente, mas ainda não existe nada realmente conclusivo”, afirma Denise.

Alguns dos sintomas apresentados são sede excessiva, fome, vontade de urinar, cansaço e perda de peso. Foi o que experimentou a pequena Iris, quando tinha apenas 1 ano e meio de vida.

“Ela bebia dois copos grandes de água, daqueles grandes, e fazia muito xixi. Como ela não era habituada a beber água demais, achei estranho e vi na internet que os sintomas eram de diabetes”, conta Shyrlene Costa, mãe da menina.

“Achei que estava equivocada, pois minha filha ainda comia apenas coisas saudáveis, como sopinhas. Quando contei para minha cunhada, que é enfermeira, ela apareceu no dia seguinte lá em casa com o kit para o teste".

Shyrlene não estava em casa quando a cunhada fez o teste e teve o resultado positivo. Foi avisada quando a menina já estava no hospital, onde ficou internada 8 dias para controlar a glicemia.

Tratamento

Shyrlene usou o tempo no hospital para aprender como cuidar da filha e lidar com a doença. Em seguida teve contato com a Associação de Diabetes Juvenil (ADJ) e fez alguns cursos. Foi lá que aprendeu a contar a quantidade de carboidrato das refeições, já que eles se transformam em glicose. Com isso, ela consegue mensurar a quantidade de insulina equivalente que deve aplicar na filha, para neutralizar o efeito do açúcar. E a garota agora aceita o tratamento com naturalidade.

“No início eu chorava muito, passava insegurança para ela, que também ficava com medo. Com a orientação da psicóloga da ADJ, aprendi a ser mais segura e a Iris também passou a ficar tranquila”, conta.

“Não a proíbo de comer nada, mas limito a quantidade das coisas e sempre digo: ‘você não pode comer nada escondido da mamãe’. Ela ajuda muito, é bem consciente. Se está na hora de medir a glicemia, ela não se opõe”.

A mãe conta que Íris, hoje com três anos, até se exibe para os colegas na escola, na hora de medir a glicemia.

“Às vezes quero ir para o canto, mas ela faz questão de mostrar aos amiguinhos. Às vezes quer fazer sozinha – e já sabe”, explica a mãe.

Doença na adolescência

A jornalista Vanessa Pirollo descobriu ser diabética quanto tinha 18 anos – o diabetes também pode surgir na adolescência.

“Já estava acordando de madrugada para ir ao banheiro havia um tempo, tinha dores nas costas de madrugada e já tinha começado a emagrecer e a minha visão foi ficando embaçada”, explica ela, que descobriu a doença por acaso.

“Sem querer eu fui à nutricionista e estavam fazendo testes de detecção de diabetes por lá. Acabei fazendo por curiosidade e deu alteração. Fiz um exame mais detalhado e constataram que eu tinha diabetes tipo 1”, conta.

Vanessa, que tinha acabado de entrar na faculdade de jornalismo, ficou chocada no início.

“Eu mesma tinha preconceito. Queria ser aceita pelo grupo da faculdade e não queria dizer para os outros que tinha diabetes, apesar de ter que carregar comigo a caneta medidora de glicose”, conta ela.

Cerca de três meses depois do diagnóstico, o bloqueio interno que ela mesma havia criado foi se tornando mais fraco e ela acabou contando para as pessoas mais próximas.

“Não fiz acompanhamento psicológico e passei por momentos complicados para aceitar a doença. Cheguei na Associação de Diabetes Juvenil três anos depois do diagnóstico, e com isso, muitas informações acabaram vindo e acabei aceitando melhor”, conta a jornalista.

A endocrinologista Denise Ludovico explica que, quanto menos o paciente contesta o diagnóstico, melhor ele consegue controlar a doença.

“Enquanto a pessoa está em fase de negação e revolta, é complicado. Mas é algo que pode ser encarado como natural. Depende muito de como a família lida com o paciente. Se levam numa boa, a criança não sente insegurança. Tenho uma paciente de quatro anos que acha que estranho é quem não tem diabetes”.

Vanessa conta que, na época, tinha o costume de comer um docinho depois da refeição – hábito que foi proibido pela médica.

“Hoje em dia já existe uma liberdade maior em relação à comida, por conta da contagem de carboidratos. Sabendo a quantidade correta de insulina a ser aplicada, posso comer um pouco de açúcar”, explica Vanessa.

Vanessa vive uma vida normal. “O diabetes não me impede de absolutamente nada. Há reeducação alimentar e qualidade de vida. Eu faço atividade física, porque, além de gostar, é algo que me ajuda, porque abaixa a glicemia” conta.

Fique alerta e procure orientação médica caso a criança ou adolescente apresente alguns dos sinais e sintomas abaixo: 

- Aumento inexplicável da sede

- Aumento da vontade de urinar

- Voltar a fazer xixi na cama (quando a criança já não tinha mais esse hábito)

- Perda de peso sem explicação

- Fadiga

- Alterações na visão, vista embaçada

- Irritabilidade

- Aumento da fome

- Hálito cetônico (odor frutado)

- Respiração pesada ou dificuldade para respirar

Fonte: Surgiu.com

quarta-feira, 26 de junho de 2013

O Brasil deu salto qualitativo de crescimento e distribuímos renda, afirma ministro

O ministro da fazenda Guido Mantega defedeu a política econômica do governo.
    Mantega destacou que as reservas internacionais eram de U$$ 35 bilhões sendo metade do FMI. Agora as reservas estão próximas de U$$ 370 bilhões.

terça-feira, 25 de junho de 2013

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Um ano após golpe, Paraguai busca se reinserir no cenário internacional


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Esquerda do país lamenta aprovação de sementes transgênicas, desmantelamento das políticas sociais e endividamento


O processo todo não levou mais do que 48 horas. Em pouco tempo, o primeiro governo não alinhado ao Partido Colorado a chegar ao poder no Paraguai em mais de sete décadas se dissolvia. Em um movimento orquestrado pelos setores mais conservadores do país, foram 39 votos pela condenação, ante apenas quatro contrários. Votado na manhã de sexta-feira, 22 de abril de 2012, o impeachment do então presidente Fernando Lugo – cuja equipe teve apenas duas horas para apresentar uma defesa não mais do que simbólica no Senado – culminou com o rápido empossamento do vice-presidente Federico Franco, do Partido Liberal, naquela mesma noite.
Em um acordo-relâmpago com os colorados, os liberais – que outrora haviam feito uma aliança com Lugo, aproveitando-se de sua popularidade para chegar governo e ocupar vários cargos – não tiveram grandes problemas em instituir um golpe de Estado pela via parlamentar, enquanto as atenções do continente estavam voltadas à Conferência Rio+20, realizada no Rio de Janeiro.
Lugo optou por acatar a decisão do Congresso para “que não se derramasse mais sangue por motivos mesquinhos em nosso país”. Do lado de fora do Parlamento, cerca de 20 mil pessoas protestavam contra o ato, mas a repressão foi tão rápida quanto eficiente. “Todos os edifícios em volta do Parlamento estavam com franco-atiradores, nós os víamos. Houve uma correlação desigual de forças”, lembra a jornalista María Paz Valenzuela. Da mesma forma, algumas vias de acesso do interior do país para Assunção foram bloqueadas pelo exército na tentativa de frear qualquer movimentação da população do campo, na qual estava a maior base de apoio do ex-mandatário.
Um ano depois do golpe, ainda sob a gestão de Franco, os paraguaios aguardam a posse do presidente eleito, Horacio Cartes, agendada para 15 de agosto. Com sua vitória nas urnas em 21 de abril com 46% dos votos, o Partido Colorado volta ao governo depois de uma pausa de cinco anos.
Parte daqueles que compunham o governo eleito se organizou, inicialmente sob a liderança de Lugo, na coalizão de partidos Frente Guasú (FG). À sua frente está agora seu secretário-geral, Aníbal Carrillo. Ele foi o nome que representou a FG nas urnas nas últimas eleições presidenciais, obtendo 3,32% dos votos. Para ele, fatos que aconteceram ao longo deste ano evidenciam as razões econômicas e políticas pelas quais o golpe aconteceu. “A aprovação das sementes transgênicas, o desmantelamento das políticas sociais, o endividamento do Estado como política econômica. Não creio que o objetivo de Cartes seja diferente: privatizações e endividamento do Estado”, avaliou em entrevista a Opera Mundi.
Da mesma forma, o paraguaio Hugo Ruiz Diaz, assessor de Relações Internacionais do governo Lugo, faz uma avaliação pessimista do próximo governo e acredita que serão muitos os desafios. “Nem o Partido Liberal, nem o Partido Colorado poderão solucionar os problemas sociais e fundamentais do Paraguai”.
Para Diaz, com Cartes “o sistema neostronista está de volta”. A comparação do futuro presidente com Alfredo Stroessner, ditador do Paraguai entre 1954 e 1989, se deve em parte ao fato de os dois políticos serem do mesmo partido. Mas também porque alguns assessores de Cartes foram ligados à ditadura, como Eladio Loizaga, José Antonio Moreno, Hugo Saguier e Leila Rachid.
Perseguição a movimentos sociais
Ainda segundo Diaz, um dos efeitos do golpe até o momento foi a perseguição a movimentos sociais e o crescimento do discurso da perseguição a “comunistas”. “Como nas décadas de 60 e 70”, afirmou.
Sobre esse aspecto, Victor Barone, do Partido Convergencia Popular Socialista, uma das legendas que compõem a Frente Guasú, faz uma avaliação semelhante. De acordo com ele, é possível falar em “um sentimento muito 'marcartista'', em um contexto no qual os movimentos de esquerda foram marginalizados do debate político. Os colorados estão em extrema euforia porque estão de volta ao poder”, disse.

Em 1º de julho, junto de Lugo, outros quatro membros da coalizão assumirão um posto no Senado. “É uma bancada pequena, de cinco nomes, com mobilização popular. E temos um governo totalmente inimigo”. Barone se diz “moderadamente otimista” por acreditar que as tentativas de impedir que o ex-presidente assuma o cargo não terão sucesso. “É difícil neste momento. O custo político seria muito alto. Seria difícil sustentar”.
Dos 45 senadores, 19 pertencem ao Colorado. A segunda força é o Partido Liberal, com 13 cadeiras. Na Câmara dos Deputados, o Partido Colorado terá 44 das 80 cadeiras, enquanto o Liberal terá 27. Outras seis legendas repartem os nove postos restantes.
Política externa
A política externa do Paraguai depois do golpe também se alterou de imediato. Em seu mandato, Lugo esteve cercado de governos progressistas – no Uruguai, no Brasil, na Argentina, na Venezuela, na Bolívia e no Equador. Em 22 de junho passado, a reação imediata dos países do Mercosul e da Unasul foi a de condernar o golpe e isolar país. Com a realização de novas eleições em abril, as relações se normalizaram.
A expectativa de Diaz em relação ao governo Cartes é que ele “assumirá uma política agressiva para deslegitimar a integração do Mercosul e da Unasul”. Não por razões comerciais, mas por marcar oposição ao governos progressistas. “Acredito que a grande lição que aprendemos é que nenhum processo na América do Sul conseguirá uma mudança progressista sem integração regional”, completou.
Já Aníbal Carrillo define a situação do Paraguai como contraditória: o novo governo precisará incorporar o Paraguai ao Mercosul por razões comerciais, apesar da afinidade política com outros países que não aqueles que compõem o bloco sul-americano. “É uma condição que não estão sabendo muito como resolver. Alguns setores paraguaios, por exemplo, querem tirar a Venezuela do Mercosul, e os outros países não vão aceitar”.
Créditos: Rede Brasil Atual

Beber bastante água é bom para a pele


É comum ouvirmos dizer que, para mantermos nossa pele fresca e saudável, é essencial beber bastante água.
As quantidades recomendadas variam. Nos Estados Unidos, por exemplo, a orientação é que se beba oito copos de água por dia. 
Mas qualquer que seja o volume indicado, o princípio por trás do conselho continua o mesmo: beber água mantém sua pele hidratada. Em outras palavras, a água funcionaria como uma espécie de hidratante que age de dentro para fora.
Você talvez se surpreenda, mas a verdade é que existem pouquíssimas evidências para confirmar essa teoria.
Uma forma óbvia de verificarmos o efeito da ingestão de água sobre a pele seria, por exemplo, separarmos um grupo de voluntários em duas metades. Uma receberia instruções para beber água o dia inteiro, a outra seria orientada a beber quantidades normais.
Um mês depois, a condição da pele dos participantes poderia ser avaliada para estabelecermos se beber mais água resultou, ou não, em peles mais suaves e saudáveis.
Na prática, estudos como esse são raros, em parte porque, como a água não pode ser patenteada, é difícil encontrar-se alguém disposto a financiar esse tipo de pesquisa - ela não produziria nenhum remédio ou cosmético capaz de cobrir os custos do financiador.
Uma pesquisa feita pelo dermatologista Ronni Wolf, do Kaplan Medical Centre, em Israel, encontrou apenas um estudo sobre os efeitos, a longo prazo, da ingestão de água sobre a pele. Os resultados do trabalho, no entanto, foram contraditórios.
O estudo tentava avaliar os efeitos, sobre a pele, da ingestão de água mineral em comparação à água de torneira. Após quatro semanas, o grupo que bebeu quantidades adicionais de água mineral apresentou diminuição na densidade da pele. O grupo que bebeu água de torneira apresentou um aumento na densidade da pele.
Mas independentemente do tipo de água ingerido, o estudo não encontrou qualquer diferença na quantidade de rugas ou na suavidade da pele dos participantes.
Isso não quer dizer que a desidratação não exerça qualquer efeito sobre a pele. Podemos avaliar, em parte, as consequências da falta de água sobre a pele ao medirmos sua elasticidade. Para tanto, basta beliscarmos uma porção da pele e observarmos quanto tempo o tecido demora para voltar à posição inicial.
Se você estiver desidratado, haverá uma perda de elasticidade da sua pele e ela demorará mais tempo para recuperar a forma normal após um teste como esse.
Porém, se é verdade que beber menos água do que o necessário é ruim para a pele, isso não quer dizer que beber quantidades excessivas seja bom. Isso equivaleria a dizermos que, porque a falta de alimento leva à desnutrição, então comer demais deve ser bom. Ou, como disse Wolf, seria o equivalente a dizermos que, como um carrro precisa de gasolina, então quanto mais gasolina, melhor.

Conselho Misterioso

Outra crença comum é a de que se você beber quantidades adicionais de água, seu corpo irá armazená-la.
Isso, na verdade, depende de quão rápido você ingere o líquido. Se você beber vários copos de água em um período de 15 minutos, simplemente, vai urinar mais. Se beber a mesma quantidade em um período de duas horas, aí sim, reterá mais líquidos.
Um estudo sobre o tema concluiu que beber 500 ml de água aumenta a circulação do sangue pelos capilares da pele. Mas a pele dos participantes somente foi avaliada nos primeiros 30 minutos após a ingestão, e não se sabe se isso melhora ou não o tônus da pele.
Segundo um outro argumento, um terço da nossa pele é constituído de água, portanto, ingerir líquidos mantém o viço da pele. Isso pode ser verdade, mas a aparência jovem da pele depende muito mais de fatores como herança genética, exposição ao sol e danos causados pelo cigarro.

Nutriente

Então, de onde viria a recomendação de oito copos de água por dia para uma pele saudável?
A água é, sem dúvida, o nutriente mais importante do organismo. Sem ela, nós morreríamos em poucos dias. E manter o corpo hidratado traz outros benefícios para a saúde.
Um estudo feito em 2010 constatou que ingerir líquidos em abundância reduz a formação de pedras nos rins em pacientes que já sofreram do problema.
A regra dos oito copos por dia é muito debatida. Alguns questionam a quantidade necessária para limpar os rins de toxinas. Outros discutem se a água ajudaria ou não a diminuir o apetite. Isso depende de quão alta é a temperatura ambiente e quanta energia você está gastando.
Outro mito é o de que outros líquidos não contam. Não precisa ser água. Até os alimentos contêm mais líquidos do que você imagina. Por exemplo, entre 40 e 49% de uma pizza são constituídos de água.
A quantidade de água que retiramos dos alimentos depende muito de onde vivemos.
Nos Estados Unidos, por exemplo, a média é 22%. Mas na Grécia, onde a dieta é mais rica em frutas e verduras, essa média será bem maior.
Concluindo, não há evidências de que beber mais água seja bom para a pele.
E tampouco existe uma regra definitiva sobre a quantidade ideal de água que devemos beber, já que isso depende do clima e do tipo de atividade que você está fazendo.
Mas todos nós temos um ótimo guia interno, capaz de ajudar bastante: a sede.

BBC Brasil