domingo, 7 de julho de 2013

Inflação para famílias de menor renda cai puxada por alimentos


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve variação negativa na última verificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), caindo de 0,35% em maio para 0,28% em junho, valor maior que o do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (0,26%) para o mesmo mês. O INPC é calculado considerando apenas as famílias com renda de um a cinco salários mínimos.
Com o resultado, o índice acumula 3,30% em 2013, superando o total do primeiro semestre do ano passado, de 2,56%. Em doze meses, o acumulado, de 6,97%, é bem próximo do total encerrado em maio, 6,95%.
No INPC, os alimentos apresentaram variação de -0,10%, enquanto os não alimentícios tiveram uma taxa de 0,44%. O Rio de Janeiro apresentou o maior índice regional (0,72%), com alta dos alimentos consumidos fora de casa (1,62%) e dos ônibus urbanos (5,09%), com o reajuste de 7,2% que vigorou de 1 a 20 de junho. Belém teve deflação, de -0,10%, com os alimentos em queda de -0,62%.
Com informações da Agência Brasil

Transporte público ruim afeta saúde, educação e cultura da população


Os efeitos negativos de um transporte público caro e de má qualidade não estão restritos à questão da mobilidade urbana. Prejudicam também outras áreas vitais para a vida do cidadão, como s
aúde, educação, finanças e cultura. Especialistas e integrantes do Movimento Passe Livre (MPL) consultados pela Agência Brasil avaliam que a mobilidade urbana está diretamente relacionada à qualidade de vida, além de ser um dos maiores causadores de estresse da vida das pessoas.
“É um trauma para todo mundo. Principalmente para quem fica em pé, duas horas, crucificado, com alguém tentando pegar bolsa, apalpar. Não é à toa que as pessoas estão preferindo usar motocicletas, mesmo que isso represente risco a própria integridade física por causa dos acidentes, e não é à toa que essas manifestações conseguiram tantas adesões”, disse à Agência Brasil o doutor em políticas de transporte pela Universidade Dortmund, na Alemanha e professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Brasília (UnB), Joaquim Aragão.
As manifestações citadas pelo especialista foram iniciadas pelo MPL em São Paulo. O movimento tem, como um de seus interlocutores, o professor de história Lucas Monteiro. “Defendemos Tarifa Zero porque, além de ser a única forma de as pessoas terem acesso à cidade, o transporte público beneficia áreas vitais como saúde e educação. Por isso já imaginávamos que nossa luta se espalharia pelo país, mas não que iria alcançar a dimensão que alcançou”, disse à Agência Brasil.
De acordo com o representante do MPL, o incentivo ao uso de transportes individuais causa também problemas como aumento da poluição e do número de atropelamentos, o que resulta em mais gastos e problemas para a saúde pública. Dados do Ministério da Saúde mostram que, em 2010, 42.844 pessoas morreram nas estradas e ruas do país. Desse total, 10.820 acidentes envolveram motos. No mesmo ano, o gasto total do Sistema Único de Saúde (SUS) com acidentes de trânsito foi R$ 187 milhões. Só com internação de motociclistas foram gastos R$ 85,5 milhões.
Além disso, acrescenta Monteiro, diversos tratamentos de saúde deixam de ser feitos porque os pacientes não têm condições de pagar pelo deslocamento. E o problema relacionado à falta de condições para custear os transportes também afeta o direto e a qualidade da educação.
“Frequentei muitas às escolas públicas. É comum alunos faltarem aulas por não terem dinheiro para ir à escola. Além do mais, direito à educação não está restrito a apenas ir à escola ou ao banco escolar. Os estudantes precisam ter acesso à cultura, a visitar museus. E, sem circular, não há como ter acesso a isso. A grande maioria não vai ao centro da cidade, museus, centros culturais para complementar sua formação”, disse Monteiro.
Segundo Aragão, dificuldades para mobilidade urbana afetam diretamente o rendimento escolar de jovens e crianças, que ficam cansados e com o sono sacrificado. “É um fator a mais a prejudicar o rendimento, além da qualidade de instalações do ensino público. Da mesma forma, afeta também a evasão escolar, a formação de profissionais e a produtividade do país”, disse o especialista.
“A mobilidade bloqueia inclusive a vida social do cidadão de baixa renda, que fica sem acesso a entretenimento, cultura e lazer. Esses são privilégios das pessoas motorizadas. Uma família de quatro pessoas que queira se deslocarem da periferia até um parque no centro da cidade gastará R$24, caso a passagem unitária custe R$3. Para quem recebe salário mínimo, isso é impossível”, disse.
Arquiteto, urbanista e especialista em transporte público, Jaime Lerner diz que por trás das manifestações iniciadas pelo MPL está o descrédito nas políticas públicas e a falta de respostas à sociedade, sobre os diversos serviços públicos prestados a ela. “E tudo fica mais fácil em todas as áreas quando se tem um bom transporte público”, disse o ex-prefeito de Curitiba (PR).
Muitas das mobilidades foram anunciadas sem sequer estudar a própria cidade, avalia Lerner. Segundo ele, é importante entender a cidade como um sistema de estrutura de vida, trabalho, movimento e mobilidade juntos. No fundo, acrescenta, faltam decisões políticas, e, em geral, essas decisões são voltadas para soluções mais caras.
“O Brasil é rápido em fazer coisa errada e demorado em fazer a coisa certa”, disse. “Sustentabilidade é equação entre o que você poupa e o que você desperdiça. Portanto, se tiver de se deslocar por distâncias cada vez maiores, é óbvio que a coisa não vai funcionar”.
Agência Brasil

Água distribuída por carros-pipa em Alagoas pode ter matado 37 pessoas



Mortes aconteceram no período entre 19 de maio e 30 de junho deste ano


A distribuição de água sem tratamento por carros-pipa no interior de Alagoas pode ser a causa de doenças diarreicas agudas que causaram a morte de 37 pessoas no período entre 19 de maio e 30 de junho deste ano, de acordo com informação do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, vinculado à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
O fato foi revelado nesta quinta-feira (4), em audiência pública na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados que discutiu a operação, a cargo do Exército, de distribuição de água a 810 municípios nordestinos em estado de calamidade pública devido à seca, por meio de caminhões-pipa.
Segundo nota técnica do departamento do Ministério da Saúde apresentada durante a audiência pública, informações da Secretaria de Saúde de Alagoas dão conta de que “os carros-pipa estão captando água bruta e não estão realizando nenhum tipo de tratamento, antes de disponibilizá-la para a população, o que causa alto risco à saúde”.
De acordo com o documento, análises da água para consumo humano distribuída em Alagoas evidenciaram a presença de diversos tipos de micro-organismos causadores de doença, como Escherichia coliShiguellaSalmonellaSalmonella typhiVibrio cholerae, rotavírus, protozoários e cianobactérias.
Informações fornecidas pelo Comitê de Combate à Seca de Alagoas – acrescenta a nota técnica – revelam que os carros-pipa estão abastecendo 2.234 localidades afastadas e 77 municípios, o que representa 75% do total dos municípios de Alagoas.
Os técnicos informam que foram pesquisados os 39 óbitos registrados nesses locais, no período, confirmando que, “tendo em vista o cenário relatado”, 37 foram motivados por diarreia. Entre os mortos, 52% estavam acima de 60 anos e 38% tinham menos de 1 ano de idade.
Do total de 50 municípios alagoanos reconhecidos pelo governo federal em situação de emergência ou calamidade pública, 13 apresentaram pelo menos um óbito por diarreia. A pior situação é no município de Palmeira dos Índios, com 7.280 atendimentos de diarreia e dez óbitos.
A situação foi classificada como “alarmante” pela representante do Ministério da Saúde, Mariely Daniela, porque o problema vem ocorrendo não apenas em Alagoas, mas em outros estados nordestinos que enfrentam a seca com o uso de carros-pipa. Ela ressaltou que é preciso clorar a água para ser consumida pela população, pois as análises de laboratório demonstram até mesmo a contaminação por fezes.
Para tentar impedir que a situação se agrave, a Secretaria de Saúde de Alagoas – diz a nota técnica – tem articulado com o Exército e a Defesa Civil estadual a desinfecção da água dos carros-pipa, em colaboração com a Funasa, “que disponibilizou a unidade móvel de laboratório e técnicos para a realização das análises de água”, e com a Secretaria de Recursos Hídricos do estado. Uma equipe do Ministério da Saúde também está realizando investigação em Palmeira dos Índios.
O representante do Exército na audiência, coronel Neuzivaldo dos Anjos Ferreira, responsável pela operação dos carros-pipa no Semiárido nordestino, disse que é impossível para o Exército e os donos dos caminhões-pipa se responsabilizarem pelo tratamento da água distribuída à população, mas ressaltou que a finalidade da operação é abastecer de água potável toda a região onde a seca ocorre desde 2012.
Na operação, o Exército utiliza 5.267 carros-pipa para abastecer mais de 76 mil pontos de captação. O objetivo, segundo ele, é fornecer água suficiente para mais de 3,6 milhões de pessoas, com 20 litros para cada uma por dia e um total de 20 bilhões de litros por ano.
De acordo com o deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), autor do requerimento de convocação da audiência pública, um relatório será elaborado e encaminhado ao governo com pedido de providências para que a água distribuída pelos carros-pipa a serviço do Exército seja submetida a tratamento com cloro antes de ser entregue à população. Caso isso não ocorra, ele disse que poderá recorrer ao Ministério Público para determinar a adoção da medida na operação.
Da Agência Brasil com R7

Minas Gerais tem o maior número de casos de dengue dos últimos seis anos


Minas Gerais atingiu o maior número de casos de dengue dos últimos seis anos em 2013. São 205.039 registros confirmados da doença no Estado segundo balanço divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde nesta sexta-feira (5). O número de mortes subiu para 94.
Os casos confirmados neste ano superaram os da última epidemia da doença em Minas, ocorrida em 2010, quando 194.636 pessoas tiveram dengue. O número já é quase dez vezes maior que o do ano passado, quando a doença atingiu 22.105 pessoas.
Em um intervalo de uma semana, foram registradas cinco mortes em decorrência da dengue. O total de 94 óbitos só é menor que o de 2010, quando 106 pessoas morreram. Em 2012 foram 18 óbitos.
O governo atribui o aumento de casos à transmissão do vírus tipo 4, que foi detectado no Brasil pela primeira vez nas últimas três décadas em 2010 e chegou a Minas Gerais em setembro de 2011. Por este motivo, pessoas com menos de 30 anos ficaram mais propícias à contaminação, que também se favorece pela falta de cuidados com recipientes que acumulam água parada.

Confira as cidades onde houve mortes registradas: Uberaba (20), Uberlândia (3), Juiz de Fora(3), Mamonas (1), Carangola (2), Frei Gaspar (1), Buritizeiro (1), Ituiutaba (2), Ipanema (3), Teófilo Otoni (5), Cataguases (1), Pirapetinga (1), Pirapora (1), São Geraldo do Baixio (1), Montes Claros (3), São João da Ponte (1), Cláudio (1), Carneirinho (1), Campos Altos (1), Contagem (3), Muriaé (3), Sete Lagoas (4), Sacramento (1), Aimorés (1), Itaúna (1), Belo Horizonte (7), Pedro Leopoldo (1), Santa Luzia (3), Águas Formosas (1), Santa Margarida (1),Carlos Chagas (1), Bocaiúva (1), Ubaporanga (1), Nova Serrana (1),Conquista (1),Itambacuri (1),Ponto Chique (1), Patos de Minas (1), Manhuaçu (1), Monte Carmelo (1), Santo Antônio do Monte (1), Iturama (1), Além Paraíba (1), Santana do Paraíso(1), Divinópolis (1) e Ribeirão das Neves (1).
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sábado, 6 de julho de 2013

Ataque a escola deixa 30 mortos na Nigéria

Exército nigeriano (Foto AP)

Pelo menos 29 alunos e um professor foram mortos em um ataque de um suposto grupo islâmico radical a uma escola no nordeste da Nigéria.
Testemunhas disseram que algumas das vítimas foram queimadas vivas no ataque, que ocorreu na cidade de Mamudo, no estado de Yobe.
Dezenas de escolas nigerianas foram queimadas em ataques semelhantes desde 2010.
Yobe é um dos três estados para os quais o presidente Goodluck Jonathan declarou estado de emergência em maio.
Milhares de soldados teriam sido enviados para proteger a região.
Um repórter da Associated Press descreveu cenas dramáticas ocorridas em um hospital em Potiskum, localidade próxima a Mamudo, onde pais desesperados tentavam encontrar os filhos entre corpos carbonizados e vítimas de bala.
Sobreviventes disseram que os supostos militantes atearam fogo à escola com galões de combustível.
Alguns alunos teriam sido queimados vivos, outros teriam sido baleados enquanto tentavam fugir.
O correspondente da BBC em Lagos, Will Ross, diz que a região tem sido alvo de ataques do grupo radical Boko Haram.
Desde 2012, mais de 600 pessoas teriam sido mortas por esse grupo, que luta para derrubar o governo e estabelecer um Estado islâmico no norte da Nigéria.

BBC Brasil

Governo lança Programa Mais Médicos para o Brasil na próxima segunda-feira

Programa de contratação de médicos estrangeiros será lançado nesta segunda-feira

O governo vai lançar na próxima segunda-feira (8) o Programa Mais Médicos para o Brasil, que prevê a ampliação de vagas de residência médica e contratação de milhares de médicos, inclusive profissionais estrangeiros. O anúncio será feito no Palácio do Planalto pela presidenta Dilma Rousseff e os ministros da Saúde, Alexandre Padilha, e da Educação, Aloizio Mercadante.
Os objetivos do programa, segundo o governo, são melhorar o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS) e a formação dos médicos brasileiros. As propostas foram apresentadas pelo governo no fim de junho, em um pacote de anúncios para melhoria dos serviços públicos em resposta às manifestações que ocorreram no país.
A contratação de médicos estrangeiros é o ponto mais polêmico do programa e tem sido alvo de críticas de associações de médicos. Segundo Padilha, os médicos estrangeiros serão contratados para trabalhar em regiões pobres e no interior do país, quando as vagas não forem preenchidas por brasileiros.
Os profissionais estrangeiros vão passar por treinamento durante três semanas em universidades brasileiras para avaliar a capacidade de se comunicar em língua portuguesa e as habilidades em medicina. Só após o treinamento começarão atender aos pacientes. Os estrangeiros atuarão apenas na atenção básica à saúde e pelo período de três anos.
Entidades contrárias à medida, como o Conselho Federal de Medicina, argumentam que o problema da falta de atendimento à saúde no interior do país se deve à falta de estrutura e não de médicos, e exigem que os profissionais estrangeiros passem pelo Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos, o Revalida, antes de começarem a trabalhar no Brasil.

Entidades do campo cobram menos burocracia e mais agilidade do governo


Movimentos sociais ligados ao campo cobraram hoje (5) do governo mais agilidade e menos burocracia para resolver questões como a reforma agrária e a melhoria dos serviços públicos nas cidades. Representantes de 11 entidades, entre elas o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST),
a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), estiveram nesta sexta-feira com a presidenta Dilma Rousseff para discutir o atual momento do país após a onda de manifestações que tomaram as ruas.
“Elencamos alguns elementos e trouxemos para a presidenta Dilma. É preciso e urgente que o governo se desburocratize e possa fazer mais pelo povo brasileiro. Os pontos centrais discutidos foram a reforma agrária, a saúde e a educação”, relatou Alexandre Conceição, da direção nacional do MST, porta-voz da reunião. "Só diálogo não basta, tem que ter a política."
As entidades campesinas vão se juntar às manifestações convocadas pelas centrais sindicais para o dia 11 deste mês, em defesa da realização do plebiscito sobre a reforma política. Além dos pontos defendidos pelo governo, como a consulta sobre o financiamento público de campanhas, os movimentos sociais querem que o processo inclua temas mais amplos sobre a participação popular.
“Vamos fazer um debate sobre o plebiscito, em que as questões não sejam apenas de cunho eleitoral, têm que ser de participação política, porque não nos sentimos mais representados por este Congresso, que é financiado pelo grande capital”, disse. “Sempre defendemos o plebiscito popular, porque sempre defendemos a participação do povo naquilo que vai afetar a vida do povo diretamente”, acrescentou.
Segundo Conceição, o MST e outros movimentos sociais do campo “sempre estiveram nas ruas” e estão de acordo com as demandas urbanas apresentadas durante as manifestações que ocorreram no país, principalmente as reivindicações ligadas ao transporte público e à saúde.
“A participação popular e a representatividade sempre foram bandeiras do povo e bandeiras nossas, não é uma bandeira do governo. Vamos para a rua, não para defender o governo, mas para defender projeto político. E nosso projeto político é a reforma agrária, é a produção de alimentos saudáveis, é isso que vamos defender, e também nos solidarizar com a luta das cidades, que hoje estão inviabilizadas”, disse. Segundo o dirigente do MST, o governo fez uma “autocrítica” e reconheceu que é preciso investir mais em transporte público e melhorar as condições das cidades.
Também participaram da reunião com Dilma representantes do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), do Movimento Mulheres Camponesas (MMC), da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), da Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra), da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), da Pastoral da Juventude Rural e do Movimento Camponês Popular.
Na próxima semana, Dilma deve continuar a receber movimentos sociais e organizações da sociedade civil em reuniões com indígenas, lideranças evangélicas, organizações de mulheres e o movimento negro.
 Agência Brasil