quarta-feira, 31 de julho de 2013

Apesar de alto IDHM, Brasília sofre com a desigualdade de renda


Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 2013, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), mostrou dados positivos do Distrito Federal (DF) e sua capital, Brasília. O DF ostenta os melhores índices de renda, longevidade e educação, recebendo a classificação de “muito alto” no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) entre as unidades da Federação. Mas o sucesso do DF não se repete quando a questão é a distribuição de renda. Brasília, quando comparada a outras capitais, é a quarta colocada no quesito má distribuição de renda. Conforme o estudo, 67,20% de toda a renda da capital federal estão concentrados em apenas 20% da população. É a quarta pior distribuição de renda do país, ficando atrás apenas do Recife (PE), de Salvador (BA) e Maceió (AL). A professora de antropologia da Universidade de Brasília (UnB), Lia Zanotta, atribui o problema à grande quantidade de empregos públicos na cidade.
“A desigualdade é bastante grande. É uma população que vive das atividades de funcionários públicos, que recebem relativamente bem, e há os empresários, que também têm uma renda alta. Mas também tem uma classe popular que vive, em grande parte, nas cidades periféricas, com uma renda bastante baixa”. De acordo com ela, as atividades comerciais e industriais ainda não abrem vagas de emprego que atendam plenamente à demanda da população. Por outro lado, um maior incentivo a esses setores da sociedade ajudaria a nivelar a renda entre a população.
Na avaliação da professora, uma das saídas possíveis seria o investimento em pequenos empreendedores e o desenvolvimento de um “cinturão verde”, em áreas no Entorno de Brasília que teriam condições de produzir com alta tecnologia, como orgânicos, por exemplo. O presidente da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), Júlio Miragaya, também entende que o setor privado não acompanha a quantidade de empregos públicos e a qualidade dos salários dessa fatia de mercado.
“Essa concentração é histórica, e vem se acentuando. Como o trabalhador do setor público tem um rendimento médio mais de quatro vezes superior à média encontrada no setor privado, essa disparidade em termos de renda é mais acentuada em Brasília”. Miragaya, que também é conselheiro do Conselho Federal de Economia (Cofecon), explicou que o governo tem procurado saídas para corrigir essa distorção. “O governo está preocupado com essa diversificação da estrutura produtiva. Temos realizado estudos, identificando segmentos que podem ser incrementados, como no setor industrial e de tecnologia da informação”.
Crédito: Agência Brasi
Fotos passagensaereasmega.com.br agensaereasmega.com.br

Ex-ministro ligado a esquema de corrupção é escolhido para coordenar campanha de Aécio

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Pimenta da Veiga, ministro das Comunicações de FHC, está associado a esquema com Marcos Valério

O candidato ao Palácio do Planalto em 2014 Aécio Neves (MG), apesar de eleito para o Senado, tem ocupado o seu tempo longe de Brasília. Na semana passada, ele definiu quem será o coordenador de sua campanha em Minas Gerais. O escolhido foi Pimenta da Veiga, ministro das Comunicações de Fernando Henrique Cardoso, que também coordenou a campanha à Presidência até o primeiro turno de José Serra em 2002, ano em que o tucano foi derrotado por Lula.
A linha de ataque a ser adotada por Veiga, o indicado do PSDB ao governo de Minas, a pedido de Aécio é mais uma vez aquele velho assunto: explorar o envolvimento do PT no caso do chamado “mensalão” para tentar desgastar a candidatura à reeleição da presidenta Dilma e a provável candidatura do ministro Fernando Pimentel (PT) ao governo de Minas.
Ao que tudo indica, Aécio está sofrendo de sério problema de memória: em 1997 ele fez projeto de decreto para convocar plebiscito, mas foi contra em 2013. Fernando Henrique defendeu a proposta de Constituinte restrita. Aécio apoiou, agora é contra. Aécio esqueceu agora que Marcos Valério e sua agência de propaganda SMPB conseguiram contratos com os Correios (empresa subordinada ao Ministério das Comunicações) durante a gestão de Pimenta Veiga de 1999 a 2002.
Os primeiros contratos dos Correios com as empresas de publicidade de Marcos Valério foram firmados com o Ministério das Comunicações, segundo relatórios da Polícia Federal, a partir do ano 2000. No entanto, desde 1998, Valério presta serviços ao tucanato. A Polícia Federal rastreou quatro depósitos feitos pelas empresas SMPB e DNA Propaganda à conta de Pimenta da Veiga, totalizando R$ 300 mil. Além disso, durante CPMI dos Correios instaurada em 2005 foi encontrado um contrato de empréstimo de R$ 152 mil no BMG no qual Veiga figura como devedor a Valério.
A operação considerada suspeita entre a estatal, a agência de publicidade de Valério e Veiga acabou indo parar no relatório da investigação. Em depoimento, os empresários Dennis Giacometti e Iran Castelo Branco, donos da empresa Giacometti, contaram que mais de 70% do lucro de R$ 9,7 milhões que eles obtiveram com o contrato com os Correios foram depositados em uma conta de Valério no Banco Rural. Ainda segundo investigação, a  conta de Valério no Banco Rural é a mesma que abasteceu o “valerioduto”.
Na CPMI, apareceu também um pagamento de R$ 150 mil, em 2003, das empresas de Marcos Valério para Pimenta da Veiga.  Mas acabou em pizza quando o ex-ministro afirmou que se tratava de "consultoria jurídica".
Relatório da Polícia Federal aponta o esquema em Minas, de 1998, quando o atual deputado Eduardo Azeredo era governador, como seu principal beneficiário. Segundo a investigação, pelo menos R$ 5,17 milhões, em valores da época, saíram de estatais mineiras para o esquema de arrecadação paralela de recursos da campanha de Azeredo, por meio da SMPB.
Os desvios ocorreram por meio de cotas de patrocínio de eventos e publicidade fictícia. Aécio é citado em uma lista como beneficiário de R$ 110 mil na campanha de 1998, quando foi candidato a deputado federal.
A  ligação de Pimenta da Veiga  com personagens do esquema de corrupção nos Correios, cujas investigações desembocaram no escândalo do mensalão tucano de Minas, promete ir a julgamento no inicio de 2014, segundo afirmação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
Para quem tem telhado de vidro é melhor pensar duas vezes antes de acusar adversários com historia  que levam    digitais tucanas.
Créditos: Rede Brasil Atual

Número de participantes da JMJ foi oito vezes maior que o de inscritos, diz arcebispo


Embora o site oficial da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) tenha recebido cerca de 427 mil interessados em participar do evento, um número oito vezes maior – 3,7 milhões de pessoas – compareceu aos diversos atos realizados na semana passada no Rio de Janeiro. O Brasil, como país-sede, liderou a lista de peregrinos inscritos, seguido pela Argentina e pelos Estados Unidos. Vieram
 ao Rio fiéis de 175 países. O balanço final da jornada foi divulgado ontem (30) pelo arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, no Palácio São Joaquim, no bairro da Glória.
De acordo com os números, cerca de 60 mil voluntários trabalharam na organização dos eventos. Mais de 260 grupos de catequese, com voluntários especializados em 25 idiomas, e 100 confessionários foram organizados para atender aos peregrinos. A Arquidiocese estimou em 4 milhões o número de hóstias distribuídas nos seis dias. Credenciaram-se para a jornada 6,5 mil jornalistas de 57 países.
A estimativa de gastos feitos pelos visitantes ficou em cerca de R$ 1,8 bilhão. A Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) recolheu aproximadamente 345 toneladas de resíduos orgânicos e 45 toneladas de materiais recicláveis nas ruas da cidade durante a jornada.
Dom Orani Tempesta disse que, apesar de todas as mudanças feitas no decorrer do evento, a Jornada Mundial da Juventude superou as expectativas. O arcebispo referia-se sobretudo à transferência da vigília de sábado (27) e da missa de encerramento da JMF, domingo (28), do Campus Fidei (Campo da Fé) em Guaratiba, na zona oeste, para a praia de Copacabana, na zona sul. A mudança foi necessária porque as chuvas deixaram o terreno encharcado e tornou-se inviável realizar ali a vigília e a missa.
“Nunca houve tantas mudanças desde o início da jornada como houve agora. Mudança de base aérea, de local. Tivemos até a mudança do papa." Para ele, quem participou da JMJ jamais esquecerá esses momentos e passará as lembranças para os filhos e netos.
Ao apresentar os números finais da jornada, dom Orani destacou dois momentos marcantes fora da programação do encontro mundial de jovens católicos. “Cada vez que nos deslocávamos de helicóptero, o santo padre olhava na direção do Cristo Redentor e orava. Sempre olhando com admiração." Segundo o arcebispo, o outro momento marcante foi aquele em que um menino subiu no papamóvel e disse: "Papa, como te quero bem". Ali, disse dom Orani, aquela criança "mostrou como o povo acolheu bem o papa e o fez chorar junto dele”.
 Agência Brasil

Índice de municípios brasileiros com IDHM médio e alto chega a 74%


Nas últimas duas décadas, o Brasil aumentou 47,5% o seu Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), passando de 0,493, em 1991, - considerado muito baixo – para 0,727, em 2010, o que representa alto desenvolvimento humano, conforme o Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 2013.
Em 1991, 85,5% das cidades brasileiras tinham IDHM considerado muito baixo. Em 2010, o percentual passou para 0,6% dos municípios. De acordo com o levantamento, em 2010, o índice de municípios com IDHM considerado alto e médio chegou a 74%, enquanto em 1991, não havia nenhuma cidade brasileira com IDHM alto e 0,8% apresentava índice médio. Pela escala do estudo, é considerado muito baixo o IDHM entre 0 e 0,49, baixo entre 0,5 e 0,59; médio de 0,6 e 0,69, alto 0,7 e 0,79 e muito alto entre 0,8 e 1,0.
O IDHM é o resultado da análise de mais de 180 indicadores socioeconômicos dos censos do IBGE de 1991, 2000 e 2010. O estudo é dividido em três dimensões do desenvolvimento humano: a oportunidade de viver uma vida longa e saudável [longevidade], ter acesso a conhecimento [educação] e ter um padrão de vida que garanta as necessidades básicas [renda]. O índice varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano.
De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 2013, elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro, o Brasil conseguiu reduzir as desigualdades, principalmente, pelo crescimento acentuado dos municípios menos desenvolvidos das regiões Norte e Nordeste.
“A fotografia do Brasil era muito desigual. Houve uma redução, no entanto, o Brasil tem uma desigualdade amazônica, gigantesca, que está caindo. O Brasil era um dos países mais desiguais do mundo, continua sendo, mas houve uma melhora. Podemos antecipar um futuro melhor”, frisou o presidente do Ipea e ministro interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri.
Principal responsável pelo crescimento do índice absoluto brasileiro, o IDHM Longevidade acumulou alta de 23,2% entre 1991 e 2010. O índice ficou em 0,816, em 2010. Com o crescimento, a expectativa de vida do brasileiro aumentou 9,2 anos, passando de 64,7 anos, em 1991, para 73,9 ano, 2010.
“A melhoria da expectativa de vida é muito significativa. Um brasileiro que nasce hoje tem expectativa de vida nove anos maior o que era há 20 anos, principalmente por uma queda na mortalidade infantil”, explicou o representante do Pnud no Brasil Jorge Chediek.
Os municípios catarinenses de Blumenau, Brusque, Balneário Camboriú e Rio do Sul registraram o maior IDHM Longevidade, com 0,894, e expectativa de vida de 78,6 anos. As cidades de Cacimbas (PB) e Roteiro (AL) tiveram o menor índice (0,672) e expectativa de 65,3 anos.
O levantamento aponta ainda que a renda per capita mensal do brasileiro cresceu R$ 346 nas últimas duas décadas, tendo como base agosto de 2010. Entre 1991 e 2010, o IDHM Renda evoluiu 14,2%, contudo, 90% dos 5.565 municípios brasileiros aparecem na categoria de baixo e médio desenvolvimento nesse índice.
Apesar do crescimento, a desigualdade fica clara quando comparados os extremos do indicador. O município de São Caetano do Sul (SP), primeiro colocado no IDHM Renda, registrou renda per capita mensal de R$ 2.043, o último colocado, Marajá do Sena (MA), obteve R$ 96,25. Uma diferença de mais de 20 vezes.
O IDHM Educação, apesar registrar a menor contribuição para o IDHM absoluto do país, passou de 0,278, em 1991, para 0,637, em 2010. O crescimento foi impulsionado, segundo o atlas, pelo aumento de 156% no fluxo escolar da população jovem no período.
Créditos: Agência Brasil

CIA torturou cubanos desaparecidos durante ditadura na Argentina

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Corpos de dois diplomatas cubanos foram identificados pela Escola Argentina de Antropologia Forense e repatriados

Os diplomatas cubanos Jesús Cejas Arias e Crescencio Nicomedes Galañena Hernández foram torturados por agentes da CIA em território argentino durante a última ditadura do país vizinho (1976-1983). Segundo investigação divulgada ontem (29) pela agência de notícias estatal Infojus, a CIA enviou à Argentina os agentes Guillermo Novo Sampol, um cubano-americano que saiu de Miami rumo a Buenos Aires, e Michael Townley, que atuava no Chile junto à Direção de Inteligência Nacional (Dina) de Augusto Pinochet.
Em declaração à juíza argentina María Romilda Servini de Cubría, Michael Townley admitiu ter participado como autor material do assassinato do ex-chefe do Exército chileno Carlos Prats em 1974, em Buenos Aires. Servíni de Cubría viajou aos Estados Unidos em 1999 para interrogar o agente da CIA durante a investigação sobre o assassinato do general chileno.
Townley também foi acusado pelo assassinato de Orlando Letelier, ministro de Defesa de Salvador Allende, em setembro de 1976 durante seu exílio em Washington. O agente foi condenado por sua participação no atentado que matou Letelier, mas fez um acordo com a justiça norte-americana e recebe proteção como testemunha de crimes contra a humanidade cometidos no Chile durante o regime pinochetista.

Restos repatriados

Cejas Arias e Galañena Hernández foram sequestrados por agentes do regime militar argentino em 9 de agosto de 1976 nas imediações da Embaixada cubana em Buenos Aires. Ambos foram levados ao centro clandestino de detenção “Automotores Orletti”, no bairro portenho de Floresta, onde foram vistos pela última vez com vida.
O corpo de Galañena Hernández foi encontrado em junho de 2012 dentro de um barril enferrujado, cheio de cimento, às margens do Rio de la Plata, no município de Virreyes, no norte da Grande Buenos Aires. Os restos mortais de Cejas Arias foram descobertos junto ao de dois argentinos nas mesmas condições, um ano depois, no mesmo local.
Os restos mortais dos diplomatas foram repatriados após a identificação pela Equipe Argentina de Antropologia Forense (EAAF).

Automotores Orletti

O centro clandestino de detenção Automotores Orletti, onde os diplomatas cubanos foram torturados com a participação dos agentes da CIA, era a sede argentina da Operação Condor , uma aliança político-militar entre os regimes ditatoriais da América do Sul para colaboração na repressão, interrogatório, tortura e desaparecimento de presos políticos na região.
Em março de 2011, a justiça argentina condenou quatro repressores por sua atuação em Automotores Orletti. Eduardo Rodolfo Cabanillas, ex-general de divisão do Exército, foi condenado à prisão perpétua; os ex-agentes da Secretaria de Intelegência de Estado (Side) Honorio Martínez Ruiz e Eduardo Alfredo Ruffo receberam sentença de 25 anos de prisão; e Raúl Guglielminetti, ex-agente civil de inteligencia del Exército, foi condenado a 20 anos de prisão.

Atualmente, Michael Townley e Guillermo Novo Sampol moram nos Estados Unidos.
Créditos: Rede Brasil Atual

terça-feira, 30 de julho de 2013

Índice de desenvolvimento humano cresce 50% no Brasil

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Segundo o Pnud, índice geral saltou de 0,493 observado em 1991 (considerado muito baixo) para 0,727 (considerado alto) em 2010
O Brasil apresentou significativa redução de desigualdades entre os municípios nos últimos 20 anos, com alta do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) da ordem de 50%. Esse aumento, no entanto, não contribuiu para melhorar a situação do país como um todo, que além de ficar em 85º lugar dentre as nações do mundo com melhor IDHM, apresenta – em comparação com países da América Latina – índices abaixo do Chile (40º lugar), Argentina (45º), Uruguai (51º) e Peru (77º). Os dados são resultado do mapeamento intitulado “Atlas Brasil”, divulgado hoje (29) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro.
O trabalho, um recorte do Brasil com dados comparativos dos últimos 20 anos, apresentou os últimos índices do IDHM nos 5.635 municípios brasileiros. Toma como base a avaliação de indicadores sociais, sobretudo os relacionados a educação, longevidade e renda. De um modo geral, o IDHM apresenta números de 0 a 1 para cada indicador. O índice geral, no país, saltou de 0,493 observado em 1991 (considerado muito baixo) para 0,727 (considerado alto) em 2010.
Conforme avaliação dos coordenadores do trabalho, o Brasil continuou na mesma posição em comparação com os outros países porque a melhoria observada aqui também foi observada em outras nações. Além disso, dos 187 países cujos dados são apurados para o cálculo comparativo do IDHM, 108 mantiveram suas posições (enquanto 44 tiveram IDHM reduzido e 35 subiram de posição nesse ranking).

Educação e renda

Dos três principais indicadores, o que apresentou mais destaque nos municípios brasileiros foi a Educação. Nas duas últimas décadas, o índice subiu 128,3%. Mesmo assim, ainda é considerado baixo: saiu de 0,2788 em 1991 para 0,637 em 2010. Para os responsáveis pelo estudo, esse aumento reflete o crescimento do fluxo escolar da população jovem no mesmo período e o nível de escolaridade da população adulta. “Os números revelam que enquanto na década de 1990 a grande preocupação era colocar as crianças na escola, em 2010 essa preocupação passou a ser o que fazer para que os alunos continuem na escola e sejam bem preparados”, acentuou o presidente do Ipea, Marcelo Nery, mostrando a diferença em relação ao setor.
O IDHM Longevidade, por outro lado, registrou crescimento de 23,2% nos últimos 20 anos. Em outras palavras: resultou em um aumento de 9,2 anos na expectativa de vida ao nascer no país, entre 1991 e 2010. Já em relação ao IDHM Renda, o crescimento foi de 14,2%, o que representou R$ 346 de aumento na renda per capita mensal dos municípios brasileiros. Mas a diferença entre os municípios com maior e menor IDHM Renda per capita é gritante. Oscila de R$ 2.043,74 (a maior média, observada em São Caetano do Sul – SP) e R$ 96,25 (a menor, do município de Marajá do Sena – MA). Significa dizer que, em 2010, um cidadão médio de São Caetano do Sul tinha renda per capita mensal 20 vezes maior que a de um cidadão médio de Marajá do Sena – diferença de mais de 2000 %.
Esse tipo de desigualdade é observado de uma forma abrangente em todo o trabalho, sobretudo quando se faz um comparativo entre as regiões. Dos 5.635 municípios brasileiros, 74% deles, ou 4.122 municípios possuem entre médio e alto IDHM. Já 25% (1.431 municípios) possuem baixo ou muito baixo IDHM. A observação mostra uma boa melhoria, já que em 1991, 85,8% dos municípios brasileiros tinham IDHM muito baixo. Também leva ao entendimento de que o país está conseguindo reduzir disparidades de desenvolvimento humano em suas regiões. Além destes municípios, se destacam 0,8% do total (ou 44 deles) que possuem IDHM considerado muito alto.
De acordo com o mapeamento, as regiões Sul e Sudeste possuem a maioria dos municípios com maior índice de desenvolvimento humano. No Centro-Oeste e no Norte do país, a maioria dos municípios é considerada de médio desenvolvimento humano. As regiões Norte e Nordeste, por sua vez, não possuem nenhum município na faixa de multo alto IDHM. E as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste não possuem nenhum município de baixo IDHM.
Quando o índice é avaliado em relação a unidades da Federação, constata-se que o melhor IDHM (o mais elevado) é observado no Distrito Federal (de 0,824). O DF, levando-se em conta todas as suas regiões administrativas, tem o maior IDHM Renda (0,863) e um IDHM Educação de 0,742. Os piores índices, em compensação, são observados nos estados nordestinos de Alagoas (0,63 DE IDHM) e Maranhão (0,639).
“O Brasil tem registrado um avanço extremo em termos de saúde, educação e distribuição de renda, mas ao mesmo tempo, possui passivos históricos”, afirmou Marcelo Nery, para quem esse mapeamento é uma boa fotografia do mundo, a partir do Brasil. “Não superamos a desigualdade, mas a diminuição desta desigualdade e a melhoria dos indicadores é expressiva”, ressaltou o pesquisador.

São Paulo

Um dos destaques do estudo sobre o IDHM é São Paulo. O mapeamento constatou que dos 44 municípios com IDHM mais alto, 24 estão concentrados no estado. Os melhores índices observados no país são os municípios de São Caetano do Sul (SP), Águas de São Pedro (SP), Florianópolis (SC), Vitória (ES), Balneário Camboriú (SC), Santos (SP), Niterói RJ), Joaçaba (SC), Brasília (DF) e Curitiba (PR). Os piores índices são dos municípios de Melgaço (PA), Fernando Falcão (MA), Atalaia do Norter (AM), Marajá do Sena (MA), Uiramutã (RR), Chaves (PA), Jordão (AC ), Bagre (PA) Cachoeira do Piriá (PA) e Itamarati (AM).
Dos municípios com melhor IDHM se destacaram Nova Lima (MG), Rio Fortuna (SC), com IDHM e Rio do Sul (SC). Os três municípios subiram da condição de médio desenvolvimento humano para muito alto desenvolvimento humano na última década. Já entre os 50 municípios com pior IDHM, embora eles tenham permanecido na mesma situação em aferições anteriores, os índices de todos registraram melhorias.
Atualmente, o Brasil é considerado um dos países com alto desenvolvimento humano, com expectativa de vida de 73,8 anos, média de escolaridade de 7,2 anos e renda per capita anual de US$ 10.152. Mas os dados não são atualizados totalmente. Os indicadores da educação são de 2005, e os de saúde e renda, de 2010. Segundo a analista Daniela Pinto, do Pnud, o estudo consiste num exercício comparativo e serve para nortear políticas públicas para melhoria do país nos mais diversos setores, mas é preciso levar em conta que alguns países possuem dados mais atualizados que outros.
O IDH mede o nível de desenvolvimento humano de determinada região. É a terceira vez que o órgão da ONU realiza o levantamento sobre a situação nos municípios do país – outras duas edições da pesquisa foram divulgadas em 1998 e 2003. No recorte deste ano, o índice foi realizado a partir de um novo critério – em razão disso, foram recalculados, também, os dados do Brasil referentes aos anos de 1998 e de 2003.

Papa condena "lobby gay" no Vaticano


Cidade do Vaticano – O papa Francisco condenou ontem (29) o “lobby gay” no Vaticano, mas disse que os homossexuais não devem ser julgados ou marginalizados. Afirmou, ainda, que deseja aprofundar o papel das mulheres na Igreja, mas rejeitou completamente a ordenação feminina.
“O problema não é ter essa orientação [homossexual]. Devemos ser irmãos. O problema é fazer lobby por essa orientação, ou lobbies de pessoas  invejosas, lobbies políticos, lobbies maçons, tantos lobbies. Esse é o pior problema”, disse. O papa fez essas declarações aos jornalistas no avião que o levava do Rio de Janeiro – onde esteve durante uma semana e participou da Jornada Mundial da Juventude, a Roma.
“Vocês veem muito escrito sobre o lobby gay. Eu ainda não vi ninguém no Vaticano com um documento de identidade a dizer que é gay”, declarou.
“Se uma pessoa é homossexual e procura Deus e a boa vontade divina, quem sou eu para julgá-la?”, disse, referindo-se ao catecismo da Igreja Católica, que “diz que os homossexuais não devem ser marginalizados por causa de o serem, mas que devem ser integrados à sociedade”.
Referindo-se ao papel das mulheres, Francisco afirmou que não é possível “imaginar uma Igreja sem mulheres ativas”, mas afirmou que a instituição disse “não à ordenação de mulheres”.“Esta porta foi fechada” por João Paulo II, disse a respeito desse pedido (da ordenação).
O pontífice declarou que “a Igreja é feminina, mãe, e a mulher não é somente a maternidade, a mãe de família” e afirmou desejar “uma teologia aprofundada da mulher” que ainda não foi realizada.
Interrogado sobre a questão dos divórcios, o papa desejou que “a reflexão no quadro da pastoral do casamento” continue, indicando que há oito cardeais nomeados para este fim.“É sempre um tema. Hoje, chegou o tempo da misericórdia. Uma mudança de tempo”, afirmou. Segundo o papa, os divórcios podem acontecer, o problema reside “nos segundos casamentos”.
Sobre o casamento homossexual e o aborto, o papa disse que a posição da Igreja já é conhecida.
O pontífice também disse que o Banco do Vaticano, envolvido numa série de escândalos, deve ser “honesto e transparente” e que vai ouvir as recomendações de uma comissão que criou para definir se o banco deve ser reformado ou mesmo fechado.
 Créditos:Agência Brasil