Desde 1998, os trabalhadores rurais e seus filhos tem a oportunidade de estudar medicina em Cuba.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o governo de Cuba tem uma parceria na formação de médicos que já dura 15 anos. Desde 1998, os trabalhadores rurais e seus filhos tem a oportunidade de estudar medicina no país caribenho. Estudantes e médicos formados se encontraram no início da semana na Fundação Florestan Fernandes, em Guararema, região metropolitana de São Paulo, para trocar experiências e debater situação da revalidação do diploma médico no Brasil.
Filhos de trabalhadores rurais e militantes do MST, Marcos Tiaraju e Alessandra Cristina dos Santos se formaram médicos em Cuba e hoje atendem famílias de assentamentos no Rio Grande do Sul. “Estou atuando no assentamento da fazenda Danone no município de Pontão. A gente não precisa de uma mega infraestrutura para cuidar da saúde do povo. Saúde é um direito de todos e um dever do Estado”, disse Alessandra à TVT.
“Eu decidi que faria medicina em Cuba com o objetivo de depois atuar nas áreas carentes do Brasil e dedicar uma atenção especial para as áreas de reforma agrária”, conta Tiaraju.
Segundo o MST, já foram enviados 140 militantes para cursar medicina em Cuba. “Criamos uma expectativa muito grande no retorno deles para fortalecer esses coletivos e práticas já existentes nesses espaços de nossos assentamentos”, afirma a diretora nacional de saúde do MST, Neusa Mittler Buffon.
Ocorreu ontem (3) em São Paulo um ato em apoio aos médicos cubanos que chegaram ao Brasil na semana retrasada para trabalhar no Programa Mais Médicos, do governo federal. O ato se chamava “Marcha das Domésticas por Médicos Humanos, sejam eles cubanos, brasileiros ou marcianos”, e condenou a manifestação da jornalista do Rio Grande do Sul Micheline Borges, que publicou nas redes sociais que as médicas cubanas pareciam empregadas domésticas. O Sindicato dos Empregados Domésticos do Rio Grande do Norte afirmou que vai acionar a jornalista judicialmente pelas manifestações.
O Ministério da Saúde divulgou ontem que a segunda etapa do Mais Médicos conta com 3.016 profissionais, dos quais 1.414 estudaram no Brasil e 1.062 no exterior. Entre as cidades que vão receber os médicos há 25 distritos indígenas.
Foto;MST
Créditos: Rede Brasil Aual