De fato, os números estão aí e, nesse caso, são determinantes para que a presidente goze do momento como bem entender. O leilão de dois dos principais aeroportos do Brasil foi um tremendo sucesso. A operação atraiu grupos de grandes empresas e deu ao governo um montante de R$ 20,8 bilhões, bolada que começará a entrar nos cofres da União a partir de março do ano que vem.
Mais que isso. Deixa no ar uma imagem positiva, a de que o investidor internacional permanece interessado e confiante no mercado brasileiro. Isso, justamente em um momento que, com toda a razão do mundo, grupos de influência pelo mundo voltam a torcer o nariz para a economia local.
A outra imagem positiva do leilão é que ele definitivamente joga uma pá de cal nas pretensões de uma ala influente do governo Dilma, uma turma que ainda reza na cartilha da antiga esquerda brasileira e que, por isso, vê os processos de privatização como verdadeira entrega de patrimônio público para as mãos de capitalistas, grupos em busca de lucros certos, esforços zero e blá, blá, blá.
Embora provado por A mais B pelo mundo fora que o governo não dispõe de competências e não emperra recursos financeiros na gestão de grandes infraestruturas, ainda existe esse sentimento contrário à concessão privada.
A adesão de empresas com experiência internacional em operação de aeroportos e o volume de ágil conquistado (a diferença entre o lance mínimo exigido e o total arrecadado), de exatos 251,7%, indicam o potencial desse mercado, que tem um mundo inteiro a evoluir no Brasil. Chega a ser vexatória a realidade dos aeroportos brasileiros. Alguns tão acanhados que fazem com que tripulações e passageiros esperem mais tempo sobrevoando a pista esperando pelo abrandamento do tráfego, do que em trânsito entre a partida e o destino.
É de se esperar que a partir da privatização grupos de empresas como a que venceu o leilão para o aeroporto do Galeão, e que tem entre os investidores gestores dos melhores terminais do mundo, imprimam uma outra rotina a essa realidade. Uma expectativa importante, sobretudo, porque há um outro fator do qual depende do sucesso dessas operações. A modernização do pensamento brasileiro quanto aos conceitos de administração pública.
Os fatos citados são de responsabilidade do autor.
Créditos: Voz da Russia