quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Ricos, poderosos, sem limites. O trilionário negócio das armas

MundoNum mundo de 840 milhões de famintos, as despesas militares dos países superam US$ 1,7 trilhão em três anos, o equivalente a US$ 260 dólares por habitante do planeta.
Há pelo menos 70 mil anos o Homo sapiens já era dotado da capacidade de produzir armas. Junto com a capacidade de desenvolver a linguagem e dominar o fogo, a construção de instrumentos acompanhou a espécie humana nas tarefas de conquistar e se consolidar por diversas regiões do planeta. Transformações posteriores, em especial após os períodos Paleolítico e Neolítico, abririam uma nova etapa da evolução do homem, culminando com a formação de pioneiras organizações sociais e o surgimento da escrita, colocando fim à Pré-história. Homens e armas evoluiram pela Antiguidade até os dias atuais, em uma história de mais de 5 mil anos que vai do uso de metal derretido para fazer espadas, flechas e lanças, até o domínio biológico, químico e nuclear para construir armas de destruição em massa capazes de aniquilar o planeta em poucos minutos e por várias vezes.
Depois da Revolução Industrial surgiu o que se conhece hoje como setor aeroespacial, defesa e segurança, um dos mais lucrativos e poderosos do mundo. Envolve empresários, políticos, militares, agentes de inteligência e negociantes de armas – e não é raro uma mesma pessoa se mover entre essas funções; a indústria bélica é repleta de poder e segredo, difícil de ser estudada e fiscalizada.
Estimativas sobre o setor normalmente são imprecisas e incompletas, especialmente porque países e empresas não revelam detalhes sobre o negócio, por sigilo militar ou pelo caráter das transações. As poucas informações divulgadas dão uma ideia da força da indústria de defesa. O comércio internacional de armas convencionais movimenta cerca de US$ 80 bilhões por ano – embora essa cifra deva ser bem maior, uma vez que alguns dos principais exportadores, como a China e o Reino Unido, não dão informação precisa sobre suas exportações.
Essa estimativa diz respeito a apenas uma parte dos negócios. Não estão incluídas vendas para o mercado doméstico. “O comércio mundial de armas representa apenas uma minoria do total da produção da indústria de armamento no planeta. Embora empresas de países menores sejam mais dependentes das exportações, a realidade é que a maioria das vendas feitas por grandes fabricantes dos Estados Unidos e demais potências é para dentro do país”, explica Samuel Perlo-Freeman, do Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo, Suécia (Sipri, na sigla em inglês).
Segundo Perlo-Freeman, esses grandes contratos locais entre indústria e Estado englobam não apenas venda de equipamentos, mas também prestação de serviços militares. “Por isso, os valores de vendas totais de equipamentos e serviços das empresas são muito mais elevados do que quaisquer estimativas para o comércio mundial de armas”, completa. De acordo com um ranqueamento do Sipri, a soma das vendas e serviços militares das 100 maiores empresas de armamento e equipamento bélico foi de US$ 465,7 bilhões em 2011 – só as vendas das dez maiores corporações globais chegaram a cerca de US$ 220 bilhões.
O Sipri estima que as despesas militares de todos os países ultrapassaram US$ 1,7 trilhão, em média, nos últimos três anos – cerca de US$ 260 dólares para cada habitante do planeta. Em vez de empregarem mais investimento em saúde, educação, ciência e bem-estar, o contribuinte está financiando gastos armamentistas atualmente superiores à era final da Guerra Fria, encerrada há mais de duas décadas. “Mesmo com a crise econômica internacional, os gastos estão em níveis historicamente elevados, porque os governos prepararam pacotes de estímulo e muitas empresas ainda estão trabalhando em encomendas anteriores”, diz Perlo-Freeman.
De acordo com o instituto sueco, sete das dez maiores corporações do setor de defesa ficam nos Estados Unidos – onde se beneficiam também do comércio doméstico devido a uma legislação pouco rigorosa e à falta de políticas de controle de armas. A forte pressão política exercida por entidades de extrema-direita, como a Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), contamina as poucas iniciativas de se debater o assunto. Mais influente instituição pró-armas estadunidense, a NRA gasta fortunas em lobby sobre políticos e com uma propaganda paranoica contra o desarmamento. Influência perversa
Além de serem grandes clientes, os governos também concedem grandes benefícios à indústria bélica – muitas vezes maiores do que a outros setores produtivos. “Como a indústria está muito perto de vários níveis de governo e também de políticos e partidos, essa relação íntima resulta em decisões ruins e corrupção. Isso também significa que a indústria tem uma influência desproporcional sobre a política de governo, não apenas em relação a defesa e política externa, mas até mesmo sobre as políticas econômica, social e ambiental”, avalia Andrew Feinstein, ex-membro do Parlamento da África do Sul, autor de O Mundo das Sombras: Por Dentro do Comércio de Armas Global e uma das mais respeitadas autoridades mundiais no assunto. “Por causa dessa relação estreita, há pessoas enriquecendo e que nunca enfrentam as consequências legais de seus atos. O comércio de armas enfraquece a democracia responsável, o Estado de direito e prejudica a própria segurança que se destina a reforçar”, critica.
Nessa relação intricada entre políticos, militares e indústria, o próprio Estado pode atuar ativamente em prol dos interesses da indústria bélica. Contratos internacionais de venda, mesmo sendo negócios particulares das corporações de defesa, só podem ser firmados em nível governamental. Ou seja, para fazer uma venda a um país comprador, a empresa precisa de autorização e assinatura de um representante do governo de sua matriz. Não por acaso, os contratos militares recebem tratamento de “segredo de segurança nacional”.
Um estudo da organização Transparência Internacional sugere que as transações da indústria de defesa respondem por quase 40% de toda a corrupção no âmbito do comércio mundial. “O comércio é tão corrupto porque está estruturado para ser assim. Pouquíssimas pessoas tomam a decisão sobre o que e de quem comprar. E tudo isso acontece em segredo. Nos 13 anos que tenho investigado essas transações, nunca deparei com um negócio que não tivesse algum elemento de ilegalidade”, lamenta o ex-parlamentar sul-africano, que lista a corrupção por meio de suborno aos tomadores de decisão, ações em empresas que se beneficiam de acordos, presentes e viagens, entre outros agrados.
Um dos casos mais notórios de corrupção no comércio global de armamentos foi o dos acordos de Al Yamamah. Avaliado em 40 bilhões de libras (cerca de ­R$ 160 bilhões), o contrato de 20 anos formalizado pelo governo do Reino Unido (liderado então por Margaret Thatcher) e Arábia Saudita em meados da década de 1980 envolveu a troca direta de aviões militares fabricados pela British Aerospace por petróleo saudita. Quase duas décadas depois, investigações independentes revelaram que no contrato a empresa pagou até 120 milhões de libras (aproximadamente R$ 480 milhões) em propina para dirigentes sauditas. A denúncia foi arquivada, já sob o governo Tony Blair (1997-2007), sob alegação de que  poderia levar à “destruição completa de uma relação estratégica vital e à perda de milhares de empregos britânicos”.
Outra forma de corrupção está impregnada na estreita relação entre o comércio formal e o mercado negro, onde os negócios são construídos por intermediários – entre agentes, revendedores e traficantes, como o ex-empresário russo Viktor Bout. Popularizado pela mídia ocidental como o “senhor das armas”, esse ex-oficial da força aérea soviética fundou companhias de carga aérea que prestaram serviços de transporte, de alimentos a armas, para diversos clientes, do grupo extremista Taleban a forças de paz das Nações Unidas e tropas dos Estados Unidos. “Viktor Bout trabalhou para os Estados Unidos e para muitas grandes empresas de defesa, ao mesmo tempo em que estava fornecendo armas ilegalmente em várias zonas de conflito ou de embargos internacionais”, lembra Feinstein.
Por US$ 60 milhões, uma empresa aérea de Bout foi subcontratada para transportar munição e botas a soldados norte-americanos entre 2003 e 2004, um momento crítico da segunda guerra no Iraque. Anos depois, o russo foi preso, julgado e sentenciado pelos Estados Unidos. “Ele só foi preso depois que ele não era mais útil, porque, na verdade, o protegeram por muitos anos. Muitos negociantes de armas são empregados por agências de inteligência, o que os torna blindados e efetivamente acima da lei”, reforça.
Na tentativa de prevenir e erradicar o comércio ilícito, as Nações Unidas e organizações de diretos humanos aguardam a entrada em vigor do chamado Tratado do Comércio de Armas Convencionais (TCA). Primeiro instrumento jurídico internacional para regular o comércio global bélico, o tratado foi aprovado pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em abril do ano passado e aguarda a ratificação por 50 países para entrar em vigor. Embora muitas nações, entre as quais o Brasil, se comprometam a ratificá-lo, até outubro somente sete países o fizeram (Antígua e Barbuda, Costa Rica, Guiana, Islândia, Itália, México e Nigéria). 

Seus defensores argumentam que o tratado poderá impedir que armas caiam em mãos de violadores de direitos humanos, organizações terroristas e crime organizado. De acordo com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, as normas fornecidas pelo TCA serão importantes para avaliar os riscos de que as armas transferidas não serão usadas para alimentar conflitos, armar organizações criminosas ou apoiar a violação de normas do direito internacional humanitário. “Este é o único caminho para uma maior responsabilização, abertura e transparência no comércio de armas”, defende o líder.
 
Críticos ainda apontam falhas no tratado, como o fato de permitir que os países exportadores continuem a fazer o seu próprio julgamento subjetivo sobre vender ou não armas para um regime autoritário. “O TCA é importante simbolicamente, mas é muito fraco, na prática, sem mecanismos de execução significativos. Se é para fazer alguma diferença, isso exigiria vontade política por parte de todos os governos, e isso é altamente improvável, já que eles se beneficiam do comércio conforme este se apresenta atualmente”, critica Andrew Feinstein, que acredita em outro caminho para tornar o comércio de armas menos corrupto e mais transparente, sugerindo que os países divulgassem o nome de intermediários (identificando que eles são pagos e para qual finalidade exata) e proibissem o uso de compensações econômicas em negócios de armas. “Depois, empresas de defesa deveriam ser proibidas de fazer doações a partidos políticos e campanhas eleitorais”, defende o sul-africano.
Sexta maior taxa de homicídios do mundo
Oficialmente sem conflitos civis, emancipatórios, étnicos, raciais ou religiosos, o Brasil tem de 16 a 17 milhões de armas em circulação (sendo 6 milhões registradas) – média de uma arma para cada dúzia de habitantes. A taxa de mortes por armas de fogo cresce substancialmente desde a década de 1980 e mais de 1 milhão de brasileiros morreram vítimas da violência armada nas últimas três décadas, de acordo com o Mapa da Violência 2013, elaborado pelo pesquisador Júlio Jacobo Waiselfisz.
Entre 1980 e 2000, o número de assassinatos saltou de cerca de 14 mil para quase 50 mil. Em algumas ocasiões, a taxa de homicídios brasileira ultrapassou diversas nações em guerra – quase 193 mil pessoas foram assassinadas no Brasil de 2004 a 2007, enquanto a soma das vítimas dos 12 maiores conflitos armados internacionais nesse período ficou em 169,5 mil.
Em outubro de 2005, o “não à proibição” obteve 60% dos votos num referendo sobre o comércio de armas. O país ainda tem a sexta maior taxa de homicídios do mundo, com 26 mortes por ano a cada mil habitantes. A chamada “bancada da bala”, grupo de parlamentares que defendem os interesses da indústria de armas no Congresso, é uma das mais coesas no Parlamento. Distribui a parlamentares, jornalistas, associações e outros formadores de opinião a cartilha Mitos e Fatos, a respeito da legalidade do comércio de armas, entre outras táticas de convencimento.
Impacto de US$ 9,5 trilhões
Segundo um estudo divulgado pelo Instituto para a Economia e a Paz (IEP), organização de pesquisa com sede em Sydney, Austrália, o impacto da violência na economia internacional foi de US$ 9,5 trilhões em 2012, valor equivalente a 11% de todas as riquezas produzidas no planeta e a quase o dobro da produção total de alimentos. Há forte correlação entre o impacto da crise financeira mundial de 2008 e a perda de paz no planeta. “Os cortes nos serviços públicos e nas proteções sociais, somados a um crescente desemprego, levaram ao aumento das manifestações violentas, dos crimes violentos e da percepção da criminalidade em muitos países”, diz o documento.
Muito dessa violência está vinculada às mais de 875 milhões de armas leves que circulam no mundo. Parte dessas armas é obtida legalmente e outra parcela, ilicitamente. Mais de 70% delas estão nas mãos da população civil, estima o projeto Small Arms Survey, do Instituto Universitário de Altos Estudos Internacionais de Genebra, na Suíça.Não é por acaso que a maioria das mortes violentas no planeta ocorra em países não afetados por conflitos armados. Das mais de 740 mil vítimas da violência armada anualmente, 490 mil dizem respeito a homicídios, segundo a Declaração de Genebra sobre Violência Armada e Desenvolvimento.
Esse tipo de violência causa perdas de produtividade em até ­US$ 163­ bilhões anuais somente em países sem conflitos declarados – boa parte deles na América Latina (incluindo o Brasil), onde a violência está fortemente vinculada a baixo desenvolvimento, alta desigualdade e reduzidas oportunidades socioeconômicas.
Créditos: Rede Brasil Atual

Brasil critica envio de recursos e armas à Síria

O secretário-geral do Itamaraty, Eduardo dos Santos, disse ontem (22) que não haverá solução para o conflito sírio enquanto a oposição e o governo do país continuarem recebendo recursos financeiros e armas do exterior. Segundo o embaixador, o fim da guerra civil, que já deixou mais de 130 mil mortos, só será possível depois que ambos os lados se comprometerem com o cessar-fogo.
Eduardo dos Santos, que representa o Brasil na Conferência de Paz sobre a Síria, criticou o “silêncio” e a “paralisia” do Conselho de Segurança das Nações Unidas quanto ao tema, o que, para ele, comprometeu “por um longo tempo a resolução” do conflito. “Como membro do conselho no mandato 2010-2011, o Brasil buscou minimizar essa percepção de fracasso que apenas reforçou o chamado para uma reforma urgente e abrangente do Conselho de Segurança”, disse o embaixador durante intervenção no evento.
Conferência Genebra 2 começou nesta quarta-feira na Suíça com a declaração do secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, de que há esperança após quase três anos de sofrimento e conflito doloroso. Cerca de 40 países participam do evento.
“Não haverá solução para o conflito na Síria enquanto ambos os lados continuarem a receber recursos financeiros e armas do exterior”, disse o representante brasileiro. Membros da oposição síria contestam o apoio do governo iraniano, que não participa da conferência, ao regime de Bashar Al Assad.
De acordo com dos Santos, o debate dos próximos dias não deve determinar as decisões a serem tomadas pela Síria nem aceitar a militarização do confronto. “O melhor cenário para a conferência é formar um compromisso amplo e sólido para ajudar os sírios a superar pacificamente suas diferenças mediante negociações”, disse.
Ao sugerir medidas concretas para a solução do conflito, o embaixador brasileiro enumerou a criação de um órgão neutro de transição que tenha diálogo abrangente e plenos poderes, o retorno seguro dos refugiados que queiram voltar ao país, a responsabilização judicial dos praticantes de violações de direitos humanos e a suspensão das sanções econômicas unilaterais regionais impostas à Síria.
O secretário-geral do Itamaraty disse ainda que os países deveriam recorrer aos princípios da solidariedade internacional e da divisão de responsabilidades quando se depararem com sírios que procuram asilo. “Desde setembro de 2013, o Brasil decidiu facilitar vistos de entrada para todos aqueles de nacionalidade síria que buscam asilo”, relatou.
A conferência se iniciou na cidade suíça de Montreux com a participação dos representantes internacionais em uma sessão ministerial. A partir de sexta-feira (24), haverá negociações entre governo e oposição sírios em Genebra. 
Foto: EBC
Créditos: Agência Brasil

Manifestantes incendeiam ônibus em São Paulo

 Cerca de 200 pessoas participaram de manifestação ontem (22) à noite, na zona leste da capital, que terminou com um ônibus incendiado. 
Segundo a Polícia Militar (PM), o protesto começou por volta das 21h30 na Rua Doutor Assis Ribeiro, região de Ermelino Matarazzo, e durou meia hora.
Os criminosos pediram para o motorista e o cobrador descerem e depois atearam fogo no coletivo. A PM não soube informar a razão da manifestação. Não houve feridos e ninguém foi preso.
Foto: Terra
Créditos: Agencia Brasil

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Vacinação contra HPV na rede pública começa em 10 de março

VacunaVPHA vacinação de meninas de 11 a 13 anos contra o papiloma vírus humano (HPV) na rede pública de saúde vai começar no dia 10 de março. O anúncio foi feito hoje (22) pelo Ministério da Saúde. O vírus é uma das principais causas do câncer de colo de útero, o terceiro tipo mais frequente de câncer entre mulheres, atrás apenas do câncer de mama e do câncer de cólon e reto.
A meta do governo é imunizar 80% de um total de 5,2 milhões de meninas. A vacina estará disponível em 36 mil postos de saúde da rede pública durante todo o ano, como parte da rotina de imunização. Para se vacinar, basta apresentar o cartão de vacinação ou um documento com foto. A imunização é feita em três doses: a segunda vem seis meses depois da primeira e a terceira, cinco anos após a primeira.

A coordenadora do Programa Nacional de Imunização, Carla Domingues, ressaltou que a vacina tem caráter preventivo e não substitui a realização do exame conhecido como papanicolau, nem o uso de preservativo em relações sexuais.

Já o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lembrou que a orientação da pasta é que as secretarias estaduais e municipais de saúde promovam a vacinação em parceria com as secretarias de educação, com estratégias de imunização dentro de escolas públicas e particulares.

“Todos os estudos mostram que nessa faixa etária, de 9 a 13 anos, é quando, ao se aplicar a vacina, a produção de anticorpos tem maior intensidade. Chegamos ao nível máximo de proteção que essa vacina pode gerar contra o HPV”, explicou.

Segundo o ministério, a capacitação a distância de profissionais de saúde e de professores deve começar em fevereiro. As escolas também devem reforçar a importância da imunização, distribuindo um guia prático sobre a o vírus para adolescentes, pais e professores.

Para o primeiro ano da imunização, o governo adquiriu 15 milhões de doses. A vacina utilizada será a quadrivalente, recomendada pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), que oferece proteção contra quatro subtipos do HPV (6, 11, 16 e 18). Os subtipos 16 e 18 são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo de útero em todo o mundo. De acordo com a pasta, em 2015, a vacina será oferecida para adolescentes de 9 a 11 anos.

Para a produção da vacina, o ministério firmou parceria com o Instituto Butantan e com um laboratório privado. Será investido R$ 1,1 bilhão na compra de 41 milhões de doses durante cinco anos – período necessário para a transferência de tecnologia. A parceria, segundo o governo, possibilitou uma economia estimada em R$ 83,5 milhões.

O HPV é um vírus transmitido pelo contato direto com a pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. O vírus também pode ser transmitido de mãe para filho no momento do parto. A estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras da doença, sendo 32% infectadas pelos subtipos 16 e 18.

Em relação ao câncer de colo de útero, a estimativa é que 270 mil mulheres morrem todos os anos devido à doença. No Brasil, o Instituto do Câncer (Inca) estima que devem surgir 15 mil novos casos da doença e 4.800 óbitos por esse tipo de câncer.
Créditos:   Agencia Brasil
Foto:Elza Fiúza/Agencia Brasil 

Diretor da Alstom diz que propina em SP foi de 15%

Após a apreensão de um documento que sugere suborno da Alstom à agentes públicos da gestão de Mario Covas (PSDB), em São Paulo, depoimento de diretor francês revela mais detalhes do pagamento de propina.
Segundo depoimento à Justiça do ex-diretor comercial da multinacional, o engenheiro francês André Botto, a direção da Alstom na França autorizou o pagamento de propina de 15% sobre um contrato de US$ 45,7 milhões (R$ 52 milhões à época) para fechar um negócio com uma estatal paulista em 1998. A informação foi publicada pela Folha de S. Paulo.
Trata-se da primeira confissão do esquema de suborno por parte de um diretor da multinacional. Até então, a filial brasileira dizia desde 2008 que a empresa nunca pagou propina no país.
"O negócio era muito importante para a Alstom. Era importante ganhá-lo por meio de acordo e evitar uma licitação. Tivemos de pagar comissões elevadas, da ordem de 15% do contrato", contou Botto ao juiz Renaud Van Ruymbeke, em 2008. Se os 15% tiverem sido pagos, o suborno alcançou R$ 7,8 milhões.
O esquema resultou no contrato com a EPTE (Empresa Paulista de Transmissão de Energia) e a Eletropaulo para a venda de equipamentos para três subestações de energia.
O documento também menciona propina à Secretaria de Energia e às diretorias administrativa, financeira e técnica da EPTE. Na época, a pasta era comandada por Andrea Matarazzo - hoje vereador em São Paulo pelo PSDB (leia aqui).
Créditos; Brasil 247

Partidários de Assad mobilizam-se em Montreux

Suíça: apoiantes de Assad mobilizam-se em Montreux Partidários do presidente Síria, Bashar Assad, realizam uma manifestação em apoio ao líder do país, em frente ao hotel Montreux Pálace, onde acontece a Conferência Internacional Sobre a Síria "Genebra2".
Cerca de 200 pessoas se concentraram na rua do lado de fora do cordão policial que guarda a entrada do edifício. Os manifestantes trazem bandeiras sírias e retratos de Bashar Assad, conclamando “Síria está com Bashar”, “Bashar está por nós” e tentando bloquear a via de acesso ao local da conferência. De acordo com os jornalistas, a manifestação tem um caráter pacífico.
Foto: AFP
Créditos: Voz da Russia

Insegurança é o maior problema para 93% dos paulistanos




 Para 93% da população de São Paulo, a capital paulista é um lugar pouco ou nada seguro para se viver. O índice aumentou dois pontos percentuais em relação ao ano passado. E vem crescendo em todas as edições da pesquisa de Indicadores de Referência de Bem Estar no Município (Irbem), cuja 5ª edição foi lançada ontem (21) pela Rede Nossa São Paulo, em parceria com o Ibope.
A pesquisa foi realizada entre os dias 3 e 23 de dezembro de 2013 e ouviu 1.512 pessoas com 16 anos ou mais.
Para o coordenador da Rede Nossa São Paulo, Maurício Broinizi, o número reflete os problemas de segurança na cidade, que mês a mês vê aumentados os casos de roubos, furtos e mesmo os latrocínios, apesar da queda relativa nos homicídios. "Esse é um dos índices mais preocupantes, pois implica também o desejo do paulistano de deixar a cidade", disse. Esse número caiu um ponto percentual em relação a 2012.
Mais da metade da população, 55%, deixaria a cidade se pudesse, embora 39% considerem que a qualidade de vida melhorou. Na edição anterior, eram 38%.
Segundo a pesquisa, 23% não reconhecem nenhum ente público como responsável por melhoria na qualidade de vida. Mesmo assim, 13% dizem que o governo federal tem trabalhado para melhorar a vida da população.
Dentro dessa melhora se inclui a redução da espera pelos serviços públicos de saúde na capital. O tempo das consultas caiu de 66 para 60 dias, o de exames de 86 para 79 e o de procedimentos complexos de 178 para 170. No início do ano passado, havia um passivo de aproximadamente 300 mil pessoas na fila de espera por exames na cidade. Hoje, segundo a gestão Fernando Haddad (PT), são 200 mil. E o tempo médio de espera, ainda de acordo com a prefeitura, passou de sete para três meses.
Na nota geral, a média dada pelos paulistanos à cidade foi de 4,8, abaixo dos 5,5 que seria considerado aceitável.
O secretário Municipal de Relações Governamentais, João Antonio, que representou o prefeito Fernando Haddad (PT) no evento, afirmou que a gestão vai trabalhar para melhorar as condições na cidade nos próximos anos. "Esses dados representam o primeiro ano da gestão. Há muito para fazer, mas veja que estamos caminhando no sentido de melhorar a qualidade de vida na cidade: corredores, Hora Certa, 20 novos CEUs. Acredito que estaremos melhores no próximo ano", afirmou.
Dos 169 itens avaliados, a população deu notas abaixo da média de 5,5 para 137 delas. Saúde, habitação, juventude, educação, atenção à terceira idade e acessibilidade estão entre as áreas abaixo da média. Honestidade dos governantes, punição à corrupção e transparência dos gastos foram as últimas colocadas.
No caso do transporte, apesar das ações de implementação de faixas exclusivas para ônibus, a nota foi de 3,9. A rede do metrô teve uma queda na avaliação de 5,4 para 4,9.
O item trabalho foi um dos que apresentou maiores notas acima da média, sobretudo em relação à aumento da renda, satisfação com o emprego e busca por emprego.

Avaliação na política

A avaliação da administração municipal teve uma queda significativa no ótimo ou bom, indo de 17% para 11%. O regular aumentou de 48% para 49% e o ruim ou péssimo de 35% para 39%.
Comparada com a última pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada no início de dezembro do ano passado, a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) teve queda de 7% na aprovação.
Outro poder em baixa é a Câmara Municipal. A aprovação já era baixa na edição anterior pesquisa, com somente 11% de ótimo/bom. Agora são apenas 6%. Do outro lado, 54% consideram ruim ou péssima a atuação dos vereadores, oito pontos acima dos 46% da pesquisa anterior, e 39% regular.

Rolezinhos

A Rede Nossa São Paulo apresentou dados com os quais pretende ampliar a visão sobre a questão dos rolezinhos. "Um dos problemas prováveis que levam ao rolezinho é que os jovens não tem locais para manifestação de suas vontades nos locais onde moram. E não têm acesso a muitos dos equipamentos para a juventude que o poder público deveria oferecer", apontou Broinizi.
Segundo levantamento da Nossa São Paulo, dos 96 distritos que compõem a capital paulista, em 44 não há bibliotecas. A maior parte das que existem está concentrada na região central da cidade. No mesmo universo, 60 distritos não têm casa de cultura ou museus. Outros 59 não possuem nenhuma sala de cinema e os teatros estão presentes em apenas 43 distritos da cidade.
Já os equipamentos esportivos estão presentes em mais locais. Mesmo assim, seis regionais ficam de fora, por exemplo, Parelheiros e Marsilac, no extremo sul da capital.
O desemprego entre os jovens de 16 a 29 anos é outro dado que preocupa. Hoje o índice nacional é de 5,5% da população sem ocupação. Em Cidade Tiradentes, Ermelino Matarazzo, Guaianases, Ipiranga, Itaquera, São Mateus e São Miguel, quase 15% da juventude entrevistada está desempregada.
Mesmo nos distritos com menor índice, o total é superior à média nacional. Butantã, Lapa e Pinheiros têm 8% dos jovens sem emprego.
Também é grande o número de homicídios praticados contra os jovens nessa mesma idade. No distrito do Campo Limpo está a maior proporção, com 82 óbitos por 100 mil habitantes. Perdizes e outros 18 distritos da região central não têm óbitos dessa ordem.
Para Broinizi, há uma inversão na preocupação que sociedade e a cidade estão manifestando. “Nós continuamos com um foco muito grande no tratamento da juventude como questão de segurança. Agora ampliando isso aos shoppings centers, por conta dos rolezinhos. Isso é uma visão do atraso. Continuamos tratando um fenômeno social como caso de polícia. Não é possível ter distritos com 300 mil habitantes e zero equipamentos públicos”, considerou.
Broinizi também critica a judicialização da política no caso do reajuste do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) e considera contraditória a atuação das entidades que questionaram a proposta da progressividade. "Tivemos uma ação na Justiça, promovida pela Fiesp, Associação Comercial e outras entidades, que praticamente matou o reajuste do IPTU como havia sido proposto. Muitos shoppings que têm se preocupado e investido em se isolar, garantir sua segurança, negar a periferia no caso dos rolezinhos, são os mesmos que se negaram a pagar o reajuste do IPTU que poderia ter sido usado na instalação de equipamentos públicos na cidade", criticou.
Foto: Brasil 247
Réditos;Rede Brasil Atual