sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Irmão de assassino de Chico Mendes faz campanha para Marina no Acre

: O servidor público Aleci Alves da Silva, de 46 anos, tem pedido votos para Marina Silva, do PSB, ao dirigir um carro que toca um jingle da presidenciável no município de Senador Guilmard, a 32 quilômetros de Rio Branco, capital do Acre, estado natal da candidata.
Aleci é irmão de Darly Alves da Silva e tio de Darci Alves, os homens condenados pelo assassinato, em 1988, do líder seringueiro Chico Mendes amigo pessoal de Marina Silva. Ele contou à reportagem do portal G1 que era admirador do candidato Eduardo Campos, que morreu num acidente no dia 13 de agosto, mas que tem "orgulho" de Marina ter se candidatado no lugar dele.
Antes de trabalhar pela candidatura de Marina Silva e o servidor público, que é filiado ao PSB há sete anos, conta ter consultado o irmão. Segundo ele, Darly apoiou sua intenção. "Ele me disse, vai fundo, me liberou. Acho que ele também vota na Marina", disse. Aleci defende que Darly é inocente no caso de Chico Mendes, e que foi "injustiçado" no processo. "Pegaram ele como bode expiatório", afirmou.
Créditos: Portal Brasil 247

Distribuição de terras e produção de alimentos saudáveis são desafios ao país

Plantação de sojaA questão da distribuição de terras no Brasil permanece sem solução e é mais complexa do que a registrada há algumas décadas, de acordo com movimentos sociais e especialistas ouvidos pela Agência Brasil. Dados do Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2006 mostram o alto grau de concentração da estrutura fundiária do país. À época, havia 15.012 estabelecimentos com mais de 2,5 mil hectares que aglomeravam 98.480 milhões de hectares de terras.
Além de um desafio, a reforma agrária é uma obrigação constitucional que deve ser efetivada por todos os governos, assim como políticas de saúde e educação, destaca o professor da Universidade de São Paulo (USP) Ariovaldo Umbelino. Segundo ele, “a reforma agrária é instrumento de política pública para que a terra cumpra sua função social e a renda seja melhor distribuída na sociedade brasileira”.
Para ele, a distribuição de terras também é fundamental para acabar com conflitos. “A barbárie vivida no campo brasileiro é a melhor evidência da necessidade urgente de o país fazer, de fato, a reforma agrária”, diz Umbelino. Nos últimos 15 anos, segundo o especialista, 524 pessoas foram assassinadas no campo e foram registrados 19.548 conflitos envolvendo 10,5 milhões de habitantes.
Além dos desafios históricos, novos componentes se somaram a essa questão com o desenvolvimento do agronegócio, que modificou a organização do setor agrícola. “Ele [o agronegócio] é totalmente dependente das grandes extensões de terra. Então, a manutenção do latifúndio e o avanço para cima das áreas quilombolas, indígenas e da Amazônia, áreas de proteção e unidades de conservação, por exemplo, é parte da lógica do agronegócio, que precisa dessas terras para aumentar sua produção e seus lucros”, explica Diego Moreira, integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

O movimento estima que mais de 200 mil pessoas vivam hoje em acampamentos, sofrendo com a falta de assistência e com a lona preta como teto. Apesar disso, segundo Moreira, “a reforma agrária clássica está superada”, diz. “A lógica do mercado e da apropriação da terra tomou conta do campo brasileiro”, o que, na avaliação dele, formou um bloqueio econômico e político que impede reformas.
O MST defende o que chama de reforma agrária popular, formada por três elementos básicos: a desapropriação da terra; a preservação do meio ambiente e a produção de alimentos saudáveis e de qualidade. Segundo Moreira, há mais de 5 milhões de camponeses na cidade que querem produzir alimentos e viver da agricultura. Isso poderia diversificar a produção, garantir alimentação saudável e, ainda, fixar as famílias na zona rural.
Para manter as famílias no campo, o sociólogo e professor da Universidade de Brasília (UnB) Sérgio Sauer, que nos últimos quatro anos atuou como relator dos Direitos Humanos à Terra, Alimentação e Território da Plataforma Brasileira de Direitos Humanos, Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (Plataforma Dhesca),  aponta que é preciso garantir a universalização do acesso aos programas de crédito. Hoje, segundo o especialista, mais de dois terços dos agricultores familiares não são atendidos pelas linhas de crédito.
“O desafio de um novo governo seria como, ao mesmo tempo, gerar dividendos que não sejam baseados só na produção e exportação de produtos primários, diminuir preços da terra e promover políticas mais estruturantes para o meio rural”, resume, acrescentando que essas políticas devem contemplar ações que melhorem as condições gerais de vida nesses territórios, como acesso à educação, eletricidade e internet.

Do ponto de vista ambiental, ele defende a conciliação entre o conservacionismo e a vivência de populações que há anos ocupam determinados territórios. “Algumas populações estão sendo ameaçadas de deslocamento, justamente por causa da criação de unidades de proteção integral”, exemplifica o professor. Por outro lado, permanece a necessidade de garantir fiscalização para que territórios tradicionais e unidades de conservação sejam protegidos.
Já as empresas do setor querem mais áreas para expansão de atividades. A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) aponta, amparada em números da Organização das Nações Unidas Para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que o país terá de ampliar em 40% a oferta de alimentos até meados deste século. Para tanto, defende que seria necessário ampliar o espaço para a agricultura e regulamentar as propriedades rurais, sobretudo na Região Norte.
A Abag afirma ainda que a qualificação da mão de obra e o planejamento são outras duas questões importantes para o setor. “Precisamos usar os instrumentos modernos de satélites e informática para dar mais previsibilidade ao crescimento da agropecuária: como e onde vamos crescer”, diz nota enviada à Agência Brasil. Foto EBC
Créditos: Agencia Brasil

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Sob risco de investigação, Marina altera patrimônio

Quatro dias depois da revelação, por uma reportagem da Folha de S. Paulo, de que a empresa de palestras de Marina Silva havia registrado faturamento de R$ 1,6 milhão entre março de 2011 e maio de 2014, a candidata do PSB enviou uma retificação à Justiça Eleitoral para corrigir seu patrimônio. 
De acordo com informação divulgada hoje pelo jornal, a presidenciável acrescentou R$ 45,6 mil ao seu patrimônio, aplicados em poupança e renda fixa no HSBC. A quantia representa um terço do que ela havia declarado anteriormente, no início de julho, como sendo o total de seus bens. O patrimônio sobe agora de R$ 135 mil para R$ 181 mil.
A correção foi solicitada por Marina no mesmo dia em que foi divulgada na imprensa a intenção da campanha do PT, da presidente Dilma Rousseff, de pedir ao Ministério Público investigação sobre ocultação de bens da candidata, por conta do faturamento de sua empresa.
Segundo o advogado da campanha de Marina, Ricardo Penteado, o que ocorreu foi um esquecimento na primeira declaração feita à Justiça Eleitoral. Os valores, segundo ele, estão todos informados na declaração de Imposto de Renda da candidata. (247).
Créditos: Entrefatos

Remédio para dormir leva à demencia

Uma pesquisa franco-canadense publicada na revista médica BMJcomparou 2 mil pacientes com a doença com 7 mil pessoas saudáveis em Quebec, no Canadá.
Todos tinham mais de 66 anos e tomavam remédios à base de benzodiazepina.
Aqueles que usaram os medicamentos por pelo menos três meses apresentaram maiores chances de sofrer de demência.
Os pesquisadores dizem, entretanto, que o estudo não deve ser considerado como prova definitiva deste vínculo, mas que serve de alerta. "O uso prolongado e injustificado dessas drogas (benzodiazepinas) deve ser considerado um preocupação de saúde pública", escreveu Sophie Billioti de Gage, da Universidade de Bordeaux, na França, que coordenou a pesquisa.
Outros especialistas dizem que a pesquisa não estabeleceu o motivo para a relação entre os remédios e a doença.
"Uma das limitações do estudo é que as benzodiazepinas tratam justamente sintomas que podem ser indicadores do início do Mal de Alzheimer, como ansiedade e distúrbios do sono", disse à BBC Eric Karran,diretor de pesquisas da organização não-governamental Alzheimer's Research UK. Esta opinião coincide com a de outro especialista, Guy Goodwin, da Faculdade Europeia de Neurofarmacologia.

Já o principal pesquisador da instituição britânica Alzheimer's Society, James Pickett, afirmou que as descobertas são preocupantes, já que só na Grã-Bretanha 1,5 milhão de pessoas são tratadas por benzodiazepinas. As regras do sistema público de saúde britânico, o NHS, estipulam o uso dos medicamentos por um período de oito e doze semanas. Especialistas vêm pedindo uma melhor observação dos efeitos colaterais do uso de benzodiazepinas, especialmente entre adultos com mais idade.
Créditos: WSCOM

Alunos vão de saia para a escola em apoio a colega transexual

Um grupo de alunos, rapazes e moças, decidiu ir para a escola, com saias vestidas, em solidariedade com uma colega transexual que foi proibida de assistir às aulas por estar de saia. A imagem foi publicada na página do Facebook de uma comunidade denominada «Os Cariocas» e gerou uma onda de solidariedade, que levou mesmo ao movimento #VouDeSaia. 
Semana passada, uma aluna trans* do Colégio Pedro II foi para o colégio de saia. A direção do colégio, reprimindo-a, recomendou-o que ela trocasse a saia pela calça tradicional. A aluna acatou. Os outros alunos, não. 
Em manifesto contra atitude da direção, o ‪#‎VouDeSaia‬ tomou conta do colégio e alunos, tanto do sexo feminino quanto do sexo masculino foram a aula de saia. 
Ainda há fé na juventude, amigos. O caso que esteve na origem deste movimento aconteceu no dia 23 de agosto, quando uma aluna transexual foi barrada à porta do Colégio Dom Pedro II, no Rio de Janeiro, por estar de saia. Os colegas solidarizaram-se e decidiram criar o «saiaço» e, no dia 2 de setembro, foram todos de saia para a escola, rapazes e moças. 

A adolescente, que nasceu rapaz, ficou sensibilizada com a atitude dos colegas. «Fiquei feliz com o apoio dos colegas e espero que isso possa servir de exemplo para que ninguém mais seja discriminado», disse, em declarações ao jornal «O Dia». 
O colégio argumenta que existe um regulamento do uso correto do uniforme, que todos os alunos devem seguir. Por isso, adolescentes do sexo masculino têm que usar calça e não saia. Ainda assim, de acordo com o portal R7, a direção da escola está a reformular esse regulamento. «O Colégio Pedro II reconhece que a adolescência é um período de descobertas e repudia qualquer tipo de intolerância e discriminação», informou a direção.
Créditos: TVI 24h

Obama ordena ataques aéreos dos EUA contra o Estado Islâmico na Síria

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse na quarta-feira à noite ter autorizado ataques aéreos dos EUA pela primeira vez em território sírio, além de ataques adicionais no Iraque, em uma ampla intensificação da operação contra o grupo militante Estado Islâmico.
A decisão de Obama de lançar ata
ques dentro da Síria, que está envolta em uma guerra civil há três anos, representa uma reviravolta para o presidente, que um ano atrás havia evitado lançar mão de ataques aéreos para punir o presidente sírio, Bashar al-Assad, por ter usado armas químicas contra sua própria população.
Eu um esperado pronunciamento na Casa Branca, que durou 13 minutos, Obama disse que iria perseguir os militantes do Estado Islâmico "onde quer que estejam", numa ação para abalar e em última instância destruir o grupo, que assumiu o controle de largas faixas do Iraque e Síria.
"Isso significa que não vou hesitar em agir contra o EIIL (sigla usada pela Casa Branca para se referir ao EI) na Síria, assim como no Iraque. Isso é o cerne principal de minha presidência: se você ameaça os EUA, você não vai encontrar refúgio seguro", disse ele na véspera do 13º aniversário dos ataques de 11 de setembro.
Obama pediu ao Congresso dos EUA que autorize a liberação de 500 milhões de dólares para treinar e armar rebeldes sírios "moderados". O treinamento ocorreria na Arábia Saudita.
Não é certo se o treinamento e armas norte-americanas podem vir a inverter o equilíbrio do conflito a favor dos rebeldes apoiados pelos EUA, que se encontram em grande desvantagem tanto em relação ao Estado Islâmico como a outros grupos militantes e as forças de Assad.
Uma votação sobre as verbas oficializaria o apoio dos parlamentares à ação militar, embora altos funcionários da Casa Branca tenham ressaltado que Obama já possui a autoridade de que precisa para tomar as medidas anunciadas.

Obama planeja expandir a lista de alvos dentro do Iraque para além das várias áreas isoladas já bombardeadas. Os militares dos EUA lançaram mais de 150 ataques aéreos contra o Iraque no último mês para ajudar a conter o avanço do Estado Islâmico. Foto: EBC
 Créditos: Reuters

Quase 14% das meninas de 6 a 14 anos trabalham ou já trabalharam

Problemas como a evasão escolar de crianças ribeirinhas diminuíram depois da chegada da lancha à comunidade São Francisco do Mainã (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Quase 14% das meninas de 6 a 14 anos do país afirmam trabalhar ou já ter trabalhado para terceiros, revela pesquisa contratada pela organização não governamental (ONG) inglesa Plan International, que atua no Brasil desde 1997.
O resultado das entrevistas com 1.771 meninas de cinco capitais – Belém, São Luís, São Paulo, Cuiabá e Porto Alegre – e mais 16 cidades das cinco regiões do país foi divulgado ontam (10), em Brasília. A margem de erro da pesquisa é 2,5%. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade de Brasília (UnB).
Mais de 37% das entrevistadas que dizem trabalhar prestam serviço na casa de outras pessoas, cuidando das crianças, fazendo faxina e outras atividades domésticas. Dezesseis e meio por cento trabalham em estabelecimentos comerciais; 7% em atividades relacionadas à agropecuária ou à pesca e 6% em fábricas. Cerca de 5% das entrevistadas revelaram que trabalham nas ruas vendendo coisas, recolhendo material reciclável, vigiando ou limpando carros e em outras atividades informais.
“É um dado assustador, que aponta para a total violação dos direitos das crianças, especificamente das meninas”, diz o gerente técnico de Monitoramento, Avaliação e Relatório da Plan International, Luca Sinesi. Ele lembrou que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) proíbe o trabalho de crianças com menos de 16 anos, salvo na condição de menor aprendiz, a partir dos 14 anos e com o devido acompanhamento.
Chamou a atenção dos pesquisadores que uma em cada dez entrevistadas, ou seja, 10% do total de meninas ouvidas, não tenha respondido à questão, ocultando assim sua situação. Pouco mais de 2% das garotas disseram estar à procura de trabalho.
As crianças paulistas entrevistadas lideram o ranking das que afirmaram trabalhar no comércio, na indústria e em atividades ligadas à agropecuária e à pesca. Além disso, das 149 quilombolas entrevistadas, 15,4% disseram que trabalham. O percentual é duas vezes maior que os 7,1% registrados entre as demais entrevistadas (1.622). O percentual de meninas que responderam já ter trabalhado também foi maior entre as entrevistadas quilombolas (8,7%) do que entre as demais (6,6%).
Uma em cada três de todas as meninas entrevistadas (e não apenas das que trabalham ou já trabalharam) disse não ter tempo suficiente para brincar e estudar. Para parte delas, isso ocorre porque são obrigadas pelos pais a exercer atividades domésticas que, normalmente, não são cobradas dos meninos. De acordo com os pesquisadores, tal situação revela a manutenção da desigualdade de gênero entre as famílias, com reflexos sobre a construção do imaginário feminino.
Enquanto quase 77% das meninas lavam louça, 65% limpam a casa e 41% cozinham, seus irmãos são cobrados a fazer as mesmas atividades, segundo elas mesmas, em apenas 12,5%, 11,4% e 11,4% das vezes, respectivamente. A atribuição do cuidado com as crianças à figura materna é outro dado que aponta para a construção do ideal feminino: enquanto 76% das entrevistadas disseram ficar, no dia a dia, sob os cuidados da mãe, apenas 26,8% responderam que ficam sob responsabilidade do pai.
Outro dado da pesquisa diz respeito à familiaridade dessas meninas com a violência infantil, mesmo que a partir do relato de amigos e amigas. Uma em cada cinco entrevistadas disse conhecer garotas que já sofreram violência. O maior índice de respostas afirmativas, 26,4%, foi registrado no Pará. O menor, 13,3%, no Maranhão. O percentual de meninas que afirmaram conhecer outra garota vítima de violência também foi menor entre as entrevistadas quilombolas.
De maneira geral, as entrevistadas disseram gostar de ser meninas e ver nos estudos e na vida saudável os meios para serem felizes. Em um universo de entrevistadas pardas (53%), brancas (39%), negras (6%), amarelas (1,2%) e indígenas (0,3%), 71% das garotas disseram que se consideram bonitas e quase todas (94,8%), a cor de sua pele é bonita.
Presente à apresentação dos resultados da pesquisa, a ministra de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, destacou que as informações obtidas revelam um olhar diferenciado para a condição das meninas brasileiras.

"Há diferenças no tratamento [dispensado a homens e mulheres] e de papéis sociais a serem desempenhados, que vão se cristalizando desde muito cedo, a partir de casa, de detalhes como a diferenciação na atribuição de afazeres domésticos. É muito importante conhecermos essa realidade para que possamos pensar políticas públicas cada vez mais inclusivas”, afirmou a ministra.
Créditos: Agencia Brasil