Uma pesquisa franco-canadense publicada na revista médica BMJcomparou 2 mil pacientes com a doença com 7 mil pessoas saudáveis em Quebec, no Canadá.
Todos tinham mais de 66 anos e tomavam remédios à base de benzodiazepina.
Aqueles que usaram os medicamentos por pelo menos três meses apresentaram maiores chances de sofrer de demência.
Os pesquisadores dizem, entretanto, que o estudo não deve ser considerado como prova definitiva deste vínculo, mas que serve de alerta. "O uso prolongado e injustificado dessas drogas (benzodiazepinas) deve ser considerado um preocupação de saúde pública", escreveu Sophie Billioti de Gage, da Universidade de Bordeaux, na França, que coordenou a pesquisa.
Outros especialistas dizem que a pesquisa não estabeleceu o motivo para a relação entre os remédios e a doença.
"Uma das limitações do estudo é que as benzodiazepinas tratam justamente sintomas que podem ser indicadores do início do Mal de Alzheimer, como ansiedade e distúrbios do sono", disse à BBC Eric Karran,diretor de pesquisas da organização não-governamental Alzheimer's Research UK. Esta opinião coincide com a de outro especialista
, Guy Goodwin, da Faculdade Europeia de Neurofarmacologia.
Já o principal pesquisador da instituição britânica Alzheimer's Society, James Pickett, afirmou que as descobertas são preocupantes, já que só na Grã-Bretanha 1,5 milhão de pessoas são tratadas por benzodiazepinas. As regras do sistema público de saúde britânico, o NHS, estipulam o uso dos medicamentos por um período de oito e doze semanas. Especialistas vêm pedindo uma melhor observação dos efeitos colaterais do uso de benzodiazepinas, especialmente entre adultos com mais idade.
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