sexta-feira, 10 de outubro de 2014

PT Sofre Bltzkrieg a 15 dias da eleição

: A guerra-relâmpago deflagrada contra o Partido dos Trabalhadores utiliza canhões jurídicos e midiáticos; nesta sexta-feira, trechos das delações premiadas de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, que foram filmados, gravados e vazados para a imprensa, estampam as capas de Folha, Estado e Globo; o ponto principal é a acusação de que PT recolhia 3% do valor dos contratos da Petrobras em propinas e os distribuía a aliados; até agora, não existem provas, apenas as palavras dos acusados, que estariam presos se não se submetessem a essas delações; se suas acusações serão ou não provadas, não se sabe; no entanto, a meta principal, que é retirar o PT do poder no dia 26 de outubro, tem boas chances de ser alcançada; o general nazista Erich von Manstein não faria melhor.
Atribui-se ao general alemão Erich van Mastein a criação da "blitzkrieg", uma tática militar de guerra-relâmpago que consistia em agredir o inimigo em várias frentes, e de surpresa, até que ele fosse completamente desmoralizado e perdesse a capacidade de reação.
Algo semelhante está ocorrendo contra o Partido dos Trabalhadores, a 15 dias do segundo turno das eleições presidenciais. A partir do Jornal Hoje, da Rede Globo, exibido ontem, imagens e áudios do depoimento de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, começaram a ser vazados para a imprensa. Dali, espalharam-se para blogs, sites de notícias, portais e outros noticiários televisivos. Hoje chegaram às manchetes dos principais jornais do País e, em breve, deverão estar nos programas eleitorais da oposição.
Nos processos de delação premiada, como o que envolve Paulo Roberto Costa e também o doleiro Alberto Youssef, os réus devem apresentar provas cabais do que dizem. Na realidade, deveriam dizer, apenas, o que são capazes de provar – caso contrário, a Justiça estaria estimulando eventuais ataques levianos e injustos à reputações de terceiros.
Entretanto, o que se viu ontem foi um espetáculo midiático – quase um Big Brother. Outros diretores da Petrobras foram citados, além de 13 empresas, assim como o tesoureiro do PT, João Vaccari. A acusação principal é a de que o PT recolhia 3% do valor dos contratos da Petrobras em propinas – numa esquema já apelidado pela oposição de "petrolão", para fazer um paralelo imediato com o chamado "mensalão".
As provas... bom, elas ainda não foram apresentadas. Se isso acontecerá ou não, e quando, ninguém sabe. Mas o fato é que as consequências políticas das delações premiadas já foram alcançadas. O PT se vê novamente atingido por um escândalo de corrupção e, pela primeira vez, atrás do opositor Aécio Neves (PSDB-MG) nas pesquisas eleitorais, ainda que na margem de erro, dificilmente terá tempo para reagir.
De um lado, o presidente da legenda, Rui Falcão, fala em "acusações caluniosas". O tesoureiro João Vaccari, assim como outros ex-diretores da Petrobras, anunciam processos judiciais contra seus delatores. O PT também alega que todas as doações eleitorais recebidas ocorreram dentro da lei.
A discussão jurídica, no entanto, pouco interessa. O que importa é o que acontecerá no dia 26 de outubro. E é possível que Paulo Roberto Costa e Alberto Yossef tenham decidido a disputa.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Vírus do ebola pode sobreviver no sêmen por 90 dias

O sexo pode manter a epidemia de ebola viva mesmo depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou uma área livre da doença, disse um dos descobridores do vírus mortal nesta terça-feira. A OMS espera anunciar até o fim desta semana que o ebola foi erradicado da Nigéria e do Senegal depois de 42 dias sem infecções, período padrão para se declarar a extinção de um surto e o dobro do período máximo de incubação do vírus.
Entretanto, parece que a febre hemorrágica pode durar muito mais no sêmen. “Em um homem convalescente, o vírus pode persistir no sêmen por até 70 dias; um estudo indica que podem ser mais de 90 dias”, afirmou a OMS em um boletim informativo na segunda-feira. “Certamente, é preciso aconselhar os sobreviventes a usar camisinha, a não fazer sexo sem proteção, durante 90 dias”, disse Peter Piot, professor de Higiene e Medicina Tropical da London School e um dos descobridores do Ebola em 1976.
“Se fôssemos aplicar a regra para o dobro do período, seriam 180 dias – seis meses. Acho que isso (90 dias) provavelmente é um compromisso a se assumir, por questões práticas”, afirmou ele em uma entrevista coletiva em Genebra. O ebola é transmitido por fluidos corporais, como sangue e saliva, mas também foi detectado no leite materno e na urina, assim como no sêmen, disse a OMS. Mas o vírus inteiro e vivo jamais foi isolado a partir do suor.(Reuters).
Créditos: Focando a Notícia

Cantareira: retirada de segunda cota do volume morto pode secar região de Piracicaba e Campinas

secaA utilização da segunda cota de água do volume morto do Sistema Cantareira pode prejudicar o abastecimento de, pelo menos, 5 milhões de pessoas nas cidades que compõem a bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Bacia PCJ). Essa é a avaliação do Ministério Público Estadual (MPE) e do Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo, que ingressaram com ação civil pública pedindo que a Sabesp seja impedida de utilizar a cota e elabore, junto aos órgãos reguladores, planos efetivos de contingência para garantir o fornecimento de água para a Bacia PCJ e  região metropolitana de São Paulo.
Segundo os promotores do Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (GaemaAlexandra Facciolli Martins e Ivan Carneiro Castanheiro (Piracicaba), Rodrigo Sanches Garcia Geraldo Navarro Cabañas(Campinas), e o procurador Leandro Zades Fernandes (MPF), a retirada da segunda cota nas represas de Jacareí, Atibainha e Jaguari vai levá-las a um nível muito próximo do limite de capacidade de escoamento das tubulações que seguem o curso dos rios Atibaia e Jaguari.
A retirada de água do Sistema Cantareira para fornecimento na região metropolitana de São Paulo já está abaixo do nível das comportas. Para resolver o problema foram instaladas bombas de sucção, ao custo de R$ 80 milhões. Se a retirada da segunda cota do volume morto ocorrer, o nível pode ficar abaixo das comportas que vão para a bacia PCJ. “Essas cidades não são atendidas pela Sabesp e não têm como bancar um investimento desse nível. Como vão fazer?”, questionou Garcia.
Com a medida, o volume de água que corre para o rio Piracicaba vai baixar mais, tornando impossível a captação – feita na superfície. “A concentração de poluentes e de matéria orgânica na água já vem tornando seu tratamento muito custoso. Além de ser difícil garantir uma potabilidade em níveis adequados de segurança. Se reduzir mais dependeremos apenas dos afluentes, o que vai tornar o abastecimento inviável”, explicou Alexandra.
Os promotores ressaltaram ainda que a água é compartilhada entre a região metropolitana de São Paulo e a Bacia PCJ, sendo que a segunda é que doa água para a primeira. Mas vem recebendo, proporcionalmente, 40% menos água do que tem direito pelas definições da Agência Nacional de Águas (ANA). “Nós não podemos ser mais prejudicados. Compartilhamos a água, então compartilhemos também as dificuldades”, defendeu Alexandra.
Na ação, os promotores reivindicam ainda que a Justiça determine à Sabesp, a ANA e ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) de São Paulo que reduzam a retirada de água do Sistema Cantareira e retomem a elaboração de planos para garantir o abastecimento de água nas duas regiões. “Desde o dia 1º de julho não são emitidos novos comunicados e resoluções sobre a gestão do sistema. Esse vazio é inaceitável sobretudo no momento de maior estiagem. E se tornou pior por conta do não cumprimento das resoluções definidas”, destacou Alexandra.
Embora não falem ainda em responsabilidades pelo ocorrido, os promotores avaliam que a Sabesp e as agências reguladoras tinham também condições de ter se precavido sobre a situação, pois dispunham de estudos e mapeamentos com informações suficientes para se antecipar a crise. E que agora não podem se furtar na condução da situação. O promotores citam estudos da Universidade de Campinas (Unicamp) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que demonstravam o risco de seca.
Para eles, basta observar os horizontes definidos pelo próprio Grupo Técnico de Assessoramento e Gestão (GTAG) do Cantareira para perceber que as ações não tiveram êxito. “A água do volume útil devia ter durado até outubro. Mas o volume morto começou a ser utilizado em junho, quatro meses antes. Agora, o volume morto deve acabar em novembro. E querem utilizar a segunda cota. Claramente, está havendo uma gestão de risco”, afirmou Alexandra.
A Sabesp, em especial, dizem os promotores, conhecia os problemas desde 2012, mas não tomou nenhuma atitude. A estatal remeteu a seus investidores em Washington o Relatório Anual 20-F 2013em que relata que o volume de chuvas seria abaixo da média nos anos de 2012 e 2013. Mas nenhuma atitude foi tomada.
Paralelamente, foram os dois anos nos quais se obteve os maiores lucros líquidos da história da Companhia e de distribuição de dividendos, valendo observar que, neste período, o Sistema Cantareira foi responsável por 73,2% da receita bruta operacional da empresa, denotando a superexploração daquele sistema produtor que não mais conseguiu se recuperar diante da gravidade do atual evento climático de escassez”, diz um trecho da ação.
A Sabesp vê a água como um negócio”, destacou Garcia, comentando que a água do Sistema Cantareira é a mais rentável porque demanda, cerca de oito vezes menos ações e produtos para tratamento do que a do sistema Guarapiranga, por exemplo.
Mesmo durante o acompanhamento da crise, a companhia não realizou as ações de redução de retirada de água dos sistemas conforme determinada no documento de outorga e também não atendeu plenamente às recomendações realizadas pelo MP.
Outro pedido da ação é justamente a exclusão da Sabesp do Grupo Técnico de Assessoramento e Gestão (GTAG) do Cantareira. Para os promotores, há um claro conflito de interesses na participação da estatal, cujo negócio é vender água, na definição de medidas restritivas. Eles afirmam que a própria composição do GTAG é questionável, já que os comitês de bacia e o DAEE são estaduais. Somente a ANA está ligada a outra esfera de governo – federal.
O instrumento Curva de Aversão a Risco foi bastante lembrado pelos promotores. O método define quanto de água pode ser retirada de acordo com o volume do manancial e a época do ano em que se encontra.
É um instrumento reconhecido no mundo e é usado aqui pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para garantir que as represas de geração de energia tenham sempre condições de atuar sem risco de esvaziamento”, explicou Garcia.
No entanto, a Sabesp ignorou o instrumento e continuou retirando o volume de água operacional normalmente: 36 metros cúbicos por segundo (m³/s).
Em janeiro deste ano, o volume útil era de 27,14 %. Conforme a tabela da Curva de Aversão a Risco, para esse volume, o limite de retirada deveria ser inferior a 29 m³/s. Porém, a vazão autorizada para o referido mês foi de 32,20 m³/s, situação que se repetiu em fevereiro, quando o volume era de 21,99%. Portanto, a retirada devia ser de até 28 m³/s, mas foi de 33 m³/s.
Não bastassem terem sido desconsideradas as Curvas de Aversão ao Risco, também foram ignoradas pelos órgãos gestores e pela Sabesp as baixas vazões dos afluentes e a redução da capacidade de regularização do Sistema Cantareira – 36 m³/s para atendimento de toda a demanda do Cantareira.
“Logicamente, era de se esperar a rápida redução do volume disponível do Sistema Cantareira, como ocorreu. Desde 2012 e 2013, as vazões afluentes têm sido comparativamente próximas àquelas do biênio 1953/1954, referência da pior estiagem registrada desde 1930. Neste ano, o quadro se agravou e as vazões médias de afluência continuaram sendo ínfimas”, diz outro trecho da ação.
Com tudo isso em mãos, junto aos recorrentes desprezos pelas recomendações do MP, não restou outro caminho senão ingressar com a ação judicial. “Último recurso” nas palavras dos promotores, que rechaçaram a ideia de que a demora na decisão teve caráter político. “São muitos estudos, muitos documentos, análises técnicas. Não é uma coisa que se resolve entre um dia e outro”, explicou Castanheiro. Segundo ele, a gota d'água foi a saída da Agência Nacional de Águas do GTAG, em setembro.
Para a promotora Alexandra, o principal é retomar o planejamento e a gestão, utilizando cenários os mais conservadores possíveis para avaliar riscos e perspectivas, buscando chegar em maio do próximo ano com, ao menos, 10% do volume útil da represa recomposto. “Não temos mais condições de ser otimistas”, frisou, em clara referência à expectativa da Sabesp e do governo estadual de que as chuvas virão.
Créditos: Rede Brasil Atual

Pinturas rupestres descobertas na Indonésia podem mudar conceito de evolução humana

petroglifos, historia, arqueologia, indonesia, sulawesiImagens de animais selvagens e desenhos estereotipados de mãos humanas adornam uma das cavernas na ilha indonésia de Celebes (Sulawesi). Os cientistas acreditam que os petróglifos mais antigos têm uma idade de cerca de 40 mil anos.
"Uma imagem da mão foi realizada há pelo menos 39 mil anos. É a imagem mais antiga feita usando um estereótipo. Ao lado dela está um desenho representando o porco, que foi criado, como mínimo, há 35.400 anos. É um dos espécimes mais antigos, se não o mais antigo, da pintura realista", afirma Maxime Aubert, pesquisador da Universidade Griffith (Austrália), que determinou a idade dos desenhos a partir da idade das acumulações de calcário na caverna.
Segundo o cientista, na caverna há também desenhos criados 27 mil anos atrás, o que sugere que as gerações de seus habitantes praticavam a pintura rupestre ao longo de pelo menos 13 mil anos.
Até o presente momento, as mais antigas pinturas rupestres foram encontradas apenas na Europa Ocidental. A idade dos desenhos descobertos na ilha indonésia tem a ver com a evolução do homem sob uma ótica nova, observa a BBC.Foto: REUTERS/Kinez Riza/Handout via Reuters
Créditos: Voz da Rússia

Dilma destaca aliança e ações para o NE

A presidente da República, Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, desembarcou pela primeira vez em solo paraibano na atual campanha eleitoral, na noite desta quarta-feira (8). Por volta das 19h10, o avião presidencial pousou no Aeroporto Castro Pinto e, em seguida, no hall de desembarque, a chefe do Executivo nacional concedeu entrevista coletiva. Acompanhada do governador Ricardo Coutinho (PSB), também postulante à reeleição, Dilma Rousseff destacou a força da aliança PT, PSB e PMDB para este segundo turno, na Paraíba e agradeceu aos paraibanos pelos 1.166.632 votos depositados nas urnas, na eleição do último domingo (5).
“Estou na minha caravana de agradecimento aos Estados do Nordeste, agora estou na Paraíba para traze a minha mensagem e também para apoiar o governador Ricardo Coutinho e receber o seu apoio, juntamente com o PT e o PMDB e todos os partidos aliados. Neste segundo turno, vamos apoiar o governador, com quem sempre tivemos uma parceria excelente ao longo de todo o meu período de governo”, disse.
Questionada sobre a decisão da Executiva Nacional do PSB de apoiar a candidatura do presidenciável Aécio Neves (PSDB), neste segundo turno, Dilma Rousseff afirmou que a decisão do governador paraibano, que é da legenda socialista, faz parte do processo democrático da política.
“A democracia numa campanha é feita de posições. Não há como fazer um processo eleitoral de conflito de projetos, sem você dizer o que pensa e o outro também. Acredito que a posição do PSB é legítima da democracia. Mas, eles liberaram os seus governadores, é isso explica a decisão do governador Ricardo Coutinho de me apoiar”, respondeu. Na sequência da entrevista, a presidente destacou o compromisso com o desenvolvimento do Nordeste, caso seja reeleita para um novo mandato. Segundo ela, uma das características do seu Governo e da gestão do ex-presidente Lula (PT) foi incidir sobre as desigualdades sociais e desequilíbrios regionais, característicos do desenvolvimento desigual entre as diversas regiões do país.
Ela afirmou que o seu governo teve um cuidado especial com as políticas sociais, a exemplo dos programas Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida; e educacionais, com a interiorização das universidades públicas e escolas técnicas federais e do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec); além de proporcionar infraestrutura para a Região; valorização do trabalhador e garantia de emprego e renda. Ainda segundo a presidente, o Nordeste tem importância relevante para a política de resultados implantada pelo governo do PT. “O que existe é uma visão equivocada e atrasada do Nordeste. A realidade hoje é outra. A Região passou por um grande crescimento. Daqui saíram uma parte expressiva dos 36 mil que deixaram a extrema pobreza, daqui saíram àqueles que se elevaram para a classe média. Tem também um processo intenso de interesse de educação dos jovens, um exemplo é o Pronatec, que mantém 212 mil alunos matriculados só na Paraíba”, comentou.
Créditos: WSCOM

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Médicos pregam 'holocausto' com eleitores de Dilma

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Comunidade "Dignidade Médica", que conta com quase 100 mil internautas que se dizem médicos ou estudantes de medicina, defende 'castrações químicas' a eleitores do PT: "70% de votos para Dilma no Nordeste! Médicos do Nordeste causem um holocausto por aí! Temos que mudar essa realidade!", postou um usuário; Conselho Federal de Medicina (CFM), com sede em Brasília, afirmou ser “contra qualquer comentário ou ação que denote atitude preconceituosa”

A página "Dignidade Médica", no Facebook, que conta com quase 100 mil usuários que se declaram profissionais da classe médica brasileira coleciona postagens polêmicas contra eleitores da presidente Dilma Rousseff.

Segundo reportagem do IG, alguns internautas propõem "castrações químicas" contra nordestinos, profissionais com menor nível hierárquico, como recepcionistas de consultório e enfermeiras. Outro usuário diz: "70% de votos para Dilma no Nordeste! Médicos do Nordeste causem um holocausto por aí! Temos que mudar essa realidade!".
Questionado, o Conselho Federal de Medicina (CFM), com sede em Brasília, afirmou ser “contra qualquer comentário ou ação que denote atitude preconceituosa”.
Leia abaixo a íntegra da nota CFM:
“O Conselho Federal de Medicina (CFM) é contra qualquer comentário ou ação que denote atitude preconceituosa praticada por qualquer pessoa por conta de aspectos como etnia, origem geográfica, gênero, religião, classe social, escolaridade, orientação sexual ou posicionamento ideológico, entre outros. Esse entendimento representa a percepção da classe médica brasileira.
Para a Autarquia, o Brasil é um país democrático, onde todos os cidadãos devem e podem manifestar suas opiniões, inclusive políticas. No entanto, esta expressão deve ter como parâmetros o comportamento ético e o respeito às leis. Casos que extrapolem esses limites devem ser investigados pelas autoridades competentes.”
Créditos: Portal Brasil 247

Dilma afirma que FHC nutre visão elitista e atrasada sobre pobres

A presidenta Dilma Rousseff voltou a lamentar ontem (7) a visão externada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que associou o voto no PT à pobreza existente nos “grotões” de “mal informados”. Em entrevista coletiva no Palácio do Alvorada, ela afirmou que a noção defendida pelo líder do PSDB está presa a um conceito do passado.
“Acho lamentável. Acho lamentável porque é uma visão elitista do país. Vocês sabem qual é uma das grandes forças do Brasil? É ele ser esse país continental que é”, defendeu, afirmando se tratar de uma “visão atrasada” aquela que desconhece em cada um dos brasileiros um cidadão com grande potencial humano. “Fico estarrecida quando escuto essa história. Escutei isso ao longo da minha vida. Escutei muito que o povo não sabia votar. Quando o povo não sabia votar vocês sabem o que acontecia, né? Não tinha eleição. O povo não sabia votar, então não deixavam o povo votar. Essa história de que o povo não sabe votar porque não se formou numa universidade é uma falácia, uma mentira.”
Além de FHC, articulistas e usuários de redes sociais associaram após a eleição de domingo o voto no PT à pobreza. Ressurgiram as ideias de que o bom desempenho petista nas regiões Norte e Nordeste está diretamente conectado a uma dependência criada pelo Bolsa Família. O colunista Paulinho Navarro, do jornal mineiro O Tempo, chegou a sugerir um plebiscito para excluir do Brasil as duas regiões.
Nesse sentido, a fala de Dilma antes que começassem as perguntas dos jornalistas já ressaltava mais uma vez as diferenças entre o PT e o PSDB de seu adversário no segundo turno, Aécio Neves. Ela afirmou que o segredo dos 12 anos de administração dela e de Luiz Inácio Lula da Silva está justamente em governar para todos, ainda que com prioridade para as classes mais baixas.
A presidenta recordou que em 12 anos subiram a linha de pobreza 36 milhões de pessoas e que 42 milhões entraram na chamada classe média. Hoje, 73% dos brasileiros estão nas classes A, B e C. “As necessidades passam pelo fato de que é fundamental que o Brasil busque duas coisas simultaneamente. A gente tem de olhar para os mais pobres, que ainda são pobres. Um governo que não olhar para quem é mais pobre não está fazendo seu trabalho direito. Agora, ao mesmo tempo esse governo e os governos que virão terão de enfrentar o desafio de aumentar o emprego para a classe média brasileira.”
Dilma se reuniu no Centro de Eventos Brasil 21, na capital, com governadores eleitos e reeleitos pelo PT e por partidos da base aliada, além de parlamentares e ministros licenciados para a campanha. Hoje foi anunciado que o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, também irá se licenciar do cargo pelas próximas três semanas para reforçar a equipe que trabalha pela reeleição.
Na entrevista, Dilma foi perguntada sobre qual o caminho para melhorar o nível de votação em São Paulo, estado em que foi derrotada por Aécio, com uma diferença de 4,2 milhões de votos. Ela disse que a ideia é garantir comunicação com todos os setores da sociedade na tentativa de reverter a situação, e não deixou de por duas vezes alfinetar os tucanos.
Ao ser questionada sobre o que explica a baixa votação do PT no estado, a petista se contrapôs a FHC, dizendo que se ancora em um pensamento comum: “Eu não tive voto. Não tem diagnóstico mais simples e mais humilde. Voto, a gente pode fazer todas as suposições, mas você precisa partir desse princípio”, afirmou. “Vou lutar para ganhar em todos os estados possíveis. Não tem essa de ganhar um estado e achar que não vale. O Brasil é um só.”
Depois disso, a presidenta passou a recordar que teve boas votações no Nordeste, no Norte, no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais, terra natal dela e estado que foi governado por Aécio durante oito anos. “Quem me conhece votou em mim”, disse Dilma, que foi perguntada se aquela frase era uma indireta ao tucano: “Você está deduzindo. Você é rápida”.
A presidenta foi perguntava novamente sobre a importância do apoio de Marina Silva e do PSB. A ex-ministra, terceira colocada no primeiro turno, com 21,3% dos votos válidos, deu sinais de que apoiará Aécio no segundo turno, mas a posição do partido será definida amanhã, durante reunião em Brasília. “Acho que ninguém pode abrir mão de apoio de ninguém. Agora, também sei perfeitamente, pela experiência política e todos vocês sabem disso, que ninguém é dono do eleitor. Fico muito feliz quando me apoiam, agora sei que ninguém manda no eleitor. É um princípio democrático.”
Créditos: Rede Brasil Atual