quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Quase metade dos homens com câncer avançado de próstata desconhecem ter a doença

Um dos perigos do câncer de próstata é o fato dele ser assintomático. Muitos homens, enquanto envelhecem, prosseguem em sua rotina diária, sem se darem conta de que cuidados que a idade exige precisam ser tomados. Na maioria das vezes, essa doença imperceptível, que pede apenas um pouco de atenção, pode ser contida quando está no início. Antes de ser tornar de alto risco.
Se o diagnóstico acontecer a tempo, por meio de exames, a chance de cura é grande. Mas pesquisa divulgada em 2015 pela IPCC (Coalizão Internacional para o Câncer de Próstata) revela que 47% dos homens com câncer de próstata em estágio avançado desconhecem que tenham a doença.
Por causa da necessidade de conscientização, a ONG Lado a Lado pela Vida e a Sociedade Brasileira de Urologia organizam, há quatro anos, o Novembro Azul, um mês de atividades que têm por objetivo mostrar os perigos de um diagnóstico tardio da doença. No dia 17 do mês é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata.
De acordo com o presidente da sociedade, em São Paulo, Roni Fernandes, as possibilidades já chegam a 96% de cura se a doença, exclusivamente dos homens, for detectada em seu início.
—Trata-se de um tumor muito curável quando o diagnóstico é precoce. Quando não é precoce, existe uma série de tratamentos para controle, mas não se cura mais, o câncer sai do grupo de cura para o de controle.
Em 2012, no Brasil, o câncer de próstata matou cerca de 13 mil pessoas, segundo o Instituto Nacional do Câncer. É o segundo tipo de câncer que mais atinge os homens: a cada ano, cerca de 69 mil brasileiros passam a ter a doença, uma enfermidade típica do envelhecimento, por ser causada em grande parte pelo desequilíbrio de hormônios como a testosterona, tão atuantes na juventude. E é bem diferente da hiperplasia da próstata, doença que não é considerada câncer.
O diretor de Urologia do Hospital AC Camargo, em São Paulo, Gustavo Cardoso Guimarães, afirma que, dos pacientes que tiverem o câncer de próstata, considerados jovens, em cerca de dois terços ela será de risco intermediário a alto risco de morte.
A recomendação, portanto, é que os homens com histórico familiar façam os exames com uma idade entre 45 e 50 anos. O mesmo período é recomendado para os homens negros, também mais propensos a terem essa doença. Já os que não estiverem nesses grupos de risco, podem fazer com uma idade entre 50 e 55 anos. São dois os testes mais comuns: o toque retal, feito pelas mãos do urologista, e o PSA, enzima da próstata que pode apontar alguma alteração, por meio de exame de sangue.
Exame simples
Há ainda, de acordo com o urologista, diagnóstico que também pode ser obtido com um exame de ressonância nuclear magnética, propício para alguns casos. Muitos evitam o teste por causa do preconceito de se verem em uma situação de intimidade diante do urologista. Mas isso pode ser muito prejudicial. Guimarães explica que o temor dos homens de realizar o exame de toque precisa ser superado. E pode ser feito sem dificuldades.
—É um exame muito simples, que leva segundos para ser feito. Do mesmo jeito que a tireoide é facilmente palpável no pescoço, a próstata é palpável por via transretal. Os dois testes (PSA e toque), sozinhos, têm chance de acerto de apenas 30% a 40%. Já com a realização dos dois testes a chance de acerto aumenta para entre 70% e 80%.
Caso a doença já não esteja em estado inicial, o urologista irá avaliar o grau de agressividade do tumor, para iniciar um tratamento, conforme afirma Guimarães. Em um paciente com expectativa de vida mais longa, a partir de 10 anos, o mais indicado é a cirurgia. Mas, segundo ele, também há a opção por radioterapia, também no caso de o paciente correr riscos com a cirurgia.
— Atualmente há métodos minimamente invasivos de tratamento. Além da cirurgia convencional, há a laparoscopia, a laparoscopia 3D e a cirurgia robótica.
A laparoscopia baseia-se em pequenas incisões na região do abdome para encontrar o tumor e retirá-lo. A imagem é transmitida por fibra ótica para um monitor de TV.
O médico ainda diz que outras possibilidades são o ultrassom focalizado de alta frequência (Hifu) e a crioterapia (com baixas temperaturas) em casos de menor risco.
Função da próstata
A próstata é uma glândula auxiliar do sistema reprodutor masculino, que fica na frente do reto e embaixo da bexiga. Seu tamanho tem variação de acordo com a idade. Quando o indivíduo é jovem, tem aproximadamente o tamanho de uma noz, mas pode crescer muito mais em homens mais velhos.
A grande maioria dos pacientes com câncer de próstata tem a partir de 65 anos, idade em que os tecidos da glândula já estão envelhecidos. Uma alimentação bem equilibrada, segundo Guimarães, com redução de carne vermelha e hábitos saudáveis ajuda na prevenção e no tratamento da doença. Por conter licopeno, um antioxidante, o tomate também é uma alimento que contribui com a prevenção, segundo pesquisas.
Quanto mais a população envelhece, mais diagnósticos de câncer de próstata surgem. Conforme conta Fernandes, pode-se dizer que cerca de 80% de homens com mais de 90 anos têm esse câncer, mas, devido ao seu crescimento lento, não irão morrer por causa dele.
— O que nós médicos queremos atualmente é descobrir os casos mais agressivos e mais precoces para tratar com precisão e com isso contribuir para que o indivíduo chegue aos 100 anos.
A função da próstata mostra a sabedoria da natureza humana. Ela serve para produzir parte do líquido do sêmen (cerca de 40%), alimentar e proteger os espermatozoides que saem do pênis e chegam ao útero da mulher.
Lá, se mantivessem a condição pastosa, os espermatozoides não conseguiriam dar sequência ao processo reprodutivo. Isso só acontece porque, já fora do organismo do homem, conforme conta Fernandes, o PSA da próstata transforma a substância pastosa em líquida, soltando os espermatozoides e possibilitando a reprodução.(R7).
Créditos: Focando a Notícia

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Câmara instala processo contra Cunha

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados deve instalar nesta terça-feira (3) um processo para apurar suposta quebra de decoro parlamentar do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O processo pode resultar em punição que varia desde censura verbal ou escrita até cassação de mandato.
Alvo de investigação na Operação Lava Jato, Cunha é acusado pelo PSOL e pela Rede, autores do pedido, de ter mentido em depoimento à CPI da Petrobras, em março, quando disse que não tinha contas no exterior. Documentos enviados pelo Ministério Público da Suíça ao Brasil mostram a existência dessas contas. O Supremo Tribunal Federal já abriu um inquérito para investigar as suspeitas.
Nesta terça, serão sorteados três nomes entre os integrantes do conselho para que o presidente do conselho, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), escolha um deles para ser o relator. Ficarão de fora do sorteio os deputados que forem do mesmo partido ou estado de Cunha (PMDB e Rio de Janeiro) e os signatários da representação.
Créditos: WSCOM

Saiba onde denunciar crimes da internet

Se você sofreu ou sofre algum tipo de ofensa ou discriminação através da internet, saiba onde e como se defender:
O Site da Safernet: o site recolhe denúncias anôminas relacionadas a crimes de pornografia infantil, racismo, apologia e incitação a crimes contra a vida.
Canal do Cidadão do MPF: o Ministério Público Federal recebe denúncias de diferentes tipos. A pessoa pode optar por manter os seus dados sigilosos ou não. 


A Procuradoria-Geral da República recomenda aos cidadãos apresentarem o maior número de provas para que o processo possa ter mais agilidade. Disque 100: o canal recebe denúncias de abuso ou violência sexual. O serviço é coordenado pelo Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos. O Disque 100 funciona 24 horas por dia. As ligações são gratuitas e podem ser feitas de qualquer local do Brasil. A denúncia é anônima e as demandas são encaminhadas para as autoridades competentes.

 O que fazer quando se deparar com um crime cibernético:

1) Guarde todas as provas e indícios possíveis
2) Tire fotos das denúncias, "print screen" e imprima o material
3) Registre as denúncias com o maior número de detalhes
4) Não compartilhe ou replique comentários ofensivos ou que incitem ao crime
5) Crie uma rede de proteção às crianças vítimas. Não permita que ela fique exposta aos comentários ofensivos nas redes sociais.
Créditos: Agencia Brasil

Conflito entre Israel e Palestina provocou 83 mortes em um mês

Um mês de violência entre Israel e Palestina já provocou a morte de 73 palestinos e 10 israelenses, sem que os esforços internacionais tenham conseguido frear a escalada de violência, a pior desde a guerra de Gaza, em 2014. Ontem (2) mesmo, ações violentas no Norte do território ocupado da Cisjordânia e nas cidades israelenses de Rishón Letzión e Natania mostram que a paz está longe e que o número de mortos e feridos não para de aumentar.

Um palestino morreu, atingido por soldados israelenses na área de fronteira de Yalame, no extremo Norte da Cisjordânia, segundo os militares, depois de ter apunhalado um de seus colegas. Os outros dois casos deixaram quatro israelenses feridos, três deles com gravidade, esfaqueados por palestinos em centros urbanos no sul e no norte de Telavive. Os atacantes seriam residentes dos territórios ocupados, mas a polícia não informou se estavam em Israel legal ou ilegalmente.
Mais de 150 mil palestinos trabalhavam em Israel até o dia 1º de outubro, com autorização ou sem, mas os acessos foram restringidos de forma dramática com o início da nova onda de violência, em setembro, após uma série de confrontos entre manifestantes palestinos e a polícia israelense na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém.

Lugar sagrado para judeus e muçulmanos, o controle do local sempre foi motivo de conflito entre as duas partes. Os palestinos acusam Israel de ter mudado o status quoque imperava no recinto desde 1967, algo que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, nega.

Apelidado pelos palestinos de “intifada de Jerusalém”, o conflito já provocou dezenas de mortes e mais de 2.240 feridos, cerca de 2 mil feridos por balas disparadas pelo Exército durante os protestos, que desde então não pararam na Cisjordânia, Jerusalém e Gaza, de acordo com dados do Ministério da Saúde, em Ramallah.

Do lado israelense o número de feridos é muito mais baixo, contabilizando-se 140 de acordo com o serviço de emergência Maguen David Adom, equivalente à Cruz Vermelha. Os esforços de mediação, desde há duas semanas, do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e depois do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, conseguiram um acordo mínimo para a instalação de câmaras na Esplanada (ainda não instaladas), para verificar o cumprimento do status quo.
Créditos: Agencia Brasil

Mulher é apedrejada até a morte por cometer adultério

Uma jovem afegã foi apedrejada até a morte por talibãs e chefes de guerra por tentar fugir com o seu amante, informaram hoje (3) as autoridades do Afeganistão. Um vídeo do incidente, confirmado como verdadeiro pelo governo provincial, circula nas redes sociais e foi divulgado na televisão.


O apedrejamento ocorreu “há cerca de uma semana” em Ghalim, área montanhosa e de deserto na província de Ghor, informou à agência France Press (AFP) a governadora Sima Joyenda, uma das duas mulheres que governam províncias do Afeganistão. No vídeo, vê-se uma jovem de pé, em um buraco aberto no chão, apenas com a cabeça de fora, enquanto um homem vestido de preto pega uma pedra e atira em sua direção. Em seguida, três homens atiram pedras. Um deles sugere à jovem que recite a shahada, a profissão de fé muçulmana.

Abdul Hai Katebi, porta-voz da governadora, assegurou à AFP que as imagens são autênticas. A vítima “foi apedrejada até à morte por talibãs, por clérigos e chefes de guerra irresponsáveis”, reagiu Sima Joyenda, acrescentando que a jovem tinha entre 19 e 20 anos e foi casada contra a sua vontade. “Tinha fugido com outro homem da sua idade”, explicou.
A governandora condenou a morte e pediu ao governo central de Cabul que liberte a região do controle dos talibãs. Foto: JN
Créditos: Agencia Brasil


Vaticano prende dois conselheiros por vazamento de documentos

O novo escândalo que eclodiu nesta segunda-feira no Vaticano, com a prisão do padre espanhol Lucio Anjo Vallejo Balda, acusado de divulgar documentos confidenciais, marca o início de uma semana turbulenta na Santa Sé. O caso, que lembra os vazamentos aos quais se atribui o fim do pontificado de Bento XVI, em 2013, acontece a poucos dias da publicação de dois livros que prometem jogar no altar polêmicas antigas e inéditas sobre os bastidores da Igreja Católica. O episódio também acontece pouco depois de notícias de invasão a computadores oficiais ganharem repercussão na mídia italiana.
Balda, de 54 anos, foi detido no fim de semana, juntamente com a especialista em comunicação e mídias sociais italiana Francesca Chaouqui, de 33 anos. Ela era conhecida por seus tuítes polêmicos e pela amizade com um dos jornalistas que revelaram os documentos do escândalo “Vatileaks” em 2012.
Ambos faziam parte da Comissão de Estudo sobre a Organização das Estruturas Econômicas Administrativas da Santa Sé (Cosea), criada em 2013 pelo Papa Francisco para revisar as finanças da Santa Sé. O grupo foi extinto este ano, após concluir o seu trabalho.
Balda e Francesca foram levados sob custódia pela polícia do Vaticano para prestar esclarecimentos, mas ela foi liberada no domingo, depois de concordar em cooperar com a investigação, realizada com o aval do Papa.
A divulgação de notícias e documentos confidenciais é considerada um crime desde julho de 2013, depois do vazamento de uma série de documentos, incluindo material pessoal pertencente ao então Papa Bento XVI, que foram publicados no best-seller “Sua Santidade”, de Gianluigi Nuzzi. O jornalista italiano recebeu a papelada do mordomo pessoal do Pontífice, Paolo Gabriele, que foi julgado e condenado em outubro de 2012 a 18 meses de prisão. Dois meses depois, ele foi perdoado pelo líder da Igreja.
Nuzzi é, mais uma vez, o autor de uma das obras que prometem alimentar as polêmicas do Vaticano esta semana. Seu novo livro, “Via Crucis”, será lançado em vários países na quinta-feira. Segundo o material de divulgação, o jornalista mostrará bastidores das lutas travadas por Francisco e seus assessores mais próximos para realizar uma reforma na Igreja. O autor disse que o conteúdo foi produzido com base em documentos inéditos e gravações de reuniões privadas feitas por integrantes da Cúria.
A obra sugere ainda que as finanças do Vaticano estavam tão caóticas que Bento XVI não teve outra escolha a não ser renunciar. O jornalista também promete revelar o “veneno daqueles que querem sabotar a vigorosa revolução conduzida pelo Papa”.
O segundo livro, “Avareza”, do jornalista italiano Emiliano Fittipaldi, da revista “L’Espresso”, também será lançado na quinta-feira. A publicação abordará diversos escândalos, alguns deles financeiros, que ocorreram dentro do Vaticano. Em entrevistas nesta segunda-feira, o autor antecipou que as duas pessoas presas pelo Vaticano não eram suas fontes.
Ao se pronunciar sobre as detenções do fim de semana, o Vaticano também se posicionou sobre os próximos livros. Segundo a entidade, os títulos são fruto de uma “traição”. A Santa Sé também informou que os escritórios de advocacia do Vaticano já estão avaliando as medidas legais cabíveis.
“Como aconteceu no passado, os livros que serão publicados nos próximos dias são o resultado de uma traição grave da confiança do Papa e, no que diz respeito aos escritores, de uma operação para obter benefícios de um ato ilícito de entrega de documentos confidenciais”, diz o texto. “Publicações deste tipo não servem de modo algum para esclarecer ou obter a verdade, mas para criar confusão e dar interpretações parciais e tendenciosas”.
Com as detenções e a iminência dos dois livros, a sombra do caso “Vatileaks” voltou a pairar sobre o Vaticano. A imprensa italiana também repercute um roubo de dados que teria ocorrido no computador do controlador-geral das finanças do Vaticano, o italiano Libero Milone, em seu escritório, localizado perto da Praça de São Pedro.
Milone foi nomeado pelo Papa no dia 5 de junho para a Reforma das Finanças e é responsável pela auditoria das contas de todas as administrações do Vaticano. Segundo o jornal “Corriere della Sera”, o auditor apresentou na última sexta-feira uma denúncia por violação de dados informáticos. De acordo com o periódico, foram roubados documentos sobre as revisões contábeis e sobre a reorganização em curso dos dicastérios, os ministérios vaticanos.
PAPA IMUNE A ATAQUES
Professora do Departamento de Teologia da PUC-Rio, Maria Clara Bingemer destaca que a reforma promovida pelo Papa Francisco já repercutiu nas finanças do Vaticano. No entanto, os métodos adotados para atingir os bons resultados foram mal recebidos por uma ala influente da Igreja.
— O Vaticano conseguiu superávit pela primeira vez em muitos anos — ressalta. — Para isso, Francisco sentou em cima do caixa. Cortou luxos, como o sustento de casas milionárias do alto clero. E algumas pessoas não ficaram felizes com estas medidas.
A prisão de Balda e Francesca é uma consequência do segundo vazamento em menos de dois meses a atingir o pontificado de Francisco. O primeiro foi uma carta assinada por 13 membros da cúpula da Igreja, que criticaram a reforma para acelerar a anulação de casamentos religiosos.
— É bom conhecer a identidade dos opositores da Igreja e ver seu fracasso na tentativa de desestabilizar medidas contra os escândalos financeiros e a pedofilia — avalia Maria Clara. — Estas polêmicas derrubaram Bento XVI porque ele tinha perfil de intelectual, não de um chefe de Estado. O Papa Francisco tem estofo e aliados. Estes vazamentos podem abalar sua saúde, mas não sua coragem.
O bispo João Carlos Petrini também compara a falta de vigor de Bento XVI com a disposição de Francisco para enfrentar as polêmicas que cercam o Vaticano. Para ele, os novos livros e vazamentos não afetarão a credibilidade do Papa ou da Igreja:
— Em todo lugar há estes jogos de poder. É natural que o Papa enfrente uma resistência, já que resolveu renovar a administração de instituições como o Banco do Vaticano. Acredito que ele continuará neste caminho, e assim enfrentará mais oposição.
O padre Denilson Geraldo, professor da Faculdade de Teologia da PUC-SP, também assegura que a imagem de Francisco não será manchada pelos novos ataques ao Vaticano, especialmente devido à dificuldade para conseguir provas de irregularidades em seu pontificado.
— O Papa é muito transparente e aberto ao diálogo. Um vazamento realizado por duas pessoas não deve mudar isso nem abalar o trabalho da comissão financeira — descarta. — Os livros, por sua vez, terão desde o início a sua credibilidade questionada.
Créditos: Correio do povo

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Aplicativo vai monitorar mensagens de ódio e racismo nas redes sociais

Um aplicativo na internet vai monitorar postagens nas redes sociais que reproduzam mensagens de ódio, racismo, intolerância e que promovam a violência. Criado pelo Laboratório de Estudos em Imagem e Cibercultura da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), o instrumento será lançado este mês e permitirá que usuários sejam identificados e denunciados.

De acordo com o professor responsável pelo projeto, Fábio Malini, os direitos humanos são vistos de maneira pejorativa na internet e discursos de ódio tem ganhado fôlego. “É preciso desmantelar esse processo”, defende. Por meio da disponibilização dos dados, ele acredita que é possível criar políticas públicas “que amparem e empoderem as vítimas”.

Encomendado pelo Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, o Monitor de Direitos Humanos, como foi batizado o aplicativo, buscará palavras-chaves em conversas que estimulem violência sexual contra mulheres, racismo e discriminação contra negros, índios, imigrantes, gays, lésbicas, travestis e transexuais. Os dados ficarão disponíveis online.

A blogueira e professora universitária Lola Aronovich relata ser vítima frequente de agressões e até ameaças de morte pela internet, por defender dos direitos das mulheres. Nos fóruns de discussão em que participa, várias mensagens de ódio são postadas. Para a blogueira, o monitoramento dos ataques, a investigação e a punição dos autores são importantes para frear crimes, que chegam a extrapolar o mundo virtual. "Mensagens nas redes têm estimulado mortes e suicídios no mundo real", disse. “Não podemos mais fingir que não acontece”, acrescentou.

Quem não expõe ideias na rede, não está livre de violência. Para a jovem Maria das Dores Martins dos Reis bastou ser negra e postar uma foto no Facebook ao lado do namorado, que é branco, para ser alvo de discriminação. A foto recebeu dezenas de comentários racistas e foi compartilhada em grupos criados especialmente para agredi-la. “É como se fosse uma diversão para ele. Só que para quem sofre não é legal. Isso dói e machuca”, revelou, que, mesmo após ter denunciado o caso, não viu agressores condenados.

No último sábado (31), a atriz Taís Araújo foi alvo de mensagens racistas nas redes sociais. A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, por meio de nota, informou hoje (2) que a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) vai instaurar inquérito para apurar o crime. A atriz será ouvida e os autores identificados serão intimados a depor. O racismo é crime no Brasil e, por lei, quem praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional pode ser condenado a reclusão de um a três anos e pagamento de multa.
Créditos: Agencia Brasil