sábado, 2 de janeiro de 2016

Cartilagem cultivada em laboratório poderá reconstruir partes do corpo

Cientistas afirmam que em três anos será possível usar a cartilagem cultivada em laboratório Pacientes que precisam de cirurgia para reconstruir partes do corpo, como nariz e orelha, poderão muito em breve fazer um tratamento usando cartilagem cultivada em laboratório, de acordo com cientistas britânicos. O processo envolve o cultivo de células de uma pessoa em uma incubadora. 

Essas células, então, são misturadas a um líquido e depois impressas em 3D no formato gelatinoso do órgão necessário. Depois disso, coloca-se essa "gelatina" em uma incubadora novamente para que ela possa crescer novamente até que fique pronta. Pesquisadores em Swansea, no País de Gales, afirmam que a expectativa é poder usar esses "tecidos" criados em laboratório em humanos em torno de três anos.
"Usando uma explicação simples, nossa ideia é recriar tecidos usando células humanas", disse Iain Whitaker, cirurgião plástico que participa da pesquisa. "Estamos tentando imprimir estruturas biológicas usando células humanas e providenciando o ambiente certo e o tempo certo, para que possam se desenvolver em tecidos que eventualmente possam ser utilizados em seres humanos."
"Seria útil para reconstruir partes do corpo perdidas, como partes do nariz ou da orelha e até mesmo partes maiores do corpo, como ossos, músculos e vasos sanguíneos", afirmou. A equipe de cirurgiões está trabalhando em parceria com cientistas e engenheiros que construíram uma impressora 3D especificamente para esse tipo de trabalho.
Whitaker, que é chefe de cirurgia plástica e reconstrutiva na Escola de Medicina da Universidade de Swansea, explicou que o projeto começou em 2012, mas a pesquisa nessa área já acontece há mais de 20 anos. A ideia, segundo ele, é testar os tecidos cultivados em laboratório em animais. Depois, será preciso passar por um processo de ética antes de aplicá-los em seres humanos.
"A boa notícia para o futuro é que, se nossa pesquisa for bem sucedida, em dois meses seria possível recriar uma parte do corpo que não existia mais, sem ter que fazer isso retirando tecido de outra parte do corpo, causando defeito ou cicatriz em outros lugares", afirmou. Os pesquisadores explicam que estão fazendo os experimentos usando impressora 3D porque ela tem grandes possibilidades de imprimir essas estruturas complexas.(Leia mais em BBC Brasil).
Créditos:IG

Estatuto da Pessoa com Deficiência entra em vigor com garantia de mais direitos

Professoras aprendem o braille no Instituto Municipal Helena Antipoff, que promove a inclusão de crianças com deficiência na rede pública de ensino (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Entra em vigor neste sábado (2) o Estatuto da Pessoa com Deficiência, que traz regras e orientações para a promoção dos direitos e liberdades dos deficientes com o objetivo de garantir a essas pessoas inclusão social e cidadania. A nova legislação, chamada de Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, garante condições de acesso a educação e saúde e estabelece punições para atitudes discriminatórias contra essa parcela da população.

Hoje no Brasil existem 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. A lei foi sancionada pelo governo federal em julho e passa a valer somente agora, 180 dias após sua publicação no Diário Oficial da União. Um dos avanços trazidos pela lei foi a proibição da cobrança de valores adicionais em matrículas e mensalidades de instituições de ensino privadas. O fim da chamada taxa extra, cobrada apenas de alunos com deficiência, era uma demanda de entidades que lutam pelos direitos das pessoas com deficiência.

Quem impedir ou dificultar o ingresso da pessoa com deficiência em planos privados de saúde está sujeito a pena de dois a cinco anos de detenção, além de multa. A mesma punição se aplica a quem negar emprego, recusar assistência médico-hospitalar ou outros direitos a alguém, em razão de sua deficiência. 

De acordo com o estatuto, as empresas de exploração de serviço de táxi deverão reservar 10% das vagas para condutores com deficiência. Legislações anteriores já previam a reserva de 2% das vagas dos estacionamentos públicos para pessoas com deficiência, mas a nova lei garante que haja no mínimo uma vaga em estacionamentos menores. Os locais devem estar devidamente sinalizados e os veículos deverão conter a credencial de beneficiário fornecida pelos órgãos de trânsito.

A legislação exige também que 10% dos dormitórios de hotéis e pousadas sejam acessíveis e que, ao menos uma unidade acessível, seja garantida. Outra novidade da lei é a possibilidade de o trabalhador com deficiência recorrer ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço quando receber prescrição de órtese ou prótese para promover sua acessibilidade.
Créditos: Agencia Brasil

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Segurados de planos de saúde terão direito a 21 novos procedimentos em 2016

A partir de amanhã (2), beneficiários de planos de saúde individuais e coletivos vão passar a ter direito a mais 21 procedimentos, que passam a ser obrigatórios. A nova lista inclui o teste rápido de sangue para diagnóstico de dengue e chikungunya, para que os pacientes tenham o resultado na própria emergência, e a ampliação do número de consultas com fonoaudiólogo, nutricionistas, fisioterapeutas e psicoterapeutas, entre outros.

O rol é uma lista de tratamentos de cobertura obrigatória pelos planos de saúde, baseada nas doenças classificadas pela Organização Mundial da Saúde. Para incluir novos procedimentos (OMS), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) revisa a lista a cada dois anos com base em critérios técnicos para inclusão de novos tratamentos.

“Para ser incluída no rol, é preciso que a nova tecnologia tenha um nível de evidência científica satisfatória para comprovar que é segura, que tem eficácia e que vai trazer benefícios aos pacientes. Também consideramos questões epidemiológicas, como no caso da sorologia para dengue, por exemplo”, explicou a gerente-geral de Regulação Assistencial da ANS, Raquel Lisboa.

Este ano, a elaboração da lista teve apoio do Comitê Permanente de Regulação da Atenção à Saúde e de consulta pública feita pela ANS. A mudança vai beneficiar 50,3 milhões de consumidores em planos de assistência médica e outros 21,9 milhões de beneficiários com planos exclusivamente odontológicos.

Sobre o impacto financeiro das mudanças, Raquel Lisboa disse que o aumento é baixo, se comparado aos benefícios. “Nós fazemos a avaliação a posteriori para saber o impacto das mudanças no preço dos planos de saúde, e só o rol costuma ficar em torno de 0,5 a 1%”, informou.

Entre as novidades de tratamento estão o implante de monitor de eventos (Looper) utilizado para diagnosticar perda da consciência por causas indeterminadas, o implante de cardiodesfibrilador multissítio, que ajuda a prevenir morte súbita, o implante de prótese auditiva ancorada no osso para o tratamento das deficiências auditivas e a inclusão do enzalutamida – medicamento oral para tratamento do câncer de próstata.

A ANS ampliou também o uso de outros procedimentos que já eram ofertados, como o tratamento imunobiológico subcutâneo para artrite psoriásica e o uso de medicamentos para tratamento da dor com efeito adverso ao uso de antineoplásicos.

Os usuários vão ter direito a número maior de sessões com fonoaudiólogos. Elas passam de 24 para 48 ao ano para pacientes com gagueira e idade superior a 7 anos e transtornos da fala e da linguagem, de 48 para 96 para quadros de transtornos globais do desenvolvimento e autismo e 96 sessões, para pacientes que têm implante de prótese auditiva ancorada no osso.
Houve ampliação ainda das consultas em nutrição: passam de seis para 12 sessões para gestantes e mulheres em amamentação. Aumentou também o número de sessões de psicoterapia, de 12 para 18 sessões. Acesse aqui a lista completa de novos tratamentos.
Créditos: Agencia Brasil

Fazenda alerta para fraudes no pagamento do IPVA

A Secretaria da Fazenda de São Paulo divulgou nota  ontem (31) com um alerta sobre fraudes no pagamento do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Segundo a pasta, boletos com cobrança indevida estão sendo distribuídos no estado, além de sites que usam o nome da secretaria para colher informações pessoais.


O imposto pode ser pago de apenas duas formas: pelo site da Secretaria da Fazenda ou em bancos credenciados. Para isso, a pessoa deve ter em mãos o Renavam do veículo. Segundo a secretaria, cerca de 18 milhões de avisos de vencimento do IPVA 2016 começaram a ser distribuídos. Mas é apenas um lembrete com orientações e informações para que a pessoa quite o imposto.

Em caso de dúvidas, os contribuintes devem entrar em contato com a Secretaria da Fazenda por meio do telefone 0800-170110 (exclusivo para telefone fixo) ou pelo site da pasta. As alíquotas do imposto permanecem inalteradas. Os proprietários de veículos movidos a gasolina e os bicombustíveis recolherão 4% sobre o valor venal. Veículos que utilizam exclusivamente álcool, eletricidade ou gás, ainda que combinados entre si, têm alíquota de 3%. As picapes cabine dupla pagam 4%.
Os utilitários (cabine simples), ônibus, micro-ônibus, motocicletas, motonetas, quadriciclos e similares recolhem 2% sobre o valor venal. Os caminhões pagam 1,5%. 

A frota total de veículos no estado de São Paulo é de cerca de 23,5 milhões. Destes, 17,5 milhões estão sujeitos ao recolhimento do IPVA, 5,7 milhões estão isentos por terem mais de 20 anos de fabricação e cerca de 250 mil são considerados isentos, imunes ou dispensados do pagamento (taxistas, pessoas com deficiência, igrejas, entidades sem fins lucrativos, veículos oficiais e ônibus/micro-ônibus urbanos).

A Fazenda prevê arrecadar R$ 14,4 bilhões com o IPVA em 2016. Deste total, descontadas as destinações constitucionais, o valor é repartido 50% para os municípios de registro dos veículos, que devem corresponder ao local de domicílio ou residência dos respectivos proprietários, e os outros 50% para o estado. Os recursos do imposto são investidos pelo governo estadual em obras de infraestrutura e melhoria na prestação de serviços públicos como os de saúde e educação. Dados preliminares do IPVA 2015 mostram que foram arrecadados R$ 13,4 bilhões até outubro deste ano.
Créditos: G1

Sancionada lei que prevê plástica no SUS para mulher vítima de violência

Foi publicada ontem (31) no Diário Oficial da União a Lei 13.239, que dispõe sobre a oferta e realização, no Sistema Único de Saúde (SUS), de cirurgia plástica reparadora de sequelas de lesões causadas por violência contra a mulher. O texto já havia passado pelo Senado e foi aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados em novembro deste ano, quando seguiu para sanção presidencial.

De acordo com a lei, hospitais e os centros de saúde pública, ao receberem vítimas de violência, deverão informá-las da possibilidade de acesso gratuito à cirurgia plástica para reparação das lesões ou sequelas de agressão comprovada. Ainda segundo o texto, a mulher vítima de violência grave que necessitar de cirurgia deverá procurar uma unidade de saúde que realize esse tipo de procedimento portando o registro oficial de ocorrência da agressão.

A lei prevê também que o profissional de medicina que indicar a necessidade da cirurgia deverá fazê-lo por meio de diagnóstico formal, encaminhando-o ao responsável pela unidade de saúde respectiva, para autorização. Ao final, o texto prevê ainda a possibilidade de punição aos gestores que não cumprirem com a obrigação de informar as mulheres vitimadas sobre seus direitos.
Créditos: Agencia Brasil

Aumenta a chance de Brasil se tornar membro permanente do CS da ONU

A entrada do Uruguai como país observador do CS, juntando-se à Venezuela, que lá permanece até o fim de 2016, poderá significar um apoio maior à pretensão do Brasil de ampliar o número de participantes com direito a voto e veto no Conselho e dele participar, então, como membro permanente?
Presidente russo, Vladimir Putin, se encontra com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, Kremlin, Moscou, 23 de dezembro de 2015
© Sputnik/ Aleksey Nikolsky
Putin: Índia deve se tornar membro permanente do Conselho de Segurança da ONU

O professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, Guilherme Casarões, questionado sobre o assunto – um tema de relevo desde o primeiro mandato do Presidente Lula –, explica que desde o Governo de José Sarney, em 1985, já se faziam menções sobre o interesse brasileiro em ocupar efetivamente o Conselho de Segurança da ONU. Para o professor da FGV, a pretensão brasileira é muito maior.

“A demanda brasileira é muito mais do que simplesmente ocupar um papel de destaque nas relações multilaterais”, observa Casarões. “É assegurar um Conselho de Segurança mais representativo, que reflita a ordem vigente mundial. Não podemos esquecer que quando o CS foi formado, em 1945, ele agraciou com cadeiras permanentes e com poder de veto os países vencedores da Segunda Guerra Mundial – União Soviética, Estados Unidos, Inglaterra, França e China Nacionalista. A reivindicação brasileira tem esse lado de pedir uma ordem mais justa, e um Conselho de Segurança que reflita essa ordem.”

Guilherme Casarões explica ainda que “com o Governo Lula, e com o projeto de potência emergente do Brasil, também ganhou espaço a ideia de que o Brasil tem que ganhar a todo custo uma cadeira e marcar uma presença mais firme nas relações internacionais e na ONU em particular”.

O especialista em Relações Internacionais ressalta, no entanto, que a relação do Brasil com seus vizinhos sul-americanos sobre o Conselho de Segurança da ONU sempre foi complicada, porque, sendo um país que tem a metade do território e do PIB da América do Sul, mais poder do Brasil significa de certa forma menos poder para os vizinhos, em particular a Argentina.

“Desde que o Brasil começou a vocalizar seu pleito sobre o Conselho de Segurança, a Argentina, na época do Governo Menem, nos anos 1990, colocou-se frontalmente contra qualquer iniciativa brasileira de ser o país agraciado com uma cadeira no Conselho de Segurança. A Argentina até faz parte de um grupo que hoje chamamos de grupo rival dentro das questões sobre a reforma do Conselho, opondo-se e colocando obstáculos a qualquer tentativa brasileira de negociar uma entrada exclusiva no Conselho de Segurança. E no primeiro Governo Kirchner a Argentina oficializou a participação nesse grupo de oposição ao Brasil.”

No caso do Uruguai, a situação, segundo Casarões, é diferente, porque o Uruguai tem menos interesses em disputar com o Brasil uma vaga no Conselho como membro permanente.

”O que talvez o Uruguai tema é que o Brasil, angariando esse poder sozinho, acabe tentando firmar uma posição que nós podemos chamar de hegemônica na América do Sul. É provável que o Uruguai tente garantir que o Brasil, se conseguir essa reforma do Conselho de Segurança e entrar numa vaga permanente, que trabalhe nessa vaga permanente sempre em nome do Mercosul, ou sempre em nome dos seus vizinhos também da América do Sul. E o discurso do Brasil tem realmente ido sempre por esse caminho.”

Em relação à desejada reforma e ampliação da quantidade dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, Guilherme Casarões acha que é necessária, mas a disputa política em torno da questão pode gerar complicações.

“O grande problema é que ela se coloca num jogo político muito complicado, que tem duas dimensões: uma delas é a crescente composição ou antagonismo de Rússia e China, de um lado, e Estados Unidos e seus aliados europeus do outro. Antagonismo que vimos, por exemplo, na Guerra do Iraque e nas recentes questões envolvendo a Síria e a Ucrânia. A grande questão nesse caso é que a paralisia do Conselho de Segurança torna uma reforma cada vez mais urgente. A segunda razão é o fato de que a ordem de 1945 não mais se reflete na realidade da política internacional de 2015. Já se vão 70 anos. Então, é o momento de parar para refletir. É claramente negativa essa ideia de que o mundo se mantém estático nas suas instituições, sendo que a dinâmica de poder mudou completamente desde então. De fato, é preciso repensar a estrutura do Conselho de Segurança como forma de transformar a instância em algo mais legítimo e representativo.”
Créditos: Sputnik

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Extrema pobreza cai 63% em 10 anos

O Brasil conseguiu reduzir a extrema pobreza em pelo menos 63% entre 2004 e 2014, segundo análise feita pelo Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea) sobre os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2014. A avaliação está na Nota Técnica Pnad 2014, divulgada, ontem (30), na sede da entidade, em Brasília.

De acordo com o Ipea, mesmo em 2014, quando começaram a ser sentidos no País os primeiros efeitos da crise econômica mundial, o Brasil permaneceu em “franco processo de mudança social”.
Isso porque a base estruturante desses avanços, que vêm sendo feitos desde 2003, permaneceu, no ano passado, com o crescimento real da renda do trabalhador e a diminuição de desigualdades, o aumento da escolaridade e das condições gerais de vida dos brasileiros, além da redução das desigualdades entre negros e brancos, mulheres e homens, trabalhadores rurais e urbanos.

“Passamos por um ciclo ininterrupto de transformações sociais em dez anos (2004-2014). Todos os dados relacionados às questões sociais têm apresentado melhora e nos permitiram a constituição de um colchão de amortecimento às crises”, pontuou André Calixtre, diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, durante o lançamento da Nota Técnica Pnad 2014 – Breves Análises.

Para o pesquisador, a renda crescente, a diminuição da desigualdade de renda, além da melhoria dos programas de transferência de renda e o aumento da cobertura previdenciária explicam os números de 2004 a 2014. “Houve uma retomada do ciclo de redução da extrema pobreza.”
Créditos: Portal Brasil