terça-feira, 7 de junho de 2016

A cada 23 minutos, um jovem negro é assassinado no Brasil

Relatório mostra que 23 mil jovens negros são assassinados por ano
É este o país que salta do relatório final da CPI do Senado sobre o Assassinato de Jovens, que será divulgado esta semana em Brasília: todo ano, 23,1 mil jovens negros de 15 a 29 anos são assassinados. São 63 por dia. Um a cada 23 minutos.


A CPI toma por base os números do Mapa da Violência, realizado desde 1998 pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz a partir de dados oficiais do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde. O último Mapa é de 2014 e contabiliza os homicídios de 2012: cerca de 30 mil jovens de 15 a 29 anos são assassinados por ano no Brasil, e 77% são negros (soma de pretos e pardos).
Depois de sete meses de trabalho, com 21 audiências públicas em sete Estados brasileiros, o relatório do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) apresenta um diagnóstico amplo, com números e pesquisas de várias fontes e períodos.
Cataloga histórias recentes e de ampla repercussão, como a do menino Eduardo de Jesus, 10, morto por um policial militar no Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro, em abril de 2015. Recupera outras já quase esquecidas, como a de Ana Paula Santos, morta em 2006 em Santos, São Paulo, aos 20 anos, quando estava grávida de nove meses. O marido dela e o bebê também foram assassinados.
Especialistas costumam usar a palavra epidemia para se referir à mortandade de jovens no Brasil, especialmente de jovens negros. De acordo com o Mapa da Violência, a taxa de homicídios entre jovens negros é quase quatro vezes a verificada entre os brancos (36,9 a cada 100 mil habitantes, contra 9,6). Além disso, o fato de ser homem multiplica o risco de ser vítima de homicídio em quase 12 vezes.
Weiselfiz adiantou à BBC Brasil dados preliminares do Mapa que será divulgado este ano: de 1980 a 2014, o número de mortes por arma de fogo no Brasil soma quase um milhão. Entre 1980 e 2014 morreram 967.851 pessoas vítimas de disparo de arma de fogo, sendo 85,8% por homicídio. "Entre 1980 e 2014 os homicídios cresceram 592,8%, setuplicando sua incidência", analisa o sociólogo.
Em entrevista por e-mail, por intermédio de sua assessoria, o senador Lindbergh Farias diz que "o principal destaque da CPI foi reconhecer aquilo que os movimentos negros, sobretudo de jovens, vêm dizendo há muito tempo: um verdadeiro genocídio da nossa juventude negra".
"A cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil. Isso equivale à queda de mais de 150 jatos, cheios de jovens negros, todos os anos. Genocídio da população negra é a expressão que melhor se enquadra à realidade atual do Brasil", afirma.
Créditos: UOL

Dilma diz que governo interino quer 'rasgar a CLT'

A presidente afastada Dilma Rousseff afirmou ontem (6), que o governo em exercício de Michel Temer quer rasgar a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) ao falar em reforma trabalhista. "Uma das razões da tentativa do golpe é produzir um arrocho salarial nos trabalhadores, reduzir os direitos trabalhistas no País.
Os ministros provisórios e interinos estão falando em reforma trabalhista. Para eles, reforma trabalhista ou flexibilização das relações de trabalho significam perda de direitos e conquistas. Quando falam em reforma trabalhista ou em flexibilização das relações de trabalho, o que buscam é rasgar a CLT. Para nós, os direitos trabalhistas inscritos na CLT são a base e devem ser preservados integralmente", disse, ao lado do ex-ministro do trabalho e Previdência, Miguel Rossetto.
Dilma disse ainda ter "um grande receio" de que o governo Temer acabe com a política de valorização do salário mínimo. "Eles querem acabar também com a política de valorização do salário mínimo, que deu um ganho real acima da inflação de 76% desde 2006", afirmou, ressaltando que 48 milhões de brasileiros vivem do salário mínimo.
"Outra questão importante é o fato de que 70% dos aposentados ganham um salário mínimo e eles querem também desvincular as aposentadorias de 23 milhões de brasileiros e brasileiras do salário mínimo, o que vai resultar naquilo que acontecia na época do FHC: perda absoluta do poder de compra das aposentadorias pagas àqueles que trabalharam a vida inteira pelo Brasil", escreveu.
Ao ser questionada sobre o aumento do desemprego, Dilma afirmou que essa é uma "preocupação imensa" e que antes de seu afastamento o governo vinha "agindo para diminuir o problema". "O atual patamar de desemprego - 11,2%, em abril - é muito alto. Desde o ano passado, estamos agindo para enfrentar este grave problema. Todo o nosso esforço foi para recuperar o crescimento econômico e o investimento, para voltarmos a gerar empregos", disse.
Dilma disse ainda que a crise atual pode ser superada sem impor a conta aos trabalhadores. "Exige escolhas políticas e negociação com as centrais sindicais para construir as melhores estratégias. Para nós, não são os trabalhadores que devem pagar o pato. A renda dos trabalhadores, por exemplo, quando cresce amplia o mercado interno e dinamiza a economia, estimulando a produção e ampliando o lucro das empresas", afirmou. Fonte: Estadão.

Teste de zika passa a ter cobertura obrigatória por plano de saúde

A partir do dia 6 do mês que vem, gestantes e recém-nascidos poderão realizar, gratuitamente, os testes que indicam a infecção pelo vírus da zika pelos planos de saúde. Segundo resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicada ontem no Diário Oficial da União, os procedimentos passam a ter cobertura obrigatória por todos os planos de saúde que atendem estes dois públicos.  
A ANS definiu a incorporação de exames para detecção do zika ao Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, lista que estabelece a cobertura que os planos são obrigados a oferecer aos clientes. Pela resolução, os planos devem cobrir três tipos de exames: o PCR, para detecção do vírus nos primeiros dias da doença; o teste sorológico IgM, que identifica anticorpos na corrente sanguínea; e o IgG, para verificar se a pessoa já teve contato com zika em algum momento da vida.
“A ANS realizou de forma extraordinária a incorporação de testes laboratoriais para o diagnóstico da zika por se tratar de uma emergência em saúde pública decretada pela Organização Mundial da Saúde (OMS)”, informou a diretora de Normas da agência, Karla Coelho. Os exames deverão ser assegurados para gestantes, bebês filhos de mães infectadas, bem como nos recém-nascidos com más-formações suspeitas de terem sido causadas pelo vírus. A expectativa é que sejam beneficiadas mais de 500 mil gestantes e quase dois mil recém-nascidos em todo o país.
Créditos: Correio 24h

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Seis ameaças do governo Michel Temer ao trabalhador brasileiro

Desde que assumiu, o governo Michel Temer (PMDB) coleciona medidas contra o trabalhador. Desde uma polêmica reforma da Previdência, sem negociação com as principais centrais sindicais CUT e CTB se negaram a dialogar com o presidente ilegítimo, até o desmonte do programa Minha Casa, Minha Vida, as medidas de Temer parecem ter sempre um foco em comum: cortar direitos e benefícios para os mais pobres.Veja abaixo algumas dessas medidas:

Idade mínima para aposentadoria
Uma das pautas prioritárias do novo governo é fazer uma reforma na Previdência Social. Entre as propostas em discussão até agora, os principais afetados serão as mulheres e quem começou a trabalhar mais cedo. Atualmente, é possível se aposentar por tempo de contribuição e idade. Para isso, existe a regra 85/95. Nessa conta, a mulher que tiver 30 anos de contribuição e 55 anos já pode se aposentar sem descontos. O mesmo vale para o homem de 60 anos e 35 anos de contribuição. Caso o aposentado já tenho cumprido os anos de contribuição, mas não tiver atingido a idade mínima, poderá se aposentar, mas com descontos.
Na nova regra, tanto homem quanto mulheres se aposentarão pela idade mínima de 65 anos.

Fim do reajuste do salário mínimo
Uma das ideias da nova equipe econômica é acabar com a regra do reajuste do salário mínimo (crescimento do PIB + inflação). Isso terá um impacto direto para o trabalhador que recebe o salário mínimo efetivamente, mas também para os aposentados que recebem o piso do benefício – já que o reajuste também baseado nos acréscimos do salário mínimo.

Fim dos gastos mínimos em saúde e educação
Para implementar o teto de gastos públicos, o governo Temer terá de mexer em dispositivos Constitucionais e acabar com os gastos mínimos em saúde e educação. Isso significa precarizar direitos fundamentais e garantidos pela Constituição de 1988. Foi só a partir de 1988, com o surgimento do SUS (Sistema Único de Saúde) que qualquer cidadão pode ter acesso a saúde pública e gratuita. O novo ministro golpista da Saúde, Ricardo Barros, já afirmou que quer reduzir o tamanho do SUS.

Desmonte do Minha Casa, Minha Vida
O novo governo suspendeu a terceira fase do programa Minha Casa, Minha Vida. Por enquanto, o programa está sob “reavaliação”, mas alguns cortes já foram anunciados: a suspensão da construção de 25 mil moradias populares pelo MCMV Entidades.
Outro recorte — também focado entre os mais pobres — já está sendo noticiado na imprensa. Segundo reportagem do “O Globo, o novo governo golpista vai retirar subsídios para as famílias de renda R$ 1.800 a R$ 3.600 – as mais pobres – de unidades nas outras faixas.

Fim da CLT
Uma das propostas de Temer é a sobreposição do negociado em acordos sindicais sobre o legislado – as leis trabalhistas. A medida já tramita em um projeto de lei na Câmara dos Deputados. Outro projeto quer permitir a redução da jornada de trabalho com diminuição salarial. Pode significar o fim dos direitos garantidos pela CLT, sobretudo em áreas com sindicatos mais frágeis.

Pauta anti-trabalhador avança na Câmara
Outras propostas de emenda à Constituição e projetos de Lei que tramitam na Câmara podem receber fôlego nesse novo governo. Entre elas, está a a PEC 18/2011, do deputado federal Dilceu Sperafico (PR-PR), que abre a possibilidade para o ingresso no mercado de trabalho de jovens a partir dos 14 anos de idade. Já o PL 3842/2012 do deputado federal Moreira Mendes (PSD-RO) quer flexibilizar o entendimento de trabalho escravo na legislação.
Créditos: Agencia PT

Vacina contra o câncer passa pelos primeiros testes

Cientistas alemães deram um grande passo no sentido de desenvolver a primeira “vacina universal” contra o câncer. Os resultados de testes preliminares em humanos, junto com a pesquisa em ratos, foram publicados recentemente na revista Nature e sugerem que a nova técnica poderia ser usada para ativar o sistema imunológico de pacientes contra qualquer tipo de tumor.
Ao contrário das vacinas com as quais estamos familiarizados, esta seria dada aos pacientes que já têm câncer, em vez de pessoas em risco de adquiri-lo. Ela funciona basicamente atirando minúsculos “dardos” contendo pedaços de RNA extraídos de células cancerosas do próprio paciente, convencendo o sistema imunitário do doente a lançar um ataque sobre quaisquer tumores que atravessarem seu caminho.
Manipulando o RNA dentro desses dardos, a equipe pode, em teoria, mobilizar o sistema imunitário contra qualquer tipo de câncer. É isso que torna a vacina universal. “Essas vacinas são rápidas e baratas de produzir, e praticamente qualquer antígeno tumoral pode ser codificado por RNA”, escreveu a equipe do estudo, liderada por pesquisadores da Universidade Johannes Gutenberg de Mainz, na Alemanha, na revista Nature.
Imunoterapia, que envolve o uso do próprio sistema imunológico do paciente para atacar o tumor, não é nenhuma novidade. Outros pesquisadores já utilizaram essa abordagem contra diferentes tipos de câncer com bons resultados.
Porém, até agora, os pesquisadores têm usado principalmente engenharia genética, manipulando células imunológicas em laboratório e depois injetando-as de volta no paciente, o que é um processo demorado e caro.
Já a nova técnica introduz o DNA do câncer nas células imunes dentro do corpo, o que é muito menos invasivo. Isso também significa que a vacina pode ser ajustada para caçar uma gama maior de tipos de câncer.
Créditos: Hipe Science

Feirão da Caixa negocia quase R$ 3 bilhões em São Paulo

O 12º Feirão Caixa da Casa Própria, realizado na capital paulista, pela Caixa Econômica Federal, terminou ontem (5), com 32.834 pessoas presenciando o evento. Durante  três dias, foram negociados mais de R$ 2,9 bilhões, totalizando mais de 13.300 contratos fechados ou em andamento.

No feirão, que teve como foco o financiamento de habitação popular do programa Minha Casa, Minha Vida e das demais operações com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), foram oferecidos mais de 75 mil imóveis, distribuídos em São Paulo e região metropolitana. Foram disponibilizados 405 prédios e condomínios novos, mais de 40 mil imóveis novos e mais de 30 mil imóveis usados. Participaram 91 construtoras, 40 correspondentes e 12 imobiliárias.

Para requerer o crédito para a casa própria no feirão, bastava levar documento de identidade, CPF e comprovante de renda. Os interessados também podem ainda obter informações em todas as agências da Caixa ou pelo Serviço de Atendimento ao Cliente (0800 726 0101), disponível 24 horas por dia, inclusive nos finais de semana. No ano passado, o volume de negócios encaminhados chegou a R$ 3 bilhões.
Créditos: Agencia Brasil

domingo, 5 de junho de 2016

Querem impedir que eu viaje para denunciar o golpe, critica Dilma

A presidenta eleita Dilma Rousseff condenou, durante lançamento do livro “A resistência ao golpe de 2016″, em Porto Alegre, na sexta-feira (3), a tentativa do governo golpista de Michel Temer de tentar impedir que ela viaje pelo Brasil. De acordo com o jornal “Valor Econômico“, parecer da subchefia de assuntos jurídicos da Casa Civil definiu que os descolamentos aéreos de Dilma, utilizando aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), serão restritos ao trecho Brasília-Porto Alegre-Brasília. A família da presidenta mora na capital do Rio Grande do Sul.

Para Dilma, a tentativa de impedir as viagens é em decorrência do “temor das ruas, da imensa reação que se alastrou pelo Brasil”. “A troco de quê?  Isso é grave. Eu não posso, como qualquer outra pessoa, pegar um avião. Nós estamos diante de uma situação que tem de ser resolvida. Eu vou viajar”. 

“É um escândalo que eu não possa viajar”, criticou a presidenta.
“Eles estão querendo me proibir de viajar de avião. Eles não querem que eu fale. Não querem que eu viaje porque não querem que eu vá nas praças desse país e que eu diga que é golpe”.

A presidenta também criticou o cerceamento da defesa na Comissão do Impeachment no Senado Federal. Na noite de quinta-feira (2), o advogado José Eduardo Cardozo abandonou a comissão, juntamente com parlamentares, após ter os direitos de defesa negados.
“Ontem ficou claro que a comissão que tem o relator do PSDB, que tem no autor do pedido de impeachment também militante do PSDB, ex-ministro do senhor FHC, e em conivência com toda a base de sustento usurpador, teve uma atitude clara de tentar impedir que nós exerçamos o direito de defesa”, disse a presidenta.

“Nós estamos sendo cerceados no nosso direito de defesa. Ser democrata, é garantir o direito de defesa. Se eles são incapazes de garantir o direito de defesa, não são democratas, são golpistas”, continuou Dilma. 
Dilma voltou a dizer que é uma “pessoa que incomoda” aos opositores, pois não tem acusação de corrupção, de uso de dinheiro público e nem contas no exterior. Ela também aproveitou o lançamento do livro para responder, mais uma vez, às mentiras publicadas pelo jornal “O Globo”, nesta sexta. Em acusações caluniosas, a publicação golpista acusou a presidenta de pagar o cabeleireiro Celso Kamura com dinheiro de Pasadena.

“Eu tenho os comprovantes do cabeleireiro. Eu tenho os comprovantes que eu paguei a passagem e o serviço de cabelo. Em 2006, eu não conhecia o Celso Kamura. Eu o conheci 4 anos depois”, reforçou Dilma. A presidenta irá à Justiça contra o jornal. “Nós temos a certeza de que eles vão tentar, de qualquer jeito, me incriminar. Mas isso vai ser difícil. Eu não vou me calar”, garantiu.

Ainda durante o ato, Dilma voltou a pedir união contra o golpe. “É importante esse momento que nós vivemos. É um momento difícil, de risco, de luta política aberta. Fica claro na conjuntura quem é quem. Esse processo tem uma característica muito interessante, que não quer ser chamado pelo seu nome real. Há um nome para esse processo: é golpe”. 

“É, sobretudo, uma arma política que passa pela tentativa de afastar uma presidenta sem base real”, afirmou, ao condenar, mais uma vez, as justificativas dos golpistas e iniciativas como a redução do Sistema Único de Saúde (SUS). “O SUS é uma conquista que vem desde 1988. A saúde, mais que um direito, é uma obrigação do Estado. Querem atingir o Mais Médicos”.

“Colocaram na direção do Ministério da Educação uma pessoa que foi contra a Lei das Cotas. Querem reduzir o Bolsa Família dizendo que ‘muitos não querem trabalhar’. Um solene preconceito!”, completou.
Créditos: Agencia PT