domingo, 11 de setembro de 2016

De cada cinco atletas brasileiros paralímpicos, um foi vítima de acidente de trânsito

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Segundo dados do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), um de cada cinco atletas brasileiros que participarão dos Jogos Paralímpicos do Rio tem deficiência causada por acidentes automobilísticos, o que abre discussões para a questão da segurança no trânsito e para as necessidades das pessoas portadoras de deficiência.
O Brasil é um dos países com mais registros de acidentes e vítimas no trânsito. Neste ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou que o país é o quarto com mais mortes no trânsito dentro do continente americano.
Esses dados alarmantes deixam claro que são mais do que necessárias medidas para reverter essa situação. E por isso, o prefeito de São paulo, Fernando Haddad, entre outras iniciativas, como a ampliação de faixas de pedestres e radares, reduziu a velocidades em diversas vias da cidade de São Paulo, aumentando a segurança no trânsito e diminuindo o número de acidentes.
As marginais Pinheiros e Tietê, que possuem os maiores índices de acidentes e mortes da cidade, foram duas das vias que tiveram a velocidade máxima reduzida. Entre 2014 e 2015, com essa alteração, o número de feridos em acidentes na Marginal Pinheiros caiu 42%. E na Marginal Tietê, em 31%.
Com esses e outros dados que demonstram a eficiência dessa medida, é difícil entender por que os candidatos João Dória, Marta Suplicy e Celso Russomanno falam em aumentar a velocidade máxima nas marginais caso eleitos. Haddad se destaca por desenvolver o lado humano no trânsito e priorizar o bem-estar e segurança. Foto: EBC
(Da redação com agencias)

Agricultor resgata terras degradadas no Brasil

Ernst manejando os agroecossitemas que plantou em sua Fazenda na Bahia.  (zVg)Os níveis de desmatamento no Brasil e no mundo continuam preocupantes. Só para se ter uma ideia, dados recentes do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), revelam que no acumulado de agosto de 2014 a julho de 2015, a Amazônia Legal perdeu 3.322 km² de florestas. Ou seja, registrou um aumento no desmatamento de 63% em relação ao mesmo ao período de 2013 a 2014, quando este atingiu 2.044 km². Mas nem tudo são ruínas. Enquanto uns queimam, outros se dedicam, pesquisam, usam a criatividade e propõem soluções inovadoras para o resgate da natureza devastada.

Esse é o caso do suíço Ernst Götsch, 67 anos, que vive no Brasil desde 1982, e que desde seus tempos de Suíça vem desenvolvendo um trabalho inspirador com sua agricultura sintrópica. O conceito, criado por ele, prevê uma produção agrícola que vise a harmonia com o meio ambiente. 

Götsch elaborou ao longo da vida um conjunto de princípios e técnicas que integram produção de alimentos à dinâmica de regeneração natural de florestas, sempre levando em conta a complexidade dos sistemas. “O objetivo da agricultura sintrópica é produzirmos o que precisamos no dia-a-dia deixando um saldo positivo para o planeta –  energeticamente, qualitativamente e quantitativamente. Não podemos agir como donos e sim como parte de um macroorganismo”, afirma o agricultor e pesquisador.

O resultado de seu trabalho ficou evidente na chamada Fazenda Fugitivos da Terra Seca, no sul da Bahia, onde Götsch se instalou em 1984. Ao chegar lá, na época, Götsch se deparou com uma área de 480 hectares de terras improdutivas, resultado de práticas agressivas de corte de madeira, cultivo de mandioca e criação de suínos.
Ao longo dos anos, desenvolveu um trabalho de recuperação dos solos degradados a partir do chamado sistemas agroflorestais sucessionais, baseado na observação da natureza, da compreensão dos mecanismos ecológicos fundamentais das florestas e da reprodução destes em ambientes degradados.
Com tal intervenção, o suíço não apenas alcançou alta produtividade em variedades vegetais, como reflorestou a propriedade, resultando no retorno de 14 nascentes e da fauna local. Hoje as terras são conhecidas como Fazenda Olhos d’Água.
“Ernst entendeu como funciona a floresta e coloca a produção de alimento pra funcionar na engrenagem do planeta. Esse é o trabalho para chegarmos num estado de abundância, de reestruturar as terras de cultura do Brasil”, afirma Juã Pereira, biólogo e agricultor, que tem implantado as técnicas em uma fazenda no Distrito Federal.
E vai mais longe: “O Brasil é terra de cultura de ponta a ponta. E em 50 anos conseguimos degradar tudo. Agora temos condição de fazer um trabalho efetivo e em 25 anos recuperar toda essa terra, produzindo 70, 80 toneladas por hectare por ano de alimentos.”
A lógica, de acordo com Pereira, é buscar ocupar os estratos da plantação. “Usar a sucessão vegetativa, com o espaçamento e a ocupação dos andares (de cultivo) no tempo. E aí a poda. A poda das arvores, a poda das bananeiras e a poda das fruteiras. Esse trabalho da poda, de trazer o material para baixo o tempo todo é o grande diferencial do trabalho do Ernst, que eu nunca vi por aí.”
Götsch explica em seu texto “Homem e Natureza, Cultura na Agricultura: “Observe o que a natureza faz, aprende com ela e tenta copia-la! Por exemplo, se tu queres cultivar feijão e milho, planta também a cana e umas laranjeiras, além de muitas outras espécies. Isto significa plantá-las todas juntas, ao mesmo tempo e no mesmo lugar. Nesse consórcio de milho, feijão e outras espécies, cabe ainda, por exemplo, bananeiras, capim elefante, mandioca, inhame, pimenta malagueta, sapoti, leucena, mulungu, sapucaia, mangueira e ainda pimenta do reino nas árvores altas do futuro.”
“Cada espécie contribuirá para completar o consórcio e para que todas as outras prosperem melhor. Nenhuma delas cresce ou produz menos devido à presença das demais, pelo contrário, cada uma depende da outra para conseguir chegar ao estágio de desenvolvimento ótimo.”
Segundo Götsch, seu objetivo maior é mostrar que não existe terra ruim, mas interações inadequadas. “É claro, consigo mostrar melhor esse fato se pegarmos um lugar degradado. Fica mais fácil de compreender o potencial da terra”, explica. Tanto que seus princípios podem ser utilizados em diversos ecossistemas. “Amazônia, Cerrado, Altiplano Boliviano, Caatinga, eu vi qu e todos esses lugares podem ser um paraíso quando bem trabalhados”, diz.
Natural de Raperswilen, Turgóvia (nordeste da Suíça), Götsch nasceu numa família de agricultores. Autodidata,  sempre nutriu interesse pelos fenômenos da natureza e pela filosofia. Entre 19 e 20 anos, trabalhou em Zurique numa livraria, resultado de seu interesse desde cedo pela leitura. Período esse em que continuou suas investigações no campo da agricultura.  Aos 36 anos foi para o Brasil ao lado da primeira companheira e seus 5 filhos.
Atualmente, uma das missões do suíço é aplicar os princípios da agricultura sintrópica em grande escala. Para isso, está desenvolvendo um projeto/pesquisa em parceria com a Fazenda da Toca, localizada em Itirapina, a 200 quilômetros da capital de São Paulo. Voltada à produção orgânica e agroecológica, a Fazenda da Toca abrange uma área de 2300 hectares (2.130 campos de futebol) e é comandada por Pedro Diniz, ex-piloto de Fórmula 1 e filho do empresário Abílio Diniz.
“Agora vamos traduzir os princípios que desenvolvi manualmente para áreas maiores, usando tecnologia e desenvolvendo tecnologia”, explica Götsch, que também tem dado cursos e assessoria por todo o Brasil. “O negócio é pensar grande, começar pequeno e agir rápido”, diz Pedro Diniz.
Em relação à Suíça, onde moram seus irmãos, o agricultor e pesquisador ainda tem um sonho.  “Sou filho da terra. Sei apreciar as partes boas. O mundo inteiro pode ser um paraíso. Mas o lugar onde nasceu tem uma ressonância forte com o seu ‘hardware’. Claro que tenho aquele sonho de fazer meu último trabalho em minha terra. Mas lembrando sempre que o planeta é um só. O planeta é um paraíso.” Por Dalen Jacomino
Créditos: SuissInfo

Anticorpos são 'treinados' contra HIV

Um estudo liderado pelo imunologista brasileiro Michel Nussenzweig, da Universidade Rockefeller (Estados Unidos), descreve um novo método para "treinar" o sistema imunológico de camundongos, fazendo com que ele produza anticorpos capazes de se adaptar às rápidas transformações do vírus HIV. Segundo os autores, o estudo é um passo importante para o futuro desenvolvimento de uma vacina contra o vírus.
Embora o organismo humano produza anticorpos capazes de reconhecer o HIV após a infecção, a alta taxa de mutações do vírus promove em sua estrutura mudanças rápidas demais para que o sistema imune possa combatê-lo. Esse tem sido um dos maiores obstáculos para desenvolvimento de vacinas.
No novo estudo publicado na revista Cell and Immunity, os pesquisadores "treinaram" o sistema imune de camundongos transgênicos para produzir anticorpos capazes de reconhecer várias formas diferentes do vírus. "Eles (os anticorpos) não capturam apenas a primeira ou a segunda versão do vírus que eles encontram. Eles retêm a capacidade de capturar todas as mutações do vírus com as quais já tiveram contato", declarou Nussenzweig
Quando são produzidos naturalmente, os anticorpos não têm potência suficiente para curar a infecção sistêmica, mas, caso sejam induzidos por uma vacina, eles podem ser fortalecidos o bastante para evitar a infecção , segundo Nussenzweig.
Os camundongos transgênicos utilizados não produziam todo o espectro de anticorpos normalmente encontrados no sistema imune, mas apenas precursores de uma classe de anticorpos chamada PGT121, que reage com diversas linhagens do HIV. Outro dos autores do estudo, o imunologista William Schief, do Instituto de Pesquisa Scripps (Estados Unidos), liderou a equipe que criou uma série de estruturas feitas com proteínas do vírus HIV, para testá-las uma a uma e "ensinar" os anticorpos a reconhecerem, passo a passo, as múltiplas formas do vírus. O processo funcionou e a equipe produziu com sucesso um anticorpo amplamente neutralizante em camundongos - isto é, capaz de atacar todas as formas do vírus com as quais já teve contato.
Conceito
Nussenzweig destaca, no entanto, que o trabalho oferece apenas um ponto de partida conceitual para o desenvolvimento futuro de uma vacina. "Fizemos isso em um modelo de estudos em camundongos muito específico", afirmou.
Ainda assim, o estudo é um grande avanço na direção de uma vacina, segundo Schief. "Precisamos começar de algum lugar. Esse é um grande passo - nós mostramos que é possível guiar a maturação dos anticorpos, com base em linhagem inicial humana, para produzir anticorpos amplamente neutralizantes por vacinação", disse. As informações são do jornal O Estado de S Paulo.
Por Correio Braziliense

sábado, 10 de setembro de 2016

TSE pode cassar Michel Temer

O TSE emitiu um primeiro sinal de que pode cassar o mandato de Temer na ação de impugnação de mandato eletivo (AIME) que corre na corte contra a eleição dele e de Dilma Rousseff em 2014, embora seja impossível prever quando ocorrerá tal julgamento.
A sinalização foi dada pelo tribunal ao prestar informações solicitadas pela Polícia Federal no âmbito de um inquérito que apura irregularidades da campanha da chapa vencedora nas eleições de 2010.

No ofício de resposta, assinado por seu presidente, ministro Gilmar Mendes, o TSE aponta como responsáveis pela prestação de contas a própria Dilma, o candidato a vice Michel Temer e o tesoureiro da campanha, José di Filipi Júnior. 
"Às folhas 2 de 3 dos autos em referência foram qualificados os seguintes candidatos : senhora Dilma Vana Rousseff, candidata a presidência da República, senhor Michel Miguel Elias Temer Lulia, candidato a vice-presidência da República e o senhor José de Filippi Júnior, responsável pela administração financeira da campanha", informa o TSE à Polícia Federal.
Se Temer foi considerado co-responsável pelas contas de 2010, é presumível que o TSE terá o mesmo entendimento quando for julgar as ações contra a chapa reeleita em 2014, na qual ele se manteve como candidato a vice. A ação de impugnação é movida pelo PSDB e já recebeu da Lava Jato cópias de delações premiadas em que investigados aditem contribuições à campanha através de caixa dois. Entre eles, o marqueteiro da campanha, João Santana, e sua mulher e sócia, Monica Moura. 
Ao incluir Temer entre os responsáveis pelas finanças da campanha de 2010, o TSE mantem a jurisprudência de responsabilidade os dois integrantes da chapa por eventuais delitos eleitorais. Todos os governadores já cassados pelo tribunal em ações semelhantes foram punidos juntamente com vice. Temer entrou com pedido, ainda não apreciado, para que suas contas de 2014 sejam julgadas separadamente. Seria algo sem precedentes, uma hipótese que se tornou mais remota depois da resposta que o tribunal deu ontem à PF sobre 2010.
Como se sabe, se o TSE cassar a chapa e isso ocorrer ainda este ano, estará criada a situação de dupla vacância que levaria à convocação de nova eleição presidencial no prazo de 30 dias. Mas, quando a vacância ocorre dentro do segundo biênio do mandato presidencial – que começa em primeiro de janeiro próximo – o que a Constituição prevê é a eleição indireta de um presidente, pelo Congresso, para concluir o mandato.
A primeira hipótese iria ao encontro das ruas, onde crescem os protestos contra Temer e por eleições diretas já. A segunda, com o Congresso atual, povoado de denunciados e investigados, levaria o Brasil ao pior dos mundos, pois persistiria a crise de legitimidade que tão fortemente vem atingindo Temer, e deve se aprofundar, na medida em que sua agenda conservadora avançar, desmontando as políticas de bem estar social criadas nos últimos anos e restringindo os direitos dos trabalhadores. (Fonte: Brasil 247).
Créditos: WSCOM

Deputados tentam salvar Cunha

A operação para salvar o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), idealizador do golpe parlamentar de 2016 e um dos principais aliados de Michel Temer, foi preparada pelo deputado João Carlos Bacelar (PR-BA) e conta com total apoio do Palácio do Planalto.
Bacelar deve apresentar um voto em separado, propondo que Cunha seja suspenso de suas funções por 90 dias, e não cassado definitivamente.
Com isso, os mais de 200 parlamentares que devem favores, inclusive financeiros ao ex-presidente da Câmara, poderão alegar que ele não foi absolvido.
"É um escárnio", diz o deputado Paulo Pimenta (PT-RS). "Vão criar uma interpretação absurda do regimento para buscar um voto em separado derrotado no Conselho de Ética que permitirá que ela seja suspenso por 90 dias."
Cunha é investigado no Supremo Tribunal por corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. No conselho de ética, ele é acusado de mentir sobre contas no exterior que o beneficiam e por onde escorreram milhões de reais.Fonte: Brasil 247.
Créditos: WSCOM

“Vamos completar o ciclo de mudanças estruturais em SP” afirma Haddad

Foto: Paulo Pinto/Agência PT
A cidade de São Paulo precisa levar adiante e concluir uma série de mudanças estruturais iniciadas em 2013, afirmou o prefeito, Fernando Haddad (PT), ao participar de encontro com professores e militantes independentes  Realizado no auditório da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), no centro da cidade, o objetivo do “Ato das universidades” foi responder a perguntas dos participantes, fazer um balanço da gestão e da campanha, a menos de 30 dias do primeiro turno. “E eu quero ganhar esta eleição”, reforçou. 

Para o prefeito, é importante renovar o mandato nas urnas porque as políticas de saúde, habitação, mobilidade urbana, iluminação e direitos humanos passaram por alterações de rumo substanciais. Desviar deste caminho traria danos para a própria população e seria um retrocesso. “Os prejuízos deste tipo de ruptura de políticas públicas trazem prejuízos muito evidentes para a sedimentação daquilo que pode causar uma mudança para melhor na vida da cidade”, argumentou.


Uma interrupção no modelo, em sua avaliação, seria um “tranco”, lembrando que a capital nunca teve dois mandatos consecutivos do Partido dos Trabalhadores, e esta deve ser a primeira vez. “São Paulo nunca sentiu as consequências de um governo mais longo, que promove as mudanças necessárias para a gente mudar de paradigma e enxergar a cidade de outro jeito. A gente tem esta tradição de uma ‘valsa perversa’, com um passo para a esquerda, dois para a direita. Não há quem aguente este ciclo perverso de desenvolvimento”, afirmou.
Para exemplificar, Haddad criticou o “Corujão”, do candidato João Dória ( PSDB), que seria uma parceria com hospitais da rede privada para atender a população durante a madrugada. “Além do absurdo de levar um paciente às duas da manhã para fazer um exame, não existe um modelo de governança para a saúde”.
Em São Paulo, a Secretaria Municipal da Saúde criou a Rede Hora Certa, com os Hospitais Dia, conseguindo reduzir as filas para exames, consultas e cirurgias eletivas. O modelo já conta com atendimento durante o dia e a noite, por meio dasUnidades de Pronto Atendimento 24 horas (UPA 24 horas). São três distribuídas no município.
“Tudo foi pensado para fazer o que mais precisa”, contou o prefeito, ao fazer um balanço da gestão desde 2013. Haddad disse ter assumido a prefeitura em um contexto adverso, quando a economia nacional enfrentava os impactos da crise econômica mundial.
Com a necessidade de reduzir orçamento e sem querer retirar investimentos, a solução foi organizar as contas públicas da cidade. Para isto, dois caminhos foram adotados. O primeiro deles foi a renegociação da dívida pública municipal. O segundo, o combate à corrupção. Com a criação da Controladoria Geral do Município, Haddad conseguiu recuperar R$ 278 milhões que haviam sido desviados da Máfia do ISS. Entre as mudanças da cidade, citou a Paulista aberta aos domingos e o carnaval de rua – “ganhamos uma semana a mais no ano, porque antes todo mundo saía da cidade”.
Lembrou o programa LED nos Bairros, que está trocando a iluminação tradicional por uma mais potente e mais econômica. Começou pelas periferias, mas, até 2018, deve chegar a todas as localidades. Mobilidade urbana foi um dos pontos estratégicos de seu governo. Para melhorar a fluidez no trânsito, foram criados corredores e faixas exclusivas para ônibus. Muitas avenidas que ligam bairros ao centro ou às cidades vizinhas foram duplicadas. Não há quem ande de ônibus e não tenha ganhado tempo, garante.
A gestão ampliou o acesso ao espaço público, priorizado o transporte coletivo, dando espaço a pedestres e ciclistas. Conseguiu também diminuir o número de mortos no trânsito, depois da redução da velocidade em algumas vias. “Todo mundo falava que se aumentasse o número de ciclistas ia aumentar o número de mortos. E aconteceu exatamente o contrário, aconteceram simultaneamente”.
WiFI Livre é um dos programas que não somente levou internet gratuita e de qualidade a praças e parques, como reforçou a apropriação dos espaços públicos pelos cidadãos. Nos direitos humanos, Haddad avalia que foi acertada a criação da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, contando com coordenações LGBT, que viabilizou o programa Transcidadania, a de imigrantes, do direito à memória e verdade, que trabalha a recuperação do período da ditadura civil-militar (1964-1988).
São Paulo tem 37% da população composta por negros e pardos, segundo o Censo do IBGE de 2010 – a maior em número de habitantes negros e pardos no Brasil. Haddad foi o primeiro prefeito da história de São Paulo a criar uma Secretaria de Promoção da Igualdade Social. Já entregou dois centros de referência preparados para atender vítimas de racismo, localizados na Vila Maria e em Cidade Tiradentes – até o fim do ano, a cidade ganhará mais unidades em São Mateus e no Centro.
Haddad citou também a edição do livro didático “A História da África”, distribuído nas escolas municipais, com tiragem de mais de 90 mil exemplares, e que será distribuído a 30 mil professores. O livro é uma compilação de uma obra lançada em 2007 pela ONU, reuniundo 350 especialistas na história do continente africano.
“São Paulo é uma cidade com potencial impressionante. Temos que aproveitar este potencial da cidade. Quando me perguntam se São Paulo é uma cidade conservadora. Eu digo que agem sobre São Paulo forças muito conservadoras, mas ela própria já mostrou que gosta de mudanças”, concluiu.
Créditos: Agencia PT

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Temer quer jornada de trabalho diária de até 12 horas

A reforma trabalhista proposta pelo governo do presidente Michel Temer pretende formalizar o aumento das jornadas diárias de trabalho para até 12 horas e a possibilidade de contratação por produtividade ou horas trabalhadas. Quem revelou detalhes do texto que será enviado ao Congresso Nacional até o final deste ano foi o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, em encontro realizado nesta quinta-feira, dia 8, com sindicalistas em Brasília.
Segundo o ministro, no caso do contrato por horas trabalhadas, o trabalhador poderá prestar serviço a mais de uma empresa, desde que não ultrapasse o limite de 48 horas semanais de trabalho com direito a pagamento proporcional do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, férias e décimo terceiro salário. Ele afirmou que a proposta vai manter a jornada de trabalho de 44 horas semanais, com a possibilidade de quatro horas extras, chegando a 48 horas na semana.
A reforma trabalhista deve prever que trabalhadores e empregadores possam acordar, em convenção coletiva, como essa jornada semanal será feita. Desta forma, o governo espera conferir segurança jurídica para esses acordos.
"A convenção coletiva vai ter força para tratar a forma como a jornada semanal de 44 horas será feita. Tem trabalhador que prefere trabalhar um tempo a mais, uns minutos a mais diariamente, e folgar no sábado. Assim como também regulamentar algumas categorias profissionais que preferem a jornada de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso. O teto será de 12 horas de trabalho por dia, inclusive com horas extras. Não estou falando de aumentar a jornada diária para 12 horas. A convenção coletiva vai tratar como as 44 horas semanais serão feitas", disse Nogueira, ressaltando que o trabalhador não corre risco algum de perder nenhum direito constitucional.
Créditos: SRZD